Meus jogos favoritos de 2018 — Flávio A. Priori

Os redatores do GameBlast falam sobre os títulos que mais curtiram entre os lançamentos deste ano.

Com o fim do ano chegando é hora das tradicionais listas, uma boa oportunidade de revisitarmos algumas coisas que se passaram nesses últimos 12 meses. É tanta coisa acontecendo que às vezes até esquecemos que aquele jogo tão bom que jogamos a tanto tempo foi lançado, na realidade, a uns seis meses atrás. Sempre é válido dar uma parada e olhar o que ficou para trás.




Assim hoje começamos essa série aqui no Blast, com alguns redatores listando seus jogos preferidos lançados em 2018. Na minha lista vocês provavelmente vão sentir falta de alguns grandes nomes e a explicação é simples: não deu para jogar tudo o que queria. Até por ter finalmente pego um PS4 no fim de 2017 aproveitei para tirar da frente muita coisa que estava na minha lista: Nier: Automata, Horizon: Zero Dawn, Yakuza Kiwami, Final Fantasy XV, Bloodborne e The Last Guardian (que ainda estou jogando). só para citar alguns. Aliás, esse negócio jogar os lançamentos do ano anterior está se tornando uma prática rotineira na minha vida.

Deixo aqui uma menção honrosa a God of War. Comecei a jogá-lo a menos de uma semana e não tive tempo suficiente de gameplay para colocá-lo nessa lista. Mas no pouco que joguei já dá para entender o porque esse título mereceu o prêmio de jogo do ano.

Shadow of the Colossus (PS4)

Shadow of the Colossus foi para mim um dos jogos mais importantes na época do PlayStation 2. Assim minha empolgação em revisitar esse mundo no remake lançado para PlayStation 4 foi enorme. Esperava encontrar o mesmo clima do original mas com um visual digno dos grandes lançamentos atuais. Felizmente foi bem isso que aconteceu.

Graficamente o game é magnífico, seja em suas diferentes locações (florestas, desertos, praias, etc), seja nos enormes colossi em suas arenas incríveis. Algumas críticas focam que nesse realismo do remake se perdeu o lado artístico das versões antigas, mais fiel ao planejado por Fumito Ueda, o que é um ponto bastante razoável. É uma experiência gráfica bem diferente, sem dúvida, jogar o original (ou o remaster do PS3) e esse novo.

Mas se por um lado há essa dualidade no quesito gráfico, há uma fidelidade enorme no que diz respeito às mesmas mecânicas, física e aos controles que, mesmo não sendo muito práticos, podem ser mantidos como eram no PS2. Assim como o anterior — que ainda vale ser apreciado — esse remake é um daqueles títulos obrigatórios em qualquer coleção.


Shadow of the Tomb Raider (Multi)

O terceiro game da nova Lara Croft pode ter ficado um pouco na sombra dos grandes lançamentos deste fim de ano, mas ainda assim é um game muito bem feito e que traz uma ótima experiência de gameplay.

Shadow of Tomb Raider é um produto bastante “redondo” tecnicamente, bem polido e refinado, muito gostoso de jogar, com bons controles e puzzles bem desafiadores no geral. Minha maior crítica ao jogo é na forma que sua história é conduzida mas, fechando a conta, é um game que tem mais pontos positivos do que negativos.


BlazBlue Cross Tag Battle (Multi)

Assumo aqui que meu contato com BlazBlue até este ano foi praticamente nulo e a única coisa que eu esperava da Arc System Works para 2018 era Dragon Ball FighterZ. Mas tive uma feliz surpresa ao testar Blazblue: Cross Tag Battle.

O sistema de batalha com só quatro botões ajuda pessoas com menos habilidade como eu a rapidamente pegarem os movimentos básicos e executarem alguns combos que, se não os mais efetivos, ao menos são visualmente chamativos. O jogo ainda continua com suas camadas de complexidade para aqueles que dedicaram tempo para lutar em alto nível, mas mesmo em lutas casuais ele já diverte bastante, com seus golpes repletos de efeito e personagens para lá de estilosos.


Detroit: Become Human (PS4)

Primeiro projeto da Quantic Dream para PS4, Detroit: Become Human não é exatamente uma unanimidade entre o público e pessoalmente não chegou a superar Heavy Rain, mas ainda assim é um título para ser observado com atenção.

