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Análise: Call of Duty: Modern Warfare II (Multi) traz muito potencial mantendo o bom nível dos jogos de tiro da sua franquia

Novidades interessantes e a promessa de um ciclo longo de vida complementam a já consolidada fórmula de sucesso.


Cerca de um ano após seu último título, a franquia Call of Duty finalmente recebeu o seu mais novo lançamento: Modern Warfare II, um game que promete mudar bastante o que foi visto recentemente na série de jogos de tiro. Mas será que todas essas novidades tornam o título melhor que os anteriores? Equipe o seu arsenal favorito e não esqueça de trazer muita munição, pois a análise vai começar!

Um novo game com uma nova proposta

Lançado no dia 28 de outubro, Call of Duty: Modern Warfare II chegou para PS4, PS5, XBO, XSX e PC. Apesar de o jogo anterior da série ser Call of Duty: Vanguard (e antes dele Black Ops: Cold War), na realidade, o lançamento atual é uma continuação de Modern Warfare, de 2019. Esse fato afeta jogabilidade, ambientação e outros pontos, tornando-os diferentes do que temos hoje.
 
Na matéria prévia que publicamos aqui no GameBlast, essa mudança prometia muito, sendo que boa parte dela já pôde ser conferida na versão beta disponibilizada anteriormente. Para o bem e para o mal, as expectativas foram correspondidas: temos um game sólido e com boas qualidades, mas também com problemas variados que prejudicam a experiência, deixando-o no mesmo nível que os predecessores.
Bem-vindo ao mais novo CoD

Tal como fiz nas minhas análises anteriores, dada a considerável diferença de experiência entre os seus modos, irei dividir o texto entre cada um deles. Antes disso, falarei das características gerais de Modern Warfare II, começando pela sua produção. Visualmente, o game está bem bonito e polido. É como se os belos visuais de Vanguard estivessem mais afiados, com texturas e iluminação mais caprichadas.

O desempenho do game no PS5 é suave, com carregamentos rápidos e uma estabilidade razoável para um lançamento. Infelizmente, alguns recursos estão capengas, como a montagem de grupos (instável), o layout dos menus (confuso) e o uso do chat (ruidoso). Nada quebrado, mas vai exigir melhorias. Mecanicamente, o game está bem sólido e relativamente simplificado.

O recurso de salto foi uma das boas mudanças na jogabilidade
Jogadores mais experientes sentirão falta de movimentos como o slide cancel e o bunny hop, mas isso acaba por tornar a jogabilidade mais acessível. De maneira geral, o gameplay está mais cadenciado e agradável, o que certamente é um dos pontos mais fortes do título. Feitos os comentários globais do game, vamos seguir com a análise por partes.

Campanha mediana

Liberado via acesso antecipado, o modo história de Modern Warfare II pode ser considerado um pouco decepcionante. Ele até entrega um roteiro legal e momentos interessantes, como uma fuga em meio a montanhas e uma visita à bela Amsterdã, mas também tem missões chatas e excesso de armadilhas. Tal como o título em si, o resultado final é positivo, mas ficou abaixo dos títulos anteriores.
Inimigos se escondem em todos os buracos possíveis e temos algumas tarefas que exigem mais paciência do que habilidade. A temática “grupo militar americano caçando terroristas do Oriente Médio”, apesar de batida, ao menos oferece várias localidades interessantes. Espanha, México, Holanda e EUA estão entre os locais abordados, todos de forma muito bonita.
O nível gráfico está bastante alto
No final das contas, encaro a campanha como uma espécie de reintrodução ao universo de Modern Warfare II. Enquanto Vanguard focava na Segunda Guerra, agora temos armamentos modernos e problemas políticos mais complexos. Pena que o jogo é superficial nesse último quesito, assim como na apresentação do jogador à aventura. No final, vale a pena para conhecer a pegada do título e se enturmar com a jogabilidade.

Multijogador de primeira

Aqui temos o maior destaque de Modern Warfare II: o famoso multiplayer, que reúne vários tipos diferentes de partidas. Juntamente com modos tradicionais como Controle, Dominação e Mata-Mata em Equipe, também temos novidades como Resgate de Prisioneiros e Nocaute. O primeiro coloca dois times para localizar reféns e resgatá-los com vida ou então defendê-los a qualquer custo.
 
Já o segundo põe em disputa a posse de um pacote de dinheiro, vencendo quem estiver com ele ao final da partida ou então eliminar todos os oponentes. Os dois modos não têm reaparecimentos, mas é possível reanimar os colegas de equipe caídos. Também temos a Guerra Terrestre, que funciona no melhor estilo Battlefield.

Prepare-se para saltar no mapa em meio a guerra

Ou seja, grandes mapas, diversos veículos diferentes e combates caóticos repletos de emoção. Ao contrário do famigerado Battlefield 2042 (Multi), aqui temos tiroteios em espaços mais compactos e bem pensados, resultando em disputas divertidas. Outro ponto importante para ser abordado são os mapas em que disputamos as partidas.

Nada como aquela jogada clutch
Particularmente, divido os mapas em dois grandes grupos: os bons e os ruins, quase sem meio termos. Para todo cenário problemático, como um situado em um engarrafamento, temos outro divertido, como um localizado numa pista de corrida. O armeiro do game também é, no mínimo, polêmico: de forma resumida, liberar todos os acessórios para uma arma exige jogar com (várias) outras.

