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Análise: World War Z: Aftermath (Multi) mostra que os mortos-vivos sempre podem voltar mais uma vez

A nova versão adiciona ainda mais conteúdo para esse divertido jogo de combate contra zumbis.


A temática apocalipse zumbi é uma das mais abordadas nos últimos anos. Dentre vários títulos, World War Z gozou de um bom sucesso sobretudo pela sua pegada mais simples e voltada para a diversão. Agora, o game recebe a versão Aftermath, que traz diversas novidades, além de todo o conteúdo disponibilizado anteriormente. Nesta análise, vamos descobrir porque voltar a lutar contra os mortos-vivos ainda é uma ótima pedida.

A volta dos que não foram

Vagamente inspirado no filme homônimo de 2013, o game original foi lançado em 2019 com direito a legendas em português brasileiro. Várias atualizações e conteúdos novos foram disponibilizados desde então, culminando na versão mais recente, chamada Aftermath. Ela chegou em 21 de setembro com diversas dessas já conhecidas melhorias, além de algumas novidades bem interessantes.
 
Para quem não conhece o título, World War Z é um jogo de ação que ambienta o jogador em mundo pós-apocalíptico repleto de hordas de zumbis. Com foco no multiplayer, as partidas colocam quatro personagens para realizar diversos tipos de missões em meio aos perigosos mortos-vivos. Para enfrentá-los, uma variedade de armas de fogo e armadilhas estão disponíveis para serem coletadas, melhoradas e utilizadas.

Temos que matar todos (os zumbis)!
A versão Aftermath é baseada na versão jogo do ano do título original, mas os destaques são as suas qualidades inéditas. Dentre elas, o modo em primeira pessoa certamente é uma das melhores: agora o jogador pode escolher entre jogar visualizando o personagem controlável ou enxergando pela visão dele. Dada a temática voltada para o terror, essa opção traz mais suspense e tensão, dois elementos muito bem-vindos.

Outra novidade é o novo sistema de combate corpo-a-corpo, que conta com armas como machados, foices e marretas, que agora podem executar combos completos. Finalmente, teremos uma atualização gratuita para os consoles da nova geração, cuja versão contará com melhorias técnicas como resolução 4K e taxa de quadros de 60 fps. Um modo exclusivo, chamado Horde Mode XL, também será disponibilizado futuramente e trará lutas contra quantidades ainda mais absurdas de zumbis.

A tensão em cada combate é cada vez maior
Infelizmente, a totalidade dessas melhorias só poderá ser conferida no futuro, pois a previsão é que as versões de PS5 e Xbox Series X só chegarão em 2022 (o Nintendo Switch está na mesma situação). Mesmo assim, World War Z: Aftermath já tem conteúdo e atrações para ninguém botar defeito, como seus visuais de muito boa qualidade, sobretudo no que se refere aos personagens. São muitas as formas de jogar e as personalizações disponíveis, conforme veremos a seguir.

Sozinho ou acompanhado, a luta continua

O game é dividido basicamente em dois modos principais: multijogador e campanha cooperativa. No primeiro temos disputas competitivas com opções como caça à vacina (uma espécie de batata-quente invertida), dominação de horda (capturar zonas para ganhar pontos) e rei do pedaço (ocupar e defender um local). Todos são interessantes, porém exigem mais tempo para encontrar jogadores disponíveis online.
Os personagens contam com histórias de fundo e motivações próprias

Isso provavelmente se deve a ótima campanha, que reúne sete episódios mais os modos horda e desafio. Cada um desses episódios conta com pelo menos três fases que abordam um grupo de sobreviventes em algum lugar do mundo. Várias pequenas missões devem ser executadas para completar o nível, lembrando que todas elas envolvem lidar com ataques constantes de zumbis. As partidas rolam rapidamente e de forma suficientemente suave.

Não espere muito da história em si, pois diálogos e enredos são apenas medianos. O legal é conhecer lugares novos e curtir a boa variedade de desafios disponíveis. Enquanto localidades como Nova Iorque, Moscou e Tóquio já eram conhecidas, três inéditas chegaram para complementar as opções: Roma, Vaticano e Rússia. Cada uma delas traz cenários bonitos e variados, com missões interessantes e, de forma geral, diferentes das demais.

Todos os mapas são originais e bem legais
Não há como escolher uma melhor, pois todas são belas com suas ambientações muito bem pesquisadas e executadas. Afinal, além de lutar, precisamos explorar os cenários e coletar itens valiosos, então nada melhor que fazer isso com estilo. Vale frisar que World War Z: Aftermath mantém o foco no quesito multijogador, o qual conta com o famoso cross-play e exige uma cooperação adequada para funcionar bem.
 
Na ausência de amigos ou demais participantes online é possível substituir os outros três membros da equipe pela inteligência artificial do game. Embora longe de ser primorosa, ela não compromete a experiência e funciona bem, contanto que o jogador não dependa demais dela. Vale a pena angariar uma equipe real para as partidas, pois não só elas ocorrem mais facilmente como ficam bem mais divertidas.

