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Análise: VISCO Collection (Multi) é um compilado tímido, mas que tem seu charme

Embarque em uma viagem temporal com uma reunião atípica de clássicos.

A VISCO Corporation tem um caminho bem prolífico no desenvolvimento de jogos. Alguns deles foram lançados sob a marca da Taito, para consoles como NES, Nintendo 64, Neo Geo, além dos arcades.

A QUByte tem feito um extenso trabalho, resgatando diversos títulos do ostracismo e apresentando-os para o público atual. Após reunirem os jogos das séries Vasara e Breakers, chegou a hora da empresa brasileira compilar mais sete títulos únicos no VISCO Collection.

Uma variedade interessante

O que mais chama atenção de início nesta coletânea é a diversidade de gêneros dos títulos escolhidos, ainda mais se comparados a outros tantos que possuem bem mais jogos, mas que se baseiam em estruturas similares, como shoot 'em ups ou beat 'em ups. Os escolhidos foram:

Andra Dunos (1992): shoot 'em up básico e rápido de progressão lateral, com esquema de power-ups e upgrades que deixam a nave mais poderosa.

Goal! Goal! Goal! (1995):
um jogo de futebol ao estilo arcade, no qual temos os comandos básicos de chutar, driblar e tocar. Ao todo são 28 seleções disponíveis para trilhar o caminho da Copa do Mundo e com direito a easter eggs bacanas nos troféus. 

Neo DriftOut (1996):
título de corrida com visão isométrica no qual temos que completar o percurso antes que o tempo acabe e sem bater nos obstáculos e outros carros na pista.

FlipShot (1998):
uma releitura do clássico Pong. Controlamos um personagem que deve rebater a bola para a meta rival até eliminar todos os objetos do outro lado.

Captain Tomaday (1999):
um shoot 'em up de progressão vertical, no qual controlamos um tomate super-herói, que usa suas mãos para acertar os inimigos e pode se transformar em um bebê ou um macaco para ficar mais poderoso.

Ganryu (1999):
o game de ação te coloca no papel de Musashi ou Suzume, que têm o dever de cruzar ambientes perigosos e enfrentar vários ninjas inimigos. Em 2022, foi lançada a continuação Ganryu 2: Hakuna Kojiro.

Bang Bead (2000):
a única sequência dessa coletânea dá continuidade às disputas intensas de FlipShot; o diferencial é que agora, além de rebater a bola para o gol adversário, também é possível atacar os oponentes diretamente com a bola.

O número tímido de títulos pode ser um desmotivador, ainda mais se levarmos em consideração que a VISCO lançou diversos títulos bacanas, como Mega Twins, Bang Bang Busters, Rally Bike e até o pitoresco Bass Rush. E claro que isso deve-se às inúmeras licenças a serem obtidas.

Entretanto, algo que conta bastante a favor, além da ótima emulação arcade, é que Andra Dunos, FlipShot, Bang Bead, Captain Tomaday e Goal! Goal! Goal! contam com multiplayer local e online. Destaque para os jogos esportivos, que rendem partidas bem acirradas.

Um fliperama simples

Mesmo com a ótima apresentação, que traz um menu inspirado nos antigos arcades, até lembrando um pouco o Capcom Arcade Stadium, VISCO Collection peca na falta de opções para customizar a experiência.

Ao selecionarmos qualquer jogo, a tela fica ao centro, com o papel de parede ao fundo, cada um para um título. Não há a possibilidade de retirar esse papel de parede, para quem gosta apenas das bordas pretas, ou até mesmo de alterar a disposição do ecrã, para que ele preencha todo o espaço em 16:9, ou seja, ampliado para um 4:3 que vai da parte superior à parte inferior da tela.

Além disso, não seria ruim contar com os charmes dos filtros de tela, que se tornaram bastante comuns com as diversas coletâneas que foram lançadas nos últimos anos. Estou falando das scanlines na tela e as bordas arredondadas, para imitar a disposição de um monitor de fliperama.

Também senti falta da opção de customizar a experiência dos jogos, como mapear os botões ou escolher níveis de dificuldade. São coisas bem básicas e indispensáveis para quem quer uma configuração que lhe agrade mais.

Pelo menos cada um dos títulos conta com o recurso de save/load state, para quem quer refazer escolhas ou continuar de onde parou depois de um tempo.

Uma máquina do tempo que pode ir mais longe

O trabalho direto ao ponto de VISCO Collection poderia trazer alguns itens extras para chamar a atenção dos gamers mais nostálgicos. Por outro lado, não dá para negar que os ports escolhidos são excelentes e poder jogá-los online é uma adição muito bem-vinda.

No mais, é uma ótima coletânea para adicionar à sua biblioteca de pérolas dos tempos áureos dos jogos.

Prós

  • Os ports dos jogos são ótimos;
  • Multiplayer local e online para a maioria dos títulos;
  • Goal! Goal! Goal!, FlipShot, Bang Bead e Captain Tomaday foram excelentes escolhas que fogem dos padrões atuais de coletâneas;
  • Save/load state. 

Contras

  • Ausência de opções para melhorar a experiência do jogador, como mapeamento de botões;
  • Não há filtros ou possibilidade de alterar o tamanho da disposição da tela;
  • A lista de jogos poderia ser um pouco mais extensa.

VISCO Collection — PC/PS4/PS5/Switch/XBO/XSX — Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: PS4

Revisão: Ives Boitano
Análise feita com cópia digital cedida pela QUByte Interactive

é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
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