Em janeiro de 2024, fiz um top 10 de jogos 2D da franquia Sonic logo após ter experimentado Sonic Superstars. Como a maioria dos títulos do azulão traz uma progressão lateral, foi uma lista interessante de fazer e, de certa forma, mais fácil de executar.
E agora me veio à mente o desafio de estabelecer um top 10 para a vertente tridimensional do ouriço, sendo a principal linha da série. Passando por diversos momentos de experimentação e polêmicas, os jogos 3D de Sonic moldaram várias gerações de 1998 para cá e, até hoje, geram debate sobre a qualidade de vários deles.
Como na lista anterior, buscarei equilibrar a qualidade das obras e gosto pessoal, embora seja bem mais difícil realizar essa tarefa para algumas entradas. Sendo assim, vamos começar!
10 - Sonic Lost World (2014, Wii U)
Fruto de uma parceria de exclusividade entre a Sega e a Nintendo, Lost World foi a tentativa da Sega de chamar a atenção dos jogadores da Nintendo para os jogos de Sonic. Trazendo uma jogabilidade mais lenta, visuais coloridos e uma história bem boba, as primeiras fases são divertidas e interessantes de jogar.
Infelizmente, a aventura foca em gimmicks que atrapalham o ritmo da jogabilidade de plataforma, como empurrar frutas num liquidificador e controlar uma bola de neve em uma pista cheia de obstáculos. Ainda assim, dá para se divertir com a proposta diferenciada, mesmo com seus defeitos.
9 - Sonic Heroes (2003, PC/PS2/GC/XB)
O primeiro título multiplataforma da franquia teve um desenvolvimento bem conturbado e um resultado que carece de polimento, mas Sonic Heroes serviu para introduzir um novo público à franquia. Trazendo um sistema de trios com funções divididas em velocidade, voo e poder, as fases seguem um estilo tradicional e mais simples do que Sonic Adventure 1 e 2, com dois “atos” e um chefe intercalando as fases.
Apesar do conceito interessante e do bom início, Heroes sofre com controles escorregadios e bugs que prejudicam a experiência. Além disso, a obrigatoriedade de terminar com os quatro trios para obter o verdadeiro final deixa a jogatina repetitiva.
8 - Sonic Dream Team (2023, iOS)
Exclusivo para dispositivos Apple via Apple Arcade, Dream Team vai além das experiências mobile de Sonic e nos entrega uma genuína aventura inédita. Apresentando fases mais abertas e focadas em coleta de itens, os principais elementos esperados estão lá.
Apesar da quantidade limitada de fases e dos controles por toque, guiar o ouriço e seus amigos é satisfatório, levando em consideração as habilidades de cada um para enfrentar cada desafio. Simples, mas divertido na dose certa para celulares.
7 - Sonic Colors (2010, Wii)
Lançado originalmente como um exclusivo de Wii (e assim permaneceu por um bom tempo), Sonic Colors pegou as bases de Unleashed e apresentou uma aventura mais leve e direta ao ponto. A grande novidade é a adição dos Wisps, alienígenas que concedem poderes temporários ao herói, como se transformar em um monstro devorador, disparar como um laser na velocidade da luz ou perfurar o solo e a água como uma broca.
Com fases conceitualmente belíssimas, trilha sonora diversificada e jogabilidade bacana, Colors apenas peca pela estranha divisão de seis atos por fase, reaproveitando segmentos para forçar novo conteúdo numa campanha curta.
6 - Sonic Adventure 2 (2001, DC)
O derradeiro título do blue blur para um console da Sega trouxe muitos elementos importantes para a franquia. Além de uma história mais sombria, houve a introdução de Shadow e Rouge, que se tornaram figuras recorrentes desde então.
Mantendo a proposta de jogabilidades distintas para cada personagem, como em Adventure 1, o jogo apresenta três tipos de fases: plataforma com correria, tiro e caça ao tesouro — sendo esses dois últimos os pontos mais fracos da experiência, principalmente as fases de tiro. Ainda assim, Adventure 2 marca um ponto de virada importante para o tom da franquia Sonic nos anos 2000, para o bem e para o mal.
5 - Sonic Adventure (1998, DC)
Após uma era de incertezas, Sonic Adventure finalmente colocou o ouriço em terras tridimensionais como deveria. Mudando a estrutura consolidada no Mega Drive, o game do Dreamcast trouxe seis personagens jogáveis, narrativa guiada por exploração de HUBs e muitos set pieces para provar o poder do último console da Sega.
Ainda que tenha envelhecido mal em alguns aspectos — especialmente a jogabilidade de Amy e Big —, Sonic Adventure foi usado como base para traduzir o blue blur para o 3D por vários anos. Ainda defendo que foi uma boa transição, e é uma pena que a Sonic Team não tenha conseguido aumentar a qualidade depois disso.
