O ano é 2018, e a oitava geração de consoles estava prestes a receber seus dois maiores jogos, com expectativas bem diferentes.
God of War chegava ao mercado cercado por expectativa alta, mas nem os mais otimistas previam um acerto tão magnífico da Santa Monica Studio. A obra instantaneamente se posicionou como favorita ao prêmio de Jogo do Ano e como um dos melhores títulos da geração. A reinvenção de Kratos foi uma das jogadas mais arriscadas da Sony, e coube a Cory Barlog, diretor de God of War II, assumir o risco de trazer de volta o personagem mais icônico da empresa aos holofotes.
A ambição do projeto era palpável: era o estúdio que definiu o estilo de ação na geração do PlayStation 2, trabalhando agora para redefini-los mais uma vez.
Do outro lado, o único motivo para que os troféus de Jogo do Ano não tivessem sido entregues já em abril era o fato de 2018 ser o ano de mais um lançamento da Rockstar. Após vários adiamentos, Red Dead Redemption 2 chegou ao mercado como a produção mais aguardada de sua época, algo comum quando falamos da Rockstar Games. O prelúdio do primeiro jogo alcançou um nível de qualidade que só o estúdio parece ser capaz de atingir, com um mundo vivo e minucioso onde milhões de jogadores continuam se perdendo até hoje.
A expectativa em torno de qual série levaria os prêmios máximos não era inédita. Em 2010, God of War III e Red Dead Redemption já haviam disputado os holofotes. O fechamento épico da maior trilogia da Sony até então enfrentava a nova incursão da Rockstar aos faroestes, e John Marston levou a melhor sobre Kratos. Oito anos depois, era o deus grego que superaria Arthur Morgan e sua gangue.
God of War (2018) foi o único da geração a conquistar a "trifecta": venceu o prêmio de jogo do ano no The Game Awards (imprensa), no D.I.C.E Awards (indústria) e no BAFTA (academia britânica de artes). Ainda assim, o confronto continua gerando debates acalorados até hoje. Foi um ano atípico, em que dois trabalhos atingiram o cume absoluto de seus respectivos gêneros, e ambos poderiam ter levado o prêmio com total justiça.
Red Dead Redemption 2, um mundo aberto da Rockstar, seguiu sendo descoberto e redescoberto por anos, com detalhes e sistemas que revelam o nível absurdo em que a empresa opera. Já God of War, com sua estrutura mais linear, manteve uma base fiel e constante de jogadores fascinados pela nova jornada de Kratos pela mitologia nórdica.
Este artigo coloca os dois frente a frente em sete categorias. Poderiam ser mais, afinal, videogames são uma mistura complexa de várias artes e áreas de expertise. Mesmo que cheguemos a um resultado, ele não é definitivo. A adição de mais uma categoria poderia gerar um empate; de duas, poderia virar o placar, no entanto, para este momento e com os critérios que escolhemos, a pergunta é:
Qual é o melhor jogo de 2018?
Jogabilidade
A Rockstar, apesar de ocupar o Olimpo máximo da indústria, nunca teve seus jogos reconhecidos primariamente pelo primor técnico de suas jogabilidades, com exceção honrosa para Max Payne 3. Em Red Dead Redemption 2, mesmo com oito anos de evolução desde o primeiro título, o ato de atirar e se locomover pelo vasto mundo não avançou tanto quanto se esperava. O sistema de mira continua preso a uma estrutura arcaica, que pode até fazer parte do charme da casa, entretanto, está claramente abaixo do nível de excelência dos outros elementos ao redor.
O foco aqui está na simulação e a experiência é pensada para ser absorvida aos poucos, com cada gesto tendo peso, cada ação exigindo atenção. Não há tantas oportunidades para criatividade no combate, o famoso Dead Eye, sistema de câmera lenta que marca inimigos, vem diretamente de seu predecessor, sem grandes inovações. Em nome da autenticidade, a jogabilidade abraça uma cadência meticulosa a ponto de transformar tarefas simples em rituais longos e repetitivos. Vasculhar uma casa, por exemplo, pode tomar vários minutos abrindo gaveta por gaveta, revirando corpo por corpo, com animações precisas e pesadas. Tudo isso ajuda na imersão, claro, todavia, quando tal repetição é exigida, essas escolhas passam a atrapalhar. O jogador se vê constantemente refém do ritmo que a Rockstar impõe.
