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Análise: Deliver Us The Moon (Multi) traz uma aventura espacial atraente repleta de imersão e suspense para a nova geração

Com uma história cheia de mistérios interessantes e uma bela atmosfera, o game é uma ótima pedida.


Jogos eletrônicos são uma forma de entretenimento bastante versátil. Enquanto alguns focam em desafio e jogabilidade, outros se concentram em narrativa e história. Deliver Us The Moon segue por esse segundo caminho, oferecendo uma aventura imersiva cheia de suspense e bela produção, mas relativamente simples. Nesta análise, vamos conferir esse ótimo game e sua chegada aos consoles da nova geração de videogames.

Nova apresentação, mesmo conteúdo

O jogo foi lançado originalmente em 2018 e chegou para PlayStation 4 e Xbox One em abril de 2020; já as versões para PlayStation 5 e Xbox Series, foco da presente análise, foram lançadas em junho de 2022. Caso o leitor esteja se perguntando o porquê desse “relançamento” para a nova geração, adianto que as justificativas são relevantes.
Suit Up!
Esta versão mais recente do game foi remasterizada para uma resolução de até 4K e conta com raytracing, tornando os efeitos de luz e sombra ainda mais belos. Como a aventura tem uma ambientação espacial, essas novidades tornaram a produção muito bonita, sobretudo levando em conta que é um jogo indie. A atmosfera é sempre bem realista, imersiva e instigante.
Explorar a escuridão é sempre um momento tenso
O jogo conta com dois modos visuais diferentes: “performance”, que funciona com 60 quadros por segundo sem efeitos raytracing, e “qualidade”, que fica nos 30 quadros por segundo, mas tem os efeitos de luzes e sombras mais caprichados. Confesso que gostaria de ver as duas opções combinadas, mas ao menos o jogador pode escolher entre entre boas escolhas em Deliver Us The Moon.
A luz do sol cria paisagens muito bonitas
Outra novidade são os tempos de carregamento e transição, que foram significativamente reduzidos. Embora pareça algo obrigatório em um primeiro momento, na prática nem sempre é visto em jogos nativos para PS5 e XSX (estou olhando pra ti, Serious Sam 4). O suporte ao DualSense foi utilizado de forma competente, como irei exemplificar em breve.
 
O jogo pode ser adquirido diretamente pelos donos dos consoles da nova geração, sendo que quem possui as versões de PS4 ou de Xbox One tem acesso gratuito à versão melhorada. Feitas as considerações gerais sobre as novidades, vamos à análise do jogo em si.

Fly me to the Moon

O game se passa num futuro próximo distópico em que os recursos naturais da Terra foram praticamente esgotados. Para resolver a grave crise energética, a chamada Agência Espacial Mundial foi criada para explorar uma nova fonte de energia oriunda do nosso satélite natural, a Lua. O transporte dela era feito a distância por meio de uma transmissão contínua, tornando o processo muito promissor.

Prepare-se para momentos com alta adrenalina
Após algum tempo, a empreitada se transforma num problema quando as transmissões entre os dois astros cessam sem aviso. Anos após esse dia fatídico, a vida na Terra se tornou quase insustentável. Como última cartada, uma missão definitiva encarrega um astronauta de ir ao espaço e investigar o fato. Mais do que isso, ele deve fazer de tudo para que a estrutura instalada na Lua volte a funcionar e a esperança retorne ao nosso planeta. Trata-se de um enredo criativo e bem escrito, com direito a várias reviravoltas e momentos que vão da contemplação à perda de fôlego.

O jogador controla o astronauta nessa missão tão importante e repleta de emoção. Conforme avançamos em Deliver Us The Moon, novas mecânicas e recursos são apresentados, com destaque para um pequeno robô flutuante que funciona tanto oferecendo novos recursos quanto revelando partes importantes da história. Adianto que o todo o percurso é digno de filme, incluindo um final bastante satisfatório.

