Meus jogos favoritos de 2018 — Ivanir Ignacchitti

Os redatores do GameBlast falam sobre os títulos que mais curtiram entre os lançamentos deste ano.


Como em 2016, este ano também joguei poucos lançamentos. Desta vez, no entanto, tive um pouco mais de contato com os novos jogos principalmente devido às análises que fiz no Blast. Independente de não ter jogado os grandes nomes deste ano como God of War, Red Dead Redemption 2, Spider-Man e outros, acho os jogos abaixo sensacionais e queria mencioná-los.

Deltarune (PC)


O que dizer sobre essa “demo”? Eu gostei muito de Undertale (Multi), mas jogar Deltarune me deixou ainda mais encantado. Eu não quero dizer muito sobre a história já que seria difícil não oferecer spoilers, mas é fascinante ter contato com os novos personagens da obra de Toby Fox, em especial graças à dinâmica da equipe principal. A trilha sonora é fantástica também e não consigo parar de escutá-la. Se já me desmanchei em lágrimas jogando a demo e considero ela sem exageros um dos meus jogos favoritos de todos os tempos, acho que nem preciso dizer o quanto estou na expectativa pela versão completa.

Muv-Luv (PC/PS Vita)


Este foi um ano em que joguei muitas visual novels. Muv-Luv é uma obra que conhecia de nome há algum tempo por ser considerada clássica do gênero. Fiquei surpreso por gostar muito das personagens e do enredo, em especial, da primeira metade da história. Devido à idade da obra (originalmente lançada no Japão em 2003), esperava que alguns de seus elementos poderiam me parecer demasiadamente ultrapassados, mas não foi o caso. As construções de personagens e seus dramas valem muito a pena.

Psychedelica of the Black Butterfly (PC/PS Vita)


Outra visual novel que está no topo da minha lista este ano, Psychedelica of the Black Butterfly é um otome game desenvolvido por uma parceria entre a Idea Factory e a Sting (minha desenvolvedora favorita, diga-se de passagem). Além de contar com um mistério muito bem conduzido e uma atmosfera sombria bastante eficaz, a obra tem um gameplay bastante interessante, apresentando um minigame de atirar em borboletas com a tela de toque para obter pontos. Esses pontos então desbloqueiam histórias adicionais que são necessárias para avançar o enredo, mas também permitem ao jogador escolher os trechos que mais lhe interessam primeiro. Dessa forma, é possível desvendar mais rápido alguns elementos do mistério ou aproveitar o tempo com determinados personagens. Recentemente o jogo também foi lançado no PC, mas quando joguei era exclusivo do PS Vita e o título combina muito bem com o portátil.

Psychedelica of the Ashen Hawk (PS Vita)


Para concluir a seção visual novel da minha lista, temos Psychedelica of the Ashen Hawk, uma sequência espiritual de Black Butterfly que também foi lançada este ano. Surpreendentemente, as obras são muito diferentes. Enquanto o jogo anterior tem um tom mais sombrio, Ashen Hawk utiliza uma ambientação medieval para construir uma experiência muito particular. É uma obra sobre o cotidiano de uma jovem garota forçada a se vestir como homem para sobreviver à perseguição da lendária bruxa de olhos vermelhos. A história se passa no vilarejo onde ela nasceu e foi criada, um lugar vivo, cheio de pessoas que, apesar do frio incessante, preenchem aquele mundo de calor humano. E ao mesmo tempo os mistérios e lendas locais ameaçam a qualquer momento quebrar a paz e o aconchego oferecidos pela cidade. Certamente uma experiência que vale muito a pena para qualquer fã de visual novels.

Super Smash Bros. Ultimate (Switch)


Para mim, acho que este é o elemento mais surpreendente da lista. Devo confessar que minhas experiências anteriores com Smash sempre me fizeram dizer que não gostava da série. Não é a maior heresia que cometo sendo fã da Nintendo, mas com certeza está entre as maiores. Então fiquei muito surpreso quando um amigo meu me convidou para ir a um campeonato de Smash Ultimate e o resultado foi a melhor experiência multiplayer que já tive. Claro, não participei do campeonato, apenas joguei casualmente com algumas pessoas que estavam no evento. Então depois de um tempo, a gente endoidou e ao invés das partidas 1x1, estávamos fazendo partidas com 4, 6, 8 pessoas. Sem contar outras regras alternativas, tipo deixar as porcentagens invisíveis e colocar o máximo de itens possíveis em campo. Apesar de eu não ter vencido sequer uma vez, foi muito prazeroso. Fiquei com vontade de comprar o Smash agora.

Death Mark (Multi)


Desde que joguei Corpse Party (Multi) em 2011, me tornei fã de jogos de terror. Ainda tenho muitos jogos do gênero para experimentar, joguei alguns dos Silent Hill (do 1 ao 3) e as sequências de Corpse Party, mas diria que ainda tenho pouca experiência. Apesar disso, imagino que não seja comum um jogo como Death Mark. Ele se assemelha a um dungeon RPG em alguns aspectos, o que é bastante adequado, considerando que sua desenvolvedora é a Experience (Demon Gaze, Ray Gigant). Conforme o jogador explora as áreas (estilo explorar dungeons) e procura por itens (em formato point-and-click), encontra situações mortais que demandam escolhas rápidas e corretas. Ao final de cada capítulo, o jogador precisa enfrentar um espírito diferente e conseguir utilizar e combinar os itens obtidos ao longo da exploração é fundamental não apenas para sobreviver, mas também para determinar se o jogador sofrerá algum tipo de retaliação ou não. Apesar de alguns pequenos problemas de execução, o experimento de combinar esses estilos diferentes de gameplay tem um resultado bastante positivo.