A Santa Monica segue um caminho quase oposto. Seus trabalhos sempre foram reconhecidos pela precisão e pela diversão crua que a jogabilidade oferece. A série God of War foi uma das grandes responsáveis por popularizar o gênero hack and slash, transformando as Lâminas do Caos em uma das armas mais icônicas, poderosas e satisfatórias da história dos videogames. É justamente por isso que a reinvenção de 2018 impressiona ainda mais. À primeira vista, tudo parece diferente. A câmera agora está posicionada sobre os ombros de Kratos, o ritmo parece mais contido, o espetáculo de combos foi substituído por confrontos mais cadenciados, porém, a brutalidade permanece, a resposta dos controles é afiada e o peso de cada golpe é sentido.
A troca de arma principal poderia ter sido um desastre, pois substituir as Lâminas do Caos parecia impossível, no entanto, o Machado Leviatã responde a qualquer dúvida em questão de minutos. A sensação de lançá-lo e puxá-lo de volta, o som, o impacto, a resposta do controle, tudo comunica excelência em design.
Ao lado disso, o auxílio de Atreus nos combates adiciona camadas táticas que só crescem com o tempo. É uma reinvenção que honra o passado sem ficar presa a ele. A Santa Monica construiu algo novo sobre fundamentos antigos, e o que sempre definiu a franquia, sua jogabilidade, permanece como um pilar inabalável.
Vencedor: God of War
Trilha sonora
God of War sempre teve a música como parte vital de sua identidade. Desde sua primeira entrada, a trilha sonora acompanhava a brutalidade e a grandiosidade das ações de Kratos com orquestrações pesadas e dramáticas, contudo, quando a saga mudou de mitologia, o som precisou mudar junto. Bear McCreary, ao assumir a responsabilidade de reinventar a sonoridade da franquia, trocou o peso agressivo da era grega por uma trilha mais densa, emotiva e contemplativa, sem perder a sensação de escala épica.
Durante o anúncio na E3 de 2016, o público ouviu a nova música de Kratos antes mesmo de ver o jogo. A orquestra ao vivo apresentou o inédito tema do Deus da Guerra, um tema que soava como renascimento. McCreary compôs uma trilha que acompanha o tom mais pessoal e introspectivo da nova fase, e é com Memories of Mother que ele entrega sua obra-prima. É uma faixa que sintetiza a jornada de Kratos e Atreus com beleza e força emocional raras. É épica, vulnerável, comovente e memorável.
Red Dead Redemption 2, por outro lado, usa a música de forma diferente. A trilha orquestrada existe e é competente, no entanto, são as faixas cantadas que marcam. São momentos pontuais, cuidadosamente escolhidos, que ganham peso com músicas originais compostas e interpretadas por nomes como D’Angelo, Daniel Lanois e Rhiannon Giddens. Não são apenas canções bonitas, são inserções cirúrgicas que carregam carga dramática e narrativa.
A mais marcante delas, That’s The Way It Is, toca em um dos momentos de maior impacto emocional do jogo. É quando tudo converge. A música, a história, o caminho de Arthur, a paisagem, o sentimento do jogador, tudo se une em uma sequência que define a jornada inteira.
Em God of War, a música embala a jornada com consistência e evolução. Em Red Dead Redemption 2, ela aparece quando mais importa. O impacto pontual das músicas em RDR2, e como elas elevam os momentos mais importantes do jogo, tornam a experiência sonora mais memorável.
Vencedor: Red Dead Redemption 2
Direção
Red Dead Redemption 2 carrega a assinatura clássica da Rockstar: cinematografia impecável, ambientação minuciosa e um controle absoluto sobre o tom de cada cena. As missões são impactantes e bem construídas, com transições suaves entre gameplay e narrativa. Porém, é uma excelência já esperada da desenvolvedora. A direção aqui mantém o padrão elevado da Rockstar, mas não o ultrapassa. A fórmula permanece segura: a maioria das missões ainda termina em tiroteios, e o desafio está mais em orquestrar a grandiosidade técnica do mundo do que reinventar sua linguagem.