O pequeno robô ASE traz mais complexidade a aventura

Jogando sem complicações

Em termos práticos, Deliver Us The Moon oferece desafios do tipo quebra-cabeça ou plataforma, sempre de forma simples e relativamente fácil. Apesar da falta de sensação de dificuldade (só morri uma vez ao tentar descer caindo ao invés de usar uma escada), todas as tarefas e os desafios são divertidos. Seja arranjando peças para consertar um equipamento, seja explorando salas vigiadas por robôs, cada etapa é interessante.
Deixo destaque para as tarefas que envolvem explorações na superfície da Lua e as missões com gravidade zero em pleno espaço sideral. Aliás, o game oferece uma boa variedade de mecânicas diferentes, incluindo situações com oxigênio limitado e controle de máquinas e veículos. Nessas situações, vemos o bom uso do DualSense, como ao utilizar o gatilho para escanear itens e cortar painéis a laser.
Um dos momentos mais legais do jogo
A jornada do jogador é, por vezes, um tanto solitária, mas isso contribui para a atmosfera tensa e misteriosa. É preciso explorar cada cantinho dos cenários para encontrar itens e interagir com várias coisas para descobrir como avançar na história. Como eu disse antes, nada muito difícil, mas exige atenção e, por vezes, criatividade. Friso que a jogabilidade simples e funcional contribui com competência para isso.

Ninguém vai te ouvir gritar

A trilha sonora é de primeira qualidade, com temas orquestrados e bem pensados para cada situação, seja ela tensa ou relaxante. Também cabe um destaque para a dublagem, sempre muito boa em transmitir sentimentos e emoções; em suma, é um casamento perfeito com a ótima produção visual e que cria uma atmosfera envolvente.
Algumas surpresas te esperam em pleno espaço sideral
Vale a pena procurar cada colecionável espalhado pelas seis fases de Deliver Us The Moon, que incluem revistas, áudios e outros itens que apresentam o universo do game. É uma pena que a experiência seja um tanto curta, sobretudo porque a campanha é a única forma de aproveitar o título. Missões extras e minigames, baseados nas mecânicas vistas na história, seriam opções para aumentar a vida do jogo.
A continuação de Deliver Us The Moon tem tudo para ser ainda melhor
De qualquer forma, a continuação do game, chamada de Deliver Us Mars (Multi), já foi anunciada e está prometida para setembro deste ano. Fico na torcida para que esse lançamento vá além de seu predecessor e seja uma experiência com mais desafios e conteúdo. Afinal, o título atual já tem produção, narrativa e mecânicas de jogo de muita qualidade, faltando pouco para se tornar imperdível.

Uma aventura de outro mundo

Se antes ele já era uma boa pedida, Deliver Us The Moon agora é uma experiência ainda mais completa. Apesar da aventura envolvente e misteriosa, embora um tanto curta e simplista, continuar a mesma, a produção ficou mais caprichada para os consoles da nova geração, sobretudo na questão de sombras e luzes. Viajar pelo espaço, resolver quebra-cabeças e explorar cenários interessantes nunca foi tão divertido nesse jogo único e cativante.

Embarque em uma jornada épica numa missão Terra-Lua emocionante

Prós

  • Jogo narrativo envolvente com quebra-cabeças e desafios de plataforma divertidos;
  • Ambientação muito bem representada, com atmosfera misteriosa e instigante;
  • Produção técnica de primeira, sobretudo com os visuais melhorados para a geração atual de videogames;
  • Jogabilidade simples e funcional combina bem com os desafios e a exploração;
  • Novidades para a nova geração são ótimas, com destaque o uso do DualSense.

Contras

  • Nível de dificuldade dos desafios poderia ser mais alto;
  • A duração do game poderia ser mais extensa, fosse por meio de uma campanha maior ou modos extras.
Deliver Us The Moon – PC/PS5/PS4/XBO/XSX – Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: PS5
Revisão: Juliana Paiva Zapparoli
Análise produzida com cópia cedida pela Wired Productions

é produtor de conteúdo sobre games desde 2016 e um grande fã da décima arte, embora não tenha muito tempo disponível para ela. Seus games favoritos (que formam uma longa lista) incluem: KH, Borderlands, Guitar Hero, Zelda, Crash, FIFA, CoD, Pokémon, MvC, Yu-Gi-Oh, Resident Evil, Bayonetta, Persona, Burnout e Ratchet & Clank.
Também encontra-se no Twitter @MatheusSO02 e no OpenCritic.
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