Meus jogos favoritos de 2018 — Gilson Peres

Os redatores do GameBlast falam sobre os títulos que mais curtiram entre os lançamentos deste ano.

A cada ano que passa podemos notar que a indústria de videogames que tanto amamos consegue romper barreiras e se reinventar de diversas formas. Saindo de um ano incrível com pérolas como Horizon: New Dawn (PS4) e The Legend of Zelda: Breath of the Wild (Wii U/Switch), chegamos em 2018 sem conseguir prever muito bem o que seria dos nossos jogos favoritos em meio a tantas promessas. Pois bem, eis que cá estamos no meio de dezembro e posso dizer com firmeza que este ano foi incrível para o mundo dos games.


Como já é costume aqui no GameBlast, vamos seguir o Flávio A. Priori e continuar nossa lista dos melhores jogos do ano para cada redator. Isso, é claro, com o intuito de passar para vocês, leitores, uma variedade maior de títulos que podem ser uma boa pedida para visitar. Mesmo que alguns jogos se repitam nas listas e até pareçam meio óbvios de estarem por aqui, outros podem ser gratas surpresas que ninguém imaginava que entrariam em um ranque dos melhores do ano. Por isso, vamos à lista!


10- The Elder Scrolls Online: Murkmire (Multi)

Para os fãs ávidos da franquia The Elder Scrolls, o ano foi muito bom. Primeiramente tivemos o tão aguardado anúncio oficial de que The Elder Scrolls VI está em produção. Além disso, foi um ano robusto de atualizações e expansões no MMORPG The Elder Scrolls Online (Multi). Mesmo que Summerset tenha sido o capítulo de expansão da vez e Wolfhunter tenha reformulado bastante as mecânicas dos Lobisomens, foi o recente Murkmire que mais me atraiu esse na franquia esse ano.

Apresentando um território inédito na franquia, a terra natal dos Argonianos (que inclusive são um das minhas raças favoritas desde The Elder Scrolls IV: Oblivion), o pacote de DLC trouxe uma sequência de missões bem distintas do que havíamos visto até então em ESO. Além disso, o terreno pantanoso de Murkmire é o cenário deste tipo de bioma mais cativante e belo que eu já vi no mundo dos games. A soma perfeita entre mistério e convite à exploração. Por garantir mais de uma dezena de horas a mais com o meu Argoniano, o décimo lugar dessa lista é dele.


9- Jurassic World Evolution (Multi)

Esse ano também foi o ano dos dinossauros. Jurassic World: Reino Ameaçado estreou nos cinemas e eu, como fã de carteirinha da franquia, curti consideravelmente. Quase que simultaneamente à estreia do filme, recebemos também Jurassic World Evolution (Multi), um game de estratégia que nos coloca no papel de administrar um parque dos dinossauros, com todos os desafios e perigos que a função possa sugerir.

Com um visual absolutamente fantástico, missões cativantes e um ritmo de jogo que te deixa preso no gameplay por mais de uma dezena de horas tranquilamente, o título é um excelente jogo de estratégia e gestão, além de ser de longe um dos melhores jogos da franquia até hoje. Como cereja do bolo, temos todos os dubladores originais dos filmes encarnando alguns de seus papéis no game. O destaque fica para o icônico Ian Malcolm, que tem em sua dublagem carisma e nostalgia combinadas. Além disso, até hoje o game recebe atualizações com novos dinossauros, missões e DLCs.


8- Monster Hunter World (Multi)

A Capcom cumpriu sua promessa de elevar a qualidade da franquia Monster Hunter aos grandiosos AAA em 2018. Monster Hunter World (Multi) foi uma incrível estreia da franquia de monstros na nova geração de consoles e também um retorno glorioso ao PC. Com um novo território mais puxado para o mundo aberto, novas criaturas, mecânicas reformuladas e um visual de primeira, o título não foi só um dos meus favoritos desse ano, como também foi um dos indicados a Game of the Year e o vencedor do prêmio de Melhor jogo de RPG de 2018.

O jogo realmente é tudo isso. Com horas e horas de missões, seu maior trunfo são seus combates. Caçar as gigantescas criaturas da franquia nunca foi tão prazeroso e fluido como em World. Infelizmente faltaram alguns icônes recentes da franquia na coletânea de monstros, mas com a expansão gigantesca anunciada essa semana pela Capcom, é possível que algumas caras conhecidas de outros jogos voltem, assim como foi o caso de Deviljho.


7- Spyro Reignited Trilogy (PS4/XBO)

Depois de Crash receber um remake de primeiríssima qualidade em 2017, a Activision e a Toys for Bob não iriam para, não é mesmo? Esse ano foi a vez do icônico dragãozinho Spyro retornar em suas três primeiras aventuras totalmente refeitas em um visual fantástico para a nova geração. Spyro Reignited Trilogy (PS4/XBO) agrada bastante ao trazer um equilíbrio invejável entre atualizações necessárias e respeito à obra original.

