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Análise: Sackboy: Uma Grande Aventura (PC) é mais um presente da Sony para os jogadores de PC

Sackboy e a sua maior aventura até hoje estreiam com sucesso nos computadores pessoais.

Lançado originalmente em novembro de 2020 para PlayStation 5 e PlayStation 4, Sackboy: Uma Grande Aventura é o mais novo jogo da Sony a ganhar uma versão para computadores, seguindo os passos de títulos como God of War, Marvel’s Spider-Man Remastered e Uncharted: Coleção Legado dos Ladrões.


Embora menos badalada que esses games, a aventura desenvolvida pela Sumo Digital — LittleBigPlanet 3 (PS3/PS4), Team Sonic Racing (Multi) — e estrelada pelo carismático Sackboy é um verdadeiro tesouro para os fãs de jogos de plataforma e com temáticas leves e agradáveis. Confira a seguir a nossa análise!

Uma grande aventura… 

Sackboy: Uma Grande Aventura é, na verdade, um spin-off da série LittleBigPlanet, que nasceu em 2008 no PlayStation 3 com o jogo homônimo desenvolvido pela Media Molecule. Elogiada por seu carisma, acessibilidade e ótimos visuais, a franquia de plataforma não demorou a conquistar os corações do público e da crítica especializada, ganhando entradas em quase todos os consoles da Sony desde então. 

Deixando o nome LittleBigPlanet para trás, Uma Grande Aventura conserva o simpático protagonista Sackboy — um pequeno saco de juta, cheio de espuma e sorvete (!) —, mas rompe com as tradições da saga ao colocar o jogador em um mundo tridimensional de fato, ao invés do 2.5D que popularizou a saga há mais de dez anos.

O resultado disso, como o próprio nome do jogo entrega, é uma aventura tão bela quanto divertida, na qual crianças e adultos encontrarão leveza e divertimento de sobra em muitas fases adoráveis.

…em um pequeno grande mundo!

Uma Grande Aventura se passa em um planeta tranquilo chamado de Artemundo, mais especificamente no vilarejo do Tear, que é o lar de Sackboy e os demais sackianos. Infelizmente, as rotinas tranquilas dessas criaturas gentis e engenhosas são logo interrompidas pelo novo e perigoso vilão Vex.

Vex é um ser composto de caos e medo que sequestra os habitantes do Tear para obrigá-los a construir o Conversor, um dispositivo mortal que pode tornar o Artemundo, uma terra fantástica de pura imaginação e sonhos, em um lugar feio e desolado.

Usando de sua destreza, nosso herói Sackboy consegue escapar desse destino com o seu foguete, o que significa que caberá justamente a ele percorrer mais de 50 estágios em cinco mundos e reunir as Esferas dos Sonhadores para impedir os planos malignos de Vex. 

A história simples do bem contra o mal, os visuais adoráveis e os controles intuitivos entregam desde o início que o título da Sumo Digital é criado primeiramente para o público infantil. Mas, como dito, mesmo os jogadores mais experientes encontrarão aqui bastante divertimento.

Na prática, a grande aventura de Sackboy é um jogo de plataforma 3D dividido em mundos e fases, assim como Super Mario 3D World (Wii U/Switch) e Crash Bandicoot 4: It’s About Time (Multi). Cada estágio possui seus próprios desafios e chegar ao final de um concede ao protagonista uma Esfera dos Sonhadores, de modo que será necessário reunir tantas quanto possível para alcançar a morada do vilão e salvar o mundo.

Embora as suas qualidades já tenham sido proclamadas por inúmeras análises (incluindo a nossa própria) desde o seu lançamento original há dois anos, não custa reforçá-las, não é mesmo? Logo no primeiro contato com o título, é difícil não se apaixonar pelos visuais que parecem retirados das melhores animações da Disney/Pixar. Ornamentando ainda mais a bela direção artística do jogo está uma trilha sonora dinâmica que reage às mudanças de cenário e aos feitos do jogador, criando uma experiência realmente sensorial e empolgante.

Tudo isso é complementado por uma jogabilidade extremamente refinada para os padrões do gênero, que reflete tanto a maturidade adquirida ao longo da série LittleBigPlanet quanto o alto padrão de qualidade que a Sony costuma imprimir em suas produções contemporâneas.

