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Capcom: acompanhe a trajetória de um dos maiores ícones da indústria dos jogos (Parte 4)

Atitudes surpreendentes para o padrão da indústria reataram as relações com os fãs em umas das reviravoltas mais incríveis da história da indústria dos games.

em 19/06/2019



Dizem que nos tempos mais difíceis são quando surgem as maiores oportunidades. A Capcom já se encontrava perto do limite. Deixando claro que ainda era cedo para a sua última caçada em meio ao seu apocalipse pessoal, ela encontrou forças para um grande e certeiro combo!

Dessa forma, a empresa passou por uma grande reestruturação em seu corpo gerencial. Finalmente, ela abandonaria o tabu de supor o que seu público queria e, de fato, passou a entregar o que desejávamos. Confira o desfecho da história de umas das gigantes da indústria dos games.

Essa matéria é a conclusão de uma série de quatro partes. Não deixe de conferir as anteriores para ficar por dentro de todo o assunto: parte 1parte 2 e parte 3.


Os monstros tomam conta do ocidente

Como parte de sua nova proposta, a Capcom juntou uma equipe composta de desenvolvedores veteranos para trazer a franquia Monster Hunter de volta aos consoles. Até então, o título figurava apenas nos portáteis, com singelas passagens pelo PS2 e pelo Wii, visando um público-alvo mais voltado para o oriente. A produção de Monster Hunter: World (Multi) foi audaciosa e conseguiu finalmente inserir seu título no ocidente.
Caçar as enormes criaturas de Monster Hunter: World com os amigos se mostrou uma experiência extremamente divertida e viciante



Criaturas gigantescas, um viciante sistema de construção de equipamentos e um dos modos online mais divertidos já feitos garantiram o espaço que a franquia Monster Hunter precisava para invadir o ocidente e assegurar seu sucesso. As variações de armas e armaduras são tantas que é fácil desviar do caminho das missões principais para ficar caçando monstros em busca de materiais para o construir novos itens para o arsenal.

A customização de personagem é excelente e vai muito além do dilema de qual nome escolher



A receptividade por parte do público foi estrondosa, em seu primeiro semestre, Monster Hunter: World já ultrapassava a cada dos sete milhões de cópias vendidas. Embora tenha sofrido com quedas nas vendas no final do semestre, os números voltaram a crescer exponencialmente com o lançamento do título para o PC.

Os desenvolvedores parecem empenhados em manter a caçada viva e interessante com o recente anúncio de uma grande expansão para o título feito no último State of Play. O DLC Iceborne chega aos consoles e PC no dia 6 de setembro de 2019, trazendo novos equipamentos e missões, além de um ecossistema completamente novo contando, até o momento, com seis novas criaturas.

O DLC promete dar sequência aos eventos da campanha principal




Reis que nunca perdem a majestade

Aproveitando o desejo dos fãs pelos clássicos e o apelo que esses títulos possuem, a Capcom tratou de relançar alguns de seus títulos em coletâneas. Uma iniciativa que, embora possa não ser atraente para os novos jogadores, mexe com o saudosismo das pessoas que viveram essa época.

Celebrando o trigésimo aniversário da franquia Street Fighter, a empresa trouxe uma coletânea envolvendo doze títulos do famoso jogo de luta em Street Fighter 30th Anniversary Collection (Multi). A proposta é reviver a febre dos fliperamas em partidas online com direito a rankings globais. Além disso, o pacote traz uma série de extras contendo imagens e informações sobre a construção da série e de seus personagens ao longo dos anos.



Após os lançamento de Mega Man Legacy Collection (Multi), os fãs se perguntavam quando teríamos o mesmo trabalho sendo realizado com a série X, tão querida quanto a original. Em julho de 2018, a Capcom trouxe os oito jogos principais em uma compilação dividida em duas partes. Mega Man X Legacy Collection 1 (Multi) e Mega Man X Legacy Collection 2 (Multi) apresentavam os títulos que atravessaram gerações de consoles com algumas melhorias visuais, toneladas de imagens e informações sobre os personagens, um extra chamado X Challenge que consiste em desafiar dois chefes ao mesmo tempo e a animação The Day of Sigma, OVA que conta a origem do vilão.



Aqueles que aproveitaram a época dos arcades vão se lembrar dos famosos jogos “come ficha”,títulos, geralmente do gênero Beat‘Em Up, que por sua grande dificuldade nos forçavam a gastar muita grana com continues. Em uma tentativa de saudar esses momentos, a Capcom lançou em setembro de 2018 o Capcom Beat ‘Em Up Bundle (Multi). Um apanhado de clássicos do gênero como Captain Commando e Final Fight. Uma extensa galeria pode ser vista no bundle, além da opção de jogar todos os títulos online com até quatro amigos, sem abandonar o querido coop local.



