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Análise: Devolver Digital Bootleg (PC): quando a jogabilidade estraga a festa

Inspirada no conceito de jogos "rip-off", Devolver publica versões despretensiosas de seus principais títulos.


A Devolver Digital é atualmente conhecida por ser a publicadora de Hotline Miami, Gato Roboto, Katana ZERO, GRIS, dentre diversos outros jogos indie de sucesso — sendo também uma das publishers da série Serious Sam. Lançado em 10 de junho, a coletânea é composta por oito jogos rip-off (dois deles exclusivos para dois jogadores) que, por atendimento à sátira, são jogos publicados pela própria Devolver e, no conjunto em questão, desenvolvidos pela Doinksoft.

Para fins de esclarecimento: rip-off é o termo utilizado para designar jogos que são cópias explícitas (salvo exceções, de qualidade duvidosa) de títulos de sucesso, os quais podemos citar como exemplo Taxman (Apple II) ou The Great Giana Sisters (Multi). Explicação dada, vamos ao conjunto da obra.

Devolver encontra A Praça é Nossa

A piada começa pelo próprio trailer de anúncio da coleção, que oferece a oportunidade dos jogadores em adquirir um launcher (por sinal, "está" na versão 0.99, insinuando que o mesmo está inacabado) que possui “uma grande variedade de versões off-brand” de alguns dos títulos mais famosos da produtora, dentre eles Enter the Gungeon, Hotline Miami, Ape Out, Downwell, Luftrousers, Absolver, Gato Roboto e Pikuniku;

Prossegue na obtenção de algumas conquistas, tais como “adquira e inicie o Devolver Digital Bootleg Launcher”, “abra o menu do sistema”, “navegue para a página de controles do menu”, “feche o Menu System”, “conecte um gamepad” ou “jogue com o sapo em PikuBiku Ball Stars”. A piada é direcionada àqueles jogadores que buscam incessantemente a obtenção de troféus e conquistas, independentemente da diversão proporcionada por determinado título;
Três conquistas em um minuto por fazer basicamente nada.
Em propositais erros de transcrição no título dos jogos, como observado em Enter the Gun Dungeon, Luftrousers 3 ou Cat (grafia na tela de seleção de jogos) e Enter the Dungeon, Luftrousers ou Catsylvania (tela principal do jogo), respectivamente. Isso soa como aqueles consoles clones que prometem milhares de jogos na memória ou em cartuchos mas, no final das contas, são títulos idênticos a outros 20 anteriores cujos nomes são apenas acompanhados de numerais e, por fim, em um “glitch” no final de Catsylvania, tão logo o boss seja derrotado. A continuidade da proposta está nas bizarrices inseridas em cada um dos títulos.

Mas antes…

Os controles. Tudo bem, tudo não passa de uma grande festa com gráficos forçosamente toscos, game design questionável, canções ruins e repetitivas, além de efeitos sonoros irritantes na maioria dos jogos. Títulos ruins o são não apenas pelos elementos acima, mas principalmente pelos controles péssimos que levam à derrota do jogador.

Eu entendo a brincadeira proposta, mas quando percebo que títulos sem qualquer apelo como Luftrousers, Super Absolver Mini Turbo Fighting Championship ou Shootyboots possuem controles jogáveis, é questionável como a Doinksoft, que desenvolveu Gato Roboto, conseguiu ser atroz não apenas com sua própria paródia (Catsylvania) como foi ainda mais cruel com Hotline Milwaukee. E, sendo o título recebido com enorme ansiedade por um fanático em Hotline Miami, apenas digo que é, de longe, o título mais esquecível.

Enter the Dungeon (jogo original: Enter the Gungeon)

Entre masmorras, um personagem que mais se parece com o Dr. Mistério das HQs de Spider-Man, utiliza uma pistola para enfrentar raids. Ao concluí-las, o jogador seguirá para uma das quatro salas abertas para enfrentar outro ataque massivo. Conclua-o e siga para qualquer das outras quatro salas abertas indefinidamente.
Segunda sala, mas facilmente confundível com a primeira.


Os gráficos não são de todo ruins, senão pela repetição de cenários, a mesma masmorra com leves alterações. Os controles, como se espera, não são a excelência da precisão, especialmente pelo fato de a direção da pistola ser definida pela posição do personagem. Às vezes o controle se torna confuso e desviar de inimigos pode custar o jogo, já que, ao invés de voltar rapidamente para os alvos, muitas vezes estamos virados contra a parede, atirando em tijolos.

Como na maioria dos jogos, há somente dois botões para ação (“A” e “B”, além do direcional voltado para os pontos cardeais, configuráveis pelo jogador), um para disparos e outro para esquiva. A canção título é a mesma de todas as masmorras e os efeitos sonoros equivalem aos jogos da era 8 bits — o que é um aspecto curioso, já que os gráficos remetem aos 16 bits.

