Análise: Arashi Gaiden une estratégia e ação em uma experiência retrô desafiadora

Seja rápido, mortal e esperto neste spin-off do universo de Pocket Bravery.

em 27/07/2025
Ampliando ainda mais o universo de Pocket Bravery, chega Arashi Gaiden, um jogo de ação por turnos no estilo dash and slash. Use de astúcia e velocidade, além de itens ninja, para eliminar tudo em seu caminho enquanto busca por valiosos artefatos antigos que podem ser perigosos nas mãos erradas.

Em busca de algo valioso

Em Arashi Gaiden, assumimos o papel de Shinji Arashi, um jovem ninja orientado por Lobo, um velho conhecido, sobre a existência de três valiosos e poderosos artefatos ninja que estão em posse do crime organizado japonês. Preocupado com a situação, Arashi parte em uma missão para recuperar os itens, armado com suas lâminas e instrumentos ninja.

A trama se desenvolve ao longo de sete atos, cada um ambientado em uma região diferente do Japão, enquanto Arashi busca pelos artefatos roubados. O objetivo do jogador é atravessar diversas cenas, enfrentando inimigos, evitando armadilhas e utilizando sua impressionante velocidade para eliminar qualquer criminoso que apareça em seu caminho.

Arashi, por padrão, se move apenas em quatro direções. Ao escolher para onde ele vai, o ninja executa um movimento rápido que corta qualquer inimigo em sua rota. Essa movimentação pode ser interrompida caso ele pise em uma armadilha, por exemplo.

Em cada tela, os inimigos só se movem quando Arashi também se movimenta. Para prosseguir, é necessário derrotar todos os adversários e, em seguida, alcançar o ponto de saída da cena. Em algumas fases, além de eliminar os inimigos, é preciso ativar mecanismos para liberar a rota de saída.

Essa dinâmica adiciona um importante elemento estratégico, exigindo que o jogador pense cuidadosamente em cada movimento. Quanto mais eficiente for a execução — isto é, quanto menos tempo levar para concluir a cena —, maior será a recompensa: de uma a três shurikens douradas, que avaliam o desempenho na fase.

Além de seus movimentos básicos e ágeis, Arashi também coleta ferramentas e técnicas que o auxiliam em sua jornada: shurikens para causar dano ou desarmar armadilhas, a habilidade de mudar de direção durante um mesmo movimento, e até mesmo técnicas para prender inimigos em suas posições. Essas ações consomem mana, que pode ser recuperada ao derrotar inimigos.

Os itens podem ser coletados e aprimorados, ampliando o leque de opções estratégicas disponíveis ao jogador. Nas batalhas contra chefes, ação e tática ganham destaque. Cada chefe possui padrões únicos de movimentação e ataque, exigindo atenção constante para identificar seus comportamentos e vencê-los.

Ação que escala rapidamente

Arashi Gaiden aposta em uma experiência de turnos dinâmica e envolvente, que nos instiga a completar todas as fases com desempenho próximo da perfeição — sem sofrer danos, mantendo a barra de combo ativa com altos números.

O nível de desafio evolui de forma natural, com salas cada vez mais complexas, inimigos que exigem múltiplos golpes para serem derrotados e novos tipos de armadilhas, que também podem ser usadas a favor do jogador, como bombas que causam dano em área.

O jogo recompensa a criatividade e a astúcia, permitindo que cenas que se assemelham a quebra-cabeças possam ser resolvidas de maneiras variadas — seja apenas com os movimentos rápidos e precisos de Arashi, seja utilizando suas ferramentas ninja e elementos do cenário para causar dano adicional aos inimigos, ou de outra forma.

É gratificante, por exemplo, atrair múltiplos adversários para uma posição onde um único ataque seja capaz de atingir todos ao mesmo tempo. Por outro lado, pode ser frustrante explorar a cena sem encontrar a solução adequada, levando o jogador a reiniciar a fase e tentar novamente, às vezes mais de uma vez.

A violência gráfica também chama atenção, tornando o jogo pouco indicado para menores. O visual em pixel art suaviza um pouco o impacto do gore, mas ainda apresenta inimigos sendo desmembrados ou tendo suas entranhas expostas após os ataques de Arashi.

Arashi Gaiden é uma experiência desafiadora que deve agradar quem busca ação com uma abordagem diferenciada, priorizando a estratégia e o raciocínio para eliminar os inimigos em cenários variados, em vez de simplesmente avançar de forma frenética e desordenada.

Um indie afiado

Arashi Gaiden não é apenas uma novidade dentro do universo de Pocket Bravery. Ele oferece uma experiência única que mistura ação, estratégia e precisão em um sistema de turnos ágil e desafiador. Com visual em pixel art estilizado, ambientação envolvente e mecânicas criativas, o jogo se destaca por premiar o pensamento tático e a execução perfeita, tornando cada fase uma espécie de quebra-cabeça sangrento e eletrizante. Mesmo com uma curva de dificuldade que pode frustrar os menos pacientes, o título recompensa quem se dedica, entregando uma jornada ninja intensa e divertida.

Prós

  • Mecânica de turnos com abordagem estratégica e ritmo dinâmico;
  • Fases criativas e bem construídas, com múltiplas soluções possíveis;
  • A classificação por desempenho incentiva o aperfeiçoamento;
  • Ampla variedade de ferramentas e habilidades ninja;
  • Estilo pixel art bem executado, com animações bem feitas;
  • Chefes desafiadores com padrões únicos.

Contras

  • Momentos de tentativa e erro repetitivos podem deixar a experiência cansativa;
  • A violência gráfica é algo que pode afastar parte do público;
  • O nível de desafio elevado é bem exigente para quem busca as melhores classificações.
Arashi Gaiden — PC — Nota: 8.0
Revisão: Heloísa D’Assumpção Ballaminut
Análise produzida com cópia cedida pela Nuntius Games
OpenCritic
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Alexandre Galvão
Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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