Análise DLC

Análise: Doom Eternal: The Ancient Gods - Parte Um (Multi) traz novos enredo e missões com uma qualidade infernal

A primeira parte do DLC é divertida e desafiadora, mantendo o alto nível do game base.

Depois do lançamento de um grande game, nada melhor do que ver a sua continuação através de expansões. Afinal, curtir conteúdos inéditos para ótimos títulos é sempre uma boa pedida. Doom Eternal: The Ancient Gods - Parte Um (Multi) é o primeiro DLC de um dos melhores títulos de tiro e ação de 2020. Reabasteça a sua motosserra e prepare a sua armadura sentinela, pois a análise vai começar.

Um ótimo game merece uma ótima DLC

Em um ano repleto de grandes lançamentos, Doom Eternal se destacou por oferecer uma incrível e emocionante aventura. No papel do poderoso Slayer, o jogador teve a missão de impedir uma invasão infernal utilizando um vasto arsenal de armas e habilidades especiais. Os pontos fortes da aventura incluíram belos visuais, ótimas jogabilidade e mecânicas de jogo e uma trilha sonora empolgante.

Um dos melhores do ano
O título foi produzido pela id Software e publicado pela Bethesda em 20 de março de 2020. Algum tempo antes do lançamento, foi anunciada que uma expansão seria lançada ainda no mesmo ano. Chamada de The Ancient Gods, ela teve a sua primeira parte disponibilizada no dia 20 de outubro para PC, PS4 e Xbox One.

Tal como o título base, o DLC traz muitos combates intensos contra vários tipos de monstros demoníacos, além de algumas seções de plataforma interessantes. São três fases diferentes, sendo que cada uma delas tem duração de pouco menos de duas horas. Some isso com as missões secundárias, os colecionáveis e o nível de dificuldade (mais sobre ele em seguida) e temos uma boa quantidade de conteúdo.

Prepare-se para mais combates infernais

Além disso, vale destacar que The Ancient Gods - Parte Um pode ser adquirido como um título independente. Gostei dessa ideia, mesmo que eu sugira fortemente que a expansão só seja jogada por quem já finalizou Doom Eternal. Essa sugestão vale tanto do ponto de vista narrativo quanto de jogabilidade, pois além de perder uma grande aventura, o jogador chegaria pouco preparado para os novos desafios.

Ancient Gods traz vários momentos assustadores
Minha apreciação pela proposta standalone é por ela ser bastante inclusiva. Por exemplo, quem jogou Doom Eternal através do Xbox Game Pass ou então já trocou ou vendeu sua cópia (afinal, o jogo já tem sete mese de vida) pode somente adquirir o DLC, sem nenhum problema. Para completar, The Ancient Gods já traz liberadas todas as habilidades e updates possíveis do Slayer e suas armas, facilitando a vida do jogador.

Mantendo (quase) todas as boas qualidades

Todo o conteúdo disponibilizado segue os padrões de Doom Eternal, mas sempre trazendo um ar agradável de ineditismo. Os novos cenários são muito bonitos, as seções de plataforma são desafiadoras e boas para quebrar o ritmo intenso das lutas, os novos personagens e inimigos são interessantes e há uma boa trilha sonora (ainda que inferior ao jogo base) voltada para o metal.

Novas e belas localidades te esperam no DLC
A jogabilidade, maior ponto positivo do título, foi sabiamente intocada. Como temos acesso a todos os recursos do Slayer disponíveis no jogo principal, enfrentar os desafios de The Ancient Gods – Parte Um é sempre agradável. Caso o leitor esteja um pouco enferrujado ou tenha se interessado pela obra original, deixo aqui uma sugestão de matéria com dicas úteis para ter sucesso que valem também para a DLC.

Acredite em mim, você vai precisar delas caso não tenha muita experiência no jogo. Como temos acesso ao Slayer mais aprimorado possível, o game não tem misericórdia e oferece desafios com nível de dificuldade, semelhantes às fases finais de Doom Eternal. Infelizmente, é aqui que preciso fazer a única ressalva em relação às qualidades do game original.
O Maykr de Sangue é poderoso, então abuse do seu ponto fraco
Enquanto Doom Eternal era difícil, mas justo e com recursos adequados, The Ancient Gods - Parte Um tem picos de dificuldade exageradamente elevados. Ao invés de incentivarem o jogador a melhorar as suas habilidades, eles acabam desafiando a paciência e o bom senso. Felizmente, eles são pontuais e não estragam a experiência completa.