Digimon Story: Cyber Sleuth - Hacker’s Memory (PS4/PS Vita)


Quem me conhece sabe o quanto eu sou fã da franquia Digimon. É nível obsessão mesmo. Então quando saiu Hacker’s Memory, sequência de Cyber Sleuth (que na verdade se passa ao mesmo tempo do jogo original), era carta marcada para eu jogar este ano. E, como esperado, já que eles reaproveitaram muito do jogo anterior, é uma experiência muito boa para os fãs, mas um tanto redundante. O jogo mantém os mesmos erros de Cyber Sleuth (sistema de fazenda pior do que os jogos de DS, ambientes com a mesma aparência, diálogos desnecessariamente longos, quests pouco estimulantes), mas oferece mais habilidades de hacking (como “Aceleração” para andar mais rápido nas dungeons), interessantes Domination Battles (que poderiam ser mais recompensadoras, mas são divertidas por suas demandas estratégicas) e uma história um pouco melhor conduzida do que a do jogo anterior. Pode parecer que eu reclamei mais do que falei bem do jogo, mas eu realmente curti e devo continuar jogando por um bom tempo (talvez até Digimon Survive sair ano que vem).

Labyrinth of Refrain: Coven of Dusk (Multi)


Eu odeio Labyrinth of Refrain. É um jogo com péssimo senso de ritmo, cheio de tutoriais mal implementados, punitivo de forma grotesca com base em um elemento de sorte, faz piadas de mal gosto com elementos extremamente sérios como estupro, etc. E ainda assim, apesar de tudo isso, é um RPG extremamente viciante, que oferece uma sensação muito recompensadora conforme o jogador se torna mais forte e consegue progresso em suas áreas labirínticas. Eu odeio este jogo por ser muito mais viciante do que ele tem o direito de ser e me fazer sentir que seria injusto não colocá-lo na minha lista de favoritos apesar de todos os seus defeitos.

Menções honrosas e expectativas para 2019


Entre os outros jogos que tive contato este ano, gostaria de destacar também Detective Pikachu (3DS), The Longest Five Minutes (Multi), Penny-Punching Princess (PS Vita/Switch), e Zwei: The Arges Adventure (PC). Apesar de terem me divertido bastante este ano, esses jogos se mostraram menos interessantes do que os da lista.

E 2018 teve outras coisas interessantes também que devo jogar quando possível. Além dos excelentes títulos presentes nas listas de meus colegas, como acabo de comprar um Switch é provável que eu aproveite alguns dos jogos que saíram para ele quando eu tomar um fôlego de The Legend of Zelda: Breath of the Wild (Switch/Wii U), que tem ocupado todo o meu tempo com o videogame. Dos lançamentos deste ano que tenho em vista, gostaria de destacar um jogo super aleatório que me chamou muito a atenção: Gal Metal (Switch).


Esse jogo exclusivo do videogame da Nintendo é um título um tanto exótico e acho que poucas pessoas prestaram atenção nele. Ao contrário do usual de jogos de ritmo, Gal Metal pretende dar mais liberdade ao jogador na hora de montar seus combos e tocar as músicas. Com uma experiência mais freestyle, é possível investir em uma forma própria de tocar e aperfeiçoar esse estilo para obter pontuações maiores. Isso sem contar que o jogo tem uma história bizarra sobre uma banda de garotas que precisa derrotar alienígenas com música. É curiosamente o jogo que mais quero atualmente da lista crescente de títulos interessantes do Switch.

E 2019 já tem muita coisa para ficar de olho também. Pessoalmente destaco Kingdom Hearts III (PS4/XBO), Digimon Survive (Multi), o remake de Resident Evil 2 (Multi), Sekiro: Shadows Die Twice (Multi), Left Alive (PC/PS4), Zanki Zero (PC/PS4), Judgment (PS4), Dragon: Marked for Death (Switch), The Liar Princess and the Blind Prince (PS4/Switch), Atelier Lulua: The Scion of Arland (Multi) e YU-NO (PC/PS4).

E você, considera essa lista muito estranha? Algum dos jogos acima é um dos seus favoritos do ano também? Gostaria de recomendar um jogo em particular lançado este ano que você acha que foi pouco falado? Deixe um comentário e eu prometo dar uma olhada em quaisquer sugestões em 2019.

Revisão: Link Beoulve

é formado em Comunicação Social pela UFMG e costumava trabalhar numa equipe de desenvolvimento de jogos. Obcecado por jogos japoneses, é raro que ele não tenha em mãos um videogame portátil, sua principal paixão desde a infância.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


Disqus
Facebook
Google