Meus jogos favoritos de 2019 — Hadan F.

Os redatores do GameBlast falam sobre os títulos que mais curtiram entre os lançamentos deste ano.

O ano de 2019 foi bem complicado para mim e, infelizmente, não foi meu melhor ano para me dedicar aos jogos eletrônicos. No entanto, várias surpresas (tanto boas, como ruins) repousaram em meus consoles, logo, (as boas, basta de coisas negativas para esse ano) valem a recomendação para os leitores.



1º. Graveyard Keeper: Breaking Dead

De longe, Graveyard Keeper: Breaking Dead (Multi) foi a maior surpresa desse ano. Outrora oferecido como um simples “simulador de gerenciamento de cemitério”, o título se provou um dos melhores — e maiores — indies que já tive o prazer em experimentar.

Para começar, o jogo possui um enredo interessante, os personagens são carismáticos e as tiradas são engraçadíssimas. Um complexo sistema de habilidades faz com que o jogador aprenda desde a arte da carpintaria e artes plásticas, passando pela alquimia e religião e concluindo pela necromancia e fabricação de bebidas alcoólicas.


Parece exagerado, mas o jogo é tão bem estruturado que basicamente todas as habilidades desenvolvidas são plenamente utilizadas em todo o jogo, não havendo um único momento em que o jogador sinta que “perde tempo” em aprendê-las. O DLC Breaking Dead, por sua vez, auxilia consideravelmente o jogador na necessidade de "grindar" itens e cuidar de plantações.

2º. Red Dead Redemption 2

Há algo mais a ser dito sobre Red Dead Redemption 2 (Multi)? O sucesso do título certamente deve se atribuir à equipe de desenvolvimento (que, novamente, sofreu os males do crunch time) com um enredo primoroso e um dos protagonistas mais carismáticos de todos os tempos: Arthur Morgan, um fora-da-lei dividido entre os atos criminosos e a busca pela redenção.


A prequela consegue ser ainda melhor que seu antecessor, com controles precisos, sistema de combate impecável e uma trilha sonora marcante. O mundo aberto empregado no jogo possui vida própria nas mais diversas regiões, com diversas atividades e missões extras, segredos macabros e violência na medida certa. Inesquecível.

3º. Magic: The Gathering Arena

Sou um grande fã do jogo de cartas colecionáveis Magic: The Gathering desde que soube de seu lançamento na cada vez mais longínqua 4ª edição, de 1995. A despeito de diversas tentativas da Wizards of the Coast (detentora dos direitos sobre o jogo) em transportá-lo para o mundo eletrônico, Magic: The Gathering Arena (PC) pode ser considerada a versão definitiva, especialmente em se tratando dos formatos Standard e Brawl.


Com jogabilidade simplificada, visual atraente e um ótimo tutorial para iniciantes, Arena prova todos os dias que é um forte concorrente a um dos melhores e-Sports de todos os tempos. Embora ainda existam problemas quanto ao RNG responsável pelo embaralhamento das cartas, o título é recomendadíssimo não apenas para os fãs do jogo físico como também para todos aqueles que apreciam jogos desta natureza.

4º. Bloodstained: Ritual of the Night

Bloodstained: Ritual of the Night (Multi) é um título controverso em muitos sentidos. Tomado como o “sucessor espiritual de Castlevania”, ele demandou mais de quatro anos para ser finalizado e consumiu mais de 5,5 milhões de dólares arrecadados mediante financiamento coletivo. No entanto, versões para Wii U e PlayStation Vita foram canceladas e não entregou todo o conteúdo extra prometido durante a coleta de recursos junto ao público.


Embora o enredo, gráficos e canções sejam consideravelmente inferiores aos trabalhos outrora desenvolvidos por Koji Igarashi, Michiru Yamane e Ippo Yamada, é um bom jogo que agradará não apenas os fãs de Castlevania: Order of Ecclesia (Bloodstained é fortemente inspirado nele), como também aos apreciadores do formato metroidvania.

