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Análise: Hi-Fi RUSH (Multi) conquista novos públicos com muita ação, carisma e rock and roll

Com uma execução competente e muito conteúdo, o título entrega uma experiência viciante.


Depois de ter deixado uma impressão muito positiva no PC e no Xbox Series, agora é a vez dos donos do PlayStation 5 curtirem os embalos de Hi-Fi RUSH. Faz pouco mais de um ano desde a chegada original do game, no começo de 2023, mas o jogo continua bonito, dinâmico e sobretudo afinado, conforme vamos conferir nesta nova análise. Pegue a sua guitarra e não esqueça das baterias, pois o show vai começar!

Testando, testando, 1, 2, 3...

Se o lançamento original do game foi, de certa forma, uma surpresa para os jogadores, o mesmo pode ser dito para a sua chegada ao console da Sony. Afinal, tratava-se de um exclusivo da Microsoft — considerado um dos melhores jogos do ano passado, inclusive —, empresa que sempre está atrás das concorrentes japonesas no que se refere a títulos próprios. Seja como for, o fato é que os donos do PlayStation podem conferir esse ótimo game.
 
Ele mistura três gêneros diferentes — combate, plataforma e rítmico — em uma experiência única. Confesso que quando ouvi falar de Hi-Fi RUSH, no mesmo momento me lembrei de No Straight Roads (ou NSR), que analisei em 2020. Ambos contam com propostas arrojadas e estilosas, apostando em muita ação embalada por músicas envolventes. Felizmente para mim, o jogo mais recente é mais afinado em praticamente todos os aspectos.
Prepare-se para conhecer um mundo rico e divertido
A aventura estrela o jovem Chai, que aspira se tornar um astro famoso do rock. Após um experimento científico malsucedido, o herói adquire duas habilidades únicas: um braço robótico com poderes magnéticos e um aparelho de música alojado no peito. Esse último permite ao protagonista aumentar sua força ao agir no mesmo ritmo das canções que embalam o jogo.
O nosso herói está (quase) pronto para a aventura
Essas novidades não passaram despercebidas pela empresa responsável pelas modificações, que por sua vez está envolvida em um esquema maligno envolvendo as suas próteses cibernéticas. Catalogando Chai como um “defeito” para poder eliminá-lo — e encobrir seus planos —, as Indústrias Vandelay são a antagonista principal do game, com direito a toda sorte de robôs, máquinas e executivos furiosos.

Na batida do show

O jovem herói não somente terá inimigos pela frente, pois diversos aliados se juntaram a ele para derrotar Vandelay. Sem maiores spoilers, o enredo traz várias surpresas e cenas incríveis até o final. O bom humor se destaca em praticamente todos os momentos, em um estilo que pode agradar praticamente todas as faixas etárias. As cutscenes, em particular, são um show de carisma.
Carisma é a palavra chave do game
Falando da jogabilidade, voltamos à tríade de gêneros combate, plataforma e rítmico. O destaque de Hi-Fi RUSH, sem dúvidas, é a primeira categoria: lutar contra os vários tipos de inimigo que o game apresenta é sempre uma tarefa divertida, com mecânicas no estilo hack and slash. São vários os combos e golpes especiais à disposição, cada um deles com direito a um reforço extra.
O uso do DualSense torna a jogabilidade ainda mais imersiva
Lembra-se da habilidade musical de Chai? Os ataques e defesas ficam poderosos ao apertar os botões de comando no ritmo da música que estiver tocando. Para auxiliar na tarefa, cenários e personagens pulsam nesse mesmo embalo musical, além de podermos ligar um mostrador rítmico na tela. No geral, isso proporciona combates competitivos e emocionantes, exigindo atenção do jogador para obter o máximo possível das suas habilidades.
A quantidade de habilidades para obter é enorme
Além das lutas, existem outros desafios que fazem uso dessa sinergia entre comandos e música, como minigames variados e seções de plataforma. Embora bem-sucedida na maioria dos casos, infelizmente, não é sempre que ela funciona bem. Alguns desafios trazem batidas pouco intuitivas para seguir, tornando a experiência quase punitiva (oi, Korsica); “quase”, pois a atmosfera agradável e um sistema de checkpoints generoso facilita a vida.
Até mesmo o bloqueio exige sincronia para ser plenamente executado

Falando no gênero plataforma, aqui reside outro probleminha de Hi-Fi RUSH: Chai se mexe de forma satisfatória nas lutas, porém é um tanto lento e desengonçado para pular e correr pelos cenários. Conforme as horas de jogo se acumulam, essa sensação vai ser tornando cada vez mais clara, ainda que não chegue a ser insuportável. Ao menos a variedade nos cenários e seus elementos torna a experiência mais aceitável e divertida.

