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Análise: Monster Hunter Rise (Multi) – Um grande jogo finalmente disponível para um público maior

Agora todos os consoles desta geração têm acesso ao melhor jogo da aclamada franquia da Capcom.


Originalmente lançado para o Switch em 2021, Monster Hunter Rise vem acumulando uma legião de fãs, tanto veteranos quanto novatos, no ofício da caça a gigantescos monstros que a Capcom iniciou no longínquo ano de 2004 no PlayStation 2. Quase um ano depois, o jogo recebeu sua versão para PC, tornando-o um dos títulos mais populares da época de seu lançamento na plataforma, além de popularizar a série ainda mais.

Nesta segunda quinzena de janeiro o título chega às demais plataformas da atual geração, finalmente expandindo ainda mais o alcance de Monster Hunter Rise, permitindo que esta grandiosa obra alcance o máximo de sua audiência, independente de qual plataforma esteja. Vamos conferir na análise a seguir o que temos neste novo lançamento do game.

Bem-vindo à Kamura

O enredo de Monster Hunter, de um modo geral, nunca foi seu ponto forte, mas aqui ele consegue ser um dos mais engajantes da franquia, além de nos guiar no progresso do jogo em si. Em Rise assumimos o papel de um caçador novato que está chegando para somar à guilda de caçadores de monstros de Kamura. O local esbanja carisma e personalidade com sua arquitetura e cultura que remetem fortemente ao Japão Feudal.

São personagens, visuais e sons que nos dão as boas-vindas a todo momento que estamos rodando pelo local e conhecendo um pouco da história da vila, seus habitantes e sua relação com os colossais monstros que orbitam a região. Nosso papel é atuar caçando as criaturas em meio a um estranho fenômeno chamado de Frenesi, que está fazendo com que os monstros surjam em bandos e ajam de forma mais agressiva.


Como um bom caçador, obviamente não há como recusar os convites de caça aos bichos, além de outras atividades para ajudar os habitantes de Kamura e também a nos fortalecer de todas as formas na arte da caça aos monstros.


O destaque aqui fica para as gêmeas Hinoa e Minoto, que gerenciam as missões que nos levam às caçadas; o chefe aldeão Fugen, um homem cuja face já demonstra sua vasta experiência na arte da caça; e mestre Utsushi, um experiente e paciente instrutor que está sempre pronto a nos guiar nos ensinamentos sobre como ser um caçador cada vez melhor.

Kamura aos poucos se torna um local de grande apreço e à medida que progredimos no enredo do game ficamos mais apaixonados pela vila e por seus habitantes. Realmente dá vontade de lutar por este lugar.

Rumo à aventura

Nossa atividade principal em Monster Hunter Rise é, obviamente, o embate contra as formidáveis criaturas que estão aterrorizando a região. Ao pegar uma missão em Kamura, somos levados a diferentes mapas com temas bem distintos que, ao mesmo tempo que esbanjam beleza, despertam nossa curiosidade e atiçam nosso desejo de explorar.

A atividade de caça aos monstros não se resume apenas a erguer uma arma e sair para a luta contra o bichão! Existe todo um “ritual” que deve ser seguido para tornar a caça mais interessante, além de eficiente e menos trabalhosa possível.

À disposição do jogador existe uma gama generosa de armas para serem forjadas e aprimoradas para deixar seu personagem melhor preparado para a caçada. Temos armas conhecidas, como espadas, lanças, machados e martelos, além de outras mais originais, como o transmachado — uma de minhas armas favoritas, por sinal — e o fuzilarco.

Além de armas, o jogador também dispõe de diversas opções de armaduras e equipamentos de auxílio, desde poções de cura até bombas com efeitos diversos que permitem o abate ou mesmo a captura dos gigantes. Essa é uma das coisas mais legais em Rise, na minha opinião. Se fosse apenas pra sair brigando com os monstros, rapidamente eu teria largado de mão do jogo, pois acabaria caindo no marasmo da rotina.


