é a versão definitiva para os consoles do título original de 1999. Para deixar as festividades ainda mais interessantes, o game recebeu uma atualização de respeito, resultando num pacote explosivo e divertido. Pegue sua granada santa e não esqueça do maçarico, pois esta análise vai começar em marcha rápida!
Antes de começar propriamente, preciso falar um pouquinho da minha relação com a versão original do game. Eu conheci esse combate estratégico de minhocas por meio de um vizinho, que tinha instalada no seu PC a versão de demonstração do Worms Armageddon. Aquele jogo bonitinho e divertido, mas também caótico e desafiador, me cativou desde a primeira partida na qual disparei uma bomba banana.
Sua proposta era (e ainda é) simples e criativa: dois times compostos por minhocas bonitinhas precisam se enfrentar num regime de turnos, no qual somente uma arma poderia ser usada por vez. Vence quem conseguir eliminar totalmente o adversário, seja reduzindo a zero a vida de todos os inimigos ou jogando-os para fora do cenário. Com muitos itens malucos e elementos como vento e fogo amigo, cada partida é uma agradável surpresa.
Depois de alguns anos, eu tive a oportunidade de comprar o jogo completo por meio de um CD-Rom que vinha em uma revista (isso era bastante comum nos anos 2000, eu até adquiri
Rollercoaster Tycoon 3 dessa maneira). Sem acesso à internet, eu basicamente zerei as opções locais ao longo de mais ou menos um ano, incluindo as missões, o modo mata-mata e os treinamentos especiais.
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Pronto para jogar um Asno Duro nos inimigos? |
A série Worms continuou a receber títulos, embora nenhum tenha chegado no mesmo nível (para mim e para a comunidade em geral). Foi quando em setembro de 2024 tivemos a chegada de Worms Armageddon: Anniversary Edition, versão comemorativa do original e exclusiva para os consoles. A maior novidade, como não poderia deixar de ser, é uma melhora visual, com menus e partidas em alta resolução.
Um pedacinho da história
O lançamento também trouxe a versão de Game Boy Color do original, em toda a sua glória pixelada. Talvez isso desperte alguma memória de quem tenha jogado ela na sua infância, mas hoje vale apenas como uma curiosidade. Por outro lado, temos uma espécie de documentário interativo, formatado como uma linha do tempo da franquia Worms.
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A versão para GameBoy é respeitável para a época, mas nem tanto hoje em dia |
Esse museu com registros históricos é um dos destaques de Worms Armageddon: Anniversary Edition. Temos entrevistas com produtores e profissionais envolvidos no game - incluindo o criador do original, Andy Davidson - , imagens promocionais, fotos de eventos, modelos das caixas originais do jogo, entre outros. É muito legal conhecer mais sobre a história da franquia e como ela se manteve ativa por tantos anos.
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Contando a história da franquia e seus anelídeos (o filo das minhocas no reino animal) |
Mesmo não abrangendo toda a história da série Worms, o documentário é bastante interessante e digno da Digital Eclipse. Essa produtora é famosa por outros títulos de aniversário e coletâneas, tais como Teenage Mutant Ninja Turtles: The Cowabunga Collection e Yu-Gi-Oh! Early Days Collection. Vale frisar que temos aqui uma localização completa (ainda que com alguns errinhos) de Worms Armageddon: Anniversary Edition para o português brasileiro, o que facilita curtir os materiais e as partidas.
Aumentando o arsenal
Se a festa já tinha seus méritos antes, em junho de 2025 ela ficou ainda maior: uma atualização trouxe mais games clássicos e um “modo secreto” ao título. Esse último consiste numa configuração que fica no menu Opções, através da qual é possível selecionar a opção “Boggy”, o nome oficial da minhoca mascote da franquia. Ao fazer isso, o jogador libera todos os desbloqueáveis do game, incluindo armas e customizações especiais.
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Customizar as partidas é um dos atrativos do game |
Quanto aos títulos clássicos, eles são como a versão para o portátil da Nintendo. Ou seja, servem mais pela curiosidade e registro histórico, pois seus visuais e jogabilidade são bem antiquados. São eles: Worms World Party, desenvolvido originalmente para o Sega Dreamcast e duas versões do Worms original, uma para Super Nintendo e outra para Mega Drive.