God of War, por outro lado, teve na direção o seu maior risco, e talvez sua maior vitória. A reimaginação de Kratos exigiu decisões ousadas, e Cory Barlog liderou essa transformação com uma proposta que mudou tudo: câmera no ombro, narrativa ininterrupta, combate mais cadenciado e emocionalmente engajado. A escolha de não haver cortes de câmera em nenhum momento não foi apenas estética, foi uma decisão que moldou toda a experiência, do gameplay às cutscenes. Um feito que exigiu coragem, visão e domínio total do meio.
Vencedor: God of War
Mundo
Colocar qualquer jogo em uma disputa direta com a Rockstar na categoria criação de mundo parece, à primeira vista, uma loucura. Poucos estúdios na indústria dos games têm o mesmo domínio sobre a construção de mundos vivos, coesos e densos. Red Dead Redemption 2 é a prova máxima disso. Ainda assim, existe um argumento legítimo de que God of War também se superou nesse aspecto.Levar um personagem como Kratos, enraizado na mitologia grega, para um novo panteão, a mitologia nórdica, exigiu muito mais do que apenas trocar cenários. A Santa Monica precisou reconstruir o mundo ao redor de Kratos do zero, com credibilidade, densidade e coerência narrativa. E fez isso com maestria.
Os Nove Reinos ganharam vida com detalhes, mitos, histórias e ambientações que transformaram o cenário em parte ativa da narrativa. A própria ignorância de Kratos sobre esse novo mundo é usada como recurso: Atreus e Mimir servem como guias, contextualizando o jogador a todo momento sem tornar o processo expositivo ou forçado. É um mundo menor, meticulosamente detalhado e tematicamente bem explorado.
Ambos os jogos partiram de mundos com vasta bagagem cultural, o faroeste e a mitologia nórdica são fontes quase infinitas de inspiração. A diferença é o que cada um fez com essa matéria-prima.
E nesse quesito, como competir com a Rockstar?
Mesmo revisitando o Velho Oeste, e até reaproveitando alguns cenários do primeiro jogo, Red Dead Redemption 2 levou a construção de mundo a um nível que ninguém mais alcançou, e talvez só a própria Rockstar possa superar no futuro.
Cada local tem história, cada personagem parece ter uma vida que se estende além da presença do jogador. Há uma sensação de realismo e organicidade que poucos jogos sequer tentam alcançar. Entrar nos pântanos à noite é experimentar o terror da natureza selvagem. Subir uma montanha e ver o tempo se fechar é testemunhar a beleza do imprevisível.
Sim, a Rockstar tem recursos quase infinitos, porém, se chegou a esse ponto, é porque os conquistou, e sabe usá-los melhor do que ninguém.
Vencedor: Red Dead Redemption 2
Personagens
God of War deixou para trás o Olimpo e trouxe um novo panteão tão rico quanto. A transição para a mitologia nórdica abriu espaço para uma leva de personagens complexos e bem construídos, algo que a série nunca havia priorizado com tanta ênfase. Freya é uma aliada trágica, marcada por perdas que ecoam na própria jornada de Kratos. Brok e Sindri trazem humor e humanidade ao universo frio que o jogo apresenta. Já as Valquírias, inimigas opcionais, possuem design e personalidades únicas que transformam cada embate em uma experiência memorável.
O destaque vai para Baldur, um antagonista poderoso, ferido e opera como o espelho distorcido do protagonista, dois homens moldados pela dor, presos a traumas que não conseguem abandonar. Enquanto um busca redenção, o outro é consumido pela impossibilidade de perdoar.
Do outro lado, Red Dead Redemption 2 entrega um dos elencos mais ricos já vistos em jogos. A gangue de Dutch não é apenas um pano de fundo: é o coração pulsante do jogo. Cada personagem, dos centrais aos secundários, têm voz, presença e papel claro na narrativa.
Vemos a queda gradual de Dutch, o amadurecimento de John Marston, a evolução de Sadie Adler como uma das figuras mais marcantes da trama. Micah, irritante e manipulador, é detestável da forma certa, enquanto Lenny, Hosea, Charles e tantos outros poderiam facilmente sustentar histórias próprias.
