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Análise: Call of Duty: Black Ops Cold War (Multi) é um ótimo game da franquia de tiro mais popular da atualidade

Mesmo sem reinventar a roda, o jogo é divertido e oferece boas opções para curtir sua ambientação na Guerra Fria.


Mantendo a tradição anual da sua franquia, Call of Duty: Black Ops - Cold War (Multi) chegou com bastante força no mercado. Alguns destaques incluem a interessante proposta baseada em elementos da Guerra Fria, o retorno do modo Zumbis e a integração com o popular Warzone. Mas será que o game é realmente tão bom? Pegue a sua AK-47 e não esqueça da Veloci-cola, pois a guerra vai começar!

Mais um título da tradicional franquia

Desde 2005, todo ano vemos o lançamento de um novo título da série Call of Duty. As gerações de videogames continuam passando, mas parece que essa tradição dos jogos de CoD está longe de acabar. Até então, o último título era Call of Duty: Modern Warfare (Multi), que havia chegado em 23 de agosto de 2019.
Modern Warfare teve um sucesso significativo, sobretudo graças ao modo Warzone
Finalmente, temos Call of Duty: Black Ops - Cold War, lançado pela Activision e produzido pela Treyarch em parceria com a Raven Software. O game chegou em 13 de novembro com versões para PlayStation 4, Xbox One e PC, além dos consoles da nova geração, PlayStation 5 e Xbox Series X. O maior destaque de Cold War é, como seu subtítulo deixa claro, a ambientação no período da Guerra Fria.
 
A produção geral do game é bonita, representando com qualidade o tenso período do começo dos anos 80. A temática é bem utilizada e permeia todos os segmentos do jogo, incluindo personagens, cenários e armas. Em particular, a campanha é quem mais explora elementos desse conflito global de interesses, resultando em momentos interessantes e envolventes.
O jogo te leva para várias localidades incríveis
Infelizmente, alguns elementos ainda carecem de cuidados. Alguns exemplos incluem animações de lançamento de granadas e de corrida, que são pouco naturais. Certas texturas e efeitos sonoros também estão muito simples, mas não chegam a prejudicar a experiência durante os dinâmicos tiroteios. Além disso, os tempos de carregamento estão mais longos em relação ao título anterior.
Prepare-se para viver um dos períodos mais tensos da política mundial
Como de praxe, esses defeitos devem ser sanados (ou minimizados) em atualizações posteriores. Dada à estrutura dividida de Call of Duty: Black Ops - Cold War, esta análise também tratará dos seguintes tópicos de forma separada: campanha, multijogador, zumbis e battle royale. Por fim, uma conclusão geral fará um apanhado das informações para oferecer ao leitor uma ideia completa da obra.

Campanha no melhor estilo cinema

O modo single player de Cold War é certamente a parte que mais faz jus ao seu nome. A história segue uma trama muito interessante, em que o jogador, que recebe o codinome Bell, precisa impedir a ação de um pretenso terrorista chamado Perseus. As missões são bem legais, misturando aspectos de espionagem e combate armado.
Algumas missões parecem terem saído de um longa-metragem
Vale frisar que esse modo conta com algumas tomadas de decisão que afetam como a história se desenrola. Certas escolhas têm efeitos bem significativos, com destaque para o final da campanha, que apresenta uma reviravolta digna de filmes como Missão Impossível. Gostei muito dessa abordagem, que é uma novidade nos jogos da franquia Call of Duty.
Os combates podem ser bastante intensos
Falando nisso, Cold War é uma continuação direta de Call of Duty: Black Ops (Multi) de 2010, trazendo de volta alguns personagens famosos como Woods e Mason. O jogador interage com eles várias vezes, seja no controle de Bell ou assumindo o papel desses veteranos de guerra. Com ótimas missões e vários desafios secundários, a campanha do título foi uma grata surpresa.

