BGS 2025: os melhores jogos brasileiros da Área Indie

Selecionamos cinco games “made in Brazil” que marcaram presença na feira.

em 13/10/2025
Atração clássica da Brasil Game Show, a Área Indie retornou em 2025 com 59 jogos de todos os cantos da cena independente brasileira e além. As demos estiveram disponíveis para o público durante todos os dias do evento, entre 9 e 12 de outubro.

Como já é de costume da casa, o GameBlast visitou o espaço, conversou com desenvolvedores e testou demos de jogo na busca do próximo grande hit nacional. Destes, destacamos cinco, entre os já lançados e os ainda no forno. Confira:

Aviãozinho do Tráfico 3: Abri um Portal Para o Inferno na Favela Tentando Ressuscitar Mit Aia e Preciso Fechar (Joeveno)

Começamos os trabalhos com o mais brasileiro entre os brasileiros. Criado pelo YouTuber Joeveno, Aviãozinho 3, que teve de cortar a referência ao tráfico do título para a BGS, é bem o que o título indica: um boomer shooter nos moldes de Quake que retrata as desventuras de um fã de Mit Aia (referência, sim, ao cantor Tim Maia) e os demônios que convidou ao seu lar em sua tentativa de reviver o ídolo.

Na Área Indie, foi um dos jogos mais populares: toda sorte de curiosos presentes acabou se rendendo à tentação de entender o que acontecia ali. Teve até caixa fake de um porte para o PlayStation, digo, Preisteixo BR no diminuto estande que ocupava. No mundo afora, fãs famosos do título incluem Hakita, criador de Ultrakill, e o streamer Vinny, do coletivo Vinesauce.

Para quem quiser conhecer mais sobre o maravilhoso mundo de Aviãozinho 3, uma verdadeira autoparódia muito bem-humorada sobre a realidade brasileira e já disponível para PC, vale conferir a análise do nosso querido Alec Oliveira — diga-se de passagem, uma das primeiras que saiu no Metacritic. É o Blast na crista da onda!

A.I.L.A (Pulsatrix Studios)

Dos criadores de Fobia - St. Dinfna Hotel, A.I.L.A é um jogo de terror nacional cujo protagonista, Samuel, é voluntário no teste de uma IA, a titular A.I.L.A (Artificial Intelligence of Level Analysis, ou Inteligência Artificial de Análise de Níveis), que cria uma série de simulações de cenários de terror e aprende com os medos de quem a usa. 

Com o tempo, a linha entre o fictício e a realidade acaba perdendo a obviedade; do nosso lado da tela, os gráficos hiper-realistas ajudam. A ideia é que o jogador decida para onde quer levar a história, como em um livro-jogo. O game foi financiado coletivamente pelo Catarse e chegou a arrecadar mais de R$ 300 mil em três meses de campanha.

Uma demo já está disponível no Steam; o jogo completo tem previsão para sair ainda em 2025, para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.

Wedgetail (Thunder Games)


Prototipado no Fortnite e acatado por um investidor anjo, Wedgetail é a resposta brasileira ao hero shooter (subgênero do FPS que oferece personagens diferentes com as próprias habilidades, em vez de uma seleção de armas). A pegadinha é que o combate, desta vez, é entre dois times de quatro aviões, cada qual com sua característica; a ideia é simular o voo de maneira cartunesca, não realista.

Para a BGS, o time Thunder Games trouxe o modo Captura de Ponto, um dos quatro planejados para a versão 1.0, a ser lançada gratuitamente em português, inglês e espanhol na segunda metade de 2026. Nele, os dois times competem para capturar e defender um ponto de controle, de maneira similar ao modo Dominação em Marvel Rivals ou Controle em Overwatch.

Uma comunidade no Discord também já existe para o fomento de testes beta e torneios privados de eSports.

Hell Clock (Rogue Snail)

Para quem é mais do roguelike, que tal um brasileiro? Hell Clock, ambientado 8 anos depois da histórica Guerra de Canudos, protagoniza Pajeú, um guerreiro ressuscitado que decide descer ao inferno para resgatar a alma de seu mentor, Antônio Conselheiro, líder espiritual do povoado de Canudos (BA), e buscar justiça pelos mais de 25.000 mortos no conflito. 

Cada run é ditada por um relógio amaldiçoado que limita a estadia de Pajeú no inferno — quando este chega a zero, ele deve retornar à superfície e partir novamente do porão da casa de Conselheiro. Na BGS, a Rogue Snail propôs um desafio: quem derrotasse o chefão Comerciante em uma única run ganharia bottons exclusivos.

Aclamado no exterior, o game está com 20% de desconto no Steam até 22 de outubro e conta com legendas em 9 idiomas, incluindo, é claro, o português do Brasil. Este também tem uma análise do Blast: Alexandre Galvão, o nosso Xelão, acompanhou Pajeú à casa do coisa-ruim e conta tudo sobre a jornada.

Eden’s Frontier (Frontiers Group Entertainment)

Para finalizar, que tal um “BRPG”? Inspirado em clássicos dos anos 90 e 2000, como Final Fantasy e Ragnarok, o RPG de ação Eden’s Frontier conta a história de Blu, um jovem bichinho mágico que sai para explorar uma caverna e descobre muito mais do que imaginava ver por ali. 

A ideia é resgatar esse passado de maneira moderna. A curta demo trazida pelo Frontiers Group à BGS ostenta um belo estilo 2.5D, com cenários modelados em 3D somados a sprites pixelados. O jogo completo promete trazer uma dose de brasilidade às inspirações orientais: por exemplo, um dos mapas planejados é a Praça da Liberdade, em São Paulo. 

Uma HQ dentro do universo do título também está sendo publicada gratuitamente em seu site oficial. Eden’s Frontier será lançado em português, inglês, japonês, espanhol latino-americano e chinês simplificado, ainda sem data confirmada. 

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Hiero de Lima
Jornalista formada pela PUC-SP e eterna apaixonada por videogames, especialmente aqueles japoneses de mistério. Sempre tem alguma redação gigante para escrever depois que zera um Yakuza.
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