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Ark: Survival Evolved (PC) - diário de sobrevivência, semana 1

Com dinossauros, pterodáctilos e outras criaturas pré-históricas, sobreviver n’A Ilha de ARK é um grande desafio.

Eu não sei ao certo como tudo começou. Em minha última lembrança “normal”, eu estava em meu apartamento, em Belo Horizonte, preparando-me para dormir. Minha vida era simples e rotineira: trabalhar, estudar, usar o tempo livre para sair com a namorada e jogar videogame… Não sei o que poderiam ver de interessante em mim. Nunca fui do tipo que saberia sobreviver na natureza. Pelo menos não até chegar… N’A Ilha.

1º dia

Nu, faminto e com frio. E desorientado. Principalmente desorientado. O que diabos estava acontecendo? Onde eu estava? Em meu braço, vejo uma pequena gema incrustada. Quem colocou ela ali? Qual o propósito dela?

Logo algo muito mais importante chamou minha atenção e tive que parar com as perguntas. Dinossauros! Vivos! Andando!

… Era um sonho. Só podia ser um sonho. Estava tudo explicado, certo? Exceto que a fome, dor e frio deixavam bem claro que eu estava acordado.

Respiro fundo e tento pensar de forma racional. Ajuda! Preciso procurar ajuda! Mas onde? Vejo uma cabana por perto e decido investigar. Infelizmente, ela está fechada e, se há alguém dentro dela, não me respondem. Tenho apenas meus punhos, estou fraco e cansado, então decido não tentar arrombar a porta. Mas, pelo menos, é um sinal de que não estou sozinho na ilha.

Novo objetivo. No horizonte, avisto um gigantesco pilar luminoso. Decido investigar. Logo percebo que a ideia não foi tão boa assim. Anos vivendo na cidade e indo de carro para todos os lugares me fizeram perder a noção da distância. O pilar está muito mais longe do que aparenta, e logo começa a anoitecer. Tenho que parar várias vezes no meio da caminhada por causa do cansaço e fome. Para não morrer faminto, alimento-me com frutas de arbustos no caminho. São pequenas e não me saciam, mas é melhor do que ficar com o estômago vazio.

Exausto, chego ao pilar. Para minha surpresa, é uma caixa de suprimentos. Mais surpreendente ainda, não consigo abrí-la. Ela é fechada eletronicamente, com instruções de que abrirá apenas para sobreviventes com experiência o suficiente — seja lá o que isso signifique.

Finalmente tenho as respostas que eu queria. Alguém está brincando conosco. Isso é um teste de sobrevivência, e fui colocado nesse jogo contra a minha vontade. Resta-me tentar seguir as regras para não ser eliminado.

2º dia

Passei a madrugada acordado, fugindo de dinossauros. Depois de muita correria, acho um lugar tranquilo para descansar. Decido investigar com calma a gema implantada em meu braço esquerdo.

Ao tocar nela, um holograma aparece. Nele, há várias instruções de sobrevivência e planos para se fazer ferramentas e armas. Uma maldição escondida de bênção. Certamente essas coisas me serão úteis, mas eu preferia não precisar delas em primeiro lugar.

Decido montar uma picareta, seguindo as instruções do holograma. Como material uso pedras do chão e derrubo uma árvore usando meus próprios punhos para colher a madeira. As instruções são simples e em pouco minutos tenho minha primeira ferramenta.

Do nada, assim que termino a construção, sou atacado por um velociraptor. Justamente um dos dinossauros mais mortais? Pelo menos é um dos meus favoritos… Decidi dar um basta. Já havia fugido demais — aliás, foi a única coisa que fiz desde que chegue n’A Ilha. Com minha picareta em mãos, contra-ataco a fera.

Sobrevivi. Sobrevivi! Usando o terreno ao meu favor, consigo evitar todos os ataques do velociraptor e revido com força. Após atacar desesperadamente várias vezes, o monstro cai. Corto o corpo do animal e tiro pedaços de carne dele. Desde pequeno me pergunto qual seria o gosto de carne de dinossauro. Finalmente responderei essa pergunta.

Curiosamente, havia uma lança dentro do estômago do bicho (nem faço ideia de como foi parar lá). Com ela, consigo caçar com mais eficiência. A caça virou o caçador.

Ah, aliás: carne de dinossauro é deliciosa!

3º dia

Dentro da gema, acho instruções para fazer uma cabana. A ideia me apetece. Mesmo que eu não seja mais indefeso, não posso me defender enquanto estou dormindo. Além disso, lanças e picaretas não podem afastar o frio. Avisto uma rocha alta que parecer ser um lugar apropriado para a construção e vou em busca de materiais.

Passo a tarde toda colhendo pedras e derrubando árvores, até conseguir o suficiente. Mas, antes de botar a mão na massa e montar minha primeira base, decido saciar minha fome e sede. Monto uma fogueira, deixo algumas carnes assando e vou em direção ao rio beber um pouco de água.

Quando retorno, uma surpresa: um sobrevivente se aquecendo em minha fogueira. Ele é extremamente mais avançado que eu, usando uma verdadeira armadura e com um pterodáctilo como montaria. Ele poderia me matar em um segundo.