Apesar de já ser um jogo antigo e relativamente bem conhecido, creio que agora seja importante falar de Worms Armageddon em si. Aliás, eu escrevi uma
matéria para a coluna Blast from the Past, lá em maio de 2019, falando do game original. Quem quiser conferir
fique à vontade, pois meus comentários da época são tão atuais quanto se tivessem sido feitos hoje.
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Divertido ontem, hoje e sempre |
De maneira geral, fora uma leve melhoria gráfica, sobretudo nos menus, o game continua o mesmo, adaptando mouse e teclado para controles. Podemos montar um time personalizado e partir para realizar missões com objetivos diversos, treinamentos que desafiam sua habilidade em itens e armas diferentes ou a subir no ranqueamento do mata-mata. Tudo isso de forma local, sem precisar da internet.
Qualidades para todos os lados
A maior diversão de Worms Armageddon: Anniversary Edition, entretanto, são as partidas multijogador. É sempre divertido criar partidas com regras aleatórias e colocar até seis amigos para se enfrentar ao vivo, incluindo disputas por equipe e contra a máquina. Caso não seja possível fazer isso de forma local, basta criar uma sala online para começar a diversão.
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Nada como aquela jogada de mestre |
Aqui fica uma crítica forte ao game: não temos uma opção crossplay fora de cada “família”. Ou seja, usuários do PlayStation 4 podem se conectar ao PlayStation 5, mas não às plataformas Xbox. Eu até entendo a falta de ligação com o PC, visto que esta versão é somente para consoles, mas é uma pena termos essa dificuldade para criação de partidas ou mesmo encontrar outros jogadores online.
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Algumas missões têm como prioridade coletar itens antes de eliminar inimigos
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Falando em pena, ainda que seja justificável manter uma fidelidade ao Worms Armageddon original, confesso que eu gostaria de ter visto um pouco mais de pompa nesta celebração. Afinal, como em uma festa de aniversário, poder usar fantasias ou mesmo chapéus (algo presente em títulos posteriores) seria um toque interessante para o título. Alguns comandos do PC não foram tão bem transferidos para os consoles, mas nada comprometedor.
Felizmente, essa falta de novidades não compromete sua qualidade. Disparar toupeiras explosivas ou usar a corda ninja para movimentos... bem, ninjas, são sempre ótimos momentos. O nível de estratégia exigido se equilibra bem com a precisão necessária para executar as jogadas, tornando cada partida única e devidamente desafiadora. Qualquer que seja o modo de jogo e quantos queiram jogar, a diversão estará lá.
Parabéns para você (e para nós, jogadores)!
Celebrando seu grande sucesso desde o seu lançamento há mais de 20 anos,
Worms Armageddon: Anniversary Edition entrega a viciante experiência original com visuais aprimorados. O jogador também tem acesso a presentes interessantes como uma coletânea de jogos clássicos e, o maior deles, um museu repleto de vídeos e imagens legais. Mesmo que a festa pudesse ter mais elementos inéditos, ela ainda é obrigatória para fãs e novatos, que vão encontrar muita diversão entre carneiros, bazucas e coquetéis molotov.
Prós
- Clássico dos games de estratégia chega aos consoles em um pacote competente e interessante;
- Desafios e jogabilidade continuam viciantes até hoje, oferecendo desafios envolventes;
- Boa quantidade de opções para jogar, incluindo missões, treinamentos, mata-mata e, principalmente, partidas multijogador locais e online;
- Visuais foram melhorados o suficiente para funcionarem nos padrões atuais de desempenho;
- Museu interativo digital traz vários conteúdos interessantes sobre a história do game e sua franquia;
- Títulos antigos cumprem o propósito de mostrar parte da história da franquia Worms.
Contras
- A ausência do modo crossplay prejudica as opções online do game;
- Faltou um pouco mais de ousadia para um lançamento comemorativo.
Worms Armageddon: Anniversary Edition — PC/PS4/PS5/XBO/XSX — Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: PS5
Revisão: Juliana Piombo dos Santos
Análise redigida com cópia digital cedida pela Team17