5º. Redeemer: Enhanced Edition

Sim, um “simples” beat 'em up pode ser considerado como um dos melhores títulos desse ano — especialmente pelo fato de que jogos do gênero estão cada vez mais raros atualmente.

Redeemer: Enhanced Edition (Multi) é a versão definitiva do jogo originalmente lançado em 2017, sendo finalmente lançado também para os consoles. A despeito do enredo simplório, o título possui um dos melhores sistemas de combate que já tive o prazer em experimentar — e, quanto mais inimigos para enfrentar, mais divertido se torna.


O combate físico é fortemente influenciado pela franquia Arkham e pelo jogo Mad Max (Multi), com finalizações simplesmente brutais, especialmente quando utiliza elementos do cenários, como caldeirões, piscinas ou paredes com espinhos. Os mais variados tipos de armas, de pistolas a fuzis de assalto complementam a chacina.

6º. Days Gone

Days Gones (PS4) poderia soar como "mais um jogo de futuro apocalíptico com zumbis", no entanto, possui um enredo focado em relacionamentos — afetivos e fraternais —, além de senso de humanidade, justiça e sobrevivência. Meu início com o título foi bastante conturbado, em especial pelos bugs e mecânicas falhas, como a seleção de itens na "roda de criações" ou bugs no sistema de combate (armado ou físico) e, mesmo, em parte do jogo — me forçando a reiniciá-lo por travamentos ou eventos pertencentes ao enredo que não iniciavam.
Somado a isso, está o pouco carisma inicialmente apresentado pelo protagonista, Deacon St. John, um enredo um tanto "forçado" no início e que levou um bom tempo para "engatar". No entanto, essa é a recomendação que faço aos jogadores: se o título não for "injogável", como bugs que "crasham" saves ou impedem o progresso no jogo, tenham um pouco mais de paciência. Tão logo o enredo chegou ao "ponto crítico", fui agraciado com momentos divertidos, alguns tensos e outros que me fizeram importar com o futuro de St. John e as pessoas que ama. A despeito dos aspectos negativos, é um bom título para se dedicar.

Nem só de lançamentos viverá o jogador

É claro que algo que não faltou nesse ano foram bons lançamentos, no entanto há títulos outrora disponibilizados que também tomaram meu coração neste ano, valendo a experiência a qualquer momento.
  • Hotline Miami 2: Wrong Number
Sou fanático pela franquia Hotline Miami e, embora tenha iniciado minha jornada em seu enredo em 2018, foi apenas em 2019 que me dediquei a conclui-lo. Embora o primeiro jogo seja meu favorito, Hotline Miami 2: Wrong Number (Multi) se mostrou maior, melhor, mais violento, diversificado, complexo e difícil.


No controle de diversos protagonistas, o jogador passará por diversos eventos no tempo, compreendendo as ocorrências em Hotline Miami e os efeitos dos atos praticados pelos protagonistas do primeiro título, com uma conclusão surpreendente.
  • Mortal Kombat

Nunca fui um jogador assíduo da franquia Mortal Kombat, mas após experimentar Mortal Kombat XL (Multi) pela primeira vez, decidi que valeria a pena dar uma nova chance ao título. Como fã de consoles portáteis, decidi pela versão para o Vita de Mortal Kombat (Multi) e digo que não houve um único arrependimento.

É claro que há uma queda brusca na qualidade gráfica em relação às versões “maiores” (o que é plenamente compreensível) e que os botões do console são um tanto pequenos para esse tipo de jogo, no entanto, fui agraciado com um sistema de combate fluído, bom enredo, finalizações criativas e mini-games divertidíssimos (muitos dos quais possíveis somente em razão da tela touch frontal do portátil). Recomendado para qualquer fã da franquia que ainda o desconheça ou de apreciadores de um bom jogo de luta.

Revisão: Farley Santos
Meu agradecimento a Matheus Senna pela linda capa que ilustra esse artigo.

Mineiro, apaixonado por livros, música, filmes, discussões, Magic: The Gathering e, claro, jogos eletrônicos.
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