O resultado final é que, independentemente de sua idade, é difícil não permanecer sorrindo ao longo das aproximadamente 12 horas que o game oferece em sua história principal (espere o dobro do tempo caso queira coletar todos os colecionáveis, como os trajes). Exatamente por isso, a sua chegada ao PC não deve ser nada menos que celebrada, pois significa que mais pessoas conseguirão ter contato com esta divertida aventura.

Sackboy <3 PC

Devido à qualidade de seus elementos individuais e de sua experiência geral, seria realmente uma pena se Sackboy não recebesse um port competente. Felizmente, o título do herói felpudo segue a tradição de boas adaptações que a Sony vem cultivando, com a inclusão de todos os recursos oferecidos no PlayStation 5 e algumas adições extras significativas.

A primeira melhoria notável diz respeito ao suporte a 4K nativo e Ray Tracing no caso de hardwares mais robustos — vale lembrar que, no console atual da Sony, Uma Grande Aventura é exibido em 1620p. 

Donos de placas RTX também poderão se beneficiar do bom tratamento de imagem da tecnologia de upscaling DLSS (infelizmente, a solução open-source da AMD, o FSR, está estranhamente ausente até o momento). Além disso, a taxa de quadros por segundo também pode ser configurada manualmente, com opções fixas de travamento a 30, 60, 120 ou desempenho ilimitado. 

A combinação de resolução e taxa de quadros maiores instantaneamente coloca a versão de PC como sendo superior a dos consoles ao menos no quesito técnico, mas investigar o menu de gráficos do game revela uma série de outros parâmetros ajustáveis, como oclusão de ambiente, efeitos de partículas, qualidade das texturas, sombras dinâmicas, reflexos, anti-serrilhado e qualidade de renderização.

Achou muito? Calma, que ainda é possível habilitar a iluminação adicional de efeitos, detalhes aprimorados de objetos, gráficos aprimorados para cabelos, iluminação adicional de cenas, o aspecto felpudo do Sackboy e o já citado limite da taxa de quadros.

Essa grande quantidade de configurações cambiáveis demonstra sobretudo a escalabilidade do título — lembremos que o jogo está disponível para PS4 também —, que poderá ser aproveitado até mesmo em configurações mais modestas (os requisitos mínimos oficiais solicitam uma GTX 660). Junte a isso o suporte nativo para resoluções ultrawide e o mapeamento de teclas e botões e temos aqui uma adaptação deveras consistente para os computadores pessoais.

Até mesmo o suporte às funções do DualSense, como 3D Audio e Impulse Triggers, se faz presente aqui, ainda que exigindo uma conexão USB. Assim, por sua qualidade como game e pelo conjunto da obra, Sackboy: Uma Grande Aventura não merece outro veredito que não seja a sua recomendação também no PC, onde, espera-se, encontrará uma nova audiência disposta a recebê-lo.

Uma aventura para todas as idades e hardwares

Quando analisado pelo conjunto de sua obra, Sackboy: Uma Grande Aventura é um dos melhores jogos de plataforma 3D já criados. Embora o público infantil seja o seu alvo principal, aqui está uma aventura recomendada para todos aqueles que não tenham deixado a sua criança interior esvair-se no tempo. Com seus visuais e recursos superiores aos oferecidos pelos consoles, a adaptação para PC é bem-vinda e motivo de celebração, porque mais pessoas terão contato com Sackboy — e isso nunca será algo ruim.

Prós

  • Visuais absolutamente fantásticos;
  • Trilha sonora dinâmica e cativante;
  • Bem otimizado;
  • Suporte a ultrawide, Ray Tracing e DLSS;
  • Conta com as funções do DualSense, ainda que exija uma conexão USB (como em outros títulos da Sony);
  • Dublagem em português brasileiro é um exemplo a ser seguido;
  • A melhor versão de uma aventura leve e divertida para todas as idades.

Contras

  • Ausência de cross-save com a versão de PlayStation.
  • Ausência de opção de tela cheia dedicada até o momento.
Sackboy: Uma Grande Aventura — PC — Nota: 8.5
Revisão: Juliana Paiva Zapparoli
Análise produzida com cópia digital cedida pela PlayStation PC

é bacharel em Produção Cultural pela UFF e estudante de Comunicação Social pela FSMA. Na infância, ganhou um Super Nintendo dos pais e, desde então, nunca mais deixou o mundo dos games. Ainda sonha em ser um Mestre Pokémon.
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