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Análise: Trabalhar em equipe ou deixar seus companheiros para os mortos? A ascensão e queda de Left 4 Dead (PC)

Se, hoje em dia, jogos de zumbis pipocam cada vez que você vira uma esquina, já houve uma época em que poucos nomes poderiam ser citados ... (por Ok em 07/06/2013, via GameBlast)


Se, hoje em dia, jogos de zumbis pipocam cada vez que você vira uma esquina, já houve uma época em que poucos nomes poderiam ser citados para acalmar a fúria dos fãs de George Romero. Bem, Left 4 Dead não veio exatamente para os fãs do famoso cineasta, mas sem dúvida foi uma adição e tanto para o time dos jogos de zumbis. Com quase cinco anos de existência, tendo sido lançado em novembro de 2008, o game conquista fãs ainda hoje. Mas será que adquirir uma cópia deste jogo em especial ainda vale a pena?

Ação cooperativa

"Sustos? Tá pra mim".
A aposta da Valve no mundo dos mortos-vivos surgiu mesmo para acabar com o paradigma de que você tem de estar sozinho para tomar belos sustos em meio a uma horda de zumbis ensandecidos. Quem nunca pulou da cadeira ao ser atacado por um Hunter que feche a primeira guia. A perspectiva em primeira pessoa que só muda na hora em que seu personagem está em apuros contribui muito para o clima de terror do jogo.

Ainda assim, saber que, se tudo o mais desse errado, você ainda poderia contar com a ajuda de seus companheiros de equipe era algo deveras tranquilizador. Não importa para onde você vai, neste jogo o importante é ficar junto de seus parceiros. E, a menos que você esteja jogando no modo de Realismo, encontrá-los é algo muito fácil, já que eles são demarcados por auras coloridas, mesmo quando atrás de uma parede.

Agora alguém vai ter que te ajudar...

Os suprimentos encontrados pelo caminho, à exceção dos itens de cura, como as Pílulas, também são ilimitados, podendo ser pegos por mais de um personagem ao mesmo tempo. Assim, não será preciso atirar no seu amigo porque ele pegou a escopeta que você tanto desejava.

E, por falar nisso, a parceria dos membros da equipe não para no quesito resgate, pois um sobrevivente pode muito bem ser o responsável pela morte de outro. Basta um tiro mal calculado que seu colega começará a gritar e xingar, ao mesmo tempo em que um aviso de "não atire nos seus colegas" aparece na sua tela.

O "4" no título não é mera coincidência.

Entre mortos e feridos

É claro que, se o game te presenteasse com um time de Mega Mans, as coisas não seriam tão interessantes assim. Por isso, todo um cuidado e planejamento foi dado para cada um dos quatro personagens sobreviventes, criando uma personalidade e um passado para cada um deles. Zoey, por exemplo, apesar de ser a única mulher no time, é filha de um policial, enquanto Bill é um veterano de guerra. Já Francis é um antigo criminoso e Louis costumava ser um empresário viciado em trabalho. 

Você sabe que quer ser ele.
Mas, o que mais chama a atenção no game é a possibilidade de jogar com os "caras maus", em alguns modos especiais de jogo: o Versus e o Scavenge. Aqui, os jogadores trocam turnos entre os times dos sobreviventes e dos infectados, possibilitando que todos joguem como um ou outro. E, quando um infectado morre, o jogador que o controlava tem apenas de esperar um certo tempo antes de poder jogar com outro.

Neste caso, os zumbis que iriam aparecer eram escolhidos aleatoriamente pelo diretor do jogo, uma inteligência artificial que trata o game como um roteiro de cinema, criando momentos de tensão quando tudo parece tranquilo e vice-versa. Os infectados que podem ser controlados pelo jogador são o já citado Hunter, o linguarudo Smoker, o explosivo Boomer e o esmagador Tank. Assim, o único infectado especial não controlável acaba sendo a Witch.

Diversão online

É claro que o game te oferece a liberdade de jogar totalmente desconectado da internet, no modo para apenas um jogador. Nesse caso, você deverá escolher uma dentre as várias campanhas disponíveis oficial e extraoficialmente para o jogo e se digladiar com monstros assassinos acompanhado de três parceiros robóticos.

Mas a graça mesmo está nos modos online. Não só o modo campanha, que faz até quatro jogadores passarem por diversos pontos de uma cidade em ruínas em busca do próximo veículo que os levará a um lugar possivelmente seguro, mas também o modo versus é uma ótima pedida. Neste último, os sobreviventes devem percorrer os mesmos cenários que na campanha, mas com a adição de que os infectados especiais são controlados por outros jogadores.

Sim, existe uma pessoa de verdade por debaixo do capuz.

O modo scavenge também oferece uma boa diversão, forçando os sobreviventes a encontrarem certos itens dentro do mapa e levá-los até um determinado local. Finalmente, há o modo de sobrevivência, onde os jogadores devem tentar sobreviver pelo maior tempo possível enquanto hordas e mais hordas de infectados surgem para atacá-los, em meio a uma infinidade de infectados especiais.

Uma ambientação fantástica

Os gráficos do game também não deixam a desejar, mesmo comparados com o que já temos hoje em dia. As texturas utilizadas são, em sua maioria, belíssimas, e as expressões faciais de cada personagem mostram cuidado e dedicação em não fazer algo pela metade. Apesar disso, os infectados especiais não são dotados de qualquer expressão.

Aviso: pode não corresponder aos gráficos reais do game.

Os efeitos sonoros também são fantásticos, com sons muito convincentes e realistas para as armas e golpes, e vinhetas musicais muito bem construídas. Você sempre saberá que há um Hunter por perto ao ouvir as apogiaturas pulando em sua vinheta, ou que há um Smoker te observando quando ouvir a estranha dissonância que sua fumaça sugere.

Mas é a música tema do Tank que mostra o poderio do game. Com acordes cheios e harmonias contemporâneas, trazendo toda uma orquestra para o campo de batalha, é no momento em que você percebe que esta música é uma variação do tema principal do jogo que seus cabelos sobem. A partir daí, descobrir que muitas outras músicas também são variações do mesmo tema só te dá mais gosto em ouvi-los, e certamente renderia um Game Music por si só. Até lá, fique com este arranjo escrito pelo redator que vos fala.

A queda

Se parássemos nossa Análise por aqui, talvez já tivéssemos conteúdo para satisfazer os mais exigentes jogadores e talvez pudéssemos convencê-lo de que o game ainda é uma ótima pedida. Mas não vamos e nem estamos tentando fazê-lo por um único motivo: a estranha decisão da Valve de incluir todo o conteúdo da primeira versão do jogo em Left 4 Dead 2.

Na semana que vem, entraremos com mais detalhes nesse assunto, e traremos até você uma Análise detalhada sobre a segunda versão do game. É triste dizer, mas a desenvolvedora acabou matando o primeiro jogo, fazendo a esmagadora maioria dos gamers optarem por Left 4 Dead 2, ao invés deste jogo. Afinal, para que gastar dinheiro com um jogo se podemos ter tudo aquilo e muito mais pagando pelo outro?

Left 4 Dead - PC - Nota Final: 9.0

Revisão: Catarine Aurora
Capa: Stefano Genachi 

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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