Hotline Milwaukee (jogo original: Hotline Miami)

Imaginem caso Hotline Miami fosse “adaptado” para o Atari 7800, mas a desenvolvedora responsável não estivesse muito inspirada para a tarefa. Embora os controles horríveis, esse é um dos títulos com mais situações engraçadas.


Para começar, o jogo possui apenas três tipos de inimigos: humanos, cães e demônios (que só aparecem a partir do Capítulo Cinco). E, quanto ao jogador, ele tem à sua escolha quatro “personagens”: Cock, Boar, Gato e Donk, respectivamente as máscaras de galo, porco, tigre e cavalo do jogo original — que, neste caso, não oferecem qualquer diferença na jogabilidade. Ataques físicos não existem, tampouco as famosas “pancadas na porta” de Hotline Miami, exigindo que o jogador se utilize da “grande variedade” de armas disponíveis: facas, espadas, porretes, pistolas, espingardas e metralhadoras.
Sim, aquele disparo partiu do cão armado.

O enredo, igualmente tosco, gira em torno de estranhas ligações telefônicas recebidas pelo protagonista, no qual é induzido ao cometimento de assassinatos ao longo de 16 estágios (de um total de 20) no decorrer de quatro capítulos (num total de seis). Ao final, o sujeito que “encomenda” os atos criminosos apresenta sua verdadeira face: o diabo, que ao final do combate, agoniza dizendo algo como “estou morrendo. Ou talvez sempre estive morto. Não que você se importe, seu bastardo sem coração!”.

Outras situações non sense derivam de cães que podem não apenas empunhar armas com a boca com também dispará-las. Morri pelo disparo de um inimigo quando me distraí observando a cena. Ao reiniciar o nível, percebi que não foi coisa de minha cabeça. Por sinal, o nível 15 é de longe o mais fácil, em especial porque a maioria dos inimigos, entre humanos e cachorros, estão ocupados demais aguardando em fila sua vez para usar o banheiro.
No final das contas, penso que o diabo só queria um amigo.
Esse é o segundo jogo da lista e, até esse momento, muitas das “gracinhas” apresentadas me fizeram rir. O humor azedou com os controles exageradamente grosseiros que me fizeram repetir a luta (numa espécie de bullet hell) contra o boss diversas vezes. E num “jogo” que duraria vinte minutos, acabei me estendendo por quase uma hora e meia.
Outro aspecto que incomoda não são os gráficos em si (já “aceitos”), mas a seleção de cores para os ambientes e objetos no cenário. Na luta final, em dado momento, fiquei tão confuso ao olhar tanto tempo para o “assoalho” que já não sabia mais qual botão apertar para contra-atacar — num jogo que possui apenas dois botões de ação. Por sua vez, as canções são diretamente extraídas do original mas, da forma como foram massacradas, dificilmente reconheceria todas.

Ape Out Jr. (jogo original: Ape Out)

A bem da verdade, esse jogo seria o resultado caso Ape Out gerasse um filho com Donkey Kong Jr. (Multi) e, para sermos justos, o título rip-off está longe de ser ruim. A tosqueira começa com o protagonista, um gorila gigantesco usando fraldas (DK Jr. vestia um macacão branco).

Os elementos básicos de Ape Out estão presentes, como erguer inimigos para usá-los como projéteis contra outros, obviamente sem o sangue e a violência presentes no jogo original. Há também escudos balísticos, que amortecem tiros e servem para arremessos contra atiradores, além de janelas de vidro que, dependendo de seu posicionamento, exigem que se utilize de estratégia para quebrá-los (inclusive com projéteis de inimigos) para avançar.
Essa fralda...
O objetivo do jogo é ultrapassar seus 24 estágios, eliminando ou simplesmente fugindo de inimigos até alcançar uma porta de elevador que levará o jogador para o estágio seguinte. Por incrível que pareça, os controles do jogo não são terríveis como em Hotline Milwaukee e até arrisco a dizer que o título seria “apresentável” como um jogo real, desde que a “trilha sonora”, constituída de uma única canção em todos os níveis que alcancei seja melhorada e implementada com outras. Os efeitos sonoros são típicos para jogos arcade dos anos 1980, o que não são necessariamente horríveis.

Há algumas situações que exigem habilidades que não estão na curva de aprendizado, como no nível oito onde se deve lançar um inimigo durante um salto para alcançar uma plataforma para chegar até o local onde está a porta do elevador. Tecnicamente, isso seria uma falha de level design porque em nenhum outro momento até então é explicitada essa habilidade de forma que, caso falhe, será necessário forçar a morte nesse estágio e repeti-lo (e é bom que se capte logo o timing, porque isso será uma constante em alguns dos níveis seguintes). No entanto, isso faz parte da proposta da coletânea em ridicularizar tais aspectos. O final, como é de se esperar, é tão “bobo” quanto os dos demais jogos.