O forte do jogo é sua diversa rede de opções de ações que determinam os rumos que a trama irá tomar. Seus três protagonistas passam por situações bem diferentes e por mais que o centro da trama seja algo até bastante discutido em outras obras — androides se assumindo como seres vivos — as decisões e conflitos que surgem pelo caminho são interessantes. Tem alguns eventos forçados e outras passagens que soam estranhas mas no final é o suficiente para prender a atenção do jogador até a conclusão.


A Way Out (Multi)

Um dos grandes nomes das convenções de 2017, muito por conta da personalidade forte do seu criador, Joseph Fares. Havia muitas dúvidas em relação ao sistema de jogo exclusivo para duas pessoas e pensado primariamente no cooperativo local, principal propaganda de A Way Out.

Após o lançamento o game realmente se mostrou uma experiência incrível para se jogar de dupla. No meu caso terminei o game em apenas um dia junto com minha namorada e foi uma aventura muito interessante. A narrativa dos dois protagonistas é boa e a forma como é contada, com a ação sendo dividida entre os dois jogadores é de uma execução de tirar o chapéu.

Fares prometeu um ótimo “jogo de sofá” e entregou exatamente isso em um título com bons personagens e mecânicas pensadas exatamente para esse fim. Após nos dar o também ótimo Brothers: A Tale of Two Sons, Fares se firma como um dos grande nomes criativos da indústria. Mesmo não gostando muito do Oscar.


Dragon Ball FighterZ (Multi)

Já disse aqui que a única coisa que eu esperava da Arc System Works em 2018 era um bom jogo de luta de Dragon Ball e eles entregaram muito mais do que isso. A desenvolvedora nos mostrou de forma gloriosa como se faz uma bom jogo de luta de uma franquia licenciada.

Dragon Ball FighterZ mostrou que é possível ser tanto um bom jogo de luta como um bom jogo de um anime famoso. As batalhas são insanas e frenéticas, o visual dos golpes é sensacional e a ação não para por um segundo sequer. O Flávio de 12 anos viciado em Dragon Ball Z 2 para SNES estaria dando um mortal invertido se visse FighterZ.

É bem provável que DBf tenha suporte da desenvolvedora por mais alguns anos, o que é ótimo. Mas eu espero mesmo é que esse título abra as portas para mais jogos de anime que sejam, de fato, bons jogos de luta.


Thronebreaker: The Witcher Tales (Multi)

Thronebreaker é um ewxemplo do belo trabalho que a CD Projeckt Red tem com suas propriedades. O que deveria ser só um modo campanha de Gwent se tornou um dos melhores adventures/RPGs de estratégia do ano. Profundo e ao mesmo tempo acessível para aqueles que nunca jogaram o game de cartas ou não acompanharam as aventuras de Geralt de Rívia.

Trazendo a rainha Meve como protagonista, em Thronebreaker temos um Gwent reformulado e dinâmico, apropriado para o projeto e que no final das contas nem é o foco do título. O forte do game é sua narrativa, com suas narrações detalhadas e possibilidades de escolhas que impactam diretamente no curso da trama e em seu gameplay, na forma das cartas do baralho.

A campanha de Thronebreaker é enorme, beirando as 30 horas de gameplay e consegue, na maior parte do tempo, se manter firme com seus belos desenhos e vários segredos para serem revelados. Essa mistura de card game com adventure e visual novel se mostrou ótima e gostaria muito de vê-la explorada mais algumas vezes.


Hitman 2 (Multi)

Os dias de trabalho do Agente 47 pareciam estar contados após a separação da IO Interactive com a Square Enix. Felizmente, a série voltou do limbo e essa sequência corrige erros e refina ainda mais a já ótimo reboot de 2016.

Abandonando o formato episódico e sendo vendido como um jogo completo, Hitman 2 traz mapas maiores e mais diversificados, abrindo mais possibilidades para a execução dos alvos. Mesmo no começo do jogo, quando o arsenal ainda é bem limitado, as opções dispostas nos próprios estágios já são bem satisfatórias.

Essa liberdade nos permite tentar as coisas mais inusitadas possíveis para atingir o objetivo. É possível recomeçar capítulos caso as coisas saiam de controle, mas prefiro muito mais seguir em uma jornada só, me adaptando a tudo o que acontecer, principalmente minhas trapalhadas.

Hitman 2 é um dos pontos altos da franquia, se não for o maior, e, de acordo com a história, deve abrir caminho para um terceiro jogo que promete ainda mais.



Revisão: Francisco Camilo


Formado em Game Design, desistente da Matemática Aplicada e atualmente cursando Jornalismo. Ainda aguardo o retorno triufal da Sega, fã de Metal Gear, Dark Souls e várias coisas vindas lá do Japão.
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