Bem-vindo novamente! Chegamos à terceira e última parte de nosso especial em preparação para o lançamento de Horizon Forbidden West, que nos levará de volta ao exótico e intrigante mundo apresentado em Horizon Zero Dawn. Depois de conhecer a história que culminou no fim do mundo, e de saber mais sobre as origens e costumes das tribos que habitam o planeta, nosso foco hoje é conhecer um pouco mais do projeto que tornou todo esse universo possível, o Zero Dawn.
Antes de mais nada, caso você esteja chegando agora, não deixe de conferir as partes um e dois deste especial, além de nossa prévia de Horizon Forbidden West. O Oeste Proibido é um lugar inóspito e perigoso, por isso é bom estar preparado para tudo. Feito isso, vamos ver como tudo recomeçou.
Alerta de spoilers da narrativa de Horizon Zero Dawn. Boa leitura!
A 'Vitória Permanente' em uma guerra que não podia ser vencida
Como vimos na primeira parte deste especial, em 2066 a Terra enfrentava uma praga tecnológica oriunda de um erro na programação dos robôs da série Chariot da Soluções Automatizadas Faro, a maior empresa de tecnologia do mundo. O glitch, como ficou conhecida a anomalia, fez com que as máquinas se tornassem independentes, e por serem autossustentáveis eram capazes de se replicar de forma desordenada. Pelas projeções da Drª Elisabet Sobeck, uma referência mundial na robótica, os robôs não poderiam ser impedidos, e a estimativa de vida para os seres vivos na Terra era de 15 meses. O episódio ficou conhecido como Praga Faro.Todo e qualquer plano de tentar impedir o avanço dos Chariot não teria efeito, então Elisabet propôs algo que pudesse ser feito depois do fim. Uma forma de dar uma segunda chance para a vida no planeta e perpetuar a existência dos humanos e demais seres vivos. O projeto recebeu o nome de Zero Dawn, e seu objetivo era terraformar novamente o planeta e repovoá-lo com o máximo de seres vivos possível. Nas palavras de Elisabet, “da menor das bactérias à maior das baleias.”
| "O inimigo que estamos enfrentando se auto-replica mais rápido do que podemos matá-lo e consome biomassa como combustível. O Projeto Zero Dawn é tudo o que temos." — General Aaron Herres |
Ao custo de inúmeras vidas, cujos números superam a de todas as guerras vividas pela humanidade, a Vitória Permanente cumpriu seu papel, dando o tempo necessário para que o Zero Dawn fosse concluído. E assim, com o fim da vida em 2066, em 2116, GAIA – a inteligência artificial criada por Elisabet Sobeck responsável pelo Zero Dawn – começou o processo de terraformação do planeta. A Terra começava a ter sua segunda chance.
Do zero a um novo amanhecer
O Zero Dawn consiste em uma complexa rede de funções subordinadas, cada qual responsável por uma tarefa específica envolvendo a terraformação da Terra, a reconstrução e manutenção das estruturas que tornaram possível essa complicada e demorada tarefa. Dada a complexidade da operação, GAIA, a IA responsável por gerenciar o Zero Dawn, não estava sozinha. Para auxiliá-la, Elisabet recrutou as mentes mais brilhantes do mundo na segunda metade do século XXI para, cada um, desenvolver funções subordinadas que auxiliam GAIA em seu objetivo.| Elisabet Sobeck explica sobre as funções subordinadas |
- GAIA, deusa primordial da terra: inteligência artificial capaz de realizar os trilhões de cálculos matemáticos necessários para os processos de terraformação, além de criar o código de desativação das máquinas Faro;
- APOLO, deus do sol, da música e poesia: dedicada a conservar o arquivo de toda a história humana para a educação das novas gerações de humanos nascidos dos berçários de ILÍTIA;
- ÁRTEMIS, deusa da lua, da caça e das florestas: dedicada à reintrodução da vida animal no planeta;
- DEMÉTER, deusa da colheita: dedicada a replantar nova flora na Terra através de sementes preservadas com criogenia;
- ÉTER, deus primordial dos céus: dedicada a fazer a desintoxicação da atmosfera arrasada do planeta;
- HADES, deus do submundo e dos mortos: sua função era uma espécie de salvaguarda caso algo desse errado no processo de terraformação. Sua função seria destruir tudo e “resetar” o planeta. Sua introdução foi uma sugestão da própria GAIA durante o desenvolvimento do Zero Dawn;
- HEFESTO, deus do fogo e da forja: dedicada a construir os Caldeirões que, por sua vez, construíram as máquinas dedicadas ao processo de terraformação. O que explica as peculiaridades e regiões onde cada um dos modelos de máquinas vivem no universo de Horizon;
- ILÍTIA, deusa dos partos e protetora das gestantes: dedicada a clonar e criar as novas gerações de humanos através de zigotos congelados em berçários;
- MINERVA, deusa da sabedoria, das artes e das batalhas: dedicada a criar a rede de transmissão dos códigos de desativação da Praga Faro;
- POSEIDON, deus dos mares e oceanos: dedicada a realizar a desintoxicação dos mares e oceanos do planeta.
