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Análise: Monster Hunter Rise: Sunbreak (Multi) é uma experiência e tanto para os caçadores mais dedicados

Um conteúdo que não foi feito para todos, mas que faz o esforço valer muito a pena.


Vamos começar esta análise deixando claro que não é a primeira vez que estamos falando de Monster Hunter Rise. Lançado inicialmente para o Switch em 2021, o jogo se tornou uma das mais populares entradas da franquia desde então. No ano seguinte foi lançada a audaciosa expansão Sunbreak, definida pela própria Capcom como “massiva” no que diz respeito ao conteúdo.

Se expandindo para além da base do Switch, em 2022 recebemos a espetacular versão para PC de Monster Hunter Rise, definida por nosso colega de redação Alan Murilo como a melhor versão deste que já se tornou o novo ápice da franquia. Poucos meses depois o jogo finalmente ficou completo com a chegada de Sunbreak para esta plataforma, deixando a experiência definitiva para os jogadores fora dos consoles.

No início deste ano foi a vez das demais plataformas que ainda não possuíam o jogo receberem Monster Hunter Rise. Caçadores de PlayStation e Xbox agora também estão aptos a adentrar a região do vilarejo de Kamura para caçar colossais criaturas em uma das aventuras mais grandiosas já proporcionadas pela franquia nos últimos anos.
As versões para PlayStation e Xbox de MHR foram lançadas em janeiro de 2023
Felizmente, diferentemente das versões posteriores, a espera por Sunbreak não foi tão longa. Cerca de três meses foram necessários para que os jogadores dos demais consoles tivessem acesso ao DLC, que chegou no último dia 28. Nesta análise não vou me aprofundar muito na história da expansão, visto que já falamos disso mais de uma vez nos últimos dois anos. Meu relato aqui será puramente sincero sobre o porquê deste conteúdo ser obrigatório para os caçadores mais dedicados e experientes de Kamura.

Não é para qualquer um

Quando dizemos que Monster Hunter Rise: Sunbreak não é para qualquer um, isso não é um exagero, tampouco um deboche: é um aviso que deve ser respeitado! Diferentemente de outros jogos em que o acesso a conteúdos adicionais se dá apenas pela compra do conteúdo e o acesso a ele dentro do jogo, Sunbreak possui um pré-requisito para que seu conteúdo seja disponibilizado.

Para tal, é obrigatório que se alcance o nível 8 do Rank de Caçador (RC) na Área de Encontro (AdE), o ambiente que permite a jogatina com outros jogadores no ambiente online. Se você está chegando agora, prepare-se para dedicar cerca de 40 horas, em média, a caçadas para subir seu rank.
Se você está chegando agora, prepare-se para suar para conseguir acessar Sunbreak
Não existem atalhos, “colheres de chá” ou mesmo a possibilidade de rushar. Ou você realmente se prova um bom caçador para chegar ao nível necessário para acessar a expansão ou, mandando a real logo, este DLC não foi feito para você. Concluir missões obrigatórias e urgentes são a chave para atender a este pré-requisito.

Essa “provação” é necessária para deixar o jogador pronto para a verdadeira experiência de caça em Sunbreak, com monstros cada vez mais desafiadores e poderosos, além de acesso a equipamentos cada vez mais extravagantes e obscenamente poderosos.

Durante minha jogatina para a análise do jogo base, concluí a história principal e algumas missões na AdE, o que me rendeu, no fim desta etapa, o RC 3, se não me engano. Precisei de boas horas testando armas, técnicas, combinações de itens e, principalmente, aceitando a ajuda de outros caçadores no ambiente online para me tornar “digno” de acessar o DLC e ver que tudo que passei até então foi só um aperitivo do que ainda estava por vir.

Um novo mundo chamado Elgado

Após alcançar o RC 8, uma nova missão urgente será acionada. Nela, Rondine, a comerciante, diz ter recebido uma carta de sua terra natal avisando que os monstros da região estão começando a invadir territórios vizinhos, o que inclui Kamura. A missão é para caçar um Hermitaur Daimyo.


