É aquela história: estou aqui para pontuar alguns dos meus jogos favoritos de 2025, seguindo a série de posts com as preferências dos redatores do GameBlast. Sem delongas, eis minha lista particular em ordem alfabética e sem uma ordem qualitativa definida — lembrando que sou defensor da ideia de que está tudo bem em ter alguns favoritos, mas também ter a completa noção de que estão muito longe de serem os melhores (e vice-versa).
Assassin’s Creed Shadows
A Ubisoft tinha tanto medo de errar mais fundo com a que hoje é a principal IP deles que é visível quase todo o esforço investido em Assassin’s Creed Shadows. É um jogo muitíssimo sólido que, se atrai qualquer criticismo, é mais por causa do estigma cunhado devido à quantidade de lambança que a empresa andou cometendo nos últimos anos... ou melhor, década?
Naoe e Yasuke são protagonistas cuja interação é uma graça de se acompanhar e o contraste na jogabilidade entre ambos é bastante divertido. O Japão, como retratado, também é deslumbrante, muito mais imersivo e empolgante de se desbravar do que a monótona Grã-Bretanha de Valhalla, por exemplo, ao considerarmos o último jogo de maior escala da série. Se o título carece de uma linha de enredo que se passe nos dias atuais, a minha resposta é: quem liga? Depois de várias tentativas bem ruins após a trilogia original, por que ficar cobrando algo que eles não vão acertar mais?
De resto, está tudo lá. Pena que o fato de o jogo ter ficado abaixo das expectativas — e isso vendendo horrores, para se ter uma ideia do quão fora da realidade devem ter sido as projeções — fez com que o desenvolvimento de atualizações mais robustas (como campanhas maiores de DLC) fossem suspensas, sobrando ao jogador apenas um suporte bem reduzido e de pouco valor agregado, como a constrangedora e pessimamente arquitetada colaboração com Shingeki no Kyojin.
Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii
Eu gosto de histórias envolvendo Yakuza. Gosto da marca Like a Dragon. Gosto de piratas. Gosto do Majima.
Misturado tudo direitinho, achei natural que Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii tenha me agradado e me divertido tanto, mesmo que a própria comunidade goste de pegar no pé por sua alegada irrelevância dentro da série de forma ampla — o que nem é tão verdade assim, já que ele fecha uma das pontas soltas de Infinite Wealth.
É só mais um Gaiden, galera, não tem motivo para tanta amargura. Que tal direcionar essa pilha toda para o desnecessário Yakuza Kiwami 3?
Em um comentário paralelo, a única coisa nele que realmente me chateia um pouco é que eu lembro que a minha gata — também chamada Majima, ressalta-se — começou a ter problemas de saúde e acabou falecendo mais ou menos na mesma época em que eu o joguei. Mas acho que o que fica, ainda assim, é a lembrança positiva, no fim das contas.
Silent Hill F
Falando das experiências realmente mais robustas, creio que Silent Hill F foi a que mais me agradou em 2025. A história é envolvente e, a meu ver, encapsula muito bem o que se espera de um Silent Hill. Como a galera só jogou o segundo game da franquia (e o remake, aparentemente), acham que ele não condiz com a série, cujos lançamentos anteriores eram muito distintos entre si.
Não entendo também a birra com o combate, que é plenamente funcional para um jogo de terror cujo foco é justamente denotar a impotência do personagem controlável — é engraçado que tem RPG de ação por aí que é totalmente voltado para o combate e é louvado exatamente pelo mesmo sistema.
De resto, é uma experiência desconfortavelmente belíssima e traz uma história extraordinária. Um registro sublime do pesadelo que é ser uma mulher em uma sociedade retrógrada como o Japão interiorano dos anos 1960 que aplica seus temas à jogabilidade com singular maestria.
Se ainda restam dúvidas a respeito de seu pedigree, é só recorrer à simplificação dentro do princípio da navalha de occam (que determina que a solução mais simples para uma problemática é a ideal): é situado em uma colina; e essa colina é silenciosa. Logo, é um autêntico Silent Hill.
Story of Seasons: Grand Bazaar
Os últimos dois remakes da marca foram até que decentes, mas ambos apresentavam alguns tropeços substanciais na execução, sendo que A Wonderful Life parece ter ignorado que o ciclo de vida e morte era uma parte importante do mote do jogo, enquanto o Friends of Mineral Town aposta em um visual tosquíssimo de Buddy Poke do Orkut que mais o assemelhava a um shovelware qualquer do Wii do que evocava um mínimo que fosse da atmosfera do original de Game Boy Advance.
Por conta disso, eu não esperava absolutamente nada desse remake, mas não é que ele conseguiu me conquistar rapidinho? Além de ser o jogo mais bonito da IP até a presente data, trouxe personagens carismáticos e conseguiu entender todos os problemas e fraquezas do original do Nintendo DS a fim de minimizá-lo enquanto otimiza suas qualidades — como a própria mecânica do bazar — e atualiza seus sistemas para uma experiência condizente para um ritmo moderno de jogatina.