Multijogador competente e divertido

Certamente a minha parte favorita de Call of Duty: Black Ops - Cold War, o modo multiplayer traz vários tipos de partidas clássicos, tais como Mata-Mata em Equipe e Baixa Confirmada. A chamada Escolta VIP é uma das adições interessantes, em que dois times revezam a tarefa de proteger um membro do grupo. Nada é revolucionário, mas tudo funciona bem.
As partidas multijogador são ótimas
A quantidade de dano necessária para derrotar os inimigos aumentou em relação à Modern Warfare, exigindo uma quantidade maior de tiros. Obviamente, isso também aumenta as chances de escapar de um ataque adversário. Gostei dessa mudança, que diminuiu a cadência e tornou as partidas mais interessantes.
 
Outra mudança foi quanto aos mapas. Eles estão mais abertos e variados, sem “empurrar” os jogadores para caminhos fixos. Essa liberdade tornou as partidas mais variadas e inventivas, embora mais exigentes quanto ao conhecimento dos jogadores em relação a pontos cegos e a passagens secundárias.
As séries de pontuação proporcionam recursos valiosos
Infelizmente, como citado anteriormente, as partidas demoram bastante para carregar. Eu esperava um nível no mínimo semelhante ao do título anterior, mas, na prática, ele está pior. É provável que o lançamento para a nova geração de consoles tenha tido maior prioridade, deixando os demais jogadores tendo que esperar um pouco mais nos loadings.
Fique sempre atento aos inimigos
Alguns pormenores referentes ao balanceamento das armas precisam de atenção, mas isso será resolvido conforme o game for mais jogado e testado. Creio que a maior crítica ao multijogador seja ao número de mapas. Embora eu tenha gostado dos designs e visuais dos que estão disponíveis, a quantidade não corresponde a essa qualidade.

A volta dos mortos-vivos

Tal como característico dos games da série Black Ops, temos um modo Zumbis disponível em Cold War. Nele, o jogador, sozinho ou em grupo de até quatro membros (somente online, no momento), precisa sobreviver a ondas de zumbis progressivamente mais difíceis. Para isso, é preciso andar em um cenário repleto de segredos e recursos que devem ser devidamente administrados.
Enfrentar os mortos-vivos é um desafio emcionante
As duas opções de jogo principais são Dies Maschine e Chacina. Na primeira, temos um grande mapa que precisa ser explorado para que os jogadores descubram o mistério por trás da aparição dos zumbis. Na segunda, temporariamente exclusiva dos consoles PlayStation, os jogadores precisam derrotar ondas de inimigos dentro de uma pequena zona segura, que varia a cada rodada, dentro de um enorme cenário tóxico.
 
Uma mudança bem-vinda ao modo Zumbis é poder começar a partida com uma classe customizada. Assim, fica mais fácil avançar e também melhorar as suas armas favoritas. Para vencer os mortos-vivos, os cães pestilentos e o perigoso Megaton, o jogador também tem à disposição várias habilidades especiais, como a Explosão Gélida, melhorias de campo, como a Jugger-Nog e a Veloci-Cola, entre outros recursos.
Cuidado com os ataques do poderoso Megaton
Infelizmente, assim como no modo multiplayer, a carência de mapas é grande no modo Zumbis. Só existe uma opção disponível, ao contrário, por exemplo, de Call of Duty: Black Ops 4 (Multi), que trazia quatro opções já no lançamento. Ao menos a alternativa disponível é ótima, contando com uma boa e bonita variedade de salas claustrofóbicas, corredores escuros, clareiras espaçosas e muitos segredos.
O modo Zumbis esconde algumas surpresas interessantes
Por fim, temos o modo Dead Ops Arcade. Essa curiosa opção coloca o grupo de jogadores para enfrentar zumbis com uma perspectiva semelhante a games de tiro antigos em duas dimensões. Ele é divertido, mas é relativamente mal acabado e, principalmente, pálido, perto das demais formas de enfrentar os mortos-vivos.

Sobre a integração com o sucesso Warzone

Um ponto muito importante de Black Ops - Cold War é que ele não tem um modo battle royale próprio. Para curtir esse popular gênero, o jogador é redirecionado para Call of Duty: Warzone (Multi), lançado como um jogo gratuito no início de 2020. É necessário, inclusive, fechar o game mais novo para acessar o mais antigo.
Um dos sucessos de 2020
Como esse título já foi lançado e devidamente revisado pelo GameBlast, a análise vai se limitar a comentar sobre a integração entre Cold War e Warzone. Já foi divulgado que os dois jogos serão completamente integrados em dezembro, permitindo que os jogadores utilizem as armas e habilidades do primeiro no segundo. Isso, entretanto, levanta muitas questões.
 
