2025 está se passando, e muita coisa mudou para mim neste ano. Começando de uma forma e terminando num 180° inesperado, uma das mudanças acabou impactando meu tempo com os joguinhos — um emprego CLT 6X1, o pesadelo de todo proletariado.
Ainda assim, mantive firme o foco de não deixar o sistema me afastar do meu hobby favorito. E embora eu não tenha jogado tudo o que gostaria entre os lançamentos do ano, consegui aproveitar o que deu. Foi, sem dúvidas, um dos melhores anos da indústria em quantidade e qualidade de jogos — mesmo com a avalanche de layoffs e o preço de tudo subindo, o que sempre atrapalha a forma como consumimos e apreciamos essa arte.
Então vamos dar uma olhada nos meus jogos favoritos de 2025, no que ainda quero jogar em algum momento, e no meu contato inesperado com um certo console de oito anos atrás.
Dynasty Warriors Origins
Servindo como uma espécie de “novos ares” para a franquia de musou da Koei Tecmo, Dynasty Warriors Origins dá uma boa chacoalhada na fórmula ao focar mais na narrativa e em apenas um protagonista. Ainda assim, a estrutura essencial permanece: a diversão visceral de arremessar centenas de inimigos pelo ar com poucos golpes.
Com diversas armas, uma campanha robusta, ótimos visuais, jogabilidade deliciosa e missões variadas, sinto que este é o caminho certo para a série daqui para frente. Só torço para que o coop de tela dividida e a variedade de personagens retornem em futuros títulos.
Split Fiction
A Hazelight Studios acertou de novo. Split Fiction é absurdo do começo ao fim, reprisando e aprimorando tudo o que It Takes Two fez tão bem. O jogo surpreende o tempo todo com alguma mecânica nova, um detalhe engenhoso ou um ambiente artístico deslumbrante, tudo entregue com polimento exemplar.
Apesar da história genérica e de a premissa das duas escritoras não ser aproveitada ao máximo, gostei bastante da evolução de Mio e Zoe e de como as fases ajudam a contar a narrativa. Para mim, é a experiência cooperativa definitiva de 2025, embora tenha um concorrente inusitado nesse posto.
PEAK
A Aggro Crab, do excelente Another Crab’s Treasure, lançou um hit totalmente inesperado este ano. Adoro esses cooperativos de “runs” — agora chamados de Slop Games — e PEAK é um dos melhores dentro desse nicho. Ainda não joguei com quatro pessoas, mas o desafio de chegar ao pico com apenas dois jogadores já é viciante.
Um ponto que preciso elogiar é que o jogo não é gerado proceduralmente. PEAK recebe uma atualização semanal que altera o level design por completo, permitindo que os jogadores dominem um caminho antes de aprender outro totalmente novo. Uma abordagem simples e genial.
Fatal Fury: City of the Wolves
O tão aguardado retorno de Fatal Fury finalmente chegou. City of the Wolves dá sequência aos eventos de Garou: Mark of the Wolves, enquanto presta inúmeras referências à lore geral da franquia — um deleite para qualquer fã, mesmo com o desfecho um pouco básico do drama envolvendo Rock e Maria.
A jogabilidade é extremamente satisfatória. Realizar combos com o sistema R.E.V. é prazeroso, e o ritmo do jogo possui identidade própria em relação a KOF. Também adoro o estilo visual inspirado em quadrinhos que a SNK adotou, ainda que algumas texturas continuem pedindo ajustes.
E, claro, preciso destacar a homenagem impecável feita a Ken e Chun-Li, pois a SNK tratou os clássicos World Warriors da Capcom com enorme respeito. Pena que os outros dois convidados — Ronaldo e Salvatore — tenham manchado a percepção de parte do público, mas ainda acredito no futuro da lenda dos Lobos Famintos.
Earthion
A cena de jogos novos para Mega Drive está em alta, e é ainda mais fascinante ver um estúdio renomado mergulhando nesse nicho. Earthion, idealizado por Yuzo Koshiro, é um shmup horizontal tradicional, mas extremamente bem polido e divertido no que se propõe.
É impressionante ver o que se consegue extrair de um hardware de 1988 em 2025: efeitos de distorção, simulação de 3D, parallax por todos os lados e outras técnicas que enchem os olhos de qualquer amante de pixel art. Também adorei o sistema de melhorias, que incentiva novas tentativas com os upgrades adquiridos previamente.
Seu único problema é o preço um tanto salgado para um jogo tão curto e old school. Mas em promoção, é diversão garantida.
Date Everything!
Um jogo de namorar objetos definitivamente não estava no meu bingo de 2025, mas Date Everything! abraça essa ideia com surpreendente ousadia. Após ganhar um óculos capaz de “dar vida” a objetos inanimados, cabe ao jogador se relacionar com uma variedade de figuras peculiares, com personalidades, designs e histórias totalmente distintas.
