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Análise: Cotton Reboot! (PS4/Switch) é uma comemoração modesta para o aniversário da carismática bruxinha

Completando seus 30 anos, a franquia traz o remake do seu primeiro título, que foi famoso no Japão nos anos 1990.

A franquia da personagem Cotton pode ser desconhecida pelos lados do Ocidente, mas na Terra do Sol Nascente ela tem uma série de jogos shoot’ em up bem conhecida e até premiada. Inclusive, ela é considerada uma das precursoras do subgênero cute’ em up, que é basicamente os saudosos jogos de nave protagonizados por personagens fofinhas.

Para comemorar o trigésimo aniversário de Cotton, o estúdio Success decidiu repaginar a sua primeira aventura com o remake Cotton Reboot!, que chega para o PlayStation 4 e o Nintendo Switch. Outra intenção implícita com esse lançamento é preparar terreno para o lançamento de Cotton Rock 'n' Roll: Superlative Night Dreams, planejado ainda esse ano a nível mundial.

O começo da mágica

O primeiro título da personagem foi desenvolvido em 1991 para os arcades e computadores japoneses, como o Sharp X68000. Em Cotton: Fantastic Night Dreams, controlamos a bruxinha Cotton que, com a ajuda da fadinha Silk, enfrenta diversos perigos e inimigos para conseguir seu doce favorito, os Willows. A cada fase que ela atravessa, ela recupera uma de suas amadas iguarias adocicadas.

O funcionamento do jogo é simples e bastante conhecido para a época. Trata-se de um shoot’ em up de progressão lateral, no qual controlamos Cotton em vez de uma nave militar. Tirando esse detalhe específico, todo o andamento é igual: ondas de inimigos aparecem incessantemente e temos que varrê-los da tela com rajadas de tiros, bombas e mágicas especiais, os quais podem ser melhorados com power ups, que aqui tem forma de cristais coloridos. Podemos acertar os cristais com disparos para mudar a cor deles e, assim, influenciar no tipo de bônus que teremos. Vale lembrar que nossa heroína possui um número limitado de vidas, que pode perdê-las ao ser atingida por um tiro sequer.

Este título é essencialmente curto, possuindo sete fases que podem ser concluídas em aproximadamente 40 minutos. Pode parecer pouco, mas para aqueles tempos era uma aventura divertida e que reunia diversos jovens que buscavam terminar tudo no menor tempo possível e com a menor quantidade de vidas perdidas.

O que mudou?

Cotton Reboot! cumpre bem o papel como uma celebração da primeira aventura da protagonista, trazendo o básico necessário, no aspecto visual. Todas as animações, inimigos e itens ganharam novas modelagens, desenhadas a mão. A trilha sonora também foi remasterizada, combinando perfeitamente com a proposta de modernizar um clássico. Em alguns momentos, o excesso de elementos na tela pode causar algumas confusões para entender o que está acontecendo, mas, apesar disso, tudo é bem chamativo e bonito.

Quanto à jogabilidade, não houve muitas mudanças, pois os comandos são bem básicos. Talvez a maior diferença sejam os tiros sequenciais. Neste remake é possível disparar os tiros em uma rajada única contínua, ao apertar e segurar o botão. A versão original passa a sensação de ter uma rajada mais pausada, com sequências de cinco a sete tiros, mesmo segurando o botão ininterruptamente. Caso você esteja em dúvida, (felizmente) a versão original lançada para o X86000 foi incluída e está livre para ser acessada no menu principal.

Outra mudança que vemos, essa referente a progressão do jogo, diz respeito aos cristais. Eles ficam flutuando na tela, esperando para serem coletados, mas também podem ser usados como difusores de disparos. Basta mirar em um deles que sua rajada de tiros será amplificada e eliminará mais inimigos de uma vez. Porém, tome cuidado, pois eles podem quebrar se receberem muitos tiros e, assim, eles somem da tela antes de serem coletados. A dificuldade do jogo também parece ter sido um pouco amenizada. É preciso uma partida em cada versão para perceber quantas vezes a versão original é um pouco mais árdua que o remake

Por fim, foi adicionado o Time Attack. Nele, nós podemos registrar nossa melhor pontuação ao enfrentarmos levas de inimigos por um determinado tempo. Essas batalhas aéreas podem durar dois ou cinco minutos, à escolha do jogador. Este modo também conta com vidas infinitas, o que o torna muito mais agradável.

Por mais que o intuito do jogo seja mais a celebração do que agregar novidades em si, ele oferece pouco conteúdo. Caberia espaço para mais um dois modos de jogo, uma Galeria ou até mesmo incluir mais alguns títulos da série, já que a ideia é de ressaltar a presença da bruxinha para um público considerado desconhecido até então.

Uma festa pequena

Cotton Reboot! é de fato uma bela introdução da franquia para o público ocidental com um remake bem bonito. A inclusão do jogo original ao pacote também ajuda a ilustrar o quanto ela evoluiu, além de agregar ao seu valor histórico. Entretanto, o conteúdo raso diminui consideravelmente o fator replay, tornando-o um título para algumas partidas rápidas e nada mais. Pelo menos, também serviu para aguçar nossa curiosidade acerca da nova aventura da bruxinha que está por vir.

Prós

  • Belo trabalho de remake, com visual e músicas repaginadas;
  • Jogabilidade simples e fácil;
  • Inclusão do título original de 1991.

Contras

  • Pouco conteúdo;
  • Tela poluída demais em alguns momentos pode causar confusões.
Cotton Reboot! — PS4/Switch — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Felipe Fina Franco
Análise feita com cópia digital cedida pela ININ Games


é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
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