Blast from the Past

Voltemos aos primórdios dos MMORPGs com Ragnarök Online (PC)

A grande maioria dos gamers de hoje em dia em algum ponto se aventuraram no mundo dos MMORPGs (“Massively multiplayer online role-playin... (por Fellipe Camarossi em 05/05/2013, via GameBlast)

A grande maioria dos gamers de hoje em dia em algum ponto se aventuraram no mundo dos MMORPGs (“Massively multiplayer online role-playing games”, ou “jogos de interpretação para múltiplos jogadores em massa”). A sensação de estar dividindo um mesmo mundo com milhares de outros jogadores e a liberdade para fazer a sua própria história é algo único na vida de todos que já tiveram o prazer de aventurar-se por essas bandas, e é por isso que hoje trago um dos primeiros e mais revolucionários jogos dessa categoria: Ragnarök Online (PC).

A mitologia nórdica de uma nova visão

O jogo se passa no continente de Midgard, conhecido na mitologia nórdica como “reino dos humanos”, um território povoado pelas mais diversas raças e tipos de criaturas possíveis e imagináveis. Com um sistema político próprio, as terras dividem-se entre o polo militar Rune-Midgard ao sul, a região tecnológica da República de Schwartzvald ao norte, a nação religiosa de Arunafeltz ao noroeste e diversas outras pequenas cidades, em grande maioria com traços orientais, espalhadas pelo vasto continente, totalizando mais de 25 cidades diferentes todas distintas por suas próprias particularidades.

Um mapa mundi não-oficial de Midgard.

Além destas, existe ainda o novo mundo de Ash Vacuum, uma região ainda sendo explorada com certa dificuldade pela quantidade de perigos que habitam essas terras. O local até agora demonstrou algumas civilizações consideradas lendárias pelos humanos, e ainda mostrou ser a localização de Bïfrost – local conhecido na mitologia nórdica como a ponte entre Midgard e Asgard, o reino dos deuses.

A história progride através de episódios, lançados através de atualizações que mudam toda a estrutura do jogo de tempos em tempos. Para terem uma noção, a princípio só havia Rune-Midgard para ser explorada pelos aventureiros, assim como não havia classes cada vez mais distintas e poderosas. Opa, acho que estou me atropelando. Talvez seja agora o momento de falar de algo que todo bom RPG deve apresentar: o sistema de classes.

Os protetores de Midgard

Todo jogador começa como um Aprendiz, uma classe que pode usar diversos tipos de armas (esde adagas até machados) para poder aprender o funcionamento do jogo. Em seguida, ao atingir determinado nível, você pode enfim decidir o seu caminho. A princípio o game possuía apenas seis diferentes classes, sendo estas: Espadachim, Arqueiro, Mago, Mercador, Noviço e Gatuno. Estas mesmas classes podem evoluir para duas vertentes diferentes (inicialmente apenas uma, a segunda veio em uma atualização), focadas em diferentes tipos de combate, totalizando doze classes distintas só para começo de conversa.

Posteriormente essas mesmas classes adquiriram evoluções conhecidas como “Transclasses”, que envolvem o jogador recomeçar do zero para evoluir em uma classe ainda mais poderosa que a sua normal. Por exemplo, um Espadachim pode evoluir para Cavaleiro, recomeçar sua aventura e assim se tornar um Lorde em vez de Cavaleiro na segunda vez. Mais recentemente chegaram as Terceiras Classes, ainda mais poderosas e que elevam o limite máximo de níveis que o jogador pode alcançar.

Usando o exemplo do Espadachim, temos a seguinte árvore de evolução:


Como puderam ver, existe a opção de recomeçar ou não sua aventura como Transclasse antes de tornar-se uma classe final, mas é recomendado recomeçar devido às vantagens da classe transcendental – como uma barra de energia mais elevada e técnicas exclusivas.

Mais mecânicas do que você pode decorar

Com as classes explanadas, agora podemos ir a todos os detalhes do jogo. Para começar, como todo bom RPG, o jogo conta com um sistema de níveis. Até aí tudo bem, o negócio complica quando se tem dois tipos de níveis; Base e Classe. O primeiro serve para gastar com pontos de atributo – que serão explicados a seguir – e o segundo para poder elevar sua classe e conquistar novas habilidades e técnicas. O nível de Base pode chegar até 99 normalmente, e até 150 quando se torna uma terceira classe, enquanto o de Classe costuma ir até 50, indo para 70 apenas como uma Transclasse.

Os atributos, também recorrentes em RPGs, são seis: Força (que define seu poder de ataque), Agilidade (determinante na sua velocidade de ataque e chance de esquiva), Destreza (sua precisão e o dano com armas de longa distância), Inteligência (para determinar seu poder mágico e quantidade de pontos de magia), Vitalidade (sua resistência física e quantidade de pontos de vida) e Sorte (que define sua chance de crítico e esquiva perfeita). Cada personagem precisa de determinados atributos, pois a sinergia entre eles pode gerar habilidades específicas para cada classe. Destreza eleva sutilmente a velocidade de ataque, assim como Agilidade, e usar ambos em um Arqueiro pode torná-lo muito poderoso. Essa é uma forma simples de apresentar os atributos, mas suas funcionalidades e mecânicas são muito complexas para apenas um breve relato – ainda mais com a chegada das terceiras classes, que renovou totalmente o sistema prévio.

Um dos mais temidos mapas dos velhos tempos, o outrora reino dourado de Glast Heim.

A quantidade de itens, equipamentos e monstros é simplesmente assombrosa. Dificilmente alguém vai decorar o que todas as armas fazem, ou quais efeitos determinados itens fazem quando em conjunto com outros. Cada monstro pode deixar cair uma carta dele e cada uma tem um efeito distinto que pode ser adicionado aos seus equipamentos; agora considere que existem mais de mil monstros na aventura. É, faça as contas. Possibilidades infinitas.

Uma aventura sem fim

Além de tudo isso, o jogo ainda conta com diversos aspectos que o tornam único e estendem o interesse do jogador sob o título. A Guerra do Emperium (ou WoE, como é popularmente conhecida) é um embate entre clãs de jogadores pelo domínio de castelos, cada um com seus tesouros e recompensas. As quests, sempre disponíveis para o jogador, dão profundidade a história e permitem conhecer melhor o que se passa em Midgard, uma aula de história sobre o continente nórdico.

E o melhor é jogar com a galera!
Mesmo com vários anos depois de seu lançamento, Ragnarök Online conquista milhares de fãs ao redor do mundo e recebe atualizações constantemente. Mesmo para os gamers da nova geração, vale a pena ingressar nesse mundo com um enredo que parece interminável, uma vasta quantidade de possibilidades para evolução e saber que não importa o quanto você aprenda e o quão longe possa ir, o final nunca vai estar à vista. 

Let’s rök pessoal!




Revisão: Luigi Santana
Capa: Wellington Fox

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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