Análise: Snail Bob 2 (PC) é um divertido teste de estratégia e percepção

Ajude a criar o caminho do caracol Bob em um jogo que é excelente opção para os caçadores de Easter Egg.

em 01/10/2015

Jogos que misturam elementos de plataforma com puzzle não são novidade. Em 1991, lançado para diferentes consoles, Lemmings tornou essa fórmula popular e fez muitas pessoas passarem tardes bolando as melhores estratégias para que os personagens atravessassem cada cenário. Com controles simples, mas desafios que fazem os jogadores pensarem bastante, o título fez escola e continua atraindo a atenção até os dias de hoje. Agora, imagine aproveitar o conceito de Lemmings, adicionar vários Easter Eggs e inserir animações capazes de nos fazer rir. O resultado dessa mistura é Snail Bob 2.

Bem-vindo ao mundo colorido

Em um primeiro momento, o excesso de cores e bichinhos fofinhos de Snail Bob 2 podem fazer muitos não levarem à sério o jogo criado pelo estúdio Hunter Hamster e distribuído pela tinyBuild. Porém, olhando mais de perto, a aventura estrelada pelo caracol Bob se mostra um agradável quebra-cabeças com elementos de estratégia e testes de percepção. O conceito é simples, o pequeno molusco tem movimento constante para o lado e é papel do jogador interagir com o cenário, criando uma rota segura para o animalzinho atravessar cada fase. Vale de tudo, desde apertar botões para mexer elevadores, ativar molas que jogam o ser invertebrado em plataformas mais altas, até puxar alavancas que desativam os perigos espalhados pelo caminho.
Cores e mais cores


Mas os buracos e espinhos não são os únicos obstáculos que devem ser superados. Uma boa diversidade de inimigos, que incluem fantasmas e até sapos feiticeiros, fará de tudo para evitar o avanço de Bob. A maneira de não ser capturado depende de cada criatura. Algumas vezes, um simples clique sobre o vilão basta para trocar a posição dele e liberar a passagem de nosso herói. Já em outras, é preciso pensar em armadilhas para tirá-los do caminho. Quando a estratégia não funciona e o caracol acaba sendo atingido, as animações rendem algumas boas risadas. De vez em quando, até vale a pena se deixar ser pego somente para assistir as engraçadas reações do personagem.

O lado cômico do jogo vai além dos trágicos finais do molusco, Snail Bob 2 está cheio de hilárias referências a outros games e filmes. É possível encontrar muitas delas escondidas, ou nem tanto. Easter Eggs de Star Wars, Ghostbusters, Game of Thrones, Mortal Kombat e Half-Life fazem parte do pacote. Além dessas alusões espalhadas pelos cenários, há também as roupas de Bob. No total, são 27 figurinos e alguns deles bem conhecidos, como o de Super Mario, Batman e Tartaruga Ninja. Entretanto, para ter acesso a todas fantasias, é preciso uma visão muito bem treinada para encontrar as estrelas ocultas em cada nível.
Com que roupa eu vou?

Olhos de lince

Em diferentes momentos, o jogador passará mais tempo procurando pelas estrelas do que bolando a estratégia para atravessar a fase. No total, cada nível tem três estrelas, e alguns deles ainda contam com uma peça de quebra-cabeça escondida. As estrelas são usadas para liberar as vestimentas de Bob e as peças de quebra-cabeça abrem as fases bloqueadas. Os colecionáveis podem estar em qualquer lugar dentro dos cenários, atrás de arbustos, dentro de baús, enterrados no subsolo ou no meio de pedras. Achar todos esses itens acaba aumentando a dificuldade do jogo e torna a experiência mais divertida e demorada.
Existem três estrelas escondidas nesse imagem. Consegue encontrá-las?

Enredo dividido

No total, Snail Bob 2 tem 91 níveis, divididos em quatro histórias. A primeira é composta somente de um tutorial para que se aprenda os comandos básicos. As outras três áreas têm 30 fases cada e apresentam temáticas diferentes. Em uma delas, o caracol acaba irritando um grande pássaro que o leva para a floresta e o objetivo de Bob é retornar para sua casa. Na segunda, o animalzinho vai dormir e sonha que é um guerreiro medieval. Já na terceira, o molusco vai pescar com seu avô e se perde em uma ilha deserta. Há ainda um quarto mundo que se passará no inverno, porém, este último ainda está sendo desenvolvido e deve ser lançado em dezembro de 2015.

Cada história apresenta características e desafios próprios. Na era medieval, por exemplo, Bob pode se transformar em uma mosca para sair voando e alcançar locais antes inatingíveis para um caracol. O que não muda durante todo o jogo são os cenários, sempre muito bem detalhados e coloridos para uma aventura que se passa em um universo de duas dimensões. A trilha sonora também merece destaque, as músicas são animadas e dão o tom em cada um dos mundos ao mesmo tempo que não interferem na concentração necessária para superar os desafios espalhados pelo game.
Três histórias, três mundos

A presença de níveis dedicados à lutas contra chefes fecham com chave de ouro duas das histórias. É difícil de imaginar batalhas em um jogo de estratégia como Snail Bob 2, mas aqui elas estão presentes e acontecem de maneira bem interessante. Se os inimigos principais de cada área somam pontos positivos, a grande quantidade de níveis acaba se tornando uma questão negativa. Certos obstáculos se repetem com frequência e tornam cansativos diferentes momentos.

Um divertido passatempo

Proporcionando boa dose de desafio, Snail Bob 2 é uma opção para se passar algumas horas. É divertido analisar cada cenário, procurando pelos itens colecionáveis e também as referências à outras mídias. Mesmo sendo cansativo em certos momentos, acompanhar as aventuras do caracol Bob é um interessante passatempo que rende algumas risadas.

Prós

  • Mesmo estrelado por um caracol, o jogo se desenvolve em boa velocidade;
  • Cenários, inimigos e trilha sonora muito bem trabalhados;
  • Boas batalha contra chefes ao final de algumas das histórias.

Contras

  • Repetição de armadilhas acabam tornando certos momentos cansativos;
  • Jogo curto que pode ser completamente finalizado em poucas horas;
  • Não há muitos atrativos que incentivem o fator replay.
Snail Bob 2 — PC — Nota: 6.5
Revisão: Jaime Ninice
Capa: Felipe Araujo
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É jornalista e obcecado por games (não necessariamente nessa ordem). Seu vício começou com uma primeira dose de Super Mario World e, desde então, não consegue mais ficar muito tempo sem se aventurar em um bom jogo. Diretor de Redação do Nintendo Blast.
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