Cyberpunk 2077: como está a versão de PC dois anos após o lançamento

Depois de dois patches e duas grandes atualizações trazendo novidades, como a versão de nova geração, será que esses dois anos foram bem utilizados?





Cyberpunk 2077 foi lançado em dezembro de 2020 e entregou versões terrivelmente mal otimizadas em todas as plataformas. Sistemas centrais do jogo, como o de implantes, por exemplo, estavam tão quebrados que a comunidade chegou a fazer uma tabela contendo os bugs de cada implante do jogo, definindo até os que funcionavam e os que não funcionavam. 

Dois anos se passaram e o jogo recebeu inúmeras atualizações que prometem melhorar a experiência. Após zerar o jogo pela primeira vez, compartilharei a experiência que tive com Cyberpunk 2077 para PC no patch 1.3 (agosto de 2021) e no patch 1.52 (março de 2022). Antes de começar, apontarei as especificações do computador no qual o jogo foi zerado:

  • Todas as opções no máximo;
  • Full HD Ultrawide, ou seja, 30% a mais de tela que o 1080p Widescreen convencional;
  • FSR (tecnologia da AMD para aumentar a taxa de quadros através da manipulação da resolução) 1.0 no modo Ultra Quality.
A primeira vez que eu joguei foi em novembro de 2021. O jogo se encontrava na versão 1.3 (antes da atualização para a nova geração sair, que foi a 1.5 em fevereiro de 2022) e a sensação de que um desastre iria acontecer a qualquer momento era iminente. O jogo era extremamente instável em dois fatores básicos: desempenho e bugs, no geral.





Desempenho: 2 anos para o mínimo de estabilidade

Na primeira vez que joguei, 60 quadros eram um sonho distante (mesmo com tudo no mínimo, não houve estabilidade). Encontrei o mínimo de estabilidade apenas ao travar o jogo nos 40 quadros. O FSR parecia que estava sendo mais usado, já que a imagem ficava muito mais borrada do que quando voltei meses depois.



Após encostar o jogo mais ou menos na metade do “arco da Panam”, três patches depois, as melhorias foram notáveis. Com maior estabilidade, foi possível manter os 40 quadros mais tranquilamente. 

Importante notar que, a cada atualização, a cidade fica mais vazia. Esse método também foi utilizado pela Ubisoft, por exemplo, entre Assassin’s Creed Unity (Multi) e Assassin’s Creed Syndicate (Multi), em que diminuir o número de NPCs nas cidades ajudou a melhorar a performance e diminuir bugs, em vez de, de fato, tornar o jogo mais otimizado/polido.






É possível checar a diferença na densidade populacional nessa comparação feita pela Candyland.
Em novembro, áreas com maior densidade de NPCs eram sofríveis. Com o tempo, essas áreas ficaram mais suportáveis, apesar de ainda haver instabilidade em missões como a da passeata próximo ao fim do jogo, por exemplo. Sendo assim, áreas como o prédio onde fica o apartamento inicial do V e algumas áreas comerciais podem ser melhor aproveitadas.

Bugs: com o tempo, menos coisas passaram a explodir ou sair voando

Conforme apresentado no começo da matéria, antes havia uma sensação contínua de que o jogo iria “explodir” a qualquer momento. Objetos e pessoas fora do lugar, tremendo e desaparecendo já eram indícios de que algo ou alguém iria ser jogado (ou jogar o jogador) para o alto, explodido, entre outros possíveis problemas.

Após três updates, aquela sensação de que o jogo poderia explodir a qualquer momento já não estava presente. Aqueles “sinais” de que algo iria acontecer (NPCs desaparecendo, objetos tremendo etc.) já não estavam presentes.
Concluindo o “arco da Panam” e seguindo para o final do jogo, um dos bugs que me chamou atenção foi um que consistia em uma “estática” na parte de baixo da tela, provavelmente relacionada ao FSR, já que, quanto mais próximo do Ultra Performance eu colocava, maior era essa “estática”.

