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The Bridge (Multi) é a ponte entre gravidade e criatividade

Com bastante desafio e estilo visual único, The Bridge brinca com a manipulação da gravidade.


Sabe a Lei da gravitação universal, elaborada pelo renomado físico Isaac Newton ao notar uma maçã cair de uma árvore? Esqueça que ela existe em The Bridge. Esse criativo jogo indie produzido pelo estúdio The Quantum Astrophysicists Guild fará você pensar e girar o mundo diversas vezes.

Andando pelas paredes

À primeira vista, The Bridge surpreende por seu visual sem cores. Inspirado em um estilo litográfico monocromático, o jogo é inteiro em preto e branco, com tons variáveis de ambas as cores. Tudo parece ser desenhado e pintado à mão, e até mesmo quando você inicia uma fase, vê o protagonista sendo "desenhado" na tela.


Nas primeiras fases, o jogador pode girar o cenário em sentido horário ou anti-horário. Os puzzles apresentam simplicidade no início, mas com o tempo vão ganhando elementos que deixam as fases mais desafiadoras. Por exemplo, uma pilastra em primeiro plano pode virar chão ao girar o cenário e bolas de pedra com rosto (que mais parece a Lua de The Legend of Zelda: Majora’s Mask) são colocadas nos estágios para esmagar o personagem.

Logo mais, a complexidade vai tomando conta das fases. Chaves aparecem e você precisa tomar cuidado para não derrubá-las no abismo, véus que impedem que o protagonista seja afetado pela rotação do cenários também são inseridos e há até um botão com símbolo similar ao do jogo que faz com que o personagem alterne entre as cores branca e preta. Nessas situações que The Bridge se destaca ainda mais, pois muitas vezes o jogador precisa alternar entre as cores para coletar chaves, esquivar de obstáculos e sair pela porta.


O Plus do Wii U

A versão de The Bridge, disponível na eShop do Wii U, traz alguns recursos que utilizam a tela do GamePad. Além de permitir ao jogador aproveitar o game apenas pela tela do controle, com o recurso Off-TV Play, é possível manipular os cenários inclinando o GamePad para os lados e usar o touch screen para movimentar o protagonista e clicar nos ícones que invertem o mundo.

Uma ponte que poucos podem atravessar

Duas características tornam a jogatina em The Bridge ainda mais interessante. A primeira delas é sua trilha sonora. Sons leves e de instrumentos de sopro acompanham muito bem as fases, passando a sensação de tranquilidade. A outra é a possibilidade de desfazer o seu movimento a qualquer momento. Não gostou da inclinação ou teve outra ideia e não quer começar a fase desde o início? Simplesmente pressione o botão para “voltar no tempo”.

Entretanto, assim como a maçã de Newton, a aparente simplicidade de The Bridge despenca, mas não de forma depreciativa. Isso porque conforme você avança, as fases começam a ficar ainda mais cabulosas. É importante ressaltar que The Bridge é um jogo para poucos e passar alguns enigmas pode gerar impaciência.


Superar uma fase em The Bridge é algo que pode levar algumas dezenas de segundos, mas entender como passá-la pode tomar vários minutos de sua vida. Ou seja, você vai passar mais tempo testando como superar um estágio do que realmente jogando. O jogo não possui tutoriais ou dicas durante os puzzles, o jogador tem que descobrir tudo sozinho, “na marra”, e as fases só são desbloqueadas se você superá-las na ordem. Um prato cheio para quem gosta de desafios.

Talvez o maior problema de The Bridge sejam os estágios que só são superados na tentativa e erro. Muitas vezes não há uma forma exata de passar a fase, ficando dependente da movimentação de itens do cenário ou sendo forçado e repetir movimentos. Além disso, a velocidade que o mundo de The Bridge gira poderia ser mais rápida para agilizar a jogatina.

Brincar com física é divertido!

Talvez você não goste de física, mas The Bridge a torna bem divertida e criativa. Uma pena que o jogo seja curto e possua apenas quatro mundos, mas a presença de Conquistas, que desafiam os jogadores a completar fases com números específicos de movimentos ou espalhados, estendem sua duração.

The Bridge é aquele jogo que encanta e engana por sua simplicidade. É a “ponte” entre criatividade e a gravidade.


Prós

  • Visual com estilo litográfico;
  • Puzzles desafiadores;
  • Presença de conquistas;
  • Trilha sonora excelente.

Contras

  • O jogo é curto;
  • A movimentação do cenário poderia ser mais veloz;
  • Muitas vezes solucionar os puzzles vira método de tentativa e erro.
The Bridge – Multi – Nota: 7.5

Versão utilizada para análise: Wii U
Revisão: Alberto Canen
Capa: Felipe Fabricio


Desde que aprendeu a jogar videogames com Yoshi's Island e Donkey Kong Country 2, sempre é visto com um controle ou portátil da Nintendo na mão. Descobriu o amor por The Legend of Zelda com Ocarina of Time e sempre está querendo mais Zeldas. Gosta de escrever notícias, análises e bobagens aqui enquanto não está sonhando com um novo Silent Hill.
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