Meus jogos favoritos de 2025 - Mateus Soares

Os redatores do GameBlast falam sobre os títulos que mais curtiram entre os lançamentos deste ano.

em 22/12/2025

Encerrar o ano compondo o corpo jornalístico do GameBlast é uma honra que ressignifica profundamente este período. Foram 12 meses de muitas oscilações, capazes de abalar diferentes esferas da minha vida e, ainda assim, em meio a toda essa loucura, houve espaço para diversão. Foi um ciclo intenso, mas encorajador.


A chegada ao portal me exigiu o compromisso de me reconectar ao mundo dos jogos de forma mais contemplativa, rompendo o hábito de me dedicar quase exclusivamente a hero shooters e FPS. Honestamente, foi uma das melhores decisões do ano. Um novo leque de experiências se abriu diante da tela do meu computador, levando-me a transitar por diferentes mundos, estilos e propostas. É um hábito que certamente seguirá comigo em 2026.

A seguir, listo os títulos que mais se destacaram na minha rotina ao longo de 2025.

Avowed

Reconheço as limitações de Avowed e sei que o hype em torno do novo projeto da Obsidian Entertainment era enorme e o lançamento não conseguiu corresponder à altura. No entanto, foi a primeira grande novidade que consumi neste ano e, para alguém que buscava se reaproximar de jogos que exigem mais paciência, atenção e calma, em contraste com os FPS hiperestimulantes de costume, a aventura acabou funcionando muito bem.

Os diálogos são longos e, em alguns momentos, exigem disposição, mas à medida que o universo se apresenta, fica claro que essa verborragia sustenta um mundo complexo. A perspectiva em primeira pessoa e a mobilidade evocam certa nostalgia de Skyrim — nas devidas proporções, claro, longe de mim profanar essa obra-prima. A personalização é excelente e robusta, e a direção artística, com cores vibrantes e um mundo vívido, me agradou bastante.
Gostei especialmente de definir características da lore do meu personagem e vê-las reverberar no desenvolvimento da história, embora sinta que esse recurso tenha sido um tanto subutilizado. Apesar disso, Avowed acabou sendo uma boa reintrodução ao gênero para mim neste ano.

Splitgate 2

E falando em FPS hiperestimulantes, Splitgate 2 entregou exatamente o que eu esperava desde o beta. O jogo tem uma proposta excelente e, felizmente, a executa com competência. O maior destaque está nas partidas curtas em equipe, com elementos que tornam os confrontos mais caóticos e imprevisíveis. A mecânica central gira em torno do uso de portais, que permitem aos jogadores atirar e se teleportar, tornando a ação bem mais interessante.

A gameplay me exigiu um nível inesperado de estratégia, tanto no posicionamento e na leitura dos adversários quanto na definição de pequenos objetivos dentro das partidas, como a disputa por armas especiais que surgem no mapa. A adaptação foi rápida e, talvez por isso, Splitgate 2 tenha me proporcionado uma experiência bem positiva.

FragPunk

Passei um tempo tentando me desassociar de Valorant, que não estava exatamente enjoativo, mas meio tóxico e estressante demais. Foi nesse contexto que surgiu FragPunk, um hero shooter frenético, com partidas dinâmicas e a proposta de alterar as regras de cada round por meio de um sistema de votação.

Inicialmente, fui atraído pela estética do neon vibrante e o visual futurista com traços de quadrinhos, que foram suficientes para me convencer a baixar. Pouco depois, porém, ficou claro que havia bastante personalidade ali. Trata-se de uma experiência que exige persistência para entender como se prefere jogar e quais personagens melhor se alinham à sua gameplay. A principal crítica fica por conta da duração extremamente curta das partidas, o que dificulta a leitura do estilo dos adversários e limita a adaptação ao longo do confronto. Ainda assim, funciona muito bem quando a intenção é trocar tiros rápidos e vencer alguns clutch.

Dispatch

Entre todos os jogos da lista, o excelente Robert Robertson III foi o personagem com quem mais simpatizei na temporada de 2025. Talvez por me identificar com a crise financeira, por ser CLT sonhando com os dias de glórias ou pela sucessão de decisões ruins e impulsivas (assumo a responsabilidade deste último).

Dispatch foi o último lançamento deste ano que joguei e proporcionou uma experiência inacreditavelmente positiva. É uma série interativa com uma história bem roteirizada e um design de muito bom gosto. Não é uma gameplay desafiadora, mas me fez criar apego pelos personagens e, principalmente, desejar por mais ao final. O tragicômico sempre me cativa e todos os ingredientes parecem tremendamente bem dosados na história.

Clair Obscur: Expedition 33

Iniciei minha expedição bradando todo o preconceito possível com o gênero de RPG de turnos, inédito no meu repertório. E quem diria que preconceito é, quase sempre, um sinal de ignorância, não é mesmo? Clair Obscur: Expedition 33 é uma obra-prima democrática, plural e filosófica que remete demais à postura existencial francesa.

A construção dos personagens é incrível, sustentada por escolhas felizes de elenco e um trabalho apoteótico dos atores. Ainda assim, o grande destaque reside nos fatores interpretativos. A experiência é inevitavelmente pessoal: varia conforme o repertório de cada jogador, trazendo algo único. Vejo na expedição uma insatisfação profunda com a realidade, marcada por um destino inelutável e por um objetivo um tanto abstrato, ao mesmo tempo em que é permeada por um otimismo quase ininteligível. Por vezes, são soldados questionando suas próprias crenças, cientes do provável fracasso, mas ainda obstinados a resistir.
Para ilustrar isso, os cenários quase brincam com as oposições de sentidos, como luz/sombra, beleza/decadência e esperança/desespero. Clair Obscur: Expedition 33 deve envelhecer bem, me convenceu muito e, apesar disso não ser um top, foi isoladamente o meu favorito do ano. E como dizemos na expedição: “quando um cai, nós persistimos”.

Expectativas para 2026

Vou deixar o óbvio para o final e garantir que ano que vem pretendo mergulhar ainda mais em jogos variados, conhecer novas histórias e viver novas aventuras. Isso significa uma atenção maior a produções single-player. Títulos como Saros, Marvel’s Wolverine e Resident Evil: Requiem estão na lista. 

Por fim, é impossível não mencionar Grand Theft Auto VI, que chegará para estabelecer o novo patamar deste mercado em expansão que tanto amamos.

Que 2026 seja um ano incrível. Obrigado por chegar até aqui comigo.

Revisão: Thomaz Farias
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Mateus Soares
Jornalista e pós-graduando em Produção Textual, com experiência em temas que vão de meio ambiente a tecnologia. Entusiasta do universo dos games. Por algum motivo, fã de Mass Effect: Andrômeda.
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