Ao nosso lado, outra novidade em Rise é o apoio de criaturas únicas: os Amicães e os Amigatos. Mesmo jogando em modo solo, o apoio desta dupla em minhas caçadas deixou minhas aventuras pelo mundo mais dinâmicas e divertidas. Enquanto nosso coleguinha felino tem como principal característica a coleta de recursos e apoio tático, o canino se faz necessário para agilizar nossa movimentação pelo mapa ao ser utilizado como montaria, além de auxiliar ofensivamente nas lutas contras os monstros.

Outro ponto que torna Monster Hunter Rise único é o uso dos Cabinsetos (Wirebugs), insetos capazes de criar uma poderosa seda com propriedades únicas que nos permitem obter uma mobilidade ímpar no mapa, bem ao estilo Homem-Aranha, além de possibilitar a execução de ataques especiais visualmente impressionantes.

Dominar essas habilidades não é fácil. É algo que requer tempo, prática e dedicação. Durante minhas sessões de jogatina passei por um início confuso devido à imensa quantidade de informações que o jogo forneceu, o que me rendeu vários momentos de “cara, eu não vou dar conta de fazer isso”.


Hoje, na data de publicação deste texto, tenho a convicção em afirmar que tenho cada vez mais prazer em aprender algo novo no jogo e agora entendo o fascínio que a comunidade tem pela franquia, em especial por este jogo. Mesmo depois de um bom tempo jogando, Monster Hunter Rise conseguiu se integrar à seleta lista de jogos que merecem uma partida no meu tempo livre.

Monster Hunter Rise de novo… E aí?

Já analisamos Monster Hunter Rise uma vez, então não vou me estender muito sobre características gerais do jogo, que se mantiveram intactas desde seu último lançamento no ano passado. Desse modo, já vou avançar sobre o que esta nova versão do jogo tem, ou não, a oferecer.

Monster Hunter Rise chega agora para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X|S. A Capcom gentilmente nos cedeu uma cópia da versão para PlayStation, que vale lembrar que esta possui compra cruzada, ou seja, quando você adquirir a versão digital do game terá acesso às versões do PS4 e PS5.


Assim como a versão para PC, analisada no ano passado por nosso estimado amigo Alan, a versão do PS5 conta com muitas das mesmas características gráficas disponíveis na versão lançada no Steam em 2022: gráficos com resolução 4K, altas taxas de atualização, suporte a HDR, áudio em 3D e carregamentos super rápidos, quase inexistentes.

Da mesma forma que muitos lançamentos para os consoles da nova geração, temos a liberdade de escolher como o jogo será reproduzido no console: priorizando gráficos ou desempenho. Ao checar essa funcionalidade na versão de PS5 de Monster Hunter Rise, tive uma grata surpresa.

No menu de opções temos a típica opção de como o jogo será renderizado. Porém, diferente de outros jogos para esta plataforma, a Capcom permitiu que esta versão, assim como a do PC, tenha os detalhes gráficos ajustados individualmente para a forma como o jogador achar melhor.


Detalhes como o grau de detalhe das texturas, das sombras, a oclusão do ambiente e outros podem ser ajustados no menu, um detalhe sutil e muito bem-vindo para uma plataforma que sempre sofreu com a falta de liberdade nesse aspecto. Curiosamente, essas opções só estão habilitadas quando já estamos dentro do jogo. Ao acessá-las ainda na tela inicial, apenas as sombras dinâmicas podem ser ajustadas, enquanto as outras ficam trancadas.


Pode ser que essa grata surpresa seja possível graças à versatilidade da RE Engine, o atual motor gráfico da Capcom que rege praticamente todos os jogos lançados pela japonesa atualmente. De jogos mais simples como a coletânea Capcom Arcade Stadium, passando pelas recentes entradas da série Resident Evil e o vindouro Street Fighter 6, a RE Engine não decepciona nos quesitos qualidade e otimização, independente da plataforma em que está sendo executada. Mesmo num PC com configuração intermediária e sem uma GPU dedicada consigo jogar o mesmo jogo sem problemas na configuração média.