Embora eu tenha dado uma pausa, Story of Seasons: Grand Bazaar consta como o título mais jogado do ano na minha Steam Replay, e, somando com a retrospectiva do PlayStation, só fica atrás do Assassin’s Creed Shadows em horas investidas. A questão é que, enquanto meu tempo com Naoe e Yasuke, embora proveitoso, já tenha definitivamente se esgotado, eu ainda tenho muito interesse em revisitar minha fazendinha em um futuro próximo.
The Great Villainess: Strategy of Lily
Tentei jogar o Unicorn Overlord no começo de 2025 e achei chatérrimo porque ele parecia acreditar veementemente que atochar o jogo com uma infinidade exagerada de sistemas de microgerenciamento é sinônimo de complexidade tática.
The Great Villainess: Strategy of Lily não chega nem perto na quantidade de mecânicas assim, mas nem por isso deixa de ser um RPG tático realmente desafiador de se lidar (em dificuldades mais elevadas) enquanto traz uma das histórias mais gostosas do ano. Fiquei viciadão enquanto jogava e provavelmente é o meu favorito do ano todo mesmo em relação ao conjunto da obra.
Menções honrosas
Os games a seguir também conseguiram alugar um espaço aconchegante na minha mente, mas dividem o mesmo quartinho, então meus comentários a respeito de cada um serão mais sucintos.
- Bleach: Rebirth of Souls: a movimentação durante as batalhas é um pouco cretina e a exposição da narrativa poderia ser ainda um pouco melhor (embora esteja na média para um jogo padrão de anime), mas é um jogo que faz jus a toda a estileira que a obra de Tite Kubo tem a oferecer, mesmo propondo um sistema de combate um tanto bizarro, ainda que estranhamente funcional. Nem parece ter sido desenvolvido pela Tamsoft.
- Clair Obscur: Expedition 33: é o RPG mais seguro que uma empresa poderia produzir, faz o feijão com arroz do gênero com certa excelência, embora não faça nada que realmente já não tenha sido feito anteriormente (da atmosfera geral que engloba história, visuais e música à jogabilidade prática), o que com certeza o impede de ser toda essa revolução que querem pintar a seu favor. Como ele serve para alfinetar o atual estado de Final Fantasy, consistindo em um bom argumento comparativo para deixar a Square Enix com vergonha (ou seus fãs mais cegos em completa negação), ganhou minha aprovação. Ele é bom sim, só não é tudo isso o que insistem dele, nunca foi, mas é bom.
- Hotel Barcelona: é uma homenagem digníssima aos filmes de horror trasheira e traz uma história muito interessante que vai além de suas referências. O problema central está no SWERY65 e em seu estúdio, o White Owls, que parecem se recusar a entregar uma experiência minimamente polida a nível técnico como uma espécie de filosofia de vida.
- MiSide: como as listas são elaboradas no último mês do ano em um processo comparável a trocar o pneu do carro com ele em movimento, acaba sendo aceita a inclusão de jogos lançados em dezembro do ano anterior. MiSide se encaixa perfeitamente nesse caso, já que chegou no fim de 2024 e só ganhou popularidade no início de 2025, merecendo o meu reconhecimento ao oferecer uma experiência metalinguística rara e genuinamente interessante, em vez de se apoiar apenas em referências fáceis e piadas sobre o ato de jogar videogame.
- Pokémon Legends Z-A: é provavelmente a introdução mais modorrenta que enfrentei em 2025, mas depois que deslanchou, conseguiu ao menos terminar com um saldo positivo, apesar de não gostar muito daquele sistema de batalha chatão em tempo real. Também conseguiu a façanha de me segurar até o fim, com todas as missões concluídas, algo que Scarlet/Violet não chegou nem perto de fazer — embora não seja melhor do que Legends Arceus em quase todos os aspectos possíveis.
Expectativas para 2026
Para o ano que vem, a minha prioridade número 1 é o Romeo is a Dead Man, do Grasshopper Manufacture. Logo embaixo, vem o Fatal Frame II: Crimson Butterfly Remake — meu apego a essa série da Koei meio que justifica também o motivo de eu ter gostado tanto do Silent Hill F, creio.
Em seguida, estou de olho em Etrange Overlord, da NIS America, e do Stranger Than Heaven, do Ryu Ga Gotoku, (isso se esse daí realmente estiver previsto para o ano que vem). Por fim, acho que é a terceira vez que eu boto o Showa American Story nesse meu bolo de expectativas, vamos ver se 2026 é o ano da vez.
O Fire Emblem: Fortune's Weave corre por fora por motivos de: não tenho a intenção de adquirir um Switch 2 tão cedo.
Revisão: Vitor Tibério






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