Dez jogos que passaram despercebidos em 2025

Uma lista com dez títulos que acabaram tendo seus lançamentos ofuscados por outras produções maiores.

em 16/12/2025
O ano de 2025 está chegando ao fim e o Natal já está próximo. Tivemos muitas chegadas incríveis durante o ano e vários anúncios empolgantes no The Game Awards para 2026. No meio de tantos jogos, é normal que alguns tenham sido pouco vistos por diversos motivos, como datas de lançamento ruins ou por pertencerem a um nicho muito específico.

Por esse motivo, aqui está uma lista dos 10 melhores jogos que passaram despercebidos em 2025. O intuito é apresentar ou relembrar algumas dessas obras incríveis que acabaram pouco notados pelo grande público.

10. Bounty Star

Bounty Star mistura elementos de um jogo de mecha – com direito a customização e melhorias para a máquina – com elementos de jogos de fazendinha, no estilo de um Stardew Valley futurista. Assim, é possível cuidar dos mais diversos animais, cultivar plantas e cozinhar.


Com uma narrativa que lembra filmes de faroeste, a protagonista se vê tendo que recomeçar do zero após perder tudo o que tinha. Bounty Star acabou não fazendo tanto barulho em seu lançamento, mas é um título que vale a pena conferir, principalmente para fãs de mecha, gerenciamento de recursos e da temática cowboy.

9.Metal Eden

Para os amantes de Doom (2016), Metal Eden pode ser um prato cheio. Com inspirações em animes futuristas como Alita: Anjo de Combate, a protagonista Aska é uma androide que recebe uma missão suicida de uma figura misteriosa chamada Nexus: ir até Moebius, uma cidade orbital, para recuperar o núcleo dos cidadãos que viviam no local.


Com uma premissa e uma jogabilidade simples, o game permite que a androide corra pelas paredes, deslize, plane e desvie de tiros, enquanto atira nos adversários com as mais variadas armas futuristas. Como mecânica única, ela pode arrancar o núcleo dos inimigos e usar para se fortalecer ou destruí-los. Em resumo, é um jogo direto ao ponto e curto que vai agradar quem deseja bastante ação.

8.Hell is Us 

Remi cresceu longe de Hadia, um país em constante guerra civil religiosa entre os Sabinianos e os Palomistas. Seus pais o tiraram do continente ainda criança, porém, agora adulto, ele decide regressar em busca de respostas. Ao fazer isso, Remi adentrará um verdadeiro inferno causado pelo conflito, em uma trama cheia de mistérios, monstros esquisitos e atos que demonstram o quão cruel a humanidade pode ser.


Hell is Us
é uma das produções mais interessantes do ano, seja pela sua proposta de não ter indicadores de quest ou marcadores de objetivos – exigindo uma exploração mais natural, contando somente com os instintos e a memória do jogador – ou pela sua temática de guerra em um ano tão conturbado.

No entanto, em meio a vários outros títulos AA de peso, como Clair Obscur: Expedition 33 e Hollow Knight: Silksong, acabou passando despercebido e logo deixou de ser comentado. No entanto, Hell is Us é uma experiência única, que entrega uma exploração ótima, vários quebra-cabeças desafiadores e um combate simples, mas competente, com diversas armas físicas e habilidades diferentes.

7.Shard Squad

Inspirado na jogabilidade de Vampire Survivors, que informalmente “criou” o gênero conhecido como bullet heaven pelos jogadores, tivemos este ano a versão brasileira do conceito: Shard Squad, do estúdio The Root Studios. Em Shard Squad, os shards são criaturinhas fofas que precisam unir forças para salvar o mundo das forças do mal.


Com uma premissa simples e jogabilidade intensa, o jogo não se mostra fácil. Embora não pareça no começo, ele vai desafiar os jogadores com uma curva de aprendizagem que exige atenção a detalhes, como qual criaturinha escolher. Há várias delas, cada uma com seu próprio conjunto de habilidades, além de relíquias que podem ser usadas. Shard Squad é a escolha perfeita para quem deseja jogar um bullet heaven de qualidade e ainda apoiar o mercado brasileiro.

6.Wanderstop

Wanderstop é, talvez, o título mais “parado” da lista. Acompanhamos a protagonista Alta (que, na verdade, é bem baixa), uma gladiadora que estava invicta há três anos. Subitamente, ela é derrotada e, confusa e sem saber o que fazer, busca refúgio com sua mestra. Essa jornada a leva a parar em uma clareira, onde encontra uma loja de chá gerenciada por um homem gentil chamado Boro.


Desorientada e incapaz de erguer sua espada para ir embora, Alta acaba aceitando um trabalho na loja para ver se encontra uma resposta para sua situação. O jogo é um cozy game, ou seja, algo mais voltado para relaxar o jogador. Não há combate; apenas atividades mais simples como plantar e fazer chá.

É claro que esse ritmo quase estagnado não vai agradar à parcela de pessoas que prefere algo mais animado. Contudo, quem deseja encerrar o ano com algo mais calmo, que tenha uma narrativa que gira em torno de temas como Burnout e a busca por um novo propósito, vai se apaixonar por Wanderstop.

5.Blue Prince

Após receber a herança de seu falecido tio-avô, Herbert S. Sinclair, o jovem Simon P. Jones acreditava estar com sorte. Porém, nada vem de graça: seu parente deixou uma condição específica em testamento. Para garantir a posse dos bens, Simon deve adentrar a mansão e encontrar a Sala 46. Entretanto, nem mesmo o mordomo mais antigo sabe da existência do cômodo; somente se o protagonista for digno, ele a encontrará.


