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Análise: Panorama Cotton (PS4/Switch) muda a perspectiva, mas mantém as raízes da série

Em mais um port da franquia, continuamos a saga da bruxinha gulosa em punir quem está estragando os seus amados doces.

Este ano a série de jogos Cotton está completando 30 anos, inclusive Cotton Rebbot! (PS4/Switch), lançado há alguns meses, é um remake para celebrar esse aniversário. Entretanto, parece que as comemorações ainda não acabaram.

Uma quantidade considerável de outros jogos da franquia foi trazida para esta geração de consoles, mas sem as melhorias visuais do citado acima. Entram nessa lista COTTOn Boomerang e COTTOn 2, lançados originalmente para Sega Saturn, e 100% Cotton, do SNES. Todos eles são shoot’ em ups de progressão lateral, como é a marca registrada da bruxinha.

O estranho no ninho é Panorama Cotton, vindo do Mega Drive/Sega Genesis e que coloca o jogador em um ponto de vista bem diferente, com a protagonista seguindo para o fundo da tela, simulando um efeito tridimensional e conseguindo se destacar como um dos mais criativos jogos da bruxinha.

Esse estilo que criava um efeito 3D foi consagrado por outros clássicos do MD, como Space Harrier e After Burner, e batizado de rail shooter. Logo, controlamos Cotton, sempre acompanhada da fadinha Silk, pela tela toda, como se estivéssemos seguindo em um trilho, mirando nossos disparos em elementos no fundo da tela.

Uma perspectiva nova, mas bem familiar

O que difere Panorama Cotton desses outros dois citados acima é que ele possui muito mais elementos coloridos. Se por um lado ele se mantém fiel à identidade original de todo o universo ao qual pertence, com criaturas mágicas e exageradas, por outro é bem normal ficar até confuso com o tanto de coisas piscando fortemente na tela, entre inimigos, ambiente e cristais para serem coletados. Tudo bem, isso era bastante comum da época - já que ele foi lançado primeiramente em 1994 - e é possível suavizar os efeitos com alguns filtros de tela, mas ainda assim pode causar algum incômodo após um tempinho.

Por falar em família Mega Drive, temos outra similaridade, essa um pouco mais recente. Os mais atentos irão reparar que os menus antes do jogo ser acessado são idênticos ao do port de Gleylancer (Multi), trazido à tona em outubro. Logo, pode-se notar que tudo contido lá tem aqui também. Isso inclui o jogo original (Standard), um modo desafio (Challenge) e as trapaças (invencibilidade, continues infinitos e magia sempre no máximo).

A diferença é que para acessar as trapaças primeiro é necessário concluir o jogo uma vez, em qualquer modo, seja o Standard ou o Challenge. A diferença essencial entre eles é que no primeiro você pode ativar as trapaças, se já tiver desbloqueado, e pode usar o recurso de rebobinar, assim pode refazer algo que deu errado sem precisar se preocupar. Já o segundo é a experiência real, sem ter nada que te beneficie.

Entretanto, não há muito com o que se preocupar, uma vez que Panorama só conta com cinco fases, o que resulta em um tempo total de conclusão abaixo dos 30 minutos. Logo, é um jogo bem tranquilo de ser finalizado em qualquer modo. A jogabilidade está intacta, o que a torna bem mais confortável de ser aproveitada com os analógicos atuais. 

Também está inclusa a possibilidade de alterar a disposição do ecrã, para ficar somente ao centro, preencher a tela de cima a baixo e ficar esticado em widescreen, além dos já citados filtros, que trazem a nostalgia dos anos 1990 em scanlines e bordas arredondadas.

Fora isso, não há nenhum tipo de conteúdo extra ou galerias. Nem mesmo houve uma tradução das legendas, diferente do que aconteceu com o já citado Gleylancer. Tudo está em japonês e quem quiser entender o contexto das cenas precisará recorrer à internet caso não domine o idioma.

O diferentão da família

Panorama Cotton tem o seu valor por ser o jogo da franquia que mudou um pouco o  gênero. Por mais que sua jogabilidade até fique mais agradável, e consequentemente divertida, com os controles dos consoles atuais, seu visual vibrante em 16-bit merecia uma repaginada completa, e não só um mero port.

Prós

  • A jogabilidade combina com os controles atuais;
  • Rail shooter é um estilo criativo e clássico, pouco em uso nos dias de hoje;
  • O DNA colorido e divertido da série foi preservado.

Contras

  • Poderia ter legendas pelo menos em inglês;
  • Pouco conteúdo;
  • O uso de muitas cores piscantes envelheceu mal.
Panorama Cotton — PS4/Switch — Nota: 6.0
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Thais Santos
Análise feita com cópia digital cedida pela ININ Games


é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
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