Ao concluir a desafiante caçada, uma nova linha narrativa tem início. Lady Fiorayne, irmã de Rondine, surge e então o jogador é convidado a viajar para o posto avançado de Elgado, onde se passa a história de Sunbreak. Os moradores locais acreditam que a origem do Frenesi está além da influência dos magníficos monstros já enfrentados no jogo base: Magnamalo, Ibushi e Narwa. Seu nome é Malzeno, e talvez seja ele o principal causador do desequilíbrio que está tornando os monstros agressivos.

De forma semelhante a Kamura, o local possui ferreiros, mercadores e outros NPCs com missões adicionais para o jogador concluir, de modo a fazer a trama andar. Conforme você conclui missões obrigatórias, interagir com os demais personagens adiciona novas atividades a serem concluídas pelo simples prazer da caçada ou para reunir recursos para confeccionar armas, armaduras e equipamentos diversos.


Novos monstros estão presentes na forma de variantes de espécies que já foram vistas no jogo base e alguns novos, como o Gaismagorm e o já citado Malzeno. Dois novos ambientes completam o imenso leque de novidades da expansão: Selva e Forte. Ambos possuem biomas únicos com recursos e monstros que renderão ótimas aventuras aos caçadores.

Caminho da maestria

Monster Hunter Rise: Sunbreak também adiciona um novo patamar de crescimento para o caçador: o Rank Mestre (RM). Não se assuste! Apesar do nome, assim como você evoluiu de forma natural para chegar até a expansão, o mesmo se aplica à missão de nível Mestre.

É como recomeçar o jogo, mas já num nível mais desafiador e, por que não dizer, formidável. Você se verá caçando novamente vários dos monstros menos interessantes do jogo, como o Kulu-Ya-Ku, o Arzuros, e até mesmo o Grande Izuchi, muitos deles com alguns truques e comportamentos novos. Da mesma forma, na primeira missão urgente você já estará atrás de um Chameleos e, logo mais, no rastro do ameaçador Malzeno.

Essas caçadas são fundamentais para obter os recursos que lhe permitem fabricar as armas e armaduras de Ranque Mestre. O viciante ciclo de caçadas recompensadoras voltará com tudo e você, que tomou gosto pelo ofício de caçador, logo se verá engajado a obter mais e mais recursos para elevar seu RM ao máximo que conseguir, visto que, teoricamente, ele não tem limite.

A nova habilidade de troca de técnicas também chega como uma forma de deixar os embates mais dinâmicos e ágeis. Por meio de um comando no controle, o jogador pode alternar posturas de combate para que tenha mais opções de abordagem ao adentrar uma caçada. Dominar essa mecânica é essencial para tirar o maior proveito do que um caçador é capaz de fazer em campo.

Caso não esteja interessado em jogar com outros caçadores pela internet, algumas missões lhe permitem levar um NPC para ajudar na missão. Eles não causam nenhum prejuízo no que diz respeito a desmaios, e também não precisam dividir recompensas. Veja isso como uma alternativa a quem não pode ou consegue jogar com um amigo ou outros jogadores aleatórios no ambiente online.

De todo modo, deixo como recomendação sempre ativar a opção de receber convidados em suas partidas. Foi graças a esse recurso que consegui concluir muitas missões no meu trabalhoso caminho até poder viajar para Elgado. Graças a esses companheiros anônimos eu triunfei nas lutas contra Magnamalo, Rathalos e as divindades Ibushi e Narwa, principalmente nas missões de Frenesi, de defesa do vilarejo.

Base ampliada, mas ainda restrita

Foi na ocasião em que joguei Monster Hunter Rise que tive a real oportunidade de vivenciar o ofício de caça aos monstros da Capcom. Sempre ouvi dizer, tanto de conhecidos quanto da crítica, que este jogo é quase um caminho sem volta, principalmente para novatos.