Passando longe de ser uma simples remasterização dos games de PS1, a nova trilogia tem os controles do dragãozinho mais afiados, dublagem em português brasileiro de primeira, trilha sonora toda refeita e de excelente qualidade, além da coletânea incrível que os três jogos tem em conteúdo. Mesmo que não seja o melhor jogo do ano para mim, ele, sem dúvidas, é o melhor remake.


6- Pixel Ripped 1989 (PC/PSVR)

Claro que Celeste (Multi) merece todas as honrarias como um game independente brasileiro de excelente qualidade que inclusive recebeu o prêmio de melhor Indie Game de 2018 e ainda foi indicado aos melhores jogos do ano no The Game Awards. Entretanto, resolvi colocar outro jogo independente brasileiro na minha lista dos melhores de 2018. Pixel Ripped 1989 (PC/PSVR) consegue algumas façanhas invejáveis nos jogos, além de ser um título de realidade virtual muito bom.

A primeira de suas façanhas é conseguir adaptar alguns conceitos da pixel art para a realidade virtual. Além disso, temos também o efeito incrível de “jogar um jogo dentro de um jogo”, pois, no título, nós encarnamos uma garotinha de menos de 10 anos que precisa salvar o mundo de um mago maléfico que fugiu do seu videogame portátil para dominar o mundo real. A forma como os desafios são impostos na jogatina, além das referências aos anos 80 e 90 sensacionais deixam a experiência muito divertida e viciante. Lugar merecido nessa lista.


5- Divinity: Original Sin II - Definitive Edition (PS4/XBO)

Outro dos melhores RPGs de 2018 foi a versão para consoles de Divinity: Original Sin II. A “versão definitiva” da aventura lançada em 2017 traz de volta quase tudo de melhor que os RPGs de mesa possuem, incluindo a liberdade de ação e diálogos complexos e diversificados. Na pele de um personagem próprio ou algum das sugestões que o jogo dá, encarnamos a pele de um prisioneiro que foge de um navio destinado a afundar para começar a descobrir sua jornada para se tornar o avatar de um deus.

Toda essa jornada é muito bem detalhada e cheia de nuances, bem no estilo de um RPG de mesa mesmo. Além disso, o destaque do título são os seus combates que, além de se basearem nas regras clássicas de Dungeon & Dragons, permite possibilidades de ação com o terreno de modos inimagináveis, dando ainda mais liberdade criativa para os jogadores. Junte isso a um detalhismo invejável em sua ambientação, a longa duração e a possibilidade de jogar com mais uma pessoa em multiplayer local ou então até em times de quatro pessoas online e temos aí um excelente título para quem gosta de RPGs ao estilo clássico.


4- No Man's Sky Next (Multi)

A redenção da Hello Games chegou no formato de uma robusta atualização que inclusive modificou um pouco o título de No Man’s Sky (PC/PS4). Inaugurando finalmente a versão para XBO do jogo, No Man’s Sky Next (Multi) é a conclusão de uma luta ferrenha que a desenvolvedora independente enfrentou nos últimos dois anos para consertar as inúmeras falhas e promessas vazias feitas no lançamento original do game de exploração espacial, lá em 2016.

O que a primeira vista é apenas uma atualização de algumas mecânicas do jogo, na prática, é quase que uma reformulação completa do título lançado em 2016. Next traz a inclusão da câmera em terceira pessoa, o tão aguardado multiplayer online, uma reestruturação total dos elementos disponibilizados, aumento dos biomas encontrados nos planetas, melhora na interação com personagens não jogáveis, três linhas de missões principais, administração de comércio toda reformulada, melhorias gráficas, aumento da variação de criaturas, e muito, muito mais mesmo. 



Como se não bastasse, o game continua recebendo atualizações após o lançamento de Next, como foi o caso do The Abyss, que incluiu toda uma gama de mecânicas e biomas submarinos e Visions, que melhorou consideravelmente a exploração terrestre nos planetas, com a inclusão de novas estruturas, missões, veículos e até a possibilidade de escavar fósseis a troco de dinheiro. Não é atoa que o jogo foi indicado a Melhor Game Contínuo no The Game Awards 2018.

3- God of War (PS4)

Como essa lista é terminantemente pessoal, me permitir deixar o glorioso jogo que recebeu o título de Game of the Year na terceira posição. God of War (PS4) tinha um grande peso a carregar: a responsabilidade de recomeçar uma franquia que ficou muito conhecida nas duas gerações anteriores, virando uma das principais franquias exclusivas da Sony. Além disso, o risco de dar errado era grande demais, com uma reformulação total no gênero do jogo, mudanças narrativas consideráveis e uma nova mitologia a ser explorada.