A rivalidade entre homem e máquina
Chega a ser poético pensar que máquinas destruíram o mundo, e estas mesmas serão utilizadas para trazer a vida de volta à Terra. Com a construção dos Caldeirões, a subfunção HEFESTO inicia a fabricação, em escala industrial, de máquinas que terão funções específicas no processo de terraformação. A princípio, todas eram amigáveis e tinham como único objetivo executar suas funções no processo de manutenção da vida na Terra.Em dado momento, um sinal desconhecido tornou as subfunções, antes subordinadas totalmente à GAIA, independentes, o que gerou a ativação do protocolo de extinção de HADES. Sabendo que a ativação foi feita de forma anormal, GAIA se autodestrói, na esperança de desativar todas as nove funções, mas elas conseguiram escapar.
Com a atitude desesperada de GAIA, as subfunções se tornaram independentes e ficaram soltas no mundo. HEFESTO, responsável pela fabricação das máquinas, vendo o comportamento agressivo dos humanos perante as criaturas de metal por meio da caça, interpretou a atitude como hostil, e começou a fabricar novos modelos, mais agressivos e projetados unicamente para abate de humanos. O fenômeno ficou conhecido pelos humanos como “desarranjo”, quando as máquinas deixaram de se tornar inofensivas e começaram a ocupar uma posição de imponência na natureza.
Essas máquinas eram divididas em classes, de acordo com sua função no processo:
- Aquisição: responsáveis pela coleta de recursos no processo de terraformação. Cada modelo é adaptado de acordo com o tipo de material e a região que vai atuar. Cabeças largas, Galopes, Cortadores, Catadores, Galhadores, Falquinos, Pisoteadores e Bocarras são alguns dos modelos dessa classe;
- Transporte: responsáveis por trabalhar em conjunto com os modelos de aquisição para o transporte dos recursos e materiais usados no processo de terraformação. Brutamontes, Borrifantes e Carapaças fazem parte deste tipo de máquina;
- Reconhecimento: modelos mais simples, atuam como batedores, informando sobre locais propícios ao processo de terraformação, além de atuarem informando sobre possíveis fontes de recursos. Vigias e Pernalongas são os principais modelos desta classe;
- Comunicação: sua única função é permitir a integração da comunicação entre as demais máquinas, atuando como verdadeiras redes de transmissão de informação. O Pescoção é o modelo mais conhecido desta classe, e é o único que não foi afetado pelo “desarranjo”;
- Combate: são os novos modelos criados pela subfunção HEFESTO como resposta ao comportamento hostil dos humanos contra as máquinas que trabalhavam no processo de terraformação. São equipadas com armamentos e dispositivos com o único propósito de atacar humanos e defender os outros modelos. Dentes-serrados, Devastadores, Aves Tempestade e os imponentes Tirânicos são modelos desta classe.
E com a expansão do universo, máquinas novas e mais imponentes se colocarão no caminho de Aloy no Oeste Proibido. Além do fato de outras tribos também dominarem a peculiar arte de domar as bestas de metal. Saberemos mais sobre isso a partir do próximo dia 18 de fevereiro.
Rumo ao Oeste Proibido
Com isso encerramos nossa viagem pelo grandioso universo de Horizon, sabendo que tudo que vimos até aqui ainda é pouco, se comparado com a grande expansão do mundo de Aloy e seus aliados. Deixo o convite para você que nunca jogou Horizon Zero Dawn para experimentar o jogo original, disponível para PS4 e PC, antes de se aventurar no inóspito Horizon Forbidden West, e assim conhecer mais ainda deste incrível universo que cativa e conquista fãs ao redor do mundo. Boa viagem rumo ao oeste, e boa caçada!Revisão: Heloísa D’Assumpção Ballaminut


