Meus jogos favoritos de 2019 — Farley Santos

Os redatores do GameBlast falam sobre os títulos que mais curtiram entre os lançamentos deste ano.

em 18/12/2019

Meu 2019 foi bem interessante e recheado de jogos. Sempre fui entusiasta de indies, logo boa parte dos mais de 60 títulos que tive a oportunidade de experimentar foram produzidos por equipes independentes. No entanto, felizmente, também consegui jogar algumas produções maiores, assim como alguns títulos de 2018 que eu tinha interesse (como God of War e Octopath Traveler). 
Naturalmente, minha lista reflete o meu gosto pessoal de jogos. Logo, muitos dos títulos não são lá muito conhecidos, mas são tão bons que não posso deixar de recomendar. Sendo assim, separei alguns títulos, sem ordem definida, que foram destaque para mim em 2019, confira:

Slay the Spire

Slay the Spire combina cartas, RPG e roguelike em uma experiência viciante. As suas regras são simples de entender, porém há inúmeras camadas de complexidade por causa das inúmeras possibilidades de montagem de baralhos. Além disso, há muita variedade com a presença de personagens com jogabilidades distintas, inimigos que exigem abordagens diferentes, itens desbloqueáveis, conteúdo criado pela comunidade e muito mais. Já joguei mais de 60 horas, distribuídas entre as versões PC e Switch, e ainda me empolgo constantemente nas minhas jornadas tentando matar o pináculo — ainda não consegui ver o final verdadeiro, mas um dia dá certo.



Katana ZERO

Acompanho Katana ZERO desde que ele era somente uma série de gifs animados, ficava fascinado com seu visual belo. Depois de muito tempo em desenvolvimento, o jogo finalmente foi lançado em 2019 e achei uma experiência incrível. Na pele de um samurai capaz de manipular o tempo em um mundo moderno, precisamos matar todos os inimigos dos estágios sem ser atingido (o que acontece com frequência). Cada fase lembra um pequeno puzzle, e existem várias abordagens para resolver os problemas. O que mais gostei no título é a ação estilosa e brutal: é muito recompensador fazer uma sequência complicada de ações e sair ileso.


Blazing Chrome

Produzido pelo estúdio brasileiro Joymasher, Blazing Chrome é basicamente uma releitura de Contra. No jogo, controlamos membros de um grupo de resistência que enfrenta robôs que dominaram quase todo o mundo. A ação é run and gun pura, ou seja, atire em tudo que aparece e tente sobreviver em estágios de progressão 2D de dificuldade acentuada. O que mais gostei em Blazing Chrome é a variedade de situações: fora os trechos básicos, os heróis dirigem motos futuristas, escapam de criaturas imensas por um túnel, usam jetpacks para escapar de uma instalação em chamas e mais. O visual é muito caprichado e remete a jogos da era 16 bits com pixel art impressionante. Por fim, Blazing Chrome é perfeito para jogar com os amigos no multiplayer local.



A Short Hike

A Short Hike é um dos jogos mais charmosos que tive a oportunidade de experimentar nos últimos anos. No jogo, acompanhamos uma passarinha que está de férias em uma reserva ambiental e que decide escalar uma montanha para conseguir usar seu celular. O título é uma aventura de exploração e plataforma 3D muito relaxante e o foco é a exploração: há muito o que ver e descobrir na ilha. Pelo local estão espalhados inúmeros personagens carismáticos e várias atividades paralelas bem divertidas que ajudam a estender a jornada — chegar ao topo da montanha leva uns 30 minutos. Há uma atmosfera retrô com visual em baixa resolução que lembra títulos de PlayStation, o que traz um charme único ao mundo. A atmosfera relaxante e repleta de boas vibrações e o mundo compacto foram as características que me fascinaram no jogo.



Blasphemous

Cvstodia, uma terra dominada por uma religião distorcida, é o cenário de Blasphemous. O protagonista é o Penitente, um guerreiro silencioso que precisa explorar esse grotesco mundo em uma aventura de ação e plataforma 2D. O jogo é um metroidvania, ou seja, apresenta um grande mapa interconectado, mas seu diferencial é uma progressão mais aberta: boa parte das áreas pode ser explorada em qualquer ordem. Para mim, o maior destaque é sua dificuldade brutal focada em aprender padrões e atacar com precisão. Além disso, gostei bastante do mapa intrincado e repleto de segredos. Apreciei também a ambientação incrível e desconcertante em pixel art — o mundo de Cvstodia é repleto de locais macabros e criaturas grotescas.


Bug Fables: The Everlasting Sapling

Gosto bastante dos primeiros títulos da série Paper Mario por causa do visual único com personagens “de papel” e do divertido sistema de batalha por turnos com comandos em tempo real. Bug Fables: The Everlasting Sapling é, basicamente, um Paper Mario indie que se passa em um mundo de insetos. No RPG, controlamos um grupo de exploradores composto de um besouro de chifre, uma abelha e uma mariposa que está em busca de uma planta supostamente capaz de dar a imortalidade.


Assim como sua inspiração, Bug Fables é um RPG com elementos de plataforma e puzzle, sendo que as batalhas por turno têm comandos em tempo real. O tom geral é bem humorado e com personagens divertidos; o mundo é rico e recheado de coisas pra fazer; e o combate tem vários elementos estratégicos, com algumas batalhas bem complicadas no modo difícil. O resultado é uma aventura charmosa e imersiva, para mim foi uma das grandes surpresas do ano.