Entretanto, surpreendendo até os mais céticos possíveis, God of War superou todas as expectativas ao trazer uma história envolvente e profunda, com uma jogabilidade muito afiada e com desafios na medida. Não faltaram menções a trilogia original de Kratos, mas essas também não serviram de suporte para que o jogo desse certo. Na verdade, a nova jornada de Kratos e seu filho, Atreus, em meio a toda um novo contexto mitológico caminha com as próprias pernas e dá um bom vislumbre do que nos aguarda futuramente.

2- Assassin's Creed Odyssey (Multi)

Falando em redenção, a Ubisoft foi outra que conseguiu se superar em 2018. Isso porque a empresa sofreu várias críticas ao anunciar Assassin’s Creed Odyssey (Multi) apenas um ano após o lançamento de Origins. Entretanto, o resultado foi invejável e garantiu que o título fosse também um dos indicados a melhor jogo do ano no The Game Awards. Com uma jogabilidade que lembra bastante o último capítulo da trilogia de The Witcher, a aventura dos assassinos na Grécia Antiga é envolvente, cheia de ação e muito viciante.



A riqueza do imenso mundo aberto do jogo motiva demais a exploração, junto com a combinação das mecânicas reformuladas de escalagem e o retorno dos navios. Fora isso, a possibilidade de encarnar Kassandra ou Alexios é uma opção muito bem vinda, principalmente com uma personagem feminina tão bem construída e relações com NPCs não sendo baseadas necessariamente no gênero para acontecer. Tudo em Odyssey faz a franquia caminhar muito mais para o RPG do que para a ação ou aventura, o que foi um excelente acréscimo ao título que, até hoje, recebe atualizações tanto gratuitas como pagas, garantindo mais de uma centena de horas de diversão. Por me prender por tanto tempo em sua odisséia, o segundo lugar da lista é merecido para ele.

1- Red Dead Redemption 2 (Multi)

O primeiro lugar dessa lista não poderia ser outro, ao menos não para mim. Red Dead Redemption 2 (Multi) é o resultado de nada menos do que oito anos de desenvolvimento. O jogo, que serve de prelúdio para o título de 2010, constrói uma narrativa impecável com relacionamentos construídos com NPCs de forma tão orgânica que você chega a esquecer que aqueles são personagens fictícios e programados. Não é atoa que o título recebeu quatro prêmios no The Game Awards, incluindo melhor performance, trilha sonora e design de som.



Para além do realismo, visual belíssimo e qualidade narrativa, o que mais me surpreendeu em RDR2 foi a riqueza de detalhes combinada com uma variedade sem igual de mecânicas distintas, todas funcionando num mix que propicia ao jogador uma experiência sem igual no mundo dos games. É tanta coisa que fica até difícil comentar sobre esse jogo em apenas dois parágrafos, mas o que vale a pena ser dito é que o jogo da Rockstar vai além do que víamos até então na indústria dos games, o que justifica esse primeiro lugar na minha lista.

Menções Honrosas

Esse ano foi recheado de coisas boas e, na minha vivência em específico, experimentei muita coisa bacana de outros anos também. Nas menções honrosas posso citar algumas pérolas desse ano que não couberam aqui, como Conan Exiles (Multi), Digimon Story: Cyber Sleuth - Hacker's Memory (PS4/PSVita), Overcooked 2 (Multi), Evasion (PC/PSVR) e Tetris Effect (PS4/PSVR). Além disso, esse foi o ano que estreei minhas experiências no mundo da realidade virtual. Desse modo, não poderia deixar de citar algumas pérolas do PSVR como EVE: Valkyrie (PC/PSVR), Skyrim VR (PC/PSVR) e Resident Evil VII (Multi).



No mais, seguimos com a esperança de que cada ano supere o próximo. Afinal, 2019 pode vir a ter Ghost of Tsushima (PS4), The Last of Us Part II (PS4), Kingdom Hearts 3 (PS4/XBO), Devil May Cry 5 (Multi), uma nova geração de Pokémon e até, quem sabe, Cyberpunk 2077 na coletânea. Então fica difícil não ficar ansioso pelo que está por vir no mundo dos games. Mas com tudo que tivemos esse ano, só podemos esperar por ótimas coisas.

Gilson Peres é Psicólogo e Mestre em Comunicação pela UFJF. Está no Blast desde 2014 e começou sua vida gamer bem cedo no NES. Atualmente divide seu tempo entre games de sobrevivência e a realidade virtual.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


Disqus
Facebook
Google