Se algo bom veio com esta nova versão, outra que seria uma ótima adição ainda é um sonho sem previsão de chegada: o cross-play. Monster Hunter, de um modo geral, é melhor apreciado jogando em grupo, e em Rise não é diferente. Com a chegada do game a mais plataformas, a adição desta funcionalidade deixaria o título impecável, tornando-o uma excelente pedida para as jogatinas em grupo.

Infelizmente, o cross-play, ou mesmo a progressão para quem está vindo de outra plataforma, como o PC ou Switch, não existe. Esta adição deixaria minhas jogatinas para a produção desta análise ainda melhores, visto que eu poderia ter experimentado algumas caçadas com colegas caçadores.

A Capcom nos forneceu o acesso ao jogo com uma generosa antecedência, e ainda nos aconselhou a experimentar o modo multiplayer sempre que possível. Seguindo essa orientação, sempre que eu entrava no game eu dava uma chance para o modo, entretanto, mesmo ajustando diversas configurações, não consegui encontrar nenhum outro jogador para se juntar a mim.

Algo já esperado, visto que recebi o game bem antes do lançamento, mas se o suporte ao cross-play já existisse, era bem capaz de eu ter conseguido me juntar a jogadores do PC, por exemplo. Prefiro acreditar que essa funcionalidade chegará futuramente, visto que esta versão ainda receberá a expansão Sunbreak, tornando o jogo totalmente completo.

Por hora, o que temos é uma versão que já conta com bastante conteúdo disponível já de cara, o que inclui até mesmo a colaboração com a Sega com uma missão que fornece itens temáticos de Sonic the Hedgehog, além de diversos outros itens. Para quem está chegando agora, prepare-se para muita, mas muita coisa já de cara para você.

Se, como eu, você está chegando agora, fecho esta análise deixando uma recomendação. Por conta do imenso leque de possibilidades que temos à nossa disposição em Monster Hunter Rise, o uso de alguns guias, seja em vídeos ou escritos, são bem-vindos e até necessários para quem realmente quer mergulhar de cabeça neste universo. Por isso, faço um convite para você conferir este guia para iniciantes. Não me agradeça, mas sim ao Alan, que fez um ótimo compilado de informações.

Tá nervoso? Vai caçar!

Monster Hunter Rise é um verdadeiro expoente sobre tudo que a franquia já apresentou ao longo de quase duas décadas de existência. Com melhorias sutis na jogabilidade graças à adição dos Cabinsetos e dos Amicães, a chegada do game a mais plataformas pode tornar este o mais grandioso de todos os jogos da série já lançados da história da Capcom.

Se você já é velho de guerra na caça aos monstros ou, assim como eu, está chegando agora, sinta-se muito bem-vindo para um dos melhores jogos da atualidade. Monster Hunter Rise é uma experiência viciante, divertida e uma forte recomendação para quem gosta de se dedicar a um game.

Prós

  • Jogabilidade viciante;
  • Inúmeras combinações de equipamentos para partir nas caçadas;
  • Nítida evolução nos quesitos mobilidade, verticalidade e exploração;
  • Trilha sonora empolgante;
  • Personalização dos aspectos gráficos está totalmente liberada;
  • Compra cruzada na PlayStation Store;
  • A localização dos menus e legendas para o português está excelente.

Contras

  • Excesso de informação pode afugentar novos jogadores;
  • Ainda sem suporte ao cross-play e/ou progressão entre plataformas;
  • O uso de guias ainda se faz necessário em diversas ocasiões.
Monster Hunter Rise — PC/PS5/PS4/XSX/XBO/Switch — Nota: 9.0
Versão utilizada para análise: PlayStation 5
Revisão: Heloísa D’Assumpção Ballaminut
Análise feita com cópia digital cedida pela Capcom

Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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