Boas, mas parcas novidades

Além de manter todos os pontos positivos de Doom Eternal, The Ancient Gods - Parte Um conseguiu melhorar um aspecto que carecia de cuidados: a história. Embora ela tenha tido alguns momentos interessantes no jogo base, ela pode ser considerada um pouco confusa. O DLC não entra muito a fundo no que aconteceu anteriormente, mas apresenta um novo e ótimo enredo.

Algumas surpresas da nova aventura são bastante interessantes
De forma resumida e sem maiores spoilers, o protagonista Doom Slayer conseguiu impedir a invasão das forças infernais a Terra no game base. Isso, entretanto, acabou levando os inimigos a invadir a dimensão de Urdak, que seria a contraparte do Inferno. Como os demônios planejam utilizar o local como uma ponta-de-lança para conquistar todas as realidades, é preciso derrotá-los antes que seja tarde.
O Slayer terá que enfrentar toda sorte de monstros e catástrofes
Por ser uma trama concisa, é mais fácil entender o que está acontecendo e acompanhar o desenvolvimento da história. O DLC termina com uma reviravolta bastante interessante, que promete uma Parte Dois ainda mais incrível. Caso os acontecimentos seja bem explorado, creio que eles podem ditar os futuros rumos da franquia.

Além do enredo, The Ancient Gods - Parte Um traz alguns novos inimigos, com destaque para um espírito que possui o corpo dos demônios e os deixa ainda mais poderosos. Também temos dois chefões nas duas últimas missões, ambos igualmente divertidos e desafiadores. Infelizmente, eles se encaixam na crítica sobre os picos na dificuldade e quase me fizeram jogar o controle na parede. Por outro lado, vencê-los foi realmente um grande triunfo.

Quem você vai chamar para derrotar os espíritos?

Creio que a maior crítica ao DLC seja na quantidade de novidades. Afora os elementos citados anteriormente, o jogo só tem uma nova runa, que permite equipar uma de três novas habilidades. Ficaram faltando armas inéditas, roupas novas e mais inimigos diferentes. Ainda assim, creio que o conteúdo disponibilizado seja adequado e, no final, a experiência foi muito boa e me deixou esperando ansiosamente pela Parte Dois.

As três novas runas fazem parte das poucas novidades

Uma DLC obrigatória para quem é fã de Doom

Seguindo o caminho de sucesso do jogo base, Doom Eternal: The Ancient Gods - Parte Um (Multi) é uma divertida e empolgante expansão. A história continua diretamente de onde tinha parado, conseguindo ser ainda mais interessante. Além disso, a DLC traz algumas poucas, mas boas novidades aos já consagrados visuais, jogabilidade e trilha sonora. Mesmo sendo mais difícil que o recomendado, fica a sugestão e a esperança de que a continuação mantenha o excelente nível conquistado.

Uma nova aventura para tornar Doom Eternal ainda mais incrível

Prós

  • Alto nível de qualidade nos visuais, jogabilidade e trilha sonora;
  • Três novas missões com o mesmo padrão do jogo base;
  • Novo enredo é ainda melhor que a história original;
  • Vários objetivos secundários para continuar jogando;
  • DLC também funciona como um jogo independente.

Contras

  • Quantidade de conteúdo inédito poderia ser maior;
  • Nível de dificuldade sofre com alguns picos exagerados.

Doom Eternal: The Ancient Gods - Parte Um – Multi – Nota: 8.0
Versão utilizada para avaliação: PS4
Revisão: José Carlos Alves 
Análise produzida com cópia digital cedida pela Bethesda

é produtor de conteúdo sobre games desde 2016 e um grande fã da décima arte, embora não tenha muito tempo disponível para ela. Seus games favoritos (que formam uma longa lista) incluem: KH, Borderlands, Guitar Hero, Zelda, Crash, FIFA, CoD, Pokémon, MvC, Yu-Gi-Oh, Resident Evil, Bayonetta, Persona, Burnout e Ratchet & Clank.
Também encontra-se no Twitter @MatheusSO02 e no OpenCritic.
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