Persona 6 tem tudo para ser o melhor da franquia

Os fãs terão que esperar, mas a próxima jornada de Persona promete ser inesquecível.

em 17/08/2025

Persona 6
mal foi mencionado pela Atlus, mas é seguro supor que, após o gigantesco sucesso de Persona 5, uma sequência não está descartada e, provavelmente, já está em desenvolvimento. Por enquanto, só nos resta especular e observar alguns rumores para imaginar como será o projeto. Uma coisa, porém, é certa: a expectativa é enorme, e a ansiedade dos fãs, ainda maior.

Persona

Antes de começarmos a pensar sobre Persona 6 em si, é interessante contextualizar. A série Persona nasceu como um spin-off de Shin Megami Tensei, ainda carregando a ideia de monstros e fusões, mas sem se limitar às batalhas megalomaníacas entre céu e inferno. Aqui, o foco passa a ser o cotidiano: acompanhamos adolescentes em sua vida escolar, entre provas, amizades e dilemas pessoais. Em paralelo, esses mesmos jovens despertam para poderes sobrenaturais que personificam suas Personas, manifestações de sua psique.

Talvez a premissa e o desenvolvimento dos dois primeiros jogos para PlayStation não tenham chamado tanto a atenção do público mais amplo, porém foi com o terceiro título, já na geração seguinte de consoles, que a franquia rompeu sua bolha. Persona 3 chegou com força ao Ocidente, sendo amplamente elogiado pela crítica. O sistema de Social Links trouxe uma nova dimensão estratégica e narrativa, entrelaçando relações interpessoais com o combate. Sua história abordava temas pesados, como morte, isolamento e a passagem do tempo, sem abandonar a perspectiva juvenil, o que garantiu profundidade e impacto.


O sucesso refletiu diretamente em sua sequência. Persona 4 manteve a estrutura básica, mas adotou um tom temático diferente. Se no terceiro jogo a tônica era a inevitabilidade da morte, no quarto o centro da narrativa estava na busca pela verdade, explorando a identidade e os segredos escondidos sob a superfície de uma pequena cidade. A recepção foi extremamente positiva, destacando personagens cativantes, trilha sonora marcante e uma história envolvente que equilibrava leveza e mistério.

Já Persona 5 elevou ainda mais essa evolução. Com uma estética arrojada e estilizada, o jogo mergulhou em questões sociais e institucionais, colocando seus protagonistas como rebeldes que desafiam autoridades corruptas e estruturas opressoras. O contraste entre o cotidiano escolar e as lutas nos Palácios reforçava o peso das críticas feitas à sociedade moderna. Dessa forma, a franquia demonstrou sua maturidade: se Persona 3 falou sobre mortalidade, e Persona 4 sobre identidade e verdade, Persona 5 se consolidou como uma reflexão sobre injustiça, liberdade e a luta contra sistemas que aprisionam o indivíduo.


Mais uma evolução?

É inevitável imaginar qual será o próximo passo temático de Persona 6. Rumores apontam para a presença de dois protagonistas jogáveis que representariam lados opostos de uma mesma narrativa, explorando a ideia de dualidade e equilíbrio. Essa abordagem ampliaria a evolução temática da série: se Persona 3 refletia sobre a morte, Persona 4 sobre identidade e Persona 5 sobre injustiça social, um sexto jogo poderia mergulhar em dilemas morais mais complexos, mostrando que nem sempre há respostas absolutas entre o certo e o errado.


Para sustentar essa proposta, especula-se que o jogo adote um formato de semi-open world, com maior liberdade para explorar cidades e interagir com personagens em tempo real. Isso permitiria que os Social Links fossem menos rígidos e mais orgânicos, refletindo escolhas e caminhos divergentes entre os protagonistas. A mecânica, assim, deixaria de ser apenas um calendário de rotinas escolares para se tornar um reflexo das dualidades centrais da trama, reforçando a ligação entre tema e jogabilidade.

