Blast Test

Blast Test: Seraph (PC) propõe jogabilidade intensa e rápida

Mesmo ainda precisando de ajustes finos, o jogo traz bastante conteúdo e mecânicas interessantes.

Seraph é o segundo projeto da desenvolvedora Dreadbit, trazendo uma proposta bem diferente de Ironcast, primeiro título da empresa. Com uma pegada de ação constante com um visual 2D, o jogo, que ainda está em acesso antecipado, já mostra que deverá ter um grande destaque, embora ainda precise de alguns polimentos.


Pulos, tiros e demônios 

Seraph se fundamenta bastante em suas mecânicas como seu principal diferencial. Com a protagonista do jogo (chamada Seraph) você poderá dar pulos duplos, "dashes" e rebater em paredes, lembrando os conceitos da série Megaman X, mas bem mais refinados. É possível pular para todos os lados com bastante liberdade, o que é bem legal. E fundamental para se manter vivo.

Os inimigos costumam ter ataques de curta e longa distância e, depois de um tempo, eles começam a aparecer em maiores quantidades. Isso vai fazer com que seu personagem tenha que se movimentar a todo momento para se esquivar. Por outro lado, inimigos especiais precisam receber um ataque finalizador para serem derrotados ou ressuscitam com parte do HP. Isso te obriga a se jogar no “meio da festa” para destruí-los, gerando momentos de desafio bem interessantes.

Os inimigos com a marca em cima do HP devem ser finalizados ou voltam à vida
Mas como matar a horda de demônios que está no seu pé? Aqui temos uma boa sacada do pessoal da Dreadbit. A mira das armas é automática, sempre fixando em um oponente. Dessa forma, o jogador consegue se concentrar na movimentação de Seraph sem perder poder de ataque. As armas básicas da heroína são duas pistolas automáticas com munição infinita, o que, plasticamente, deixa a ação mais bonita. Pena que elas não são muito fortes.

Como alternativa, é possível coletar outras armas para o slot secundário, que variam de submetralhadoras até espingardas. Via de regra elas são mais fortes, mas possuem pouca munição. Isso faz com que seja uma boa ideia guardá-las para chefes ou momentos mais críticos, mas ainda assim elas não duram o bastante.

Por fim, existem os Milagres, as magias do jogo, que variam desde forças para repelir projetos inimigos até grandes ataques em área. Não há mana, sendo a única limitação o tempo de resfriamento. Existem várias opções, mas só é possível equipar duas por vez.

Vivendo, morrendo e vivendo novamente

Seraph também é pensado para ser um jogo com altos níveis de dificuldade. Para isso, além de escolha do padrão no começo da partida, a dificuldade vai se ajustando conforme seu desempenho. Na teoria esse sistema é lindo, na prática ainda precisa de mais refinamento. Digo isso, pois depois de certo ponto eu achei que a dificuldade deu um pulo maior do que deveria. Nada absurdo, mas perceptível.

Outra coisa que vale ser mencionada é o sistema de Renascimento. Ao morrer em uma fase, você volta ao começo da tela. Os inimigos mortos não voltam, mas você perde um terço do seu HP. Caso morra uma segunda vez, perde outro terço. Isso vale só para o estágio atual, sendo a barra restaurada ao concluir a fase. Porém, uma terceira morte e Game Over, o que te joga para o começo do game. Para evitar não voltar tanto, em alguns estágios existem checkpoints que, se encontrados, fazem você voltar daquela fase específica.

Mesmo nas paredes, é possível atirar nos inimgos

Criações e recursos extras

O jogo possui alguns sistemas de evolução e criação. Além do sistema de level, que dá alguns bônus a cada nível ganho, existem os OATHS, nos quais é possível equipar cristais que dão habilidades passivas (mais HP por nível, mais dano de armas, etc.) e TRANSMUTATIONS. Esse último utiliza itens deixados por inimigos para criação de novos Milagres, Armas e Cristais (pedras que dão bônus temporários dentro das fases). Tudo que é ganho aqui se mantém caso você morra e tenha que começar de novo. Se não fosse assim, admito que seria bem frustrante.

Seraph traz também uma integração direta com o Twitch, permitindo que você transmita seu jogo direto pelo programa. Não só isso, mas ele permite que os espectadores utilizem um sistema de votação para aplicar modificadores em tempo real. Não consegui testar este recurso por problemas alheios ao jogo, mas é muito legal a iniciativa. Junto a isso, já estão funcionando os desafios, nos quais os jogadores podem competir pelos menores tempos ou maiores pontuações.

Aqui é possível criar itens que ajudarão durante a campanha
Graficamente temos um jogo muito bonito, principalmente os efeitos de iluminação. Os cenários são gerados aleatoriamente, mas os temas são pouco diversificados. Os inimigos também poderiam ter uma maior variedade de formas e cores. A música é boa no começo, depois ela se torna repetitiva e não fica tão agradável.

Notou que eu nem mencionei sobre a história? Sinceramente, ela não importa muito aqui. Rolam alguns clichês de herói que perdeu a memória, corpos possuídos e ajudantes desconhecidos, mas, sinceramente, você estará mais preocupado em se manter vivo e melhorando suas habilidades.

Um futuro promissor

Seraph traz bastante conteúdo nesta versão de acesso antecipado, já mostrando muito do que deve conter o produto final. Talvez o que mais falte agora sejam ajustes finos na jogabilidade e nas curvas de dificuldade e criação de itens, para se encaixarem em uma linha mais coesa. Em alguns momentos não havia sequer um monstro por perto, o que quebrava um pouco o ritmo.

De acordo com a página no Steam, a previsão é que o jogo seja lançado em até seis meses.

Revisão: Vítor Tibério


Formado em Game Design, desistente da Matemática Aplicada e atualmente cursando Jornalismo. Ainda aguardo o retorno triufal da Sega, fã de Metal Gear, Dark Souls e várias coisas vindas lá do Japão.
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