Análise: Manba One Wireless Controller une inovação com estilo, mas nem tudo é perfeito

O famoso “controle da Temu” traz muitas qualidades, mas dizer que ele é o melhor do mercado é exagero.

em 19/10/2025
Como já mencionei em artigos anteriores, ter um controle de qualidade é essencial para garantir uma jogatina agradável — e até saudável — em qualquer plataforma. Depois que montei meu PC, não queria depender apenas dos controles que já possuía, como o DualShock 4 e o DualSense, para aproveitar a nova experiência.

Iniciei então uma busca pelos melhores controles para jogar no PC e encontrei ótimas opções. Um deles é bastante prático, outro já considero minha escolha principal, e agora um terceiro entrou para a coleção: um modelo imponente e sofisticado, com boas chances de se tornar o controle principal do meu setup.

Conhecido como o “controle da Temu”, por aparecer com frequência em anúncios de influenciadores nas redes sociais — quase sempre acompanhado de um generoso cupom de desconto para a primeira compra na loja virtual chinesa — o Manba One Wireless Controller é amplamente divulgado como o melhor controle de todos, o “Um Anel” dos gamepads.


Mas será que ele é tudo isso mesmo? Depois de várias tentativas usando os cupons dos influenciadores, finalmente consegui comprar um Manba One com o tal desconto “mágico” — não foi de graça, mas saiu bem barato, por cerca de 130 reais, incluindo impostos. Agora trago minhas impressões e o veredito sobre se o que dizem é realmente verdade ou apenas mais uma jogada de marketing para conquistar seguidores e clientes.

Bom, personalidade e estilo ele realmente tem

O destaque do Manba One é, sem dúvida, a tela interativa de 2 polegadas localizada na parte frontal do controle. Diferente de qualquer outro modelo da categoria, ela permite ajustar tudo diretamente no dispositivo: vibração, sensibilidade dos analógicos, remapeamento de botões, iluminação RGB das laterais do controle e até perfis de jogo. Essa funcionalidade elimina a necessidade de softwares externos e adiciona um toque futurista ao visual.

Esse é, sem dúvida, o grande diferencial do Manba One. Poder configurar tudo sem depender de combinações de botões, e a qualquer momento, traz mais praticidade no uso do acessório e melhora a experiência durante as sessões de jogatina. Vale ressaltar que ela não é sensível ao toque. Para acessar o menu é necessário segurar o botão HOME por três segundos. Caso esteja em jogo, pause sua partida antes de realizar algum ajuste.

O controle também se destaca pelo alto nível de personalização. Há versões em branco ou preto, além de capas magnéticas intercambiáveis para a parte frontal. O conjunto é complementado por uma base de carregamento que também funciona como dock para o receptor USB, ou seja, você não precisa dedicar uma porta USB do seu PC para conectar o receptor.

Ele pode ficar sempre guardado na dock, conectado e pronto para uso no modo wireless — um detalhe que mostra o cuidado da marca com o design e praticidade. O pacote conta ainda com um par extra de sticks analógicos mais altos, que favorecem a ergonomia de acordo com o estilo de jogo de cada usuário.

Compatibilidade, acertos e falhas no projeto

O Manba One possui compatibilidade nativa com Switch, Switch 2, PC, Android e iOS, tanto via Bluetooth quanto por conexão USB. A versatilidade é um de seus maiores trunfos, embora o controle não ofereça suporte oficial para os consoles Xbox ou PlayStation — algo importante a considerar se você busca um periférico realmente universal.


Nos analógicos, o controle utiliza sensores Hall Effect, tecnologia que previne o temido drift, problema comum em joysticks com sensores mecânicos. Os gatilhos lineares também oferecem excelente resposta, especialmente em jogos de corrida ou tiro, onde a precisão faz diferença. Eles contam com a mesma tecnologia Hall Effect e têm o curso ajustável por meio de dois mecanismos na parte traseira.

Com cerca de 295 gramas, segundo o fabricante, o Manba One transmite uma sensação sólida e robusta. Os botões principais (ABXY), de ativação mecânica, apresentam resposta extremamente rápida — algo que pode causar estranhamento para quem não está acostumado a esse tipo de feedback em um gamepad.

O D-Pad, porém, é o ponto fraco do controle. Apesar da boa ergonomia, seu desempenho é insatisfatório, principalmente em jogos que exigem comandos diagonais, como títulos de luta e shoot’em ups. Os comandos falham com frequência, e a frustração de errar um simples Hadoken em Street Fighter é inevitável.

Por outro lado — literalmente — os botões traseiros programáveis são um ótimo acréscimo para quem joga títulos competitivos, ainda que sua posição não seja das mais confortáveis. São quatro botões com função de macros, mas a ativação exige certa adaptação, já que o tamanho e o posicionamento podem dificultar o uso no início.

Com bateria de 1800 mAh, o controle oferece entre 10 e 12 horas de autonomia, segundo informações do fabricante, dependendo do uso da tela e da vibração. O dock incluso facilita o carregamento e ainda ajuda a manter o setup mais organizado — um toque de praticidade que muitos controles premium poderiam adotar.

A tela, por sua vez, é funcional e bonita, mas requer cuidado. Há relatos sobre sua fragilidade e a facilidade com que risca. O controle vem com uma película protetora, mas, no meu caso, ela chegou amassada e não pôde ser aplicada. No mesmo dia, ao limpar a tela com uma flanela, surgiram os primeiros riscos — confirmando a crítica.

O material da tela, feito de plástico, risca com muita facilidade. Para um controle que investe tanto em recursos voltados à qualidade e usabilidade, esse detalhe acaba pesando contra a reputação de “melhor controle do mercado”.

Afinal, para quem é esse controle?

Com preço oficial de 70 dólares, o Manba One Wireless Controller se posiciona como uma opção interessante para quem busca recursos avançados sem pagar o valor de um controle de categoria elite, que pode custar até o dobro. Ainda assim, se você não conseguir um bom desconto, o preço pode ser um fator decisivo na hora da compra.

Em conversão direta, na ocasião da publicação deste artigo, o valor gira em torno dos 380 reais. O que condiz com o valor normalmente praticado em marketplaces internacionais, como o AliExpress. Há opções para comprá-lo já no Brasil, mas por não ser oficialmente vendido no país, quem o fornece faz seu próprio preço, que chega a ser o dobro do oficial.

A inovação trazida pelo Manba One — especialmente pela tela integrada, que permite ajustes sem depender de softwares externos, e pelos sensores Hall Effect nos analógicos e gatilhos — reúne características cada vez mais valorizadas pelos jogadores. Esses recursos, na minha visão, justificam parcialmente o valor cobrado, embora já existam opções mais acessíveis que oferecem funcionalidades semelhantes.

Somando-se à boa qualidade geral, o Manba One também se destaca pela ergonomia, pelo peso equilibrado, pelos acessórios extras e pela bateria de longa duração. Se você procura um controle que reúna a maioria desses recursos, ele é, sem dúvida, um forte candidato à sua próxima aquisição.

Por outro lado, se a prioridade for precisão e usabilidade em jogos que exigem o uso constante do direcional — como títulos retrô ou de plataforma 2D —, o D-Pad do Manba One deixa a desejar. Minha experiência com ele nesses gêneros não foi das melhores. Em contrapartida, em jogos de tiro ou corrida, o desempenho é excelente, especialmente graças ao ajuste dos gatilhos.

No fim das contas, o Manba One não é o melhor controle do mundo, mas apresenta mais qualidades do que defeitos. Considerando o conjunto de recursos, o design e o preço, ele se mostra uma escolha sólida — desde que o uso e o orçamento estejam alinhados às suas expectativas.

Um dos melhores, apenas

O Manba One Wireless Controller é um produto que impressiona pela ousadia e pela variedade de recursos. A tela interativa e os sensores Hall Effect mostram que a marca apostou em tecnologia e inovação para entregar uma experiência moderna e prática. A qualidade de construção, a ergonomia e os acessórios inclusos reforçam a sensação de um produto de categoria premium.

Ainda assim, nem tudo é perfeito. O D-Pad é um ponto fraco que prejudica sua versatilidade, e a tela, embora funcional e visualmente atraente, exige cuidados para evitar danos estéticos e, por vezes, estruturais. O preço, dependendo das promoções, também pode afastar, tornando sua aquisição interessante apenas em ofertas pontuais.

No fim das contas, o Manba One se destaca como uma excelente opção intermediária entre controles convencionais e modelos de elite. É ideal para quem joga no PC, valoriza personalização e quer fugir das opções tradicionais, sem abrir mão de qualidade e estilo.

Prós

  • Tela interativa de 2" funcional e personalizável;
  • Sensores Hall Effect nos analógicos e gatilhos (sem drift);
  • Alta compatibilidade (Switch, PC, Android e iOS);
  • Excelente ergonomia e acabamento sólido;
  • Base de carregamento inclusa e bateria de longa duração;
  • Opções de customização estética (capas magnéticas e sticks extras), vendidas separadamente.

Contras

  • D-Pad impreciso em jogos 2D ou de luta;
  • Tela facilmente suscetível a riscos e danos;
  • Ausência de suporte oficial para Xbox e PlayStation;
  • Posição dos botões traseiros pouco ergonômica;
  • Preço pouco atrativo, que depende de ofertas para se tornar uma opção interessante de compra.
Manba One Wireless Controller — Nota: 8.0
Revisão: Johnnie Brian
Análise produzida com produto adquirido pelo redator
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Alexandre Galvão
Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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