Jogamos

Análise: Mail Mole (Multi) é um jogo de plataforma 3D genérico, mas que diverte por algumas horas

Apesar de entreter, o título mostra-se pouco inspirado e não apresenta novidades ao mundo dos jogos de plataforma.


Quem conhece New Super Lucky's Tale (Multi) perceberá que Mail Mole tem grande referência do ótimo jogo da pequena raposa, desde o design dos níveis e jogabilidade até a arte conceitual. O título se junta a diversos jogos de plataforma 3D lançados nos últimos meses, como Pumpkin Jack, Crash Bandicoot 4 e o próprio Lucky’s Tale em sua versão definitiva, mas sem trazer algo inovador. Mesmo assim, ele consegue divertir por um razoável período de tempo. Confira mais detalhes nesta análise!

Salvando o Festival da Cenoura!

Em Mail Mole, acompanhamos a história de Molty, uma marmota carteira que está aproveitando suas férias em uma praia até que recebe um chamado de Miles, seu primo toupeira, para que o ajude a restabelecer a energia de Carrotland entregando códigos às estações espalhadas pelo mundo. 

Ao mesmo tempo, um vilão aparece para roubar a energia da ilha, impedindo que o Festival da Cenoura seja realizado. Agora resta a Molty viajar por toda Carrotland para fazer suas entregas e religar torres de energia para garantir que a celebração do festival aconteça.

O enredo simples e sem qualquer momento que prenda a atenção acaba sendo ignorável, deixando o jogo por conta da criatividade das fases para manter o jogador entretido. Iniciamos em uma localização central que serve de lobby que nos transporta para as 30 fases disponíveis. Não há dublagem dos personagens e há alguns idiomas selecionáveis para diálogos por texto, mas português não está entre eles.



Cavar sem parar!

A jogabilidade e o design dos níveis são o que mais chama a atenção em Mail Mole. Molty permanece a maior parte do tempo, por padrão, embaixo da terra, com sinais de escavação mostrando sua localização. A marmota pode realizar pulos simples ou mais altos e investidas para quebrar caixas e acelerar sua escavação. As ações devem ser muito bem precisas para contar o acerto. É um pouco difícil se acostumar com a precisão dos comandos, mas nada que passar pelas primeiras fases não ajude.

Pelo jogo não incluir inimigos em seu level design, para não precisar apresentar o mínimo de violência, o personagem não conta com movimentos de ataque. Para compensar a falta de ação, as fases nos desafiam com diversos obstáculos ou corridas contra lava e pedregulhos. Há também disputas contra marmotas-robôs, rabanetes coletáveis e time trials para aqueles que buscam o 100% ou o troféu de platina, o que também garante maior aproveitamento do título.


As fases são rápidas de serem concluídas. Cada nível apresenta novos desafios que continuam a aparecer em seu grupo de fases, tornando o jogo pouco repetitivo e previsível. Já as batalhas de chefões são quase idênticas e não entretêm tanto quanto a maioria das fases. A dificuldade mantém um padrão fácil durante boa parte do jogo; foram poucos os níveis em que acabei morrendo mais de uma vez na primeira tentativa. Também é possível customizar Molty com novas roupas e itens utilizando cenouras coletadas durante a jogatina.


Infelizmente, Mail Mole passa uma impressão de descuido ou falta de polimento nas questões mais técnicas. Os gráficos podem agradar alguns e ser indiferente para outros, mas pessoalmente achei que o seu visual poligonal poderia ter sido mais caprichado para um nível básico para os jogos atuais, além de não justificar-se com alguma proposta ou conceito do jogo. Os personagens são bastante genéricos, alguns você até se pergunta se já não viu em algum desenho animado.

A trilha sonora é outro ponto fraco do jogo e não é difícil você ficar indiferente a ela. Por vezes a música não vai de encontro com o tema da fase ou com os momentos de maior adrenalina. Eu cheguei a ouvir um pouco de música enquanto jogava, mas até nisso o áudio atrapalha, pois nas configurações apenas é possível remover efeitos sonoros, mas não a trilha sonora.

Vale a pena jogar Mail Mole?

Para quem é apaixonado por jogos de plataforma assim como eu, Mail Mole é uma boa pedida. O título traz os conceitos mais básicos do gênero e não tem nada de inovador, mas diverte por algumas horas com seu level design criativo. Questões técnicas deixam a desejar por falta de polimento, nada que justifique-se com um possível baixo orçamento. O jogo não se destaca entre os últimos lançamentos de jogos de plataforma, porém é aproveitado tanto por fãs quanto por quem só quer relaxar com um título fácil e curto.

Prós

  • Level design criativo que entretém;
  • Boa quantidade de fases;
  • Customização do personagem;
  • Ótimo fator replay para quem gosta de alcançar o 100%.

Contras

  • História irrelevante;
  • Personagens genéricos;
  • Gráficos pouco caprichados;
  • Trilha sonora também irrelevante;
  • Sem textos em português.

Mail Mole - PS4/XBO/PC/Switch - Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: PS4

Revisão: Davi Sousa
Análise publicada com cópia digital cedida pela Undercoders

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


Disqus
Facebook
Google