Foi nessa ocasião que entendi o fascínio que muitos têm pela franquia, em especial nesta entrada da série. Durante as dezenas de horas investidas para poder acessar a expansão Sunbreak, aprendi muito mais sobre MHR do que quando joguei para falar sobre ele em janeiro deste ano.

Testei armas, armaduras e combinações de itens, até consultei alguns guias — muitos bem-elaborados e complexos — sobre como ter um melhor aproveitamento da experiência, e fiquei bastante imerso no mundo de Kamura e, consequentemente, Elgado. Reafirmando o que comentei na análise do conteúdo principal, este é um daqueles títulos que compensa deixar instalado no console para jogar uma vez ou outra quando você não tiver mais nada para fazer.

Tê-lo disponível em minha plataforma principal, o PS5, é uma comodidade bem-vinda, visto que eu nem esperei por isso, já que meu interesse pelo jogo se limitava apenas à curiosidade. Hoje, felizmente, este grandioso título está finalmente disponível para todos que tiverem uma plataforma de games à disposição, seja para jogar de forma portátil (Switch), juntamente à maior base instalada do planeta (PC) ou então nos consoles da nova geração (PS5 e XSX).
Rodeio de monstros
Mesmo com uma comunidade em constante crescimento, ela ainda não pode usufruir do prazer de caçar em unidade por conta da falta de suporte ao cross-play, uma crítica recorrente desde o lançamento para PC no ano passado. É o ponto que falta para deixar essa experiência realmente definitiva: uma gigantesca comunidade global se reunindo, independentemente da plataforma em que joguem, pelo prazer de caçar monstros. Falando assim, chega a ser utópico, mas sonhar ainda nos é permitido.

Massivo, satisfatório e viciante

Monster Hunter Rise: Sunbreak possui um conteúdo que transcende muito do que já ouvimos falar sobre DLCs de modo geral. A sensação que temos aqui é de estarmos jogando algo totalmente revitalizado e renovado, que consegue prender nossa atenção e criar um engajamento que só mesmo quem vivenciou dezenas de horas de caçadas vai saber aproveitar.

Ainda assim, não retiro a fala de que este é um conteúdo para poucos. Merecer fazer parte desta experiência é a primeira das muitas recompensas que nos esperam em uma expansão que usa e abusa do termo “massivo”. Sunbreak é grandioso, e não se trata apenas dos monstros, mas sim da jornada do antes, durante e o que nos aguarda depois.

Este é um pacote adicional obrigatório aos caçadores veteranos e experientes, e um sedutor convite aos novatos. Elgado nos espera de braços — e garras — abertos.

Prós

  • O Ranque Mestre acrescenta um desafio formidável;
  • Monstros novos e variações dos já conhecidos favorecem a variedade do elenco de criaturas;
  • Ritmo de jogo mais intenso que o do conteúdo-base;
  • Muito conteúdo a ser descoberto e vivenciado jogando em modo solo ou no ambiente online;
  • As capacidades técnicas dos consoles da nova geração, como carregamentos ultra rápidos e feedback háptico de controles, deixam a experiência mais agradável.

Contras

  • O trabalho necessário para acessar o DLC é um fator determinante para que jogadores novatos tenham interesse no conteúdo;
  • As primeiras missões da expansão não trazem muita novidade;
  • Roteiro bem básico, com poucos momentos realmente interessantes;
  • Sem crossplay ou algum tipo de progressão entre plataformas, uma pena principalmente agora que o jogo está disponível para todas as principais plataformas atuais.
Monster Hunter Rise: Sunbreak — PC/PS5/PS4/XSX/XBO/Switch — Nota: 9.0
Versão utilizada para análise: PlayStation 5
Revisão: Davi Sousa
Análise feita com cópia digital cedida pela Capcom

Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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