Conteúdo tão grande quanto às hordas de zumbis

Além de ser bem divertido e acessível, outra grande qualidade de World War Z: Aftermath é a quantidade de coisas que o game traz. São muitos personagens, armas, missões e itens diferentes para conhecer. Só para citar alguns exemplos de cada um deles: dublês, militares, hackers; proteger locais, escoltar aliados, coletar itens (em meio às lutas contra zumbis); motosserras, fuzis, bazucas e foices; kits de cura, molotovs e quadricópteros. Ufa!
Se preparar para as batalhas montando armadilhas é essencial para sobreviver

Realmente muita coisa, deixando claro que a grande maioria delas é útil e divertida de usar. A presença de classes é outra atração, pois permite ao jogador escolher um estilo personalizado para lutar: cada uma delas tem sua árvore de habilidades com toda sorte de vantagens diferentes. O dinheiro recebido como recompensa pode ser usado para melhorar tanto classes quanto armas. Já os cosméticos usam uma moeda diferente obtida em desafios, mas são igualmente variados e interessantes.

A já citada proposta em equipe valoriza e potencializa ainda mais o sistema de classes. Por exemplo, ter um grupo composto por um atirador (foco em armas de fogo), um médico (suporte e cura), um retalhador (foco em ataques corpo a corpo) e um mestre dos drones (autoexplicativo) é ótimo para lidar com quase todas as situações possíveis. Cada missão tem suas particularidades, então é preciso ficar atento às combinações mais favoráveis.

Além das classes, podemos escolher quais personagens usar
Falando em boas escolhas, cabe aqui ressaltar o estilo visual do game. Ele é bonito, com boa dose de realismo e de bom gosto, funcionando adequadamente mesmo quando a tela pipoca com zumbis (quase) infinitos. Trilha e efeitos sonoros não estão nesse nível, mas não comprometem a experiência, que é sempre divertida e variada.

Diversão acima de tudo

Como comentado várias vezes anteriormente, World War Z: Aftermath é, sobretudo, divertido. As mecânicas de jogo são bem definidas e a jogabilidade relativamente simples, tornando as lutas contra zumbis intuitivas. As missões têm objetivos claros e as lutas são quase sempre justas contra inimigos com habilidades variadas e equilibradas (com exceção do maldito Touro). Mesmo as sessões das fases que trazem hordas gigantescas são bem diretas e sem maiores surpresas.
Essa acessibilidade e diversão do game resultam, entretanto, de simplificações que podem incomodar. Um exemplo está no sistema de mira: confesso que, como apreciador de jogos de tiro como Call of Duty, World War Z: Aftermath deixa um pouco a desejar nesse gênero. O modo em primeira pessoa salienta ainda mais essa questão, com uma perspectiva pouco natural ao mirar.
 
O mesmo serve para combate corpo-a-corpo, que mesmo melhorado, ainda é um pouco atrapalhado. A classe Vanguarda, que estreia no game, tem uma habilidade que utiliza um escudo elétrico para atropelar os zumbis. Como o sistema de ataque direto é pouco refinado, isso pode ocasionar em investidas vazias ou em morte instantânea se não usada com perfeição.
No final das contas, prefira confiar principalmente nas armas de fogo
A sensação final é que o game foi pensado para ser fácil de jogar; não necessariamente no sentido de dificuldade, mas sim em termos de complexidade e elaboração. O importante para Aftermath é sempre deixar o jogador com balas na agulha para enfrentar os incontáveis zumbis e não deixar a diversão parar. O custo dessa abordagem ficou para o refinamento, que poderia ser maior e permitiria desafios elaborados, com missões e mecânicas mais aprimoradas.

Diversão que nunca morre

Se a versão original já era uma boa pedida, World War Z: Aftermath conseguiu elevar ainda mais o nível. Embora a jogabilidade e a história continuem não sendo primorosas, elas funcionam bem o suficiente para entregar uma experiência divertida e dinâmica. Além de trazer praticamente todas as qualidades e conteúdos vistos em versões anteriores, as novidades como a visão em primeira pessoa e as melhorias técnicas são bem-vindas. Resta esperar para ver até onde a versão da nova geração levará esse já ótimo game.

As batalhas nunca terminam, assim como a diversão

Prós

  • Jogo base traz divertidos combates contra zumbis com enorme variedade e competência;
  • Atrativos da versão Aftermath justificam o relançamento, com destaque para as novas localidades e a visão em primeira pessoa;
  • Visuais de alta qualidade, com muitas opções de cenários e personagens;
  • Grande quantidade de missões, customizações e desafios para jogar;
  • Modos multijogador propiciam partidas bastante interessantes.

Contras

  • Problemas originais estão intactos: modo história pouco interessante e jogabilidade apenas ok em certos pontos;
  • Diferenças entre as versões das gerações atual e anterior ainda precisarão ser conferidas.
World War Z: Aftermath — PC/PS4/XBO/PS5/XSX — Nota: 8.5
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Felipe Fina Franco
Análise produzida com cópia cedida pela Saber Interactive

é produtor de conteúdo sobre games desde 2016 e um grande fã da décima arte, embora não tenha muito tempo disponível para ela. Seus games favoritos (que formam uma longa lista) incluem: KH, Borderlands, Guitar Hero, Zelda, Crash, FIFA, CoD, Pokémon, MvC, Yu-Gi-Oh, Resident Evil, Bayonetta, Persona, Burnout e Ratchet & Clank.
Também encontra-se no Twitter @MatheusSO02 e no OpenCritic.
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