Um guia linguístico para o universo dos videogames: hora de aprender o vocabulário gamer! - Parte 2

Videogames não são coisas tão simples assim, nas quais é necessário só apertar botões: é uma área complexa e, como todas as outras, cheia ... (por Gabriel Toschi em 26/05/2013, via GameBlast)

Videogames não são coisas tão simples assim, nas quais é necessário só apertar botões: é uma área complexa e, como todas as outras, cheia de termos um pouco estranhos para quem não está acostumado. Já começamos a ensinar o vocabulário gamer anteriormente aqui no GameBlast, e é hora de conferir o segundo volume desta enciclopédia. Agradecemos aos leitores Jonathan Alis, Rodrigo Elmi, Gabriel Cavalcante e David Rangel pelas sugestões!

Visite a parte 1 se você está procurando algum destes termos: análise de jogo, console de mesa, console portátil, demonstração, DLC (downloadable content), download, gráficos, gênero de jogo, jogabilidade, menu, multiplayer, mídia digital, mídia física, pontos, single-player.

Achievement/Conquista

As conquistas (ou achievements, no inglês) são espécies de congratulações dadas ao jogador por desempenhar algum progresso específico no jogo, como por exemplo, coletar um certo número de um determinado ítem, realizar uma determinada ação um certo número de vezes ou prosseguir na história até um determinado ponto. Alguns locais têm sistemas de conquistas unificadas, como as Proezas Steam (para PC e Mac), os Achievements da Xbox Live e os Troféus da PlayStation Network.

Bug

Ao lado dos glitches, compõe todos os erros de programação dos jogos. Os bugs são erros causados por uma falha no código do jogo que prejudicam a jogatina e impedem você de continuar ou corrompem o seu jogo salvo, fazendo perder todo o progresso. Em jogos mais novos, eles são corrigidos - sempre o mais rápido possível - por atualizações vindas da internet. Bug, em inglês, significa inseto e utilizar este nome para os erros lembra a ideia de ter “insetos em seu computador”, algo que não faria bem para sua máquina, acredite.

Cheat

Quem nunca tentou trapacear em uma brincadeirinha de criança na escola primária? Então, quem nunca usou um cheat em um jogo? Cheats são os códigos de trapaça utilizados em jogos para conseguir coisas que não deveriam ser alcançadas desta forma; literalmente, são trapaças. Existem alguns que são feitos pelos próprios desenvolvedores (como o Konami Code) e outros são feitos por aparelhos exteriores (como o GameShark). Em jogos online, são utilizados hacks em vez de cheats.

Checkpoint

O checkpoint é o maior aliado na hora de se salvar um jogo. Ele é o local onde você irá voltar se acabar caindo em “fim de jogo”, e muitas vezes se refere ao local onde você salva o jogo. Com jogos onde há opção de salvar automaticamente, checkpoint é o local onde você deve passar para guardar seus dados. Ainda, em alguns jogos de corrida com tempo pré-determinado, passar por um checkpoint lhe concede mais tempo.

Cross-Buy

Cross-Buy é um sistema criado pela Sony para possibilitar a compra de um jogo para múltiplos consoles: ao comprar o jogo para o PS3 ou para o PSVita, você automaticamente ganha a versão dele para o outro console. Esse termo pode ser utilizado também para outras estratégias de venda parecidas (“compre para um console e ganhe o outro”), como o Steam Play, que promove isso com as versões de PC, Mac e Linux dos jogos.

Cross-Play

Cross-Play é um sistema criado pela Sony que permite a jogatina de um mesmo jogo por dois consoles diferentes ao mesmo tempo: enquanto você joga no PS3, seu amigo combate contigo no PSVita. Existem poucos jogos capazes de utilizar este recurso; dentre eles, pode se destacar PlayStation All-Stars: Battle Royale.

Crossover

Um crossover é um termo muito usado não só nos jogos, mas na ficção como um todo. Ele ocorre quando dois universos ficcionais se misturam e interagem entre si, formando uma história nova. Kingdom Hearts é um dos crossovers mais aclamados por trazer uma fusão entre os universos dos desenhos Disney e os personagens da série de RPGs Final Fantasy, da Square-Enix. Veja mais no GameBlast sobre como seria um crossover perfeito.

Cutscene

A cutscene é, literalmente, o cinema dentro do jogo. Ela é uma cena em que o jogador não tem praticamente nenhum controle, cabendo a ele apenas assistir a história que se passa. Esse conceito já existe há algum tempo e serve quase sempre para contar parte da trama do jogo. Algumas são feitas por animações utilizando os próprios recursos gráficos do game, alguns por recursos de computação gráfica para vídeos e outros até mesmo com gravações de atores reais.