Enquanto God of War impressiona pela reinvenção emocional dos seus personagens, Red Dead Redemption 2 cria um ecossistema humano completo, onde cada figura vive e respira por si só. A variedade, densidade e qualidade das interações colocam esse elenco entre os melhores da história dos videogames.
Vencedor: Red Dead Redemption 2
Impacto na indústria
Todo lançamento da Rockstar carrega um peso que poucas empresas conseguem suportar. Quando Red Dead Redemption 2 chegou, a grande repercussão foi imediata: recordes de vendas, recepção crítica absurda, discussões intermináveis sobre realismo, narrativa e construção de mundo. A Rockstar mais uma vez havia elevado o nível técnico e artístico da indústria.
A verdade é que RDR2 cumpriu exatamente o que se esperava de um jogo da Rockstar. Ele empurrou os limites da mídia dentro de um padrão já estabelecido pelo próprio estúdio. Era a excelência habitual. A indústria já sabia como se comportar diante disso. O impacto foi gigantesco, e de certa forma, previsível.
God of War, por outro lado, surpreendeu. E é aí que está sua força. Não era só um reboot, era uma reinvenção corajosa de uma franquia com DNA antigo. Kratos poderia facilmente ter virado um personagem ultrapassado, preso ao passado. O que a Santa Monica fez foi transformá-lo num novo ícone, emocional e complexo, sem apagar o que ele foi antes.
Esse movimento teve efeito imediato no mercado. O sucesso de God of War mostrou que lendas podem ser reconstruídas, que franquias envelhecidas podem ganhar nova vida com coragem criativa, e que o público está aberto a ver ídolos de uma forma diferente.
Enquanto a Rockstar reafirmou seu domínio, a Santa Monica inspirou mudanças. E foi justamente esse inesperado choque que levou God of War a conquistar os prêmios mais importantes naquele ano. Porque não foi só um sucesso, foi um marco.
Vencedor: God of War
Narrativa
Como comparar duas narrativas que são contadas de formas tão diferentes? Para isso, vamos adotar um recorte: o desenvolvimento temático e como ele é apresentado ao jogador ao longo da experiência.
God of War começa com um rosto familiar em uma nova luz. Para quem jogou os títulos anteriores, ver o antigo deus da guerra transformado é quase surreal. O guerreiro impulsivo e violento dá lugar a uma figura mais contida, marcada pelas perdas e pelo tempo. Agora, ele é um homem tentando criar um filho e lidar com os próprios pecados.
A trama central parece simples: levar as cinzas da mãe de Atreus ao ponto mais alto dos nove reinos, porém, o caminho até lá é tudo menos direto. A jornada é cercada por mistérios - como Kratos chegou à mitologia nórdica, quem era Faye de verdade, e o que Atreus realmente representa. Ao longo do percurso, surgem aliados inesperados, inimigos poderosos e revelações que dão profundidade emocional à história.
O tema que move tudo isso é a paternidade. Em outros tempos, esse laço foi o que arruinou Kratos, ele matou sua filha Calliope sob a influência de Ares. Agora, é esse mesmo laço que pode salvá-lo. A relação com Atreus não é só um arco narrativo: é o centro de tudo. A redenção do Fantasma de Esparta passa pela convivência, pelo aprendizado mútuo, pelas falhas e correções que surgem entre pai e filho.
God of War usa todos os recursos à sua disposição, combates, exploração, conversas, trilha e encenação, para reforçar o que quer dizer. E o que quer dizer é simples: esta é uma história sobre reconexão, culpa, perdão e legado. Uma história sobre caminhar com o passado, tentando fazer algo melhor no presente.
Arthur Morgan começa como o braço direito de Dutch Van der Linde, líder de uma gangue foragida. Ele é leal, duro e experiente, alguém que acredita no código de sua gangue e na necessidade de manter o estilo de vida que o moldou. Ao longo da jornada, cada decisão, cada traição, cada falha de Dutch coloca essa lealdade à prova. O mundo está mudando e Arthur precisa decidir quem ele quer ser quando tudo ao redor deixar de fazer sentido.