Felizmente, não tenho nada que possa lhe interessar. Ele parece compadecido de mim e presenteia-me com alguns itens e materiais antes de partir voando em seu pterodáctilo.

Ele era um sobrevivente, que nem eu. Provavelmente chegou aqui atordoado e seminu também, mas agora está domando feras pré-históricas. Se ele pode, o que me impede?

Motivado, começo a construção de minha cabana. Ao fim do dia, minha primeira base está erguida. Satisfeito, deito-me nela e durmo.

4º dia

Minha cabana sofreu alguns danos durante a noite, provavelmente de dinossauros tentando derrubá-la. Felizmente, não foi nada grave. Mais importante: estou seguro.

Após consertar minha humilde moradia, vou à caça. Tenho uma nova arma, construída logo de manhã, um rústico machado de pedra. Só falta testá-lo… Não tenho que ir muito longe para isso. Um velociraptor vem em minha direção. Coitado. Ele confundiu os papéis de caça e caçador.

A luta é intensa, mas saio como o vencedor. Depois de cortar a carne do dinossauro, vou ao rio beber um pouco de água. Na volta, sou atacado por dois dilofossauros. Na verdade, eu não vejo o ataque, apenas sinto: eles cospem veneno e me pegam de surpresa, cegando-me antes que eu possa vê-los. Mesmo com a visão toda borrada, consigo matar os dois. Meus olhos voltam ao normal em pouco tempo.

Com o machado devidamente testado (até mais do que eu gostaria), volto a minha cabana. No caminho, colho alguns materiais para expandi-la. Passo a tarde ampliando minha base. Agora com o dobro de tamanho, tenho espaço para deixar algumas coisas no chão e dormir mais confortavelmente.

5º dia

Algo que não tinha notado até o momento: estava seminu desde que cheguei n’A Ilha. Por mais que andar assim seja confortável, algo para proteger minha pele do frio e confrontos físicos seria interessante.

A missão do dia, assim, torna-se criar um traje completo. Apesar de eu ter o couro de alguns animais caçados comigo, na minha gema, há apenas instruções de como fazer roupas usando palha. Já havia percebido que ela é muito seletiva na hora de dar informação, liberando novas instruções com o tempo. Não há muito o que discutir. Contento-me em fazer trajes de palha, por enquanto.

Na gema também há instruções de como se fazer uma placa. “Por que não?”, penso eu. Coleto alguns pedaços de pau e construo uma. Coloco na frente de minha humilde base. Já consigo quase chamá-la de “lar”.

6º dia

Eu morri. Enquanto dormia, fui atacado. Não sei por quem ou por quê. Apenas sei o resultado final: fui morto. Aquela seria apenas a primeira vez que morreria naquele dia.

Logo aprendi que a morte não passa de uma pequena irritação dentro d’A Ilha. Meu corpo logo foi reconstruído e apareceu em outro lugar do mapa — sem nenhum dos meus itens, mas intacto. Como? Não tenho ideia. Mas não reclamo. Ficar morto não é muito divertido.

Sem a mínima ideia de onde vim parar, decido investigar o local em que estou. Percebo que estou numa área muito mais povoada. Encontro vários sobreviventes, várias casas e cabanas e até mesmo um forte gigantesco — com brontossauros de guarda, não menos. Eles me ignoram, então os ignoro também.

A noite logo cai enquanto vasculho a área. Acendo uma fogueira e asso algumas carnes. Enquanto espero elas ficarem prontas, alguém se aproxima. Penso que está apenas querendo conversar e compartilhar o fogo na noite fria… Até que ele rouba minhas carnes e foge.

Minhas carnes!

Vou correndo atrás do ladrão, até que sou atacado por dois insetos gigantescos. Tento revidar, mas eles são muito mais fortes do que eu e logo me matam.

Meu corpo renasce perto de onde fui derrotado. Instintivamente, decido ir em busca de minhas ferramentas, que devem estar perto de onde morri. Erro mortal: os insetos ainda estavam lá, e sou morto de novo.

Que dia.

7º dia

Depois de explorar essa nova região, encontro uma área aparentemente isolada, alta e bem protegida. Fico impressionado por ninguém ter clamado o local antes. Decido fazer dali o novo local de minha base.
Passo o dia coletando materiais, derrubando árvores, quebrando pedras. Estou realmente numa área isolada, sem nenhum dinossauro ou humano por perto. Será que todos os outros sobreviventes ignoraram o local? Por quê?

Logo descubro a resposta. Fico com sede e vou em direção ao rio… Que rio? Não há fonte de água em nenhum local perto. Oh-oh.

De um ponto mais alto, avisto um lago muito longe. Vou correndo em direção a ele. Passo literalmente a tarde toda correndo. De noite, finalmente me aproximo do lago… Apenas para morrer de sede a alguns metros dele.

Está explicado porque ninguém montou uma base no local.

Que semana.

Revisão: Luigi Santana
Capa: Daniel Serezane

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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