Fanboy

Sabe aquele seu amigo fanático por futebol que, por mais que seu time ganhe, ele vai jogar na sua cara os títulos lendários do outro time e jurar por tudo que o dele é melhor? Passe essa mesma ideia para os jogos e terá os fanboys. Fanáticos por uma marca ou console, eles defendem a unhas e dentes uma empresa do ramo. E não, isso não é bom, já que eles acabam inferiorizando os outros, um grande individualismo. Tente ser um amante dos videogames, não um fanboy.

Você pode amar um console: mas nunca se torne fanboy dele.

Fase Alpha

Alpha (ou alfa) é a primeira letra do alfabeto grego e uma fase alpha faz parte da organização do desenvolvimento de um jogo. Geralmente, nesta fase, o jogo entra nos seus primeiros testes e são bastante instáveis. É incomum serem publicados jogos nesta fase, tendo esta liberação ocorrendo apenas na próxima fase, a beta.

Fase Beta

Beta é a segunda letra do alfabeto grego (sim, vem daí o nome alfabeto). A fase beta, segunda na organização do desenvolvimento de jogos, já traz mais estabilidade em seus códigos e é voltada para testes mais abertos, geralmente dividida em duas sub-fases: Closed Beta (quando esta fase é fechada apenas para algumas poucas pessoas convidadas) e Open Beta (quando é aberto ao público ou necessita de convites fáceis de serem conseguidos).

First-Party

Juntamente com second-party e third-party, é uma das formas de classificar as desenvolvedoras de jogos. Uma empresa first-party é propriedade da mesma empresa que produz o console ou da empresa que publica estes jogos, fazendo com que os títulos se tornem propriedade da publicadora. Como exemplo, temos a Nintendo EAD (que faz os jogos das franquias clássicas da Big N) e a Polyphony Digital (criadora dos jogos da série Gran Turismo, franquia exclusiva da Sony); perceba que, em ambos os casos, a publicadora é dona da desenvolvedora.

Estas foram algumas das produções da Nintendo EAD

Frame rate (cadência de quadros por segundo)

A cadência de quadros por segundo (chamado também de frame rate) é a frequência que um determinado console ou placa de vídeo produz imagens consecutivas, chamadas de quadros. Quanto maior o número de FPS (frames per second - quadros por segundo, em inglês), melhor é a imagem. Por questão de curiosidade, a taxa considerada ideal para videogames é 60 fps.

Franquia

Uma franquia de jogos é como se fosse uma série de títulos que se passam com os mesmos protagonistas ou no mesmo universo, ou seja, que mantém certas características, sejam elas de gráficos, de história ou de jogabilidade. Mario, The Legend of Zelda, God of War, Uncharted, Halo, Gears of War, Call of Duty, Assassin’s Creed e Mega Man são alguns (poucos) exemplos de franquias famosas no mundo dos jogos.

Glitch

Ao lado dos bugs, compõe todos os erros de programação dos jogos. Os glitches são erros causados por uma falha no código do jogo, mas que não é prejudicial ao gameplay, como poder atravessar uma parede, um personagem que faz desaparecer a cabeça, uma palavra esquisita em algum local ou quando os gráficos ficam embaralhados ou repetidos de forma estranha. Na maioria das vezes, podem ser até engraçados; em outras, podem ser um pouco assustadores, como neste Top 10 de glitches e bugs mais assustadores que fizemos no GameBlast.

Hack

Hack lembra hacker e com todo o sentido: ele é um programa utilizado em jogos online para conseguir benefícios de forma ilegal, com função bem semelhante aos cheats, só que, em vez de códigos, são programas mais sofisticados. Eles são bem mais prejudiciais que os cheats, já que funcionam em jogos online, nos quais a competição entre outros jogadores é inevitável. De toda forma, fique longe deles!

Hype

Hype é aquela expectativa exagerada para alguma coisa que ainda vai ser lançada; no mundo dos videogames, nós, na maioria das vezes, temos hype para novos jogos e consoles. Muitas vezes este hype é muito bem correspondido (um bom exemplo é Portal 2, esse lindo) e, algumas vezes, o nosso hype não vale de nada e acabamos esperando muito por praticamente nada (estou falando de você também, Aliens: Colonial Marines).

Não tem lá muito a ver com o verbete, mas duvido você esquecer da palavra "hype" a partir de agora.

Inteligência Artificial (AI)

Sim, você provavelmente já viu o filme A.I. - Inteligência Artificial e deve estar se pensando se há algo a ver com o que você veio procurar aqui. A resposta é afirmativa: inteligência artificial é um ramo da Informática que tenta produzir algoritmos que possam se assemelhar a inteligência humana para tomar decisões. Nos videogames, toda vez que você joga contra alguém (ou algo) controlado pelo computador ou recebe ajuda de um personagem controlado pelo PC, quem o comanda é uma Inteligência Artificial.

Algumas das AI mais conhecidas nos jogos são as de xadrez pela alta complexidade do jogo

Lag

Em um jogo online, talvez o que possa resolver seu problema com travamentos constantes não seja trocar o computador, mas melhorar a sua internet (ou a de seu amigo). Isto se chama lag e é ocasionado porque a internet de algum dos jogadores não é suficiente para atender todo o fluxo de informações que o jogo demanda. Se você estiver em um jogo offline, entretanto, casos de travamento são chamados de slowdown.

Leaderboard

São listas que classificam os jogadores de acordo com a quantidade de pontos que conseguem em determinado jogo. Chamados também de rankings, mostram que jogadores foram melhores sucedidos em certas partes do jogo (ou em todo o título), e podem ser divididos de acordo com a localização das pessoas (leaderboard global, leaderboard por país) ou por dificuldade (leaderboard na dificuldade Fácil, na dificuldade Média, na dificuldade Difícil).

Mod

Mods são modificações (d’uh!) de jogos, feitos por meio de recursos liberados pelos próprios jogos ou por pessoas com maior conhecimento técnico mexendo no próprio código-fonte. A Steam Workshop, por exemplo, mantém um repertório oficial de mods para The Elder Scrolls V: Skyrim. Alguns mods acabam ficando tão famosos que se tornam jogos próprios como Team Fortress, Portal (mods de Half-Life 2 que ganharam continuações) e DotA (mod de Warcraft que ganhou dois jogos próprios, feitos por empresas diferentes).

Isto é, com certeza, um trabalho de um mod em Minecraft

Motor de jogo (game engine)

O motor de jogo (ou game engine, em inglês) é a alma do jogo. É a estrutura na qual todo o título é produzido e acaba por disponibilizar recursos básicos para os desenvolvedores: praticamente todo jogo que é lançado atualmente é baseado em uma engine, que pode até ser produzido por uma empresa terceirizada. Algumas dignas de citação são a Unreal Engine, a Unity, a CryEngine e a Frostbite.

Player vs. Player (PvP)

Em tradução literal, PvP significa Jogador contra Jogador. É um estilo de jogo onde um jogador não joga contra uma inteligência artificial, mas sim contra outro jogador, seja de forma local ou online. Este modo não se aplica a modos onde um jogador ajuda o outro, mas apenas quando um ou mais enfrentam outros jogadores.

Second-Party

Juntamente com first-party e third-party, é uma das formas de classificar as desenvolvedoras de jogos. Uma empresa second-party produz jogos exclusivos para uma publicadora apenas por meio de contratos e acordos; ou seja, esta publicadora não é dona da desenvolvedora, por mais que publique jogos dela de forma exclusiva. Um bom exemplo é a Game Freak, que produz os jogos da franquia Pokémon apenas para os consoles da Nintendo, mas que não é propriedade dela.

Game Freak, second-party da Nintendo, produz jogos da série Pokémon e outros títulos, como HarmoKnight

Slowdown

É quase isso...
Você está lá tranquilo, jogando, quando tudo começa a ficar lento, cada vez mais lento... Até que a jogatina fica insuportável de tão lento que o jogo está. Isto se chama slowdown e é ocasionado porque sua máquina não está suportando a quantidade de processamento que este jogo demanda, aumentando a lentidão. Se você estiver em um jogo online, entretanto, casos de travamento podem ser diagnosticados como lag.

Third-Party

Juntamente com as first-party e second-party, é uma das formas de classificar as desenvolvedoras de jogos. Esta definição é um pouco diferente das outras, já que é usada, na maioria das vezes, entre a publicadora (que tem suas próprias first e second-parties) e a produtora de um console. Uma empresa third-party desenvolve jogos para diversos consoles e não mantém exclusividade, na maioria das vezes, como, por exemplo, a Ubisoft, a Electronic Arts e a Capcom, que produzem jogos para diversos consoles ao mesmo tempo. Desenvolvedoras que produzem para publicadoras que não são donas delas ou mantêm contratos second-party, também são consideradas empresas third-party.

Alguns jogos third-party anunciados para serem lançados no PlayStation Vita

Troféu

Os troféus são as conquistas utilizadas no sistema de achievements da PlayStation Network, disponível para os consoles da Sony.


E aí, ainda falta algum termo que você leu em algum lugar e não entendeu? Ou você já é um entendido do assunto e achou que ainda faltou algum termo digno de ser explicado? Deixe suas opiniões nos comentários!

Revisão: Leonardo Nazareth
Capa: Daniel Machado

sempre com projetos criativos, estranhos ou os dois ao mesmo tempo. desenvolvedor de software, game designer e escritor sobre as coisas que eu gosto.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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