Por fim, rumores indicam que a cor verde será o eixo visual de Persona 6, evocando crescimento, equilíbrio e renovação. Essa escolha pode simbolizar a busca por harmonia em meio ao conflito, talvez explorando a tensão entre progresso tecnológico e reconexão com a natureza ou consigo mesmo. Dessa forma, Persona 6 teria a chance de unir simbolismo, mecânica e narrativa em uma experiência coesa, consolidando a série como uma das mais inovadoras na forma de transformar dilemas humanos em jornadas épicas.


Uma forte presença


Do ponto de vista artístico, a franquia Persona sempre se reinventou sem perder sua identidade. Persona 3 trouxe o azul profundo e um design sombrio, reforçando o clima de melancolia. Persona 4 quebrou esse tom com o amarelo vibrante, apostando em uma atmosfera mais acolhedora, mas ainda cheia de mistério. Persona 5, por sua vez, destacou-se mundialmente com sua ousadia gráfica em vermelho e preto, quase como uma obra de pop art em movimento, transformando menus, transições e até simples telas de inventário em parte da experiência estilística.


Com Persona 3 Reload, a Atlus mostrou como revisitar um clássico sem perder frescor: a direção de arte atualizada trouxe mais fluidez e expressividade, demonstrando que o estilo visual também amadurece junto da narrativa. Nesse caminho, Persona 6 tem a oportunidade de firmar uma nova identidade estética marcante. Se o verde for mesmo sua cor central, podemos esperar cenários mais orgânicos, uma paleta que transite entre o natural e o urbano, e um contraste forte entre vitalidade e decadência. A arte pode ser justamente o elo entre narrativa e emoção, criando uma presença tão forte quanto o impacto que Persona 5 teve em seu tempo.

Além da estética, as batalhas sempre foram um elemento artístico e estratégico de destaque. Cada jogo utilizou cores, animações e efeitos visuais para intensificar o impacto emocional e narrativo do combate. Persona 3 introduziu o sistema de ataques de elemento com animações sombrias e precisas; Persona 4 trouxe efeitos mais claros e dinâmicos, refletindo o tom da história; e Persona 5 elevou tudo a um nível cinematográfico, com animações estilizadas, transições de tela arrojadas e menus que quase pareciam quadrinhos em movimento. Para Persona 6, há a expectativa de que o estúdio expanda ainda mais essa linguagem visual, integrando animações de combate, cores e efeitos que não apenas impressionem, mas também reforcem os temas centrais do jogo.


Atlus está cozinhando

A Atlus sempre tratou a série Persona com cuidado e atenção excepcionais. Desde Persona 3, a franquia se consolidou como carro-chefe do estúdio, recebendo não apenas sequências diretas como também remakes, relançamentos e spin-offs que mantêm a comunidade engajada e expandem o universo da série. Cada projeto desse tipo consome recursos significativos do P-Studio, a divisão responsável pelos jogos principais, e influencia diretamente o cronograma de novos lançamentos.


Embora nada tenha sido oficialmente confirmado, rumores indicam que Persona 6 estaria em desenvolvimento sob a direção do P-Studio, o mesmo time de Persona 5. Especula-se que a pré-produção tenha começado logo após o sucesso de Persona 5 Royal, entre 2019 e 2020, porém ainda não há indícios concretos de um estágio avançado. O lançamento recente de Persona 3 Reload e o anúncio de Persona 4 Revival provavelmente redistribuíram esforços da equipe, sugerindo que o próximo título principal ainda levará anos para chegar, dado o cuidado que a Atlus tem em equilibrar inovação, qualidade e fidelidade estética.

Considerando o histórico de lançamentos da série, como os três anos entre o anúncio de Persona 5 e seu lançamento, e os anos de suporte e expansões posteriores, é plausível imaginar que Persona 6 só chegue ao mercado na próxima geração de consoles ou, no mínimo, após 2026. Até o momento, a Atlus não forneceu qualquer confirmação oficial sobre janelas de lançamento, plataformas ou equipe criativa. O que se pode afirmar com segurança é que o estúdio continua “cozinhando” o jogo com calma, priorizando a experiência final do jogador para trazer o melhor da franquia.


Revisão: Alessandra Ribeiro
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Matheus Bigai Ferreira
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