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Análise: Transformers: Battlegrounds (Multi) – liderando os Autobots na luta contra os Decepticons

Este estratégico tático em turnos da famosa franquia de brinquedos tem aparência humilde, mas traz uma ótima experiência no gênero.


Em mais um jogo com os famosos robôs que se transformam em veículos, a Outright Games nos apresenta Transformers: Battlegrounds – que no Brasil foi oficialmente localizado como Transformers: Campos de Batalha – um título de estratégia em turnos estrelado pelos intrépidos Autobots, liderados por Optimus Prime em seu eterno conflito que atravessa gerações contra os Decepticons liderados por Megatron.


Na análise de hoje vamos conhecer um título que não deve ser julgado pela sua capa, que se apresenta com a cara da série animada Transformers: Cyberverse. Por trás desses rostos animados e metálicos, temos um ótimo título para quem pretende conhecer um gênero que costuma espantar jogadores menos casuais.

Quando uma guerra chega ao nosso mundo

A eterna batalha de Cybertron entre os Autobots e os Decepticons pelo AllSpark chegou à Terra. Enquanto Megatron deseja usar o poder do artefato para vencer o conflito e dominar nosso humilde planeta azul, Optimus Prime e seus leais companheiros lutam bravamente para evitar que o tirano vilão tenha êxito em seu nefasto plano.



Na pele de um humano perdido em meio ao conflito, nossa função é liderar os Autobots em sua investida contra os exércitos Decepticons, obter o AllSpark e evitar que a Terra seja invadida por um verdadeiro apocalipse Cybertroniano. Em nossa missão contamos com a ajuda de alguns dos principais membros da facção Autobot: Optimus Prime, Bumblebee, Arcee, Wheeljack, Windblade e o carismático Dinobot Grimlock. Com a ajuda desta formidável equipe, nenhum Decepticon ousará botar os pés na Terra novamente.

Um triunfará, o outro cairá

Transformers: Campos de Batalha é um título estratégico tático em turnos. Em diferentes mapas durante a campanha principal, devemos comandar os Autobots em um mapa tridimensional, tirando proveito de características do terreno para obter vantagens na abordagem contra os Decepticons. À primeira vista, a jogabilidade lembra bastante XCOM, outro título bastante famoso dentro deste gênero, mas com menos peculiaridades que o game da 2K.

Cada membro do esquadrão dispõe de três pontos de ação por rodada. O uso destes pontos determina a quantidade e a eficiência das ações no mapa. Ao se movimentar, a quantidade de pontos utilizada determina a distância que você pode mover aquela unidade. O mesmo se aplica aos ataques ou às habilidades, que têm seu poder ou sua eficiência determinados pela quantidade de pontos que deseja usar para tal ação.
Teletraan X é quem nos orienta sobre como as batalhas funcionam
Dependendo da quantidade de pontos que o jogador utiliza para realizar as ações de seu Autobot, é possível se mover e atacar, ou vice-versa, ou até mesmo se mover mais de uma vez, além de atacar. Por padrão, cada unidade só pode atacar uma única vez, trancando as opções de ataque no menu quando esta ação é realizada. Porém, uma vez que uma ação é tomada ela não pode ser desfeita. Desse modo, é importante ter cada ação bem pensada para não sofrer as consequências dela na rodada seguinte pelo inimigo. Sempre fique atento ao seu redor para tentar prever as ações dos Decepticons para cada ação que tomar.

Se houver pontos sobrando e você não quiser realizar alguma ação, como se mover, a energia que sobra é depositada em um “banco” de Energon no fim de seu turno, possibilitando a execução de uma habilidade suprema. Esse “banco” é uma barra que acumula energia conforme o jogador realiza ações no mapa, como mover e atacar. Quando o jogador termina um turno sem usar todos os pontos de seus Autobots, essa energia é estocada e pode ser usada para liberar a habilidade suprema única de cada membro do esquadrão, que tem dois níveis de poder: quando a barra está com 50% da capacidade e quando está totalmente preenchida.



Por não usarem os pontos de ação, quando disponíveis, estas habilidades podem ser usadas mesmo depois que todos os pontos de seu Autobot estiverem esgotados na rodada atual, proporcionando uma ação extra no combate. Porém, essa barra é compartilhada com o esquadrão e, caso alguém use toda a energia, nenhum outro membro poderá usar sua suprema até abastecer a barra novamente. Estas habilidades são extremamente poderosas, podendo virar a batalha totalmente a favor de sua equipe.

Os mapas contam com elementos que podem ser usados a favor dos Autobots, como objetos explosivos, campos inibidores de ação e áreas que aceleram a recarga de Energon para a execução das habilidades supremas. Alguns ataques causam um empurrão contra os inimigos, e isso pode gerar pequenas reações em cadeia que ajudam a causar mais dano, fazendo com que menos ações sejam necessárias para derrotar um Decepticon.

