Infelizmente, como vamos conferir nesta análise, este simulador de parque de diversões tem problemas que vão além dos controles. Coloque os equipamentos de proteção e tome algum medicamento para o enjoo, pois a análise vai começar!
Como tudo começou
A franquia RollerCoaster Tycoon começou em 1999, com o lançamento do primeiro título para os PCs. O sucesso significativo levou a uma sequência três anos depois, que foi seguida pelo terceiro título em 2004. Esse último game, chamado de RollerCoaster Tycoon 3, foi o último jogo com recepção positiva da franquia.
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Pronto para criar seu parque dos sonhos? |
Vale frisar que a série é considerada pioneira como jogo de simulação de parque de diversões. Enquanto simuladores de montanha-russa já até existiam anteriormente, o gerenciamento completo de um parque foi uma novidade. A cada título a franquia trouxe mais elementos, assim como melhorias técnicas na produção. Eu mesmo a conheci com RollerCoaster Tycoon 2, que capturou minha atenção por suas cores e brinquedos vibrantes.
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As possibilidades são quase infinitas |
Desde o terceiro título não tivemos um lançamento de grande sucesso. Talvez seja por isso que ele tenha sido escolhido para ser adaptado aos consoles de mesa da geração atual e anterior da Sony e da Microsoft. RollerCoaster Tycoon 3: Complete Edition, que já havia chegado ao PC e ao Nintendo Switch, chega com o jogo base mais os dois pacotes de expansão que ele recebeu, chamados de Soaked! e Wild!.
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As expansões permitiram que o game recebesse atrações inéditas |
O primeiro DLC trouxe brinquedos presentes em parques aquáticos, como piscinas e toboáguas, enquanto o segundo é focado em atrações zoológicas, como shows de animais e safáris. Ambos caíram muito bem no jogo original, ampliando ainda mais as opções para construir e gerenciar o parque de diversão dos sonhos. Infelizmente, as coisas não são tão legais quando falamos da versão para os consoles.
Olhando por trás das cortinas
Após essas informações necessárias, agora é possível tratar especificamente deste novo lançamento do game. RollerCoaster Tycoon 3: Complete Edition é basicamente um port para os consoles da sua versão original; mais especificamente, é um port de um port, pois ele claramente vem da versão lançada para Nintendo Switch em 2020.
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Prepare-se para ver essa tela com alguma constância |
Mesmo sendo um jogo com mais de 20 anos de idade, em termos de desempenho temos uma performance quase imperdoável. Telas de carregamento são constantes e demoradas, o que reforça ainda mais a sensação de um “port de um port” e não um game minimamente pensado para os novos consoles. Problemas em animações e músicas que tocam como se saíssem de um CD arranhado só pioram a situação.
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A adaptação aos controles foi apenas razoável |
Na maior parte do tempo ele é jogável, mas aí outro problema aparece: a jogabilidade foi mal adaptada para o controle convencional, dificultando a vida do jogador. Alguns podem argumentar que esse tipo de game, original do PC e do tipo simulação, sempre seria algo difícil de adaptar. Embora eu concorde, aqui me parece mais uma vez que a lei do menor esforço venceu, exigindo muito tempo de adaptação.
O maior espetáculo da Terra
Falando agora do game em si, RollerCoaster Tycoon 3 continua uma ótima experiência. Temos a opção de jogar cenários pré-construídos, que trazem alguma missão — como obter um certo lucro financeiro ou número de visitantes —, ou então construir nosso próprio parque de diversões do zero, com direito até a dinheiro infinito. As opções disponíveis são vastas, incluindo carrosséis, carrinhos de bate-bate, tendas de circo, rodas-gigantes e, obviamente, montanhas-russas.
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Experimentar a sua nova montanha-russa é uma das atrações do game |
Esses e muitos outros brinquedos podem vir em versões prontas ou montados de forma personalizada, incluindo formato, altura e posições de cabines de entrada e saída. Além dessas atrações, é preciso construir calçadas, banheiros, lanchonetes, contratar funcionários, fazer manutenção nos equipamentos, entre outras tarefas.
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Fãs de animais podem criar seu zoológico particular |
Se o jogador tiver como objetivo realmente atuar como o dono de um parque de diversões, será preciso até mesmo analisar o índice de popularidade dos brinquedos, controlar a velocidade das montanhas-russas para evitar vômitos(!), reajustar o preço dos lanches, e assim por diante. Uma vantagem legal do jogo é poder ler a mente dos frequentadores do parque, entendendo os gostos e desgostos do público.
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Nada como ter uma fila longa de clientes satisfeitos (ou não) |
Inclusive, é possível experimentar alguns dos brinquedos por meio dos olhos e ouvidos de um visitante. A ideia é ótima, mas lembre-se que RollerCoaster Tycoon 3 é um vintenário; ou seja, a produção, sobretudo visual, é modesta. Infelizmente, esse ponto escancara mais um problema desta “nova” versão do jogo: a falta de novidades e melhorias.
Diversão para quem tem estômago
Ainda que essencialmente muito divertido, era de se esperar que esta nova versão do jogo trouxesse alguma inovação, ainda que mínima. Embora eu entenda que o game não tenha recebido novidades relevantes na sua versão de PC original — além das expansões já citadas —, seria importante trazer algum alento aos jogadores, principalmente aos fãs de longa data
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Pode ser complicado entender direitinho tudo que é mostrado |
Nem mesmo uma tradução para o português está presente. Normalmente eu não critico um game pela sua localização, pois entendo que esse processo pode ser custoso, atrasar datas de lançamento, etc., mas RollerCoaster Tycoon 3: Complete Edition não vai ser o caso. São muitas informações, termos, explicações, variações, parâmetros, entre outras coisas, que precisam ser devidamente compreendidas.
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As paisagens são variadas, mas demonstram a idade do jogo |
Até mesmo quem conhece inglês pode ter dificuldades, pois temos termos técnicos e palavras específicas da temática de parque de diversões. Dados os problemas de otimização do game, o mínimo que se poderia esperar seria alguma novidade, em particular uma localização brasileira. Pior, algumas opções disponíveis no game original ficaram de fora.
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É possível criar personagens customizados para frequentar o parque |
A opção de criar cenários específicos, bem como o modo tutorial, foram retirados do game. É uma pena, pois seria ótimo ter uma opção mais robusta para aprender o jogo — aqui as explicações surgem conforme jogamos e usamos os comandos —, assim como mapas variados e inéditos para curtir seu parque de diversões, inclusive trocando com os outros jogadores.
Uma montanha-russa que mais desce do que sobe
Mesmo que a tarefa não fosse fácil,
RollerCoaster Tycoon 3: Complete Edition poderia ter entregue algo melhor do que um port simplista e limitado. Ele não somente apresenta problemas de otimização e jogabilidade, mas também não traz novidades, mesmo uma reles localização em português. Fica a dica para os fãs de longa data da franquia ou quem curtiu muito a ideia de gerenciar seu próprio parque de diversões.