Shootyboots (jogo original: Downwell)

É um daqueles títulos que jogaríamos em filas de banco ou enquanto aguardamos atendimento médico. Há vários elementos que lembram o título que o inspirou, contudo, a arte (e a ausência de cores) remetem a Gato Roboto. Na direção de um veículo que nada mais é senão uma bota, o jogador tem o objetivo em destruir tijolos com projéteis e saltar sobre inimigos dentro de um poço de água. A dificuldade fica por conta da tela que baixa constantemente e, caso atinja o personagem (basicamente um “Diglett"), ele é esmagado, morrendo instantaneamente.
Sapos são recorrentes em boa parte dos jogos adventure.
A “gracinha” da vez é que, caso o personagem morra, o jogador será obrigado a adentrar o menu de seleção de jogos e reiniciar o jogo, já que um “bug” impede que o jogo carregue sozinho. O jogo é até bonito, os efeitos sonoros refletem os movimentos e disparos e, novamente, os controles não são forçosamente horríveis.

Este é o único título que faz uso de um único botão de ação, que serve tanto para os saltos quanto para os disparos. Ao contrário do que se possa imaginar, fazer uso de ambas as habilidades com um único botão até facilita nos aspectos mais críticos, justamente por controles que respondem adequadamente aos toques do jogador.

Luftrousers (jogo original: Luftrausers)

O jogo é apenas um shoot 'em up em que o jogador, pilotando uma aeronave, deve destruir navios e caças inimigos numa raid constante. Um botão se encarrega dos disparos e outro de bombas. Há um medidor de saúde que, a cada vez em que se é atingido (e dependendo da gravidade do dano), se enche e é necessário que cesse os disparos sob risco da aeronave explodir. Alguns power-ups são adquiridos em um navio com indicação “shop” com moedas deixadas por inimigos abatidos.

É claro que as piadocas estão presentes também aqui: em dado momento, fiquei mais de meia hora destruindo OVNIs que surgiam a todo o instante e nada da wave ser concluída até que, num ato de curiosidade, optei por destruir o navio que fornecia e admito que não me surpreendi ao passar para o estágio seguinte mesmo com a presença de um disco-voador na tela.
O desafio real começa a partir do nível 18, mas é bem divertido no todo.
Morri propositalmente (há três vidas para toda a partida) e percebi que há raids em que discos-voadores aparecem e em outras não. Assim como há fases em que o navio que vende power-ups simplesmente não aparece, mesmo quando foi poupado e, em outras oportunidades, reaparece na fase seguinte mesmo quando destruído — e, onde deveria ler-se shop, está a inscrição “90K2”, supondo um “bug” na programação.

Os cenários lembram vagamente o jogo original, embora seja consideravelmente menos frenético (e, consequentemente, menos difícil, ainda que se torne um pouco mais complexo a partir da 10ª onda). Os controles respondem bem e, à certa altura, se torna até mesmo viciante. A canção, embora não seja necessariamente ruim, é repetitiva (constante e única no decorrer das raids), mas os efeitos sonoros apenas completam aquilo que o jogo de fato é.

Super Absolver Mini Turbo Fighting Championship (jogo original: Absolver)

É o primeiro dos dois jogos voltados exclusivamente para dois jogadores (sequer carrega caso um joystick não esteja plugado no computador), sendo também o título que que mais sofreu alterações drásticas no visual em referência ao jogo original. No momento em que o jogo se inicia, uma tela contém uma lista de cinco golpes especiais, dos quais cada jogador escolhe dois. Após, abre-se a tela de seleção de personagens mascarados (com “artes” que lembram Absolver), sendo representados por dois homens e duas mulheres — todos obviamente genéricos.
A maior (e melhor) surpresa do pacote.

No cenário de luta (o único para todas  as partidas) vê-se duas barras para cada personagem, uma representando o HP e outra a barra de special que, como todos sabemos, permitem o uso dos golpes especiais selecionados anteriormente. Não há canções e tampouco registro de tempo, sendo nada mais senão uma partida em melhor de três.

Os sons de golpes e acertos são bonitos de certa forma e, por incrível que pareça, é a melhor jogabilidade dentre todos os títulos que compõem a seleção, me remetendo à sensação de jogar The King of Fighters no Game Boy Color, sendo um botão para soco e outro para chute, com golpes especiais que são realizados na combinação entre direcional e botões de ação.

Catsylvania (jogo original: Gato Roboto)

Embora seja uma paródia de Gato Roboto, são óbvias as referências à série Castlevania, bem como a Ghouls'n Ghosts. À essa altura, eu me divertiria mais com as menções aos jogos acima (ou com as situações engraçadas do título), não fosse o mesmo detalhe que já reclamei mais do que o suficiente nessa análise: os controles.