Alguns mapas contam com obstáculos como casas, barrancos ou córregos que podem ser transpassados por Windblade, a única do grupo que é capaz de voar, permitindo que ela seja capaz de cobrir com mais eficiência um terreno para atacar os inimigos. Mas, da mesma forma que isso favorece seu esquadrão, o inimigo também pode usar isso a seu favor.

Um Autobot para cada situação

Os Autobots – assim como os Decepticons – estão classificados, tornando a escolha dos membros de seu esquadrão em cada missão mais um passo importante para ter êxito em cada investida. As classes não possuem vantagens como uma ser mais eficiente contra outra, ou coisa do tipo. Aqui eles simplesmente recebem uma classificação para diferenciar os ataques e as habilidades que possuem.

Algumas missões possuem membros obrigatórios que não podem ser alterados por causa do contexto da história na campanha principal, mas muitas delas, após reunir todos os membros, já dão essa liberdade para que o jogador monte uma equipe com seus Autobots preferidos.



Bumblebee e Windblade são Sentinelas. Possuem habilidades que os permitem atacar com mais eficiência inimigos à distância e tirar proveito do terreno a seu favor, geralmente empurrando inimigos contra superfícies que causarão dano extra. Possuem habilidades que podem fazer os inimigos serem incapazes de atacar ou de se mover por uma rodada. Lembrando que Windblade é a única Autobot que pode voar, tornando-a vantajosa em mapas com muitos obstáculos.

Optimus e Grimlock são Lutadores. Sua característica principal é a força bruta. Dispõem de habilidades que causam muito dano corpo a corpo, podendo ajudar o esquadrão quando o assunto é resolver o assunto “no braço”. Suas habilidades podem infligir dano contínuo como queimadura ou choque, que atua como um sangramento.



Arcee e Wheeljack são Suportes. Possuem habilidades de ataque semelhante aos Sentinelas, mas sua característica principal é oferecer vantagens aos seus aliados Autobots. Podem realizar reparos, recuperando os pontos de vida dos membros e habilidades que aprimoram algum atributo deles, como aumentar sua defesa ou oferecer blindagem, o que anula o dano de um ataque inimigo uma única vez.

Ao concluir as missões da campanha principal, o jogador é premiado com pontos que podem ser usados em uma loja para obtenção de novas habilidades para os Autobots. Antes do início de cada missão, o jogador pode selecionar quais ataques e habilidades quer equipar nos membros de seu esquadrão. A obtenção destes pontos é um pouco limitada, pois, uma vez que o jogador tenha vencido em um mapa e obtido seus pontos, só poderá ganhar mais naquele mesmo mapa jogando-o novamente em uma dificuldade diferente. Isso estimula o jogador a concluir todo o jogo nos três níveis oferecidos (fácil, normal e difícil), mas deixa a tarefa de comprar todos os itens da loja mais trabalhosa.



Um modo arcade também está disponível no game. Nele é possível jogar de forma cooperativa com mais um jogador localmente. Os jogadores assumem o controle de dois dos quatro Autobots de cada missão de forma alternada em mapas com objetivos variados, como roubar a bandeira do adversário, resistir por um determinado número de rodadas e até um modo onde você joga com os Decepticons. Neste caso, as habilidades dos vilões são fixas, dando uma pequena nuance de como é jogar no lado do mal.

Autobots, vamos rodar!

Sabe aquele ditado que diz “não julgue um livro pela capa”? Aqui temos uma aplicação prática do famoso dito popular, quando nos referimos a Transformers: Campos de Batalha. Por trás de uma capa que aparenta ser um título cartunesco e infantil, temos um ótimo jogo dentro do gênero de estratégia em turnos, ideal para quem busca uma experiência mais casual ou quer começar no gênero.

Sem muitas peculiaridades como em outros títulos nessa categoria, como elementos de RPG, eficiência de equipamentos, durabilidade de armadura, dentre outras coisas, temos aqui um jogo com um nível de desafio bastante honesto e uma jogabilidade sem rodeios para agradar até mesmo os fãs mais exigentes dos robôs de Cybertron. Só faltou Optimus Prime discursar ao som de Linkin Park no final, mas aí já seria exagero.

Prós

  • Tutoriais simples e muito didáticos;
  • Jogabilidade sem rodeios e convidativa para quem é casual ou quer começar no gênero de estratégia em turnos;
  • Diversas opções de habilidades para equipar e montar seu esquadrão;
  • Mapas com abordagens interessantes, estimulando o improviso e a estratégia do jogador;
  • Modo arcade com alguns modos extras interessantes e com possibilidade de jogar em modo cooperativo local;
  • Menus e legendas totalmente localizados para o português brasileiro.

Contras

  • Obtenção de pontos para desbloqueio de habilidades é limitada pelo nível de dificuldade;
  • Quedas de performance pontuais em algumas situações.
Transformers: Battlegrounds – PC/PS4/XBO/Switch – Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Ives Boitano
Análise feita com cópia digital cedida pela Outright Games

Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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