Embora a escrita seja bastante “geração Z” em certos trechos, adorei a maioria dos personagens e suas narrativas. O design criativo e a dublagem de altíssima qualidade tornam difícil não se afeiçoar a pelo menos um deles. Torço para que o jogo receba outros idiomas um dia, especialmente o nosso.
Sonic Racing: CrossWorld
Em um ano excelente para jogos de corrida com mascotes, Sonic Racing: CrossWorld acabou virando o meu favorito. Eu tinha receio de que o jogo ficasse preso à sombra de Team Sonic Racing, mas, com o tempo e investimento adequados, a Sonic Team entregou algo realmente especial.
Muito disso vem das pistas, que são extremamente divertidas. Desde Krono Island e Apotos até as crossworlds como Magma Planet e Holoska, há muito mais acertos do que tropeços nesse aspecto. A apresentação como um todo, com som, visual e vibe arcade, é algo que poucos, como a Sega, conseguem oferecer.
Só gostaria que o preço fosse mais acessível. A Sega parece acreditar que todos os seus produtos são “premium” como os da Nintendo, mas ela ainda não tem esse luxo.
Hades II
O primeiro Hades me consumiu completamente quando foi lançado — dias e dias testando builds, tentando novas runs e explorando seu mundo fascinante. Alguns anos depois, aqui estamos com a primeira continuação da Supergiant com Hades II, e eles se superaram.
Tudo foi elevado: narrativa mais presente, visual ainda mais belo, trilha sonora impressionante, dezenas de sistemas e subsistemas, e muito, muito conteúdo. É um jogo encantador, viciante e recheado de possibilidades.
Hades II também teve um significado especial na minha rotina atual, pois eu não conseguiria dar à jogatina a atenção merecida se não fosse por ele…
Switch e minha paixão por portáteis
Ficar longe do meu amado PC tem sido difícil, mas meu tempo com jogos está muito bem suprido graças a um Switch Lite emprestado por um amigo. Eu já era apaixonado por portáteis; ter contato diário com o Switch só confirmou que faço parte desse público. Ainda sonho com um Steam Deck!
Este ano joguei Bayonetta 2, Super Mario Odyssey, Sonic Frontiers (sim, novamente), Metroid Dread, Sonic Racing: CrossWorlds (junto à versão de PC), Sonic Origins, The Legend of Zelda: Breath of the Wild, Hades II e vários outros. Meu hobby permaneceu vivo por causa disso, e sou grato por vivermos uma era em que experiências tão grandes cabem na palma da mão.
Aguardo ansiosamente para mergulhar em Metroid Prime 4: Beyond no pequeno portátil. Quem sabe no próximo ano ele não aparece aqui.
Menções honrosas
Capcom Fighting Collection 2: uma coletânea no mesmo nível de qualidade das mais recentes da Capcom, reunindo títulos menos populares e os crossovers com a SNK. Um pacote excelente, mesmo carregando aquela desgraça chamada Capcom Fighting Evolution.
Gradius Origins: a Konami está acertando em suas coletâneas também, e esta não fica atrás da Castlevania Dominus Collection. Reunindo as versões arcade de Gradius e Life Force/Salamander, com modo fácil incluso, é a melhor forma de jogar esses clássicos impiedosos atualmente. E ainda acompanha Salamander III, um título totalmente novo!
Mario Kart World: joguei algumas corridas graças ao Switch 2 de um amigo. É exatamente o padrão Nintendo: boas pistas, visual lindo e trilha sonora de emocionar. Pena que a estrutura com as pistas intermissions seja tão mal executada.
2XKO: o jogo de luta de League of Legends ainda não foi lançado, mas teve uma série de testes ao longo do ano, incluindo o atual Acesso Antecipado. Embora meu interesse pelo título tenha caído um pouco, especialmente pelo elenco minúsculo de personagens, ainda é um ótimo jogo.
E vamos para a segunda metade da década...
Infelizmente, não consegui dar atenção a quatro títulos importantes para mim: Clair Obscure: Expedition 33, Shinobi: Art of Vengeance, Dispatch e Metal Gear Solid: Delta permanecem no backlog para serem devidamente experimentados no próximo ano.
Ainda assim, 2026 promete muita coisa boa. Resident Evil Requiem e 007 First Light estão no topo do que já tem data marcada, mas sigo esperando por Tides of Annihilation, Marvel Tōkon: Fighting Souls e Pragmata. Até lá, seguimos celebrando a oitava arte — independente da sua época ou plataforma.
Revisão: Vítor Tibério