Dois anos fizeram diferença?

Considerando a condição de lançamento, eu preferi aguardar um ano para checar a nova aventura da CD Projekt Red. Como visto acima, não foi o suficiente para ter uma experiência decente, já que o mundo, os personagens, tudo era um alívio cômico. Embora todos buscassem abordar a história e suas vidas de forma séria, sempre havia algum bug para fazer algo ou alguém voar, sumir, tremer, entre outros absurdos não naturais até para um mundo cyberpunk.

A sensação do que todo esse mundo poderia ter sido se manteve pela maior parte dos passeios na cidade, visto que a baixa densidade de pedestres, pedestres repetidos e carros bugados estão a cada esquina. Um cyberpunk de Goat Simulator (Multi) teria menos problemas.

Apesar de que, mesmo com tantos problemas, Night City ainda parece carregar o charme contido na obra de Mike Pondsmith (criador do RPG, no qual o jogo se inspirou). As ruas, pessoas, veículos, prédios, tudo tem um design muito característico. O próprio Johnny Silverhand é muito bem interpretado por Keanu Reeves, trazendo um peso ímpar para a história, já que não ouvíamos a voz de Keanu, nos games, desde 2003 com Enter the Matrix (Multi). A relação de Silverhand com o protagonista é bem desenvolvida e existem algumas opções interessantes para a conclusão dessa relação.

Um dos principais motivos que me fizeram retornar à obra foi o update 1.50, que entregou, junto à versão da nova geração, diversas novidades, correções e rebalanceamentos. O update buscou trazer melhorias tanto para a geração passada quanto para a atual, apesar de versões como a do Xbox One, por exemplo, continuarem problemáticas até hoje.

No momento, a CD Projekt Red está trabalhando em uma expansão para o game. Sendo assim, o próximo update provavelmente chegará próximo do lançamento dessa expansão, visto que já estamos no final do terceiro trimestre de 2022 e nenhuma data, previsão ou informações foram reveladas sobre a próxima atualização. Considerando a estabilidade mínima alcançada no último patch (que já adiciona alguns conteúdos cortados), tanto a expansão quanto a atualização devem focar em trazer conteúdo cortado do alpha/beta (suposição baseada no curto período de tempo até a previsão de lançamento da expansão).

Em suma, depois de dois anos e quatro atualizações, Cyberpunk 2077 encontra-se minimamente jogável no PC. Para os que têm hardware mais modesto, podem fazer bom proveito do FSR para melhorar o desempenho (aumentou cerca de 10-15 FPS aqui), lembrando que ainda é altamente recomendável instalar o jogo em um SSD. Sendo assim, minha recomendação é que esperem uma promoção, caso se interessem (pois são bem frequentes). Lembrando que a partir de outubro começa uma série de promoções em praticamente todas as plataformas, sendo elas Dia das Bruxas, Black Friday e Natal, consecutivamente. Pagando um bom preço (≤R$ 100), desejo a todos uma boa aventura em Night City e que haja apenas bugs engraçados, em vez de saves corrompidos.

Revisão: Ives Boitano

Graduando em Geografia, fotógrafo e colecionador de retrogames. Depois de ser introduzido aos JRPGs em 2021, tem desbravado as fantasias nipônicas da Square Enix, Nintendo, Falcom, entre outras. Alguns jogos me chamam atenção pelos motivos mais aleatórios possíveis (como o chocobo na cover art de FFV), enquanto outros apenas por ter menos 30h de duração. Acompanho o trabalho de artistas como Fumito Ueda, Miyazaki, Shimomura, entre outros. Fotografias virtuais, clipes e screenshots de quase tudo o que jogo podem ser encontrados no meu Twitter; Alguns ensaios e prévias podem ser checados no Medium; Tudo o que jogo, joguei e vou jogar (bem como várias listas) está disponível no Backloggd.
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