De todos os jogos single player presentes no conjunto, os pretensamente mais interessantes (Hotline Milwaukee e Catsylvania) são aqueles que, de longe, possuem a pior jogabilidade. Controles com movimentos lentos e pesados oferecem pouca possibilidade de resposta em saltos entre plataformas e principalmente contra inimigos aéreos. Mesmo a shuriken, que é a arma secundária e objetiva justamente atacar estes inimigos, tem pouca efetividade em razão dos controles travados. À essa altura, a “paródia” já perdeu a graça. O “jogo” em si não é difícil (é concluído ao chegar no boss), mas os controles, pela milésima vez, dificultam a jogabilidade.
Essa imagem é impagável.
A “trilha sonora” é constituída de uma única canção, que não é ruim mas, novamente, peca pelo excesso na repetição (mais uma vez, integrando a brincadeira). Os efeitos sonoros, por sua vez, atendem à proposta da coletânea. Num todo, é mesma impressão que tive em Enter the Dungeon.

Pikuniku Ball-Stars (jogo original: Pikuniku)

O segundo dos dois títulos que obrigatoriamente exigem um segundo jogador (ou no mínimo um joystick plugado) para funcionar. Escolha entre oito personagens, equipe-o com algum chapéu (que faz absolutamente nada in game, servindo tão somente como acessório) e siga para a “quadra de basquete”, que se constitui por duas cestas e duas molas propulsoras em cada canto inferior da tela.
Tosco, mas divertido.
Os personagens podem saltar, abaixar, chutar ou cabecear a bola e chutar o adversário. O objetivo é encestar a bola e aquele que conseguir fazê-lo por três vezes (eventuais cestas “contra” contam em favor do adversário) vencerá a partida. Existem duas canções, presentes na tela de abertura e durante a seleção de personagens, ao passo que os efeitos sonoros são o mais simples possível, mas sem serem irritantes. Novamente, é mais um jogo que, embora a simplicidade, possui uma jogabilidade razoável e, de certa forma, é até divertido.

E então, vale a pena?

Esse é o ponto crucial e reconheço que estou entre a cruz e a espada. Fui claro em várias oportunidades que entendi o conceito da coletânea. Há situações tão bizarras ou toscas que são indiscutivelmente engraçadas, como os cães em Hotline Milwaukee, o gato que expõe seu corpo sarado de bermudas ao perder sua armadura em Catsylvania ou o bendito gorila em Ape Out Jr. Por outro lado, algumas piadas são recorrentes e, à certa altura, perdem a graça, como os erros nos nomes em alguns títulos ou conquistas como “compre e inicie o jogo”, “altere as configurações do menu”, “insira um joypad”.

Quando assisti o trailer de anúncio, eu não esperava os trabalhos comumente publicados pela Devolver, logo, estava (e continuo) aberto às insanidades e simplicidades propostas. O que me aborreceu sobremaneira foram os controles em alguns dos jogos.

No entanto, Ape Out Jr. e Super Absolver Mini Turbo Fighting Championship, alguns dos títulos que menos me chamaram a atenção no início, são muito interessantes e a jogabilidade não é travada como nos títulos for fun. Por sinal, eu realmente gostaria de adquirir um Super Absolver Mini Turbo Fighting Championship real, com direito a modo arcade, enredo, segredos e lutadores “de verdade”. Mas, até aqui, a coletânea é “esquecível”, sem qualquer fator replay senão, em caráter de justiça, por Luftrousers.

Mas aquilo que todos querem saber é: vale a pena a aquisição? A despeito das piadas, o preço do jogo é bastante real: R$ 10,78, considerando o desconto de 1% sobre o valor cheio —  fato este que também se inclui no “parque de diversões” criado pela Devolver em conjunto com a Doinksoft.

Minha recomendação? Some mais R$ 7,00 à sua Carteira Steam e adquira Hotline Miami ou aguarde um eventual lançamento de Super Absolver Mini Turbo Fighting Championship — talvez uma versão aprimorada de Luftrousers — porque ambos, sozinhos, não sustentam o valor sugerido.

Prós

  • Humor direcionado ao público gamer, recheado de piadas internas;
  • Cães empunhando armas, gorila de fralda e gato sarado de bermudas;
  • Super Absolver Mini Turbo Fighting Championship e Luftrousers.

Contras

  • Humor direcionado ao público gamer, mas que aliena o mainstream;
  • Controles forçosamente travados em alguns dos títulos mais interessantes;
  • Praticamente nenhum fator replay.
Devolver Digital Bootleg — PC — Nota: 5.0
Análise produzida com cópia gentilmente cedida pela Devolver Digital.
Revisão: Francisco Camilo

Mineiro, apaixonado por livros, música, filmes, discussões, Magic: The Gathering e, claro, jogos eletrônicos.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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