Um longo caminho até liberar tudo
Embora seja contraintuitivo, até que a ideia básica não é ruim, pois estimularia os jogadores a conhecer novos equipamentos e formas de jogar. A questão é que o sistema é intrincado, exigindo dedicação que considero excessiva. A boa variedade de armas, equipamentos e habilidades, incluindo seus vastos sistemas de customizações, compensam a parte ruim dessa nova proposta.

Operações realmente especiais

A terceira opção para curtir Modern Warfare II são as Operações Especiais. Elas trazem missões cooperativas para dois jogadores, que devem cumprir objetivos específicos para ter sucesso. É possível escolher entre três kits para embarcar nas jornadas, cada um com foco em habilidades distintas: Assalto, Médico e Engenheiro.
Aproveitar o modo cooperativo é um dos destaques

O primeiro kit é voltado a ações ofensivas, enquanto o segundo dá suporte e o terceiro oferece apoio táctico. É possível usar vários itens e habilidades durante as missões, que servem como uma espécie de continuação do enredo da campanha. Elas variam de proposta, indo desde tarefas mais furtivas até tiroteios intensos, sempre em mapas bastante grandes.

As Operações Especiais certamente foram a surpresa mais positiva do game em todos os sentidos. É possível subir de nível e melhorar equipamentos, além de cumprir missões secundárias. Pena que o modo é ainda mais curto do que a campanha, com apenas três opções de missão. Seja como for, já estão prometidas mais opções num futuro próximo.

No aguardo por mais missões divertidas em Operações Especiais
Caso algum leitor esteja se perguntando “cadê o modo Zumbi”, preciso lembrar que os jogos com o subtítulo Modern Warfare normalmente não contam com ele. É preciso destacar, entretanto, que o combate aos mortos-vivos foi um dos pontos fortes e populares de Cold War e Vanguard. Portanto, com um ciclo mais longo (que vou abordar na sequência), talvez algum modo envolvendo os zumbis possa aparecer no futuro.

Esperando pela zona de guerra

Por fim, mais uma vez chegamos à mesma incógnita vista nos Call of Duty anteriores: como será a interação com o Warzone? Particularmente, com a versão 2.0 do battle royale, que será lançada no dia 16 de novembro, produzida usando as mesmas características de Modern Warfare II. Portanto, a tendência é termos um melhor intercâmbio entre os dois games, lembrando que Warzone 2.0 será gratuito.

Dando tchau para o primeiro Warzone...
A questão é que, mesmo com essas premissas, ainda não temos como ter certeza de como será essa interação. Vanguard e Cold War demoraram até oferecê-la e precisaram de tempo até deixar tudo relativamente redondo. A tendência é que isso ocorra de forma mais orgânica agora, tal como foi para Modern Warfare com o primeiro Warzone, mas só nos resta esperar para ver.
 
Na realidade, essa espera se tornou meio padrão para a franquia Call of Duty, pois normalmente o lançamento conta com bugs, alguns mapas mal pensados, problemas no balanceamento, etc. Somente após algumas atualizações o game de tiro se torna estável e equilibrado, sendo que Modern Warfare II, infelizmente, ainda cai nesse caso.

... e olá para o novo Warzone 2.0!
O alento é que essa melhora sempre acontece e torna cada jogo único e de maior qualidade. A produtora já trouxe diversos anúncios de novidades, incluindo novos tipos de partidas no Multijogador, mapas, armas, modo ranqueado e missões para o Operações Especiais. Portanto, só nos resta aguardar e torcer.

Bom, mas poderia (e poderá) ser ainda melhor

Confesso que minha impressão geral de Call of Duty: Modern Warfare II é um tanto mista. Se por um lado a campanha é apenas ok e diversos elementos carecem de melhorias, por outro temos uma jogabilidade excelente e uma produção bonita. Particularmente, vejo a balança pendendo para o positivo, sobretudo pela chegada do novo Warzone 2.0 e a promessa de um maior tempo de vida.
Modern Wardare II tem um potencial melhor do que o (bom) estado atual
Essa política será bastante positiva para trazer novidades e corrigir erros, que infelizmente mantém firme as suas presenças, tal como nos títulos anteriores. Apesar disso tudo, os tiroteios são, na maioria das vezes, muito divertidos e viciantes. Se tudo der certo, esse game, que é hoje apenas uma boa sugestão, se tornará um item obrigatório para a sua biblioteca.

Prós

  • Jogo de tiro de ótima qualidade geral;
  • Visuais continuam muito bonitos;
  • Jogabilidade e mecânicas muito competentes;
  • Boa quantidade inicial de mapas, armas e demais elementos de jogo;
  • Chegada de Warzone 2.0 e promessa de um ciclo de vida mais longo têm potencial para tornar o game ainda melhor.

Contras

  • Alguns elementos como a campanha, o sistema de armas e os menus estão num nível abaixo do esperado;
  • Diversos recursos só vão chegar bem depois do lançamento.
Call of Duty: Modern Warfare II — PC/PS4/PS5/XBO/XSX — Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: PS5
Revisão: Heloísa D'Assumpção Ballaminut
Análise realizada com cópia digital cedida pela Activision

é produtor de conteúdo sobre games desde 2016 e um grande fã da décima arte, embora não tenha muito tempo disponível para ela. Seus games favoritos (que formam uma longa lista) incluem: KH, Borderlands, Guitar Hero, Zelda, Crash, FIFA, CoD, Pokémon, MvC, Yu-Gi-Oh, Resident Evil, Bayonetta, Persona, Burnout e Ratchet & Clank.
Também encontra-se no Twitter @MatheusSO02 e no OpenCritic.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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