Muitos tesouros e segredos estão escondidos pelas fases
A exploração dos cenários também propicia encontrar colecionáveis, energia para especiais, engrenagens para comprar melhorias e combos, itens que aumentam a barra de vida, entre outros. Os aliados que o herói encontra pelo caminho não somente contribuem com a história, mas oferecem habilidades únicas para encarar os desafios. Peppermint, por exemplo, oferece disparo à distância e quebra de campos de força.

Um álbum bem produzido

Sobre a produção em si, Hi-Fi RUSH não desafina em nada: com um visual que lembra um desenho animado em três dimensões, temos um game repleto de estilo e cores. Mais uma vez as cutscenes brilham aqui, com efeitos muito bonitos. A dublagem contribui (e muito) para o jogo, com uma escolha de vozes bastante acertada — incluindo as versões original em inglês e português brasileiro —, com capacidade para gerar tanto momentos engraçados quanto emocionantes ou sérios. Além disso, a localização tupiniquim é de primeira: até mesmo trocadilhos foram bem traduzidos.
Os visuais são um dos pontos altos
Obviamente eu não poderia esquecer de escrever sobre a trilha sonora do game. As músicas são de primeira qualidade, incluindo algumas faixas licenciadas e muitas inéditas, produzidas para o título. O estilo principal aqui é o rock, com direito a algumas canções com pegadas diferentes, como o jazz e o eletrônico. Seja como for, é um deleite para os ouvidos de qualquer jogador.
Temos diversas referências a outras produções da cultura pop
E não poderia ser diferente, visto que é justamente a pulsação dessas músicas que embalam a jogatina. O dinamismo das canções, inclusive, ajuda nos desafios mais difíceis, tornando a tarefa de seguir o ritmo mais prazerosa. Esse equilíbrio entre os vários elementos que formam o título — visuais, jogabilidade, som, enredo, etc. — é justamente uma das maiores qualidades do game.
Mesmo diálogos podem reservar momentos divertidos
Lembrando mais uma vez de NSR, parece que justamente os seus pontos negativos foram atacados pelo novo lançamento da Tango Gameworks. Talvez com exceção da ousadia no estilo visual, Hi-Fi RUSH conseguiu superar o anterior em todos os quesitos. Aliás, a versão para PS5 é uma ótima opção para curtir a experiência mais completa da aventura.
Muitas customizações para escolher
O (re)lançamento inclui todas as atualizações do jogo disponibilizadas até então, incluindo golpes especiais, skins e o chamado Desafio do Fliperama, que adiciona dois modos de jogo para quem terminou a campanha: a Explosão de BPMS, que coloca o jogador para enfrentar inimigos em meio a um aumento contínuo das batidas da músicas; e a Torre Fliperama, em que cada andar traz inimigos progressivamente mais fortes. Finalmente, o game também conta com uma versão Digital Deluxe Edition, que traz itens cosméticos bônus e uma (pequena) quantidade de engrenagens extras.

O espetáculo continua

Proporcionando mais uma surpresa aos jogadores, a chegada de Hi-Fi RUSH ao PlayStation 5 só amplia os fãs de um game divertido e único. Com visuais de primeira e uma jogabilidade empolgante, embalada por uma trilha sonora de altíssima qualidade, temos uma experiência obrigatória para fãs de hack and slash e/ou jogos rítmicos. Fico na torcida para que, um dia, tenhamos uma sequência e, portanto, um bis desse grande show!
Uma experiência divertida, original e com boa dose de desafio!

Prós

  • Jogo mistura os gêneros combate, plataforma e rítmico de forma muito competente;
  • Visuais muito bonitos e repletos de carisma;
  • Trabalho sonoro de alta qualidade, incluindo dublagens e músicas;
  • Jogabilidade agradável e com potencial para momentos emocionantes;
  • História envolvente e divertida;
  • Boa quantidade de itens, colecionáveis e outras opções de jogo.

Contras

  • Determinados desafios rítmicos podem ser excessivamente exigentes;
  • Fora das batalhas, movimentos do protagonista poderiam ser um tantinho mais ágeis.
Hi-Fi RUSH — PS5 — Nota: 9.0
Plataforma utilizada para análise: PS5
Revisão: Heloísa D'Assumpção Ballaminut
Análise redigida com cópia digital cedida pela Bethesda Softworks

é produtor de conteúdo sobre games desde 2016 e um grande fã da décima arte, embora não tenha muito tempo disponível para ela. Seus games favoritos (que formam uma longa lista) incluem: KH, Borderlands, Guitar Hero, Zelda, Crash, FIFA, CoD, Pokémon, MvC, Yu-Gi-Oh, Resident Evil, Bayonetta, Persona, Burnout e Ratchet & Clank.
Também encontra-se no Twitter @MatheusSO02 e no OpenCritic.
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