O melhor do survival horror

Resident Evil 2 (Multi) foi um jogo que marcou positivamente toda uma geração e introduziu personagens carismáticos que até hoje figuram dentre os mais icônicos da empresa. Após muitos apelos dos fãs, a Capcom voltou a subir no conceito da mídia especializada e do público geral durante a E3 de 2018 ao mostrar o trailer de Resident Evil 2 Remake (Multi).
O trailer de Resident Evil 2 Remake foi ovacionado pela platéia e trazia o queridinho dos fãs, Leon S. Kennedy de volta para a famosa delegacia de Raccoon City




O resultado final se mostrou um verdadeiro presente para todos os fãs de Resident Evil em um dos trabalhos de revitalização mais caprichados da história dos jogos. A empresa entregou uma trama já contada em sua essência, mas com uma repaginada na trajetória até a sua conclusão, contando com elementos de gameplay modernizados e adaptados para o poderio da atual geração de consoles. Aqui, finalmente obtiveram êxito em encaixar a temática dos zumbis sem prejudicar a fluidez e dinâmica do gameplay, aspectos obrigatórios nos jogos de hoje.
Mr X voltou para redefinir o conceito de perseguição, causando muita dor de cabeça durante o jogo




A Capcom ainda trouxe extras de peso, como o já conhecido The 4th Survivor, onde controlamos o soldado de elite HUNK na missão de levar amostras do G-virus para a Umbrella após ter sua equipe dizimada pelo recém-transformado William Birkin. O resultado da brincadeira da equipe de desenvolvimento também marca presença em The Tofu Survivor, mini-game em que controlamos um pedaço de queijo ambulante que precisa completar a mesma missão que HUNK, passando pelos mesmos lugares, porém, utilizando apenas facas como arma.
Em uma geração repleta de DLC’s, é louvável que a Capcom tenha enriquecido a experiência do jogo com extras gratuitos




Para prolongar ainda mais a longevidade do título, ainda foi introduzido um DLC gratuito chamado The Ghost Survivors, episódios fora da cronologia que contavam acontecimentos alternativos que envolviam personagens secundários da campanha.

O jogo rendeu elogios universais por parte da mídia especializada e do público geral. O desfecho positivo levou a Capcom a dizer que o mesmo trabalho seria possível em Resident Evil 3 e que tudo dependeria dos fãs, que por sua vez, continuam fazendo campanha.

O retorno do paizão dos hack and slash

O trabalho da Capcom estava de vento em popa. Como prova de que sua relação com os fãs estava em primeiro plano, Devil May Cry 5 foi apresentado na E3 de 2018 para levar a plateia ao delírio.
DMC 5 conseguiu reunir um elenco de respeito e soube explorar muito bem o potencial de cada um deles




Retomando a cronologia original, temos Dante em seu melhor estilo sarcástico e debochado acompanhado de Nero e o misterioso V, além de figuras conhecidas como Trish, Lady e a estreante Nico. O game trouxe a conhecida jogabilidade de ritmo frenético, marca registrada da série, colocando os personagens, cada um com seu estilo de luta peculiar, em ambientes repletos de inimigos e com diversas possibilidades de combos. A mistura eletrizante de humor negro e ação desenfreada passam a sensação de poder que massageia o ego até dos mais iniciantes.

O famoso modo Bloody Palace acabou vindo posteriormente como DLC, mas sem custos adicionais. Como em seu antecessor cronológico, aqui passamos por diversas etapas, cada uma contando com inimigos diferentes e uma dificuldade progressiva conforme vamos subindo os andares.
O modo fez muito sucesso em DmC 4, retornando em sua sequência para proporcionar muitos combos e o famoso rage pela sua dificuldade



DmC 5 utiliza bem os pontos positivos de seus antecessores e acerta em cheio na pedida do público ao equilibrar saudosismo e novidades para a franquia, que demonstra ter muito chão ainda pela frente.

De volta aos trilhos

Após um período tenebroso em sua história, com suas atividades correndo risco de serem encerradas, a Capcom soube virar o jogo de forma majestosa em seus últimos momentos. Apresentando desde 2018 um ritmo de produção consistente, a empresa parece ter aprendido com seus erros passados.
Que a Capcom possa inovar e nos surpreender cada vez mais, sem abrir mão de sua originalidade




Atualmente, a companhia encerrou os anúncios de 2019 com o lançamento da expansão Iceborne em MHW, concentrando seus esforços para o ano de 2020 e, quem sabe, já para a nova geração de consoles, mas ela ainda tem muitos desafios pela frente, principalmente após as decepções com Marvel vs Capcom Infinite e Street Fighter V, games que fizeram suas respectivas séries precisarem restabelecer sua credibilidade com o público. Em anúncio recente, a empresa declarou que pretende dar maior foco ao cenário de e-sports, o que nos deixa ainda mais otimistas com um futuro promissor para as famosas franquias de luta.

Fica claro aqui a lição de que, no final das contas, o que movimenta essa indústria somos nós, caro leitor. Portanto, valorize seu hobby e sua capacidade crítica frente a indústria de jogos.
Esperamos que você tenha apreciado este especial tanto quanto apreciamos prepará-lo para vocês


Tem alguma história marcante ou fato curioso com os títulos da Capcom? Não deixe de compartilhar conosco nos comentários!

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