Black Ops - Cold War tem jogabilidade e mecânicas muito distintas de Warzone, que por sua vez foi produzido em conjunto com Modern Warfare. Ou seja, armamentos, sistema de mira, deslizar (sliding) e todo o resto são significativamente diferentes. Ora bolas, o novo título não permite mais abrir portas e montar as armas nas paredes e muretas. Ou seja, na prática, os dois títulos são suficientemente distintos desde as suas concepções.
A relação entre Warzone e Cold War ainda é questionável
Ainda não temos informações detalhadas de como essa integração irá funcionar, então será preciso esperar um pouco para ver no que vai dar. Em minha opinião, essa “mistura” precisará de muito trabalho e cuidado, pois é difícil imaginar jogadores abrindo mão de suas armas e equipamento já aprimorados em Modern Warfare para usar os de Cold War.
Algumas armas terão contrapartes em Warzone e Cold War
Transitar entre esses dois títulos diferentes também pode se provar um pouco confuso. Em um momento, o jogador estará em meio a tiroteios mais cadenciados e abertos; no outro, partidas mais dinâmicas e precisas. Novamente, o negócio é esperar para ver e torcer para que dê tudo certo, pois ambos os jogos tem seus méritos que merecem ser devidamente aproveitados.

Um ótimo e honesto Call of Duty

Considerando cada um dos segmentos que compõem o título, é possível concluir que Call of Duty: Black Ops - Cold War (Multi) é sim um bom jogo de tiro. A campanha é competente e mais envolvente que as últimas vistas na franquia; o divertido multiplayer traz mudanças significativas, mas praticamente todas elas são positivas; o modo Zumbis é viciante, embora precise de mais mapas diferentes.
Apesar dos pesares, Cold War ainda é um jogo bonito e interessante
O único ponto ainda incerto é a integração com o modo battle royale Warzone. As diferenças dele com Cold War são significativas e somente o futuro dirá como os dois irão interagir. Seja como for, o novo game é muito bom por si só e, mesmo não sendo revolucionário, entrega uma experiência variada, desafiadora e, sobretudo, muito divertida e viciante.
 
Vale ressaltar que a produtora promete trazer várias atualizações em breve. Além disso, a Activision já declarou que pretende trazer muito conteúdo grátis e eventos no futuro, semelhante à trajetória de Modern Warfare. Se essas novidades e projetos forem bem executados, Call of Duty: Black Ops - Cold War terá tudo para ser um dos melhores títulos da franquia
Uma ótima opção para quem curte um bom jogo de tiro

Prós

  • Ambientação durante a Guerra Fria é interessante e bem executada;
  • Campanha traz uma aventura envolvente e com ótimas missões;
  • Modo multijogador oferece partidas frenéticas e equilibradas;
  • Modo Zumbis é divertido e desafiador;
  • Jogabilidade é muito boa e mecânicas de jogo funcionam bem;
  • Produção geral tem muita qualidade, incluindo cenários, armas e personagens.

Contras

  • Quantidade de mapas é relativamente pequena;
  • Vários elementos, como animações, carregamentos e efeitos sonoros, precisam ser aprimorados;
  • Integração parcial ao modo Warzone é pouco natural devido às novas mecânicas serem muito diferentes das de Modern Warfare.
Call of Duty: Black Ops - Cold War – Multi – Nota: 7.5
Versão utilizada para avaliação: PS4
Revisão: José Carlos Alves
Análise produzida com cópia digital cedida pela Activision

é produtor de conteúdo sobre games desde 2016 e um grande fã da décima arte, embora não tenha muito tempo disponível para ela. Seus games favoritos (que formam uma longa lista) incluem: KH, Borderlands, Guitar Hero, Zelda, Crash, FIFA, CoD, Pokémon, MvC, Yu-Gi-Oh, Resident Evil, Bayonetta, Persona, Burnout e Ratchet & Clank.
Também encontra-se no Twitter @MatheusSO02 e no OpenCritic.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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