Embora tenha recebido uma das notas mais altas do ano no Metacritic, Blue Prince não conseguiu furar tão bem sua bolha, passando, despercebido, já que um jogo com foco em quebra-cabeças acaba sendo um nicho, sem contar a limitação de ter apenas um idioma, o inglês.

Mesmo assim, esse é um dos títulos mais únicos do ano, o qual vale a pena ser conferido, uma vez apresenta uma narrativa intrigante e vários quebra-cabeças que vão saciar o desejo daqueles que almejam ser desafiados de forma inteligente, visto que a mansão muda de posição a cada dia que se passa.

4.Eternal Stands

Eternal Stands se passa em um mundo mágico onde magos são conhecidos como Tecelões. A jovem Brynn, uma batedora de um grupo de Tecelões, é apanhada em uma situação inesperada: uma névoa mortal faz com que eles parem em uma região há muito tempo perdida. Agora, Brynn deve explorar este novo local e enfrentar ameaças — gigantescas, literalmente.


Desenvolvido pela Yellow Brick Games, um pequeno estúdio independente, Eternal Stands foi lançado em 28 de janeiro de 2025. O game se viu distante dos grandes holofotes em seu lançamento por ter saído em um dia "morno", mas ainda próximo de grandes títulos, como a versão para PC de Marvel’s Spider-Man 2.

Apesar de algumas limitações, Stands entrega um mundo mágico colorido e belíssimo, um grupo de personagens carismáticos e muitos inimigos que vão saciar a saudade dos fãs de Shadow of the Colossus, que gostam de escalar criaturas gigantes e destruí-las parte por parte. O título ainda traz uma mecânica única em que o cenário pode ser usado como arma: é possível arremessar pedras, partes de armaduras, bem como congelar e queimar os inimigos.

3.Captain Wayne - Vacation Desperation

Inspirado em clássicos como Doom e Quake, Captain Wayne coloca o jogador no controle de um capitão pirata com um braço mecânico que serve como escopeta e metralhadora. Sua personalidade lembra personagens como Duke Nukem, ou seja, ele é um especialista em falar groselha (ou frases de efeito, dependendo da tradução).


Junto a isso, temos gráficos cartunescos que remetem a desenhos animados antigos e, claro, uma jogabilidade em primeira pessoa recheada de inimigos para o Capitão encher de balas com seu braço. Tudo isso acontece enquanto ele busca vingança contra quem o prendeu em uma ilha. Talvez este seja um dos títulos mais simples e divertidos da lista, perfeito para quem deseja somente jogar algo curto (apresentando apenas oito fases) e com uma história hilária.

2.Hell Clock 

Já imaginou jogar um roguelike que se passa durante um dos momentos mais violentos da história brasileira? Trata-se da Guerra de Canudos, um conflito ocorrido na Bahia entre 1896 e 1897, no qual o exército da recém-formada República Brasileira foi responsável por um verdadeiro massacre dos moradores do Arraial de Canudos, um assentamento liderado por Antônio Vicente Mendes Maciel.


O estúdio brasileiro Rogue Snail trouxe essa realidade para o mundo dos games com o roguelike Hell Clock. Na trama, o protagonista é Pajéu, um dos homens de confiança de Antônio Conselheiro. Ele desperta dos mortos oito anos após o fim do conflito e tem um objetivo claro: ir até o Inferno e resgatar as almas perdidas durante o massacre, para que elas encontrem finalmente a paz. No entanto, o protagonista só consegue permanecer no Inferno por um tempo limitado, pois um misterioso relógio o puxa de volta.

O jogo acabou sem chamar as maiores atenções – em parte, acredito,por estar limitado ao PC até o momento. A boa notícia é que, em 2026, ele chegará ao PlayStation 5, Xbox Series X e Switch 2. Como todo bom roguelike com elementos de RPG, oferece uma enorme variedade de builds possíveis, utilizando constelações e árvores de habilidades, além de diversas criaturas demoníacas para desafiar o jogador e uma vasta seleção de armas.

1.South of Midnight 

Hazel vivia uma vida normal com sua mãe até que uma enchente devastadora levou sua moradia. Agora, a protagonista — que recém-descobriu ser uma Tecelã — precisa ir atrás de sua mãe e buscar respostas, explorando o rico sul dos Estados Unidos. É um local recheado de história, cultura e um folclore profundo, onde o gênero musical Blues é muito forte.


South of Midnight
foi anunciado como um “exclusivo” de Xbox, chegando diretamente ao Game Pass. No entanto, teve uma recepção mista e terminou por ser esquecido rapidamente. Mas com a novidade do título chegar ao PlayStation 5 e Switch 2 em 2026, este se torna o momento perfeito para dar uma chance ao jogo.

Com um visual inspirado em animações stop-motion — um estilo que utiliza bonecos e muito trabalho manual, como visto no filme Pinóquio de Guillermo del Toro — o jogo apresenta uma exploração linear com momentos de plataforma e combate. O uso dos novos poderes da protagonista remete a hack and slash clássicos como God of War. South of Midnight deve agradar fãs de música, de boas histórias e de folclore, ou aqueles que buscam uma aventura musical que explora profundamente a cultura afro-americana.

Vai dar uma chance para algum?


Estes foram os 10 jogos que mais passaram despercebidos este ano. Claro que existem muitos outros que, com certeza, sofreram o mesmo destino, porém, se os incluíssemos, a lista seria enorme. Para finalizar, fica o questionamento: após conhecer essas produções aqui elencadas, você dará uma chance a algum deles?
Revisão: Thomaz Farias

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Thiago da Silva e Silva
É um universitário se formando em engenharia na UFRRJ,apaixonado por jogos desde a infância, principalmente RPGs.
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