Análise DLC

The Elder Scrolls Online: Elsweyr (Multi) é uma épica jornada na terra dos Khajiits

Finalmente lançado, o novo chapter de ESO cumpriu com o prometido e fez uma ótima história com dragões voltar a Tamriel.

Há quase um mês nós trouxemos para vocês um texto sobre o teste beta fechado de The Elder Scrolls Online: Elsweyr (Multi), o novo capítulo de expansão do MMORPG baseado na franquia The Elder Scrolls que vem acumulando mais e mais jogadores com o passar dos anos. Agora, o tão aguardado capítulo principal do evento “temporada do dragão” finalmente chegou até nós e aqui falaremos sobre o resultado disso.


Elsweyr, como principais novidades, traz um território totalmente inédito de mesmo nome, o qual é terra natal da raça Khajiit, os famosos felinos humanóides da franquia. Mas além dos acréscimos tradicionais já vistos em outras expansões ou DLCs, agora temos a inclusão de uma mecânica totalmente nova: a invasão dos dragões. Mas vamos falar de tudo isso aos poucos ao longo deste texto.


Khajiits em perigo de todos os lados

Elsweyr começa com uma nova introdução ao jogo, algo semelhante ao que ocorreu no chapter lançado no ano passado, Summerset. Aqui, somos resgatados após um ataque misterioso a uma caravana que estava indo para Elsweyr em resposta a um chamado de ninguém menos que Abnur Tharn, um dos principais NPCs do MMO atualmente. Na carta temos a informação de que os dragões retornaram e que o mago de batalha precisa de guerreiros aptos a enfrentar essas mortais criaturas.

Todo o contexto de Elsweyr, vale dizer, foi iniciado com o DLC lançado início do ano chamado de Wrathstone, que apresenta as pedras rúnicas que acabam desenrolando toda a história do despertar dos dragões em Elsweyr. Assim, a história do capítulo de expansão de 2019 de ESO tem um prelúdio que dá mais detalhes sobre a trama, assim como provavelmente terá um prólogo em algum momento no final do semestre.



O ponto aqui é que a história é bem rica e complexa, conseguindo juntar muito bem núcleos tão distintos como a relação entre Abnur e Euraxia, o surgimento dos dragões e a ascensão dos necromantes, nova classe disponível juntamente com o chapter, que tem ligação direta com o enredo da expansão. Claro que todos esses elementos envolvem grandes ameaças à terra dos Khajiits e esse enredo nos leva a várias sequências de missões principais e secundárias que nos deixam engajados no título por mais de 30 horas.

Um reino árido e perigoso

O reino de Elsweyr é grande o suficiente para ser comparado ao território dos alto elfos do ano passado, mas não chega aos pés da extensão de Morrowind. Mesmo assim, a variedade de cenários e ambientes que a equipe da Zenimax conseguiu colocar sobre o pretexto de uma terra árida é incrível. São cânions com pontes imensas, planícies secas, campos com vegetação semiárida, castelos incrustados em pedras, tumbas, cidades perdidas, vilarejos queimados, cavernas sinuosas e muito mais.



Assim como foi surpreendente ver o que a equipe de desenvolvimento da empresa conseguiu fazer com os pântanos de Murkmire, deixando o cenário muito convidativo a ser explorado, aqui temos uma sensação muito parecida. Um cenário que, à primeira vista, poderia ser muito vazio e “morto”, está cheio de conteúdo e coisas para se olhar, o que é ótimo e convida ainda mais o jogador a conhecê-lo.

A arquitetura dos Khajiits é muito baseada em culturas do oriente médio e da índia, deixando tudo com uma cara médio oriental muito interessante e, ao mesmo tempo, bem diferente de tudo que estávamos vendo até então em outros territórios do game. Fora isso, temos a inclusão dos dragões como bosses globais no território, o que tem tudo a ver com a história e, ao mesmo tempo, dá uma cara nova às mecânicas de jogo na exploração de ESO.


Os dragões em toda a sua glória

Ao contrário do que vivenciamos em The Elder Scrolls V: Skyrim (Multi), em Elsweyr enfrentamos os dragões em sua melhor forma, mas sem sermos algo próximo de um Dragonborn. Isso faz com que as majestosas e monstruosas criaturas sejam muito mais perigosas em The Elder Scrolls Online do que elas jamais foram em Skyrim. E o que mais mostra a relevância disso é a nova mecânica dos ataques aleatórios de dragões.

Estes, como falamos durante o teste beta, aparecem de tempos em tempos pelo mapa de Elsweyr e ficam sinalizados no mapa, convidando assim os jogadores a encontrá-los e participar do embate com eles há tempo de receber alguma recompensa por isso. Recompensas essas que são consideravelmente boas tanto para jogadores mais casuais como para aqueles que buscam recursos para melhorar ainda mais seus personagens.



Essa sinalização no mapa do ataque dos dragões faz muita diferença na hora de induzir o jogador a ir atrás dos monstros. Isso porque, além de sinalizar onde o dragão se encontra no momento, o mapa também mostra se ele está em combate ou não e se a sua vida já está abaixo de 50%. Ajudando os jogadores a calcularem se realmente vale a pena, às vezes, atravessar o mapa para participar de uma luta. E que luta!

O combate contra os dragões está entre os elementos mais divertidos apresentados em Elsweyr. É de fato impossível que um único jogador ou mesmo um grupo pequeno consiga derrotar essas criaturas. Isso porque eles possuem muita vida, muito dano de ataque e um alcance sem igual no jogo. Isso deixa os combates realmente épicos, com mais de 30 jogadores atacando, curando e se esquivando ao mesmo tempo de uma enorme criatura que voa, solta fogo, invoca elementais e solta os clássicos shouts que ficaram conhecidos em Skyrim.


Os necromantes na jogatina e na história

Juntamente com a inclusão dos dragões, o elemento que mais chama atenção no novo capítulo de The Elder Scrolls Online é a inclusão da classe inédita dos necromantes. Como de costume em todas as classes do MMO, a classe possui árvores de habilidades que a ajudam a cumprir as três funções básicas do PVP e PVE do jogo. A árvore mais focada em Tank traz habilidades de defesa, roubo de vida e aumento de vitalidade. Como habilidade suprema, recebemos a capacidade de se transformar em um golem de ossos com muita vida e muita defesa.

A árvore dos DPS, por sua vez, dá algumas boas habilidades de ataque a distância com bastante dano, invocação de criaturas sombrias e outras coisas. Como habilidade suprema, a classe nessa árvore pode invocar um golem de carne gigantesco que causa dano massivo nos inimigos próximos. Por fim, temos a árvore focada em Suporte, focada em ressuscitar criaturas mortas, curar aliados com dano e outras funcionalidades bem interessantes.

Além das habilidades da nova classe serem bem distintas em funcionalidade se comparadas com as classes anteriormente lançadas para o jogo, também temos a importância dela para a narrativa do novo capítulo do MMO. Nele, temos toda uma guilda de necromantes trabalhando juntamente com Euraxia a comando dos dragões e também somos apresentados ao contexto social dos necromantes. Contexto este que os deixa como quase inimigos da sociedade, com determinadas magias sendo vistas como ilegais e algumas práticas de magia relacionada a morte sendo praticadas sem serem chamadas de necromancia, por conta de todo o tabu que aparentemente a função possui no jogo.

Cavernas não tão criativas

O ponto que mais podemos criticar em Elsweyr (talvez o único deles) seja a falta de criatividade no design tanto das cavernas distribuídas pelo reino como o Trial localizado na parte sul do mapa. Isso porque em nada essas cavernas fogem do padrão já estipulado pelo jogo, sem nenhuma mecânica nova ou algum ritmo diferenciado. E sentir essa discrepância na evolução das cavernas e masmorras possui muita influência do DLC Murkmire, que deu uma nova cara para as cavernas apresentadas nele.



Lá na terra dos Argonianos, tivemos um gostinho de dungeons e cavernas mais dinâmicas, cheias de armadilhas, mecânicas diferenciadas e inéditas e muita criatividade em seu design. Infelizmente não vemos um trabalho do mesmo nível aqui em Elsweyr. Claro que as cavernas e masmorras não são monótonas e chatas, mas dá pra sentir uma queda na criatividade se comparadas à Murkmire.

Mais um excelente passo de ESO

The Elder Scrolls Online vem crescendo bastante ao longo dos anos. Com um lançamento conturbado e várias reformulações em suas mecânicas de jogo, como falamos por aqui há um tempo, o jogo só faz crescer agora, demonstrando um trabalho cheio de empenho da Zenimax Online para garantir que o produto final se adeque cada vez mais ao que os fãs da franquia imaginavam para um MMORPG com a marca.



Elsweyr é um excelente e épico acréscimo a toda a lore do jogo e a todo o conteúdo opcional que já temos disponível. Com mecânicas que se diferenciam bastante dos demais DLCs e Chapters, o novo pacote de expansão mostra que o jogo está longe de se estagnar, assim como ainda tem muito conteúdo e história para ser explorada por anos e anos. O que só dá mais credibilidade para o título.

Análise produzida com cópia digital cedida pela Bethesda.

Gilson Peres é Psicólogo e Mestre em Comunicação pela UFJF. Está no Blast desde 2014 e começou sua vida gamer bem cedo no NES. Atualmente divide seu tempo entre games de sobrevivência e a realidade virtual.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


Disqus
Facebook
Google