The Legend of Zelda: Link's Awakening

Confesso que, em um primeiro momento, não gostei do visual do remake de The Legend of Zelda: Link’s Awakening. Eu tinha achado tudo muito estranho, principalmente a aparência dos personagens. No entanto, minha opinião foi mudando com o passar do tempo e hoje acho tudo muito belo. Mesmo assim, eu não pretendia jogá-lo por achar muito caro, mas, por sorte, um amigo me emprestou o jogo e ele se tornou um os meus favoritos do ano.


Eu joguei o original de Game Boy inúmeras vezes quando era mais jovem, só que me aventurando pela versão de Switch eu acabei percebendo que não lembrava mais de nada. Por causa disso, a experiência foi praticamente nova e gostei bastante de explorar e redescobrir o mundo compacto da inusitada ilha Koholint. O que mais apreciei em Link’s Awakening foi a fórmula clássica da série Zelda não explorada nos últimos títulos da franquia, mesmo que exploradas de maneira mais simplificada. E, claro, achei incrível o visual estonteante que lembra uma maquete em movimento.

Astral Chain

Astral Chain, o novo jogo de ação da Platinum Games, coloca policiais para lutar contra criaturas de outra dimensão em um mundo pós-apocalíptico futurista. Para isso, os membros da força policial usam as Legions, monstros capturados e amarrados em uma corrente.


A sacada legal de Astral Chain, e meu aspecto favorito no jogo, é o seu combate em que precisamos coordenar os ataques dos policiais e dos Legions para conseguir derrotar os inimigos. No começo é um pouco difícil controlar dois personagens ao mesmo tempo, no entanto com um pouco de prática é possível fazer movimentos e combos impressionantes — é muito recompensador quando tudo dá certo nas batalhas. Além disso, o título tem boa variedade de situações, como missões de investigação e puzzles, e uma ambientação estilosa que lembra um anime futurista.

Sayonara Wild Hearts

Sayonara Wild Hearts me conquistou logo de cara com sua atmosfera repleta de neon e estilo. A protagonista é The Fool, uma motoqueira mascarada que precisa coletar seu coração partido enquanto enfrenta vilões em mundos surreais. O jogo se autodenomina “álbum pop jogável” e combina música electropop, corrida e ritmo em uma experiência extasiante e frenética. O título me conquistou com sua atmosfera vibrante e colorida, as várias situações criativas pela jornada, as ousadas viradas de câmera e jogabilidade durante os estágios, a trilha sonora energética e contagiante, a trama enigmática repleta de simbolismos — gostei demais de praticamente tudo. É um jogo curtinho, mas muito memorável e viciante, volto nele sempre que sinto saudades.

Death Stranding

Eu não sabia praticamente nada sobre Death Stranding, pois seus trailers crípticos não me interessaram. Apareceu a oportunidade de jogá-lo e eu aproveitei — ainda bem que eu fiz isso, pois achei o jogo incrível. Gostei demais de acompanhar Sam Bridges na sua missão de reconectar uma América fraturada em uma aventura de exploração bem peculiar focada em fazer entregas. O conceito é simples e soa enfadonho, no entanto há tantas situações complicadas e diferentes pelo caminho que a diversão é justamente conseguir realizar a tarefa. Como era de se esperar de Hideo Kojima, a trama e ambientação são impecáveis, destaco, em especial, as atuações dos atores. No fim, Death Stranding é uma jornada que vale muito a pena.



Sekiro: Shadows Die Twice

Sekiro: Shadows Die Twice, o mais novo jogo da produtora nipônica From Software, mostra a história de um shinobi chamado Lobo, que tem como missão proteger seu mestre. Como é de praxe da desenvolvedora, a jornada é bem complicada e com dificuldade acentuada. Em relação a outros títulos da From Software, Sekiro tem algumas ideias bem interessantes, como muitas ferramentas de navegação e muitas opções de furtividade.


Sekiro: Shadows Die Twice me trouxe inúmeras sensações discordantes durante a jornada. Em vários momentos eu achava que era tudo difícil demais e ficava frustrado com algum chefe complicado, mas depois de inúmeras tentativas vinha a sensação de triunfo ao superar os desafios. Há também a constante sensação de deslumbre e curiosidade em face ao desconhecido, assim como o deleite de entender como um inimigo funciona para derrotá-lo facilmente depois. Para mim, foi também um jogo de conexões: conversei com muita gente legal para trocar experiências, estratégias e informações e criei novas amizades. Justamente por causa de tudo isso, Sekiro é uma das minhas experiências mais inesquecíveis de 2019.

Menções honrosas

Tales of Vesperia: Definitive Edition, Wargroove, The Textorcist, Ape Out, Assault Android Cactus+, Golf Peaks, Vignettes, Touhou Luna Nights, Risk of Rain 2, Pathway, Bomb Chicken, SteamWorld Quest, Hell is Other Demons, Crystal Crisis, Gato Roboto, My Friend Pedro, 198X, Persona Q2: New Cinema Labyrinth, Lethal League Blaze, Night Call, Minoria, Undermine, Knights and Bikes, Catherine: Full Body, Wand Wars, Fight’N Rage, WARSAW, Mistover, Romancing SaGa 3.

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E vocês, jogaram alguns desses títulos? Me recomendam algum jogo? Não deixem de compartilhar nos comentários.
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é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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