Se o dinheiro e os assaltos são o objetivo declarado do grupo, para Arthur tudo isso passa a representar algo mais profundo: a tentativa desesperada de manter vivo um modo de vida que ele já começa a entender como condenado. Ele não luta só contra os federais, os caçadores de recompensa ou os civis armados, ele luta contra o tempo, contra a inevitabilidade da mudança, contra a culpa e contra si mesmo.
Esse conflito interno é onde Red Dead Redemption 2 brilha. A história não é apenas contada para o jogador, ela se desenvolve junto com ele. As escolhas morais, as ações tomadas ao longo do jogo, influenciam diretamente como Arthur é lembrado e como ele se enxerga. De criminoso violento, ele pode se transformar num homem honrado, em busca de redenção.
Em uma das cenas mais reveladoras, Arthur se abre com a Irmã Calderón. Ele não fala mais como um fora da lei em conflito com o mundo, mas como um homem confrontando seus próprios fantasmas. Ele não teme mais a mudança, teme não ter vivido o suficiente para mudar. Não ter sido o homem que deveria. Não ter vivido mais com seu grande amor. É nesse momento de vulnerabilidade que o jogo para de contar a história sobre o fim de uma era, e sim, sobre o que fazemos com o tempo que ainda nos resta.
Ambas as narrativas são densas, emocionais e ambiciosas, entretanto, nenhuma é perfeita. Tanto God of War quanto Red Dead Redemption 2 incluem desvios, seja a passagem por Guarma, no jogo da Rockstar, ou a sequência em Helheim, na jornada de Kratos, que não atingem o mesmo nível de impacto ou coesão do restante da campanha. Ainda assim, esses trechos não diminuem o brilho da experiência como um todo.
A comparação, no entanto, levanta dilemas interessantes: até que ponto o peso de uma franquia anterior fortalece ou limita uma nova narrativa? Em God of War, boa parte da força emocional vem do contraste entre o Kratos de agora e o deus sanguinário que conhecemos em títulos anteriores. Há uma carga histórica que enriquece a experiência, contudo, exige conhecimento prévio para que certos momentos ressoem completamente.
Já Red Dead Redemption 2 carrega o fardo inverso: por ser um prequel, a narrativa do primeiro jogo revela desde o início que o fim de sua jornada já está escrito. Isso, à primeira vista, poderia esvaziar o impacto da narrativa, porém, o que acontece é o oposto. O peso da inevitabilidade só torna os momentos finais mais duros, mais reais. O jogador sabe o que vai acontecer, mas isso não o impede de tentar mudar o caminho, mesmo que inconscientemente.
Em termos de estrutura, God of War é mais contido. É a história de uma relação, contada de forma íntima, direta, com arcos definidos. Red Dead Redemption 2 é uma história extensa, repleta de personagens, construída lentamente ao longo de dezenas de horas.
Colocados lado a lado, e respeitando o escopo desta análise, a história de Red Dead Redemption 2 entrega um impacto mais profundo. Ser refém da cadência imposta pela Rockstar amplifica o peso dos momentos finais. Ao fim da jornada, God of War oferece a sensação de evolução. Red Dead, a de despedida, uma dor mais amarga e mais marcante.
Vencedor: Red Dead Redemption 2
Resultados
- Jogabilidade: God of War
- Trilha sonora: Red Dead Redemption 2
- Direção: God of War
- Mundo: Red Dead Redemption 2
- Personagens: Red Dead Redemption 2
- Impacto na indústria: God of War
- Narrativa: Red Dead Redemption 2
God of War — 3
Red Dead Redemption 2 — 4
Considerações finais
God of War é uma aula de reinvenção, uma demonstração de coragem criativa e execução impecável. Reergueu uma franquia consagrada e deu a ela uma nova alma, mais humana, mais densa. O impacto foi imediato e merecido. Contudo, Red Dead Redemption 2 é sobre o impacto que cresce com o tempo. Um jogo que parece maior a cada lembrança, a cada novo olhar.
Foi uma batalha de estilos, ritmos e intenções. Um jogo nos leva a olhar para dentro, o outro nos convida a viver dentro dele. Hoje, por poucos pontos, Red Dead Redemption 2 leva o troféu, mas em 2018, os jogadores foram os verdadeiros vencedores.
Revisão: Thomaz Farias


















