Blast Test

Impressões: Resident Evil Re:Verse (Multi) reúne heróis e vilões do universo apocalíptico da Capcom

Tivemos acesso ao beta fechado da nova entrada multijogador online da franquia e contamos para você como foi esta experiência.


Em um teste beta fechado realizado no último fim de semana de janeiro, a Capcom ofereceu a um seleto grupo de jogadores ao redor do mundo a oportunidade de experimentar, em primeira mão, um pouco da nova experiência online dentro do universo de Resident Evil. A proposta visa corrigir o que deixou a desejar em Resident Evil Resistance, o modo online lançado juntamente com o remake de Resident Evil 3 em 2020.


Desta vez temos uma abordagem mais tradicional, com jogadores assumindo o papel de heróis e vilões da franquia se enfrentando em busca da vitória em um mapa ambientado em algum local conhecido da série. Tivemos a oportunidade de experimentar Resident Evil Re:Verse para sentir como será essa nova forma que os fãs da franquia terão para se reunir para jogar.

Heróis e vilões se reúnem

A dinâmica principal de Re:Verse é simples: Um grupo de jogadores é reunido em um mapa para se enfrentarem durante um período de tempo pré-determinado em busca da maior pontuação. O jogador com mais pontos no final desse tempo é declarado vencedor. No teste não tínhamos como ajustar detalhes como o tempo da partida ou o mapa. Todas as sessões foram realizadas com um tempo máximo de cinco minutos, entre seis jogadores lutando entre si, e o mapa escolhido foi uma fiel representação do prédio do Departamento de Polícia de Raccoon City, do remake de Resident Evil 2.

Cada jogador pode escolher um herói, oriundo de um dos jogos da série. A preferência da Capcom agora é dar mais ênfase às novas representações dos personagens, principalmente dos remakes de RE2 e RE3. Os personagens disponíveis durante o teste foram Chris Redfield, Jill Valentine, Leon S. Kennedy, Claire Redfield, Ada Wong e Hunk.
Escolha seu sobrevivente
A escolha do herói vai um pouco além da afinidade do jogador pelo personagem. Cada um conta com um arsenal próprio e habilidades especiais únicas que dão algum tipo de vantagem durante a partida. Chris e Leon são mais ofensivos; Jill e Ada são mais balanceadas; Claire e Hunk são mais táticos. E caso mais personagens sejam adicionados ao elenco depois do lançamento, é bem capaz que essa regra permaneça. Cabe ao jogador escolher o personagem que mais se adapta ao seu estilo de jogo.

Cada um dos personagens conta com uma arma principal com munição infinita, em geral uma pistola ou um revólver. Junto com ela, cada um deles também dispõe de uma arma secundária, chamada de arma pessoal, que possui munição limitada e é mais potente ou ágil que a primária. Além disso, algumas armas de uso único, como rifles, lançadores de granadas e bazucas, podem ser obtidas pelo mapa.



Algo em comum para todos os jogadores é uma “segunda chance” caso ele morra. Sempre que o jogador é derrotado, ele se transforma em uma arma biológica. A criatura possui tempo de vida limitado e proporciona um segundo tipo de abordagem contra os inimigos no mapa. O nível do monstro em que o jogador pode se transformar é definido por um item especial coletado pelo mapa chamado de cápsula viral.



Quanto mais cápsulas o jogador coletar, melhor pode ser o monstro em que se transformará ao morrer na forma humana. Por padrão, todos que não tiverem coletado uma cápsula viral se transformam em uma Gordura Mofada, um monstro básico com poucas habilidades, mas que ainda tem algum poder para derrotar algum inimigo.

Ao coletar uma cápsula, o jogador pode se transformar em um Caçador ou em Jack Baker, o velho louco de Resident Evil 7 biohazard (Multi). Com duas cápsulas as opções são o implacável Nemesis ou o Super Tirano. Duas das criaturas mais poderosas disponíveis no beta. O jogador não pode escolher em quem se transformar, cabendo-lhe apenas a tarefa de coletar as cápsulas e garantir que sua transformação será uma das melhores. A barra de vida do monstro se degrada com o tempo e pode ser drenada rapidamente ao receber dano. A maior vantagem das armas biológicas é a capacidade de enxergar os adversários pelas paredes, dando uma “colher de chá” na hora de se vingar do jogador que o abateu e perseguir os demais.
A quantidade de Cápsulas determina em quem você pode se transformar ao morrer

O último sobrevivente

O beta fechado de Re:Verse não permitiu a organização de partidas. Ao selecionar a opção de entrar no modo de jogo, somos levados a uma tela simples de seleção de personagens e em seguida imediatamente levