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Capcom: acompanhe a trajetória de um dos maiores ícones da indústria dos jogos (Parte 4)

Atitudes surpreendentes para o padrão da indústria reataram as relações com os fãs em umas das reviravoltas mais incríveis da história da indústria dos games.




Dizem que nos tempos mais difíceis são quando surgem as maiores oportunidades. A Capcom já se encontrava perto do limite. Deixando claro que ainda era cedo para a sua última caçada em meio ao seu apocalipse pessoal, ela encontrou forças para um grande e certeiro combo!

Dessa forma, a empresa passou por uma grande reestruturação em seu corpo gerencial. Finalmente, ela abandonaria o tabu de supor o que seu público queria e, de fato, passou a entregar o que desejávamos. Confira o desfecho da história de umas das gigantes da indústria dos games.

Essa matéria é a conclusão de uma série de quatro partes. Não deixe de conferir as anteriores para ficar por dentro de todo o assunto: parte 1parte 2 e parte 3.


Os monstros tomam conta do ocidente

Como parte de sua nova proposta, a Capcom juntou uma equipe composta de desenvolvedores veteranos para trazer a franquia Monster Hunter de volta aos consoles. Até então, o título figurava apenas nos portáteis, com singelas passagens pelo PS2 e pelo Wii, visando um público-alvo mais voltado para o oriente. A produção de Monster Hunter: World (Multi) foi audaciosa e conseguiu finalmente inserir seu título no ocidente.
Caçar as enormes criaturas de Monster Hunter: World com os amigos se mostrou uma experiência extremamente divertida e viciante



Criaturas gigantescas, um viciante sistema de construção de equipamentos e um dos modos online mais divertidos já feitos garantiram o espaço que a franquia Monster Hunter precisava para invadir o ocidente e assegurar seu sucesso. As variações de armas e armaduras são tantas que é fácil desviar do caminho das missões principais para ficar caçando monstros em busca de materiais para o construir novos itens para o arsenal.

A customização de personagem é excelente e vai muito além do dilema de qual nome escolher



A receptividade por parte do público foi estrondosa, em seu primeiro semestre, Monster Hunter: World já ultrapassava a cada dos sete milhões de cópias vendidas. Embora tenha sofrido com quedas nas vendas no final do semestre, os números voltaram a crescer exponencialmente com o lançamento do título para o PC.

Os desenvolvedores parecem empenhados em manter a caçada viva e interessante com o recente anúncio de uma grande expansão para o título feito no último State of Play. O DLC Iceborne chega aos consoles e PC no dia 6 de setembro de 2019, trazendo novos equipamentos e missões, além de um ecossistema completamente novo contando, até o momento, com seis novas criaturas.

O DLC promete dar sequência aos eventos da campanha principal




Reis que nunca perdem a majestade

Aproveitando o desejo dos fãs pelos clássicos e o apelo que esses títulos possuem, a Capcom tratou de relançar alguns de seus títulos em coletâneas. Uma iniciativa que, embora possa não ser atraente para os novos jogadores, mexe com o saudosismo das pessoas que viveram essa época.

Celebrando o trigésimo aniversário da franquia Street Fighter, a empresa trouxe uma coletânea envolvendo doze títulos do famoso jogo de luta em Street Fighter 30th Anniversary Collection (Multi). A proposta é reviver a febre dos fliperamas em partidas online com direito a rankings globais. Além disso, o pacote traz uma série de extras contendo imagens e informações sobre a construção da série e de seus personagens ao longo dos anos.



Após os lançamento de Mega Man Legacy Collection (Multi), os fãs se perguntavam quando teríamos o mesmo trabalho sendo realizado com a série X, tão querida quanto a original. Em julho de 2018, a Capcom trouxe os oito jogos principais em uma compilação dividida em duas partes. Mega Man X Legacy Collection 1 (Multi) e Mega Man X Legacy Collection 2 (Multi) apresentavam os títulos que atravessaram gerações de consoles com algumas melhorias visuais, toneladas de imagens e informações sobre os personagens, um extra chamado X Challenge que consiste em desafiar dois chefes ao mesmo tempo e a animação The Day of Sigma, OVA que conta a origem do vilão.



Aqueles que aproveitaram a época dos arcades vão se lembrar dos famosos jogos “come ficha”,títulos, geralmente do gênero Beat‘Em Up, que por sua grande dificuldade nos forçavam a gastar muita grana com continues. Em uma tentativa de saudar esses momentos, a Capcom lançou em setembro de 2018 o Capcom Beat ‘Em Up Bundle (Multi). Um apanhado de clássicos do gênero como Captain Commando e Final Fight. Uma extensa galeria pode ser vista no bundle, além da opção de jogar todos os títulos online com até quatro amigos, sem abandonar o querido coop local.



O melhor do survival horror

Resident Evil 2 (Multi) foi um jogo que marcou positivamente toda uma geração e introduziu personagens carismáticos que até hoje figuram dentre os mais icônicos da empresa. Após muitos apelos dos fãs, a Capcom voltou a subir no conceito da mídia especializada e do público geral durante a E3 de 2018 ao mostrar o trailer de Resident Evil 2 Remake (Multi).
O trailer de Resident Evil 2 Remake foi ovacionado pela platéia e trazia o queridinho dos fãs, Leon S. Kennedy de volta para a famosa delegacia de Raccoon City




O resultado final se mostrou um verdadeiro presente para todos os fãs de Resident Evil em um dos trabalhos de revitalização mais caprichados da história dos jogos. A empresa entregou uma trama já contada em sua essência, mas com uma repaginada na trajetória até a sua conclusão, contando com elementos de gameplay modernizados e adaptados para o poderio da atual geração de consoles. Aqui, finalmente obtiveram êxito em encaixar a temática dos zumbis sem prejudicar a fluidez e dinâmica do gameplay, aspectos obrigatórios nos jogos de hoje.
Mr X voltou para redefinir o conceito de perseguição, causando muita dor de cabeça durante o jogo




A Capcom ainda trouxe extras de peso, como o já conhecido The 4th Survivor, onde controlamos o soldado de elite HUNK na missão de levar amostras do G-virus para a Umbrella após ter sua equipe dizimada pelo recém-transformado William Birkin. O resultado da brincadeira da equipe de desenvolvimento também marca presença em The Tofu Survivor, mini-game em que controlamos um pedaço de queijo ambulante que precisa completar a mesma missão que HUNK, passando pelos mesmos lugares, porém, utilizando apenas facas como arma.
Em uma geração repleta de DLC’s, é louvável que a Capcom tenha enriquecido a experiência do jogo com extras gratuitos




Para prolongar ainda mais a longevidade do título, ainda foi introduzido um DLC gratuito chamado The Ghost Survivors, episódios fora da cronologia que contavam acontecimentos alternativos que envolviam personagens secundários da campanha.

O jogo rendeu elogios universais por parte da mídia especializada e do público geral. O desfecho positivo levou a Capcom a dizer que o mesmo trabalho seria possível em Resident Evil 3 e que tudo dependeria dos fãs, que por sua vez, continuam fazendo campanha.

O retorno do paizão dos hack and slash

O trabalho da Capcom estava de vento em popa. Como prova de que sua relação com os fãs estava em primeiro plano, Devil May Cry 5 foi apresentado na E3 de 2018 para levar a plateia ao delírio.
DMC 5 conseguiu reunir um elenco de respeito e soube explorar muito bem o potencial de cada um deles




Retomando a cronologia original, temos Dante em seu melhor estilo sarcástico e debochado acompanhado de Nero e o misterioso V, além de figuras conhecidas como Trish, Lady e a estreante Nico. O game trouxe a conhecida jogabilidade de ritmo frenético, marca registrada da série, colocando os personagens, cada um com seu estilo de luta peculiar, em ambientes repletos de inimigos e com diversas possibilidades de combos. A mistura eletrizante de humor negro e ação desenfreada passam a sensação de poder que massageia o ego até dos mais iniciantes.

O famoso modo Bloody Palace acabou vindo posteriormente como DLC, mas sem custos adicionais. Como em seu antecessor cronológico, aqui passamos por diversas etapas, cada uma contando com inimigos diferentes e uma dificuldade progressiva conforme vamos subindo os andares.
O modo fez muito sucesso em DmC 4, retornando em sua sequência para proporcionar muitos combos e o famoso rage pela sua dificuldade



DmC 5 utiliza bem os pontos positivos de seus antecessores e acerta em cheio na pedida do público ao equilibrar saudosismo e novidades para a franquia, que demonstra ter muito chão ainda pela frente.

De volta aos trilhos

Após um período tenebroso em sua história, com suas atividades correndo risco de serem encerradas, a Capcom soube virar o jogo de forma majestosa em seus últimos momentos. Apresentando desde 2018 um ritmo de produção consistente, a empresa parece ter aprendido com seus erros passados.
Que a Capcom possa inovar e nos surpreender cada vez mais, sem abrir mão de sua originalidade




Atualmente, a companhia encerrou os anúncios de 2019 com o lançamento da expansão Iceborne em MHW, concentrando seus esforços para o ano de 2020 e, quem sabe, já para a nova geração de consoles, mas ela ainda tem muitos desafios pela frente, principalmente após as decepções com Marvel vs Capcom Infinite e Street Fighter V, games que fizeram suas respectivas séries precisarem restabelecer sua credibilidade com o público. Em anúncio recente, a empresa declarou que pretende dar maior foco ao cenário de e-sports, o que nos deixa ainda mais otimistas com um futuro promissor para as famosas franquias de luta.

Fica claro aqui a lição de que, no final das contas, o que movimenta essa indústria somos nós, caro leitor. Portanto, valorize seu hobby e sua capacidade crítica frente a indústria de jogos.
Esperamos que você tenha apreciado este especial tanto quanto apreciamos prepará-lo para vocês


Tem alguma história marcante ou fato curioso com os títulos da Capcom? Não deixe de compartilhar conosco nos comentários!

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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