E essa foi minha aventura em League of Legends (PC)

Trabalhando no escritório de uma distribuidora de MMOs, o que eu esperava era que todos (ou a grande maioria) jogassem os jogos da empresa... (por Unknown em 25/09/2013, via GameBlast)

Trabalhando no escritório de uma distribuidora de MMOs, o que eu esperava era que todos (ou a grande maioria) jogassem os jogos da empresa. Alguns até jogavam, mas a febre no momento era League of Legends (ou "Liga das Legendas", com certo tom pejorativo). Não foi onde ouvi sobre o jogo a primeira vez, mas estar em um ambiente cercado de pessoas assim me inspirou a tentar um pouco daquele joguinho. E hoje quero compartilhar com vocês, principalmente com quem ainda não jogou, essa experiência divertida.

Aquele jogo parecido com DotA, não?


Anos atrás eu tive a oportunidade de jogar DotA. Não o DotA 2, o primeiro. O jogo me lembrou um pouco de Age of Empires e outros jogos que joguei no fim dos anos 90, os RTS (Real Time Strategy). Entretanto, DotA era classificado como MOBA: Multiplayer Online Battle Arena. O gênero ficou bem popular, mas eu não gostei muito. Eu estava acostumado com Ragnarok (que jogo até hoje) pelo social do jogo. Poder sentar em uma cidade e ficar conversando com amigos. Depois de pegar o nível máximo e conseguir bons equipamentos naquele jogo, não resta muito a se fazer além de caçar os MvP (chefes do jogo), participar da War of Emperium e conversar. Em DotA, eu não tive esse sentimento amistoso. Na comunidade, o que eu via eram muitos jogadores pensando ser muito profissionais (e não eram) e criando um ambiente hostil, me desmotivando a investir qualquer tempo naquilo. E não, não fui mal tratado por veteranos. Joguei pouco, e joguei com amigos, mas o ambiente não me agradou. Mesmo com o lançamento de BlizzDota e DotA 2, o jogo ainda era muito cinza, muito sério, não era nada tão agradável visualmente como Ragnarok, Pokémon, Harvest Moon, e tantos outros jogos que costumo jogar.

Quando tive meu primeiro contato com LoL, anos atrás, eu vi ali um jogo mais dinâmico: as partidas pareciam muito mais interessantes, movimentadas e vivas que as monótonas e cinzas partidas de DotA. E quando falo vivo, não falo por skins como Hecarim Fliperama! Falo pelo dinamismo das partidas. Ver uma "team fight" (breves lutas quando duas equipes se encontram no mapa) em LoL, me parecia até mais emocionante que uma batalha Pokémon (já que essa, acontece por turnos). Para quem não joga, imagine isso: há dois grupos. Um estava indo matar um monstro forte do jogo para ganhar experiência, dinheiro e um "boost" temporário. Eles montam uma distração em uma parte do mapa, mandando os inimigos pra lá. Esse grupo, com cinco jogadores, chegam no monstro e começam a matá-lo. Até aí tudo bem, mas de repente quatro inimigos surgem! Ele têm que matar o monstro logo, para a equipe inimiga não pegar os benefícios dele. Então, enquanto dois do grupo focam no monstro, outros três partem pra cima dos quatro inimigos - nada previamente planejado, feito no calor do momento. A inexperiente suporte do primeiro time, usa um item para ver inimigos próximos e descobre que aquela área estava cheia desses itens da equipe inimiga e assim descobriram que estavam sendo vigiados e aquilo era uma armadilha. Ela tenta ficar mais atrás do time quando pisa em um cogumelo invisível, colocado pelo time inimigo, deixando-a lerda e chamando atenção dos inimigos pra ela, que logo caem nela deixando a equipe sem suporte. Mas focarem a atenção na suporte custou dois, dos quatro invasores, e agora a partida era quatro (antes cinco) contra dois (antes quatro). É quando o quinto membro do segundo grupo surge com um salto e começa a atirar com sua bazuca no monstro, matando-o. Agora temos quatro contra três (e esses três, com bonificações do monstro). Eles tentam fugir, mas os invasores conseguem caçá-los e eliminá-los. Agora imaginem esse breve exemplo acontecendo em oito segundos. Isso é LoL.

Trabalho em equipe, diversão compartilhada

O exemplo sobre a "team fight" foi para dar uma impressão de como League of Legends é dinâmico, rápido, e quem tiver uma reação melhor pode ter a vantagem, mas não é apenas sobre reação que o jogo trata. Você é um invocador e começa no nível 1. Conforme você vence partidas contra a inteligência artificial do jogo, você ganha experiência e aumenta o seu nível, podendo assim conversar no chat e jogar com e contra outros jogadores. O jogo possui diversas modalidades, como 3x3, 5x5, aleatório e outros. Atualmente está acontecendo o torneio mundial, que acontece na modalidade 5x5. League of Legends é gratuito, não há uma mensalidade. Mas claro, há itens que podem ser comprados com dinheiro real, os Riot Points. Entretanto, no começo do jogo você ganha 400RPs para usar na loja. Além disso, a maioria dos itens que podem ser comprado com RPs, também podem ser comprados com IPs (Influence Points) que são adquiridos ao jogar. Vencendo ou perdendo contra bots ou outros jogadores, você sempre recebe IPs. Até onde me lembro agora (me corrijam se estiver errado), os únicos itens que não podem ser comprados por IP são as "skins" que basicamente são novas roupas e visuais para seu personagem. Isso não afeta o poder do personagem ou qualquer coisa assim.

Quando decidi jogar LoL, eu comecei a ler os guias no site oficial e criei um tópico em um fórum avisando amigos de que eu estava começando a jogar e caso alguém pensasse em começar logo mais, aquela era a hora. Acontece que para minha surpresa (ou nem tão surpresa assim), muitos ali já jogavam LoL há anos e não estavam começando. Muitos ali eram Tier Desafiante (Challenger), Platina, Diamante, no mínimo ouro. E o que isso significa, eu explicarei logo mais. Acontece que eles me deram muitas dicas sobre a mecânica do jogo, sobre como o jogo funciona e isso me ajudou muito. Além das partidas aos fins de semana, rindo no Skype por oponentes que não compraram a bota, não terem usado sentinela ou morrerem pra torre: coisas que eu não estaria rindo semanas antes, por não fazerem sentido antes.

Voltando sobre os níveis, o máximo é 30. Até o nível 30, você ganha alguns Pontos de Talento para elaborar como seu personagem será: focado em defesa, ataque ou outras funções? Um misto de ataque com defesa? Você pode decidir tudo isso. E quando atingir nível 30, poderá participar das partidas "sérias", chamadas de "ranqueadas" (de "rank" mesmo). Há os jogadores bronze, prata, ouro, platina, diamante e desafiante. Quanto maior a classificação, mais experiente e habilidoso aquele jogador é. Ou ao menos, é assim que funciona na teoria. E esse é nosso tópico seguinte.

Não existe paraíso

Não demorou muito para que eu estivesse jogando sozinho, sem meus amigos. Reformulando, não demorou muito para que eu estivesse jogando quinze horas diárias, enquanto eles estavam dormindo. Desse modo, eu passei a conhecer outros jogadores, aqueles que não estavam no meu meio social. E bem, não é o paraíso. Assim como no DotA, encontrei muitas pessoas escrotas lá. Jogadores "ouro" que jogavam pior que minha vó cega e sem dedos. E é aqui que podemos ver como LoL é equilibrado: o dinheiro (RP) não vende dedos na loja. Assim, quem não tem dedos, continuará sem dedos no jogo. Em um exemplo simples, semana passada eu estava jogando com um Master Yi no meu time. Master Yi é um champion (campeão, o personagem jogável) bem popular entre novatos e que apresenta bons resultados nas partidas, podendo carregar um time sozinho. Eu era o suporte, como sempre sou nesses jogos. Meu papel é ficar atrás dele, recuado, dando pequenos ataques nos inimigos, evitando que eles consigam "farmar" (matar os minions, upar) para assim nós termos mais nível que eles e também mais gold para comprar equipamentos. É assim que costuma ser. E seria assim daquela vez também, se o Master Yi não estivesse atrás da torre (sem ganhar exp) com medo de morrer. E ele era ouro.

Não apenas casos assim, mas há muitos jogadores que morrem e culpam o pobre suporte (eu). E muitas vezes, nós nem estamos no mesmo local. Eu posso estar na bottom lane (rota de baixo), ele na mid lane (rota do meio), ele morre e grita: "Suporte lixo, nem me ajuda" - COMO? Aí entramos em outro termo: o feeder. Feeder, que pode ser visto como "alimentador", é aquele jogador que morre muito para um mesmo oponente. O oponente fica mais forte, ganha mais gold, e... se torna um problema. Fica "feedado"(alimentado). Muitas e muitas vezes vi alguém morrer N vezes para o oponente, o oponente ver onde estou, eu e meu parceiro conseguirmos matá-lo com certa dificuldade e notarmos que o nível dele está um pouco acima para aquele momento do jogo. Verificamos as mortes do time, e lá está o responsável por isso.

Ainda sobre o suporte, uma função básica é comprar sentinelas (wards) e colocar pelo mapa. Esses itens duram poucos minutos, mas possibilitam ver inimigos passando por aquela área. É muito útil para evitar emboscadas. Como suporte, essa é uma de minhas funções principais, mas já ouvi muito durante partidas com esses "ouros": Ward pra quê? - Imaginem as respostas "educadas" que passam por minha cabeça. Mas eu me controlo.

Outros jogos são 100 carisma

League of Legends tem pouco mais que 100 champions. Esses são os personagens que você escolhe para jogar durante a partida. Durante a partida, você vai do nível 1 até o nível 18, mas isso não tem relação alguma com seu nível de invocador (que vai do nível 1 até o 30). Você é o invocador, o jogador, e vai até o nível 30. Seu champion pegar nível 18 durante a partida não significa nada, ele voltará ao nível 1 na partida seguinte. Entretanto, há como evoluir seu champion de outra forma: com runas e talentos. Cada nível que você evolui, você ganha um ponto de talento e pode montar sua árvore de talentos com isso, montando um personagem mais ofensivo ou defensivo, como comentei antes. Há também as runas que ajudam nisso. Então, seu nível de invocador te dá acesso a mais recursos para tornar seu champion melhor cada vez mais.

Como um jogador nível 25 tem mais experiência e recursos que um jogador nível 6, ele terá mais runas e talentos, mais dano e mais resistência. Entretanto, ao escolher partidas, o jogo coloca apenas oponentes equivalentes: pode ser que no time inimigo tenha alguém em nível 6 enquanto você é 25, mas esteja certo que em seu time terá alguém de nível baixo também.


Uma coisa que me encantou no jogo foram as skins. Cada personagem tem cerca de duas a cinco skins e elas podem ser temáticas (como as atuais de verão ou campeonatos), ter alguma relação com a história do personagem ou apenas ser uma brincadeira muito divertida. Usando skins, seu personagem não tem apenas um visual diferente, mas suas habilidades também! Por exemplo, eu tenho o Teemo Pelo Branquinho em que ele se veste de coelho e carrega ovos de Páscoa. Sua habilidade de colocar cogumelos faz com que ele coloque ovos coloridos em vez de cogumelos. O mesmo para Lulu que tem habilidade de transformar inimigos em animais: com a skin de Lulu Doceira Macabra, ela transforma inimigos em... cupcakes.

O jogo tem um visual que consegue misturar temas futuristas com aquele estilo mágico medieval. Nesse ponto, ele me lembra muito um cardgame que jogo há alguns anos, Magic: The Gathering. Em ambos os casos, não apenas o visual conota à lembrança de um ao outro para mim, como ambos também tem histórias muito interessantes.
League of Legends é o MOBA desenvolvido pela Riot Games que está conseguindo mais e mais jogadores há quatro anos. O jogo é gratuito, então, como expliquei, vocês podem jogar sem se preocuparem com investimentos. A parte mais divertida do jogo são as partidas ranqueadas, em que você e sua equipe jogam contra outra equipe em uma competição valendo pontos para o ranking e quem for o melhor será devidamente reconhecido por isso. Agora, devo ir logo, pois preciso wardar para minha equipe!

Revisão: Marcos Vargas Silveira
Capa: Daniel Machado

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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