4 - Sonic Unleashed (2008, PS3/X360)
O queridinho de uma geração até hoje, Sonic Unleashed veio para tentar redimir a marca do fracasso que foi o lançamento de 2006. Simplificando a base e mudando o estilo da jogabilidade para destacar a velocidade do herói com a mecânica de boost, Unleashed foi mal recebido pela crítica, mas deu a volta por cima e criou sua própria legião de fãs.
Até hoje, considero-o a aventura mais belíssima de Sonic, com uma ótima direção de arte, trilha sonora espetacular e um mundo diverso e interessante para explorar, com a premissa de “volta ao planeta”. Embora o combate do Werehog seja desengonçado e a campanha tenha um ritmo estranho, é um jogo legal de discutir e jogar até hoje.
3 - Sonic Frontiers (2021, PC/PS4/PS5/XBO/XSX/Switch)
Após o desastre de Sonic Forces em 2017, o próximo título demorou para aparecer — e quando veio, causou uma péssima primeira impressão: um mapa vazio, nada de interessante acontecendo e um visual pouco inspirado. Mesmo com uma impressão inicial pouco receptiva, o lançamento de Sonic Frontiers mostrou-se um ponto de virada necessário para a série.
Colocando o ouriço em ilhas abertas para correr livremente, realizando puzzles simples, coletando coisas e enfrentando criaturas esquisitas, a liberdade é o ponto-chave aqui. Embora o visual seja pouco apelativo, a sensação de correr por aí com bons controles e um clima mais melancólico acabou me pegando.
Além disso, a narrativa mais centrada na relação do azulão com seus amigos também se revelou uma necessidade inesperada, que espero que continue em futuros jogos. E, claro, as batalhas de chefes são um show à parte, tanto pelo espetáculo visual quanto pelas músicas de tirar o fôlego — e isso vale para todo o repertório musical do game.
Sonic Frontiers é bem difícil de defender para quem não é um jogador da franquia, mas mesmo com os inúmeros problemas de desenvolvimento por culpa da própria Sega, o resultado foi positivo. Tenho grandes expectativas para o futuro.
2 - Shadow Generations (PC/PS4/PS5/XBO/XSX/Switch)
Apesar de não ser um jogo do Sonic propriamente dito, Shadow Generations roubou a cena como um dos jogos mais deliciosos de controlar da série. Trazendo de volta a ideia de viagem ao passado do lançamento de 2011, o jogo coloca Shadow diante de seus próprios traumas, desafiando-o a enfrentar momentos marcantes de sua trajetória — tanto no passado quanto no futuro.
Mesmo sendo um jogo vendido como bônus de relançamento, Shadow Generations é praticamente uma aventura nova, feita em cima do aprendizado da Sonic Team em Frontiers. O Espaço Branco virou um pequeno mundo aberto para explorar, os controles são mais responsivos, o visual é feito com a Hedgehog Engine 2, entre outros detalhes.
O maior problema do jogo é sua curta duração, mas isso é compensado por uma boa variedade de extras desbloqueáveis, como artes, músicas e documentos de lore. Embora não recomende Sonic Frontiers para novatos, Shadow Generations e seu irmão mais velho são uma porta de entrada perfeita.
1 - Sonic Generations (2011, PC/PS3/X360)
Mesmo depois de quase 15 anos, a sensação de jogar Sonic Generations ainda é inigualável. Lançado para comemorar o aniversário de 20 anos da série, a Sonic Team fez um “Melhores Momentos” até então, adaptando fases icônicas para o 3D e ainda trazendo o azulão dos anos 1990, com olhos pretos e baixinho.
Enquanto as aventuras anteriores sempre tinham uma "barriga" — como uma jogabilidade colocada ali que dava uma estragada no ritmo —, Generations fez tudo perfeitinho. O foco na velocidade e plataforma, tanto 2D quanto 3D, rendeu momentos grandiosos, visuais espetaculares e um cancioneiro musical capaz de arrancar lágrimas e gritos dos fãs.
Embora a duração seja a maior fraqueza do título, Sonic Generations é um dos jogos com maior fator replay da série. Missões com técnicas exclusivas e toneladas de desbloqueáveis mantêm o jogador voltando — mas, muitas vezes, apenas tentar bater o melhor tempo em uma fase já é motivo suficiente para retornar.
É o Sonic 3D definitivo e volto a repetir: continua sendo a porta de entrada perfeita para quem quer conhecer o personagem. Uma viagem ao passado com o que há de melhor no nosso querido velocista.
Um futuro promissor à vista
Em seus altos e baixos, Sonic sempre sobreviveu. Felizmente, a franquia está em um ótimo momento e, aparentemente, benquista pela Sega — que costuma ser uma pedra no sapato no desenvolvimento dos jogos da série.
E como a lista dos melhores jogos 3D da franquia é bem divisiva, fiquem à vontade para elencar os seus melhores!
Revisão: Heloísa D'Assumpção Ballaminut


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