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Zombie Night Terror (PC) mostra o outro lado de uma epidemia zumbi

primeiro projeto da Noclip tem tudo para agradar os fãs de mortos-vivos


Eu não sou nem o primeiro, nem serei o último a dizer isto, mas a verdade é que já faz alguns anos que o mercado está saturado de games com temática zumbi, fato que se agravou ainda mais com a expansão que vem ocorrendo no mercado de jogos independentes. Mesmo assim, ainda existem alguns títulos que conseguem se destacar, seja por ter uma história original, ou por apresentar mecânicas distintas, e é exatamente esse o caso de Zombie Night Terror (PC).


O game é o primeiro projeto criado pela Noclip, trata-se de um jogo side-scrolling de estratégia, no qual você controla um bando de zumbis com o objetivo de disseminar essa praga por todo o mundo.

O outro lado do apocalipse zumbi 

Na história, algo estranho aconteceu e as pessoas estão virando cadáveres ambulantes sanguinários. Mas diferente do que geralmente ocorre em jogos do tipo, você não é um herói nem um sobrevivente, mas sim aquele que está por trás do exército de mortos-vivos. Seu objetivo é espalhar a epidemia e erradicar toda vida humana do planeta. Ora, não há uma maneira melhor de sobreviver ao apocalipse zumbi do que sendo o seu causador.

Os mortos-vivos, entretanto, não são nada inteligentes, ainda mais quando colocados frente a frente com humanos fortemente armados. Então, para cumprir sua missão de exterminar a humanidade, você precisará guiá-los da melhor maneira possível. Felizmente, é possível usar inúmeras mutações especiais para que suas tropas evoluam e saciem sua sede por sangue.

O terror em pixels preto e branco 

Zombie Night Terror possui um estilo gráfico pixelado predominante preto e branco com alguns detalhes em verde e vermelho. Isto pode parecer preguiça ou falta de recursos durante o desenvolvimento, o que pode não ser muito atrativo àqueles que não estão habituados com os jogos indies. O fato, entretanto, é que esse visual é proposital, de modo que as cores não apenas dão um toque retrô ao game, como também colaboram para homenagear as obras nas quais ele é inspirado.

Os homenageados não foram poucos, entre eles destaca-se obviamente George A. Romero, um dos maiores diretores de filmes de terror, principalmente zumbis, mas também há dedicatória às séries de jogos antigos como Tartarugas Ninja e Street of Rage. Essas referências estão presentes principalmente no nome das fases e nos diálogos entre os NPCs.

A conversa entre os personagens são um show a parte. Apesar de simples, são engraçadas e também trazem algumas referências de uma maneira clara, sem tentar esconder nada nas entrelinhas, sendo acessível tanto aos fãs do gênero quanto ao público geral.

O problema é que as referências aparecem com tanta frequência que passam a se tornar banais e previsíveis, praticamente um fan service para os aficionados por mortos-vivos, fazendo com que o recurso se torne tanto uma vantagem quanto uma desvantagem para o jogo, que dependerá do seu tempo de jogatina e do quanto você gosta da temática.

Meu objetivo é a conquista 

A primeira coisa que se nota é a ausência do suporte a joysticks. Apesar da maioria dos jogadores de PC preferirem teclado e mouse, quando se trata de jogos de estratégia, sobretudo devido a rapidez e precisão dos mesmos, ainda existem aqueles que resistem a utilização destes equipamentos, principalmente entre os que migraram dos consoles para o PC e não dispensam o uso de um bom controle.

As mecânicas do jogo são bastante simples e estão relacionadas direta ou indiretamente a contaminar os cidadãos, seja através de injeções ou mordidas de outros mortos-vivos. Seja como for, seu objetivo sempre será propagar o vírus, consequentemente transformando todos em zumbis e os usando a seu favor. O problema é que, caso todos integrantes do seu exército sejam destruídos, devido a uma queda, explosão ou intervenção humana, por exemplo, você perde e é obrigado a retornar ao início da fase.

As mutações existem visando, precisamente, evitar esse tipo de situação. Elas nada mais são do que produtos que permitem deixar seu zumbi mais rápido e forte, além de melhorar o controle que você tem sobre os mesmos. Por exemplo, a mutação lorde supremo, dá a um dos zumbis o poder mudar a direção para qual os mortos-vivos estão marchando, evitando que eles caiam de grandes alturas ou deem de cara com homens armados e sejam eliminados.

O jogo é dividido em quatro atos contendo 10 fases cada, o que pode parecer muita coisa, porém, completar os estágios não é algo difícil para aqueles que têm qualquer familiaridade com jogos de estratégia, em outras palavras, o jogo em si, não rende muitas horas de jogatina.

Em cada uma das fases, no entanto, lhe é sugerido um desafio, que apesar de não ser obrigatório e não lhe fornecer qualquer tipo de vantagem ao serem concluído, lhe proporciona algumas conquistas, além de contribuir para o fator replay do game.

Devorando a concorrência 

Zombie Night Terror é um jogo simples, mas que mesmo com o mercado saturado com a temática zumbi, ainda consegue se destacar pelo seu distinto estilo retrô e, principalmente, por lhe colocar do outro lado da história, como o disseminador do vírus. O game, porém, exagera em seu fan service, além de ser incompatível com joysticks, podendo desagradar alguns jogadores. Mesmo assim, eu insisto em recomendá-lo, sobretudo àqueles que gostam de filmes de terror antigos.

Prós

  • Visual original;
  • Homenagem aos grandes clássicos do cinema e dos games;
  • Desafios que incentivam o fator replay. 

Contras

  • Incompatibilidade com joystick;
  • Excesso de fan service.
Zombie Night Terror — PC — Nota: 7.0
Revisão: Ana Krishna Peixoto

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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