Blast from the Past

Tony Hawk’s Pro Skater 2 (Multi): manobrar skates sem o risco de contusões e joelhos ralados

Jogos de esportes radicais sempre foram presentes no mundo dos games, mas o ápice dos mesmos se deu na 5ª geração de consoles.


Este é um ano especial para a série Tony Hawk’s Pro Skater, já que o primeiro título, lançado para PlayStation, Dreamcast, Game Boy Color, PC, Nintendo 64 e N-Gage completará 20 anos de existência.


A sequência retratada nesta coluna — e lançada no ano seguinte —, no entanto, firmou o que de melhor havia no título anterior e inseriu a possibilidade do jogador não apenas criar seu próprio skatista, como também estágios, que podiam ser disputados entre amigos.
Toda a insanidade dos consoles de mesa estão presentes no GBA.


Nesse caso, a Activision, publicadora do jogo, expandiu-o também para o Game Boy Advance, o portátil de 32 bits da Nintendo, recém chegado ao mercado — recebendo ótimas críticas pelo excelente trabalho de adaptação da desenvolvedora Vicarious Visions — além de versões para iOS e Mac.

Mas Tony Hawk´s não foi desenvolvido pela Neversoft?

Cada versão do título foi desenvolvido por um estúdio: Neversoft ficou responsável pela versão PS, enquanto Edge of Reality ficou com N64, Treyarch por DC, Gray Matter Interact pelo PC, Natsume pelo GBC e Vicarious Visions por GBA — as razões para escolhas tão díspares, no entanto, são um mistério.

Visualmente falando, as versões não possuem uma diferença brutal entre si. Mesmo o Dreamcast com seus 128 bits e o remake Tony Hawk's Pro Skater 2X, lançado em 2001 para Xbox, tiveram como única diferença para os consoles mais poderosos uma redução nos serrilhados — que seria o mínimo esperado pelos jogadores.
Versão para DC é basicamente a mesma do PS, senão por uma redução nos serrilhados.
Por outro lado, quando as versões lançadas para N64 e PS são colocadas à prova, verifica-se que o console da Nintendo, embora possua um visual melhor iluminado e leves melhorias visuais em comparação ao seu principal concorrente, simplesmente destrona a trilha sonora — seja reduzindo seu tamanho ou simplesmente excluindo-as —, fazendo com que as telas de loading do PS valham a pena para uma experiência completa.

Cabem aqui comentários sobre o excelente trabalho executado pela Vicarious Visions na versão para GBA que, a despeito das limitações do portátil, conseguiu lançar sobre o cartucho toda a emoção de seus irmãos maiores. Mesmo a trilha sonora em formato .mid não é de todo ruim, sendo uma ótima opção para viagens e passeios em que não seja possível levar consoles de mesa para aproveitá-lo.
Isso se chama desespero.


Embora a Natsume tentasse, qualquer grande título que foi adaptado para o Game Boy Color sofreu um inevitável downgrade — isso quando não atingiu algum grau de “tosqueira”, tais como Vigilante 8 (Multi) ou Mortal Kombat 4 (Multi). Em outras palavras, a versão para o portátil de 8 bits é completamente dispensável.

A que veio, afinal?

Tony Hawk’s Pro Skater 2 segue a mesma tendência de seu anterior, consistindo em oferecer 13 dos maiores skatistas do mundo — incluindo o brasileiro Bob Burnquist —, isso sem contar personagens secretos, dentre eles Spider-Man.

No controle de seu esportista, o jogador fará uma série de manobras utilizando-se de half-pipes, rampas, trilhos e corrimãos, a fim de acumular pontos por diversos cenários e arenas. Quanto mais arriscada e sequencial a manobra, maior será a pontuação. Por outro lado, um único “vacilo” ou queda fará com que os pontos acumulados se percam num piscar de olhos.
Além disso, todos os cenários possuem missões que consistem em derrubar barris, coletar dinheiro ou as letras que compõem a palavra SKATE. O dinheiro acumulado servirá para adquirir novas habilidades e equipamentos.

A trilha sonora é repleta de canções que vão do Rock californiano ao Hip Hop, com artistas como Papa Roach, Public Enemy, Bad ReligionNaughty by Nature e Rage Against the Machine, além de outros dez grupos ou bandas, somando um total de 15 músicas.

As versões “maiores” do jogo possuem cinco modos de jogo:
  • Carrer: modo “história”, onde o jogador deverá cumprir uma série de missões com qualquer dos personagens disponíveis, ou algum criado por ele, ao longo dos dez cenários disponíveis, cada qual com dez objetivos, que terão o prazo de dois minutos para serem cumpridos;
  • Free Skate: o jogador poderá fazer quantas manobras desejar, somando qualquer número de pontos, sem qualquer limite de tempo ou obstáculo pré determinado;
Free skate é o modo ideal para treinar.

  • Simple Session: o jogador terá dois minutos para acumular o máximo de pontos possível, podendo escolher entre os personagens e cenários já desbloqueados;
  • Multiplayer: certamente um dos modos mais divertidos de qualquer título da série e que possui, por sua vez, diversas modalidades, que vão desde o graffiti — onde o jogador que realizar manobras com maior pontuação terá a cor de seu personagem predominando em determinada área — ao free skate, que permitirá aos jogadores tão somente andarem e manobrarem livremente pelos cenários;

Crie seus próprios estágios e desafie amigos.
  • Level Editor: o novo modo iniciado em Tony Hawk’s Pro Skater, que permitirá ao jogador elaborar suas próprias pistas para desafiar amigos ou a si mesmo.

Ainda hoje vale a pena?

Muitos bons jogos da era 32/64 bits envelheceram mal no decorrer dos anos: em muitos deles os gráficos soam estranhos, quando não, representam meros “borrões” da glória de outrora. Tony Hawk’s Pro Skater 2, por outro lado, mesmo hoje apresenta gráficos consideravelmente bons para um jogo lançado há quase duas décadas.

Com versões para consoles de fácil acesso, como PlayStation ou mesmo computadores pessoais, não seria difícil reunir amigos para algumas boas e divertidas partidas, mas não estão descartadas as versões para Dreamcast e Xbox, caso sejam os consoles disponíveis.
Se até o Amigão da Vizinhança gosta do jogo, por que não você?


A variada e animada trilha sonora, somada à física (que, embora fuja um pouco à realidade, oferece a dose de adrenalina necessária para fisgar interesse no título) e aos controles responsivos (nada de atrasos nos botões de ação ou falhas nas manobras por problemas no desenvolvimento), garantem a diversão da turma, além de ser superior, em vários sentidos, ao fatídico Tony Hawk’s Pro Skater 5 (Multi) — sendo mais uma prova de que há sempre um diamante bruto nas gerações de consoles abandonadas. E quanto a vocês? Quais suas experiências com o título? Compartilhem conosco!


Revisão: Henrique Moreno

Mineiro, apaixonado por livros, música, filmes, discussões, Magic: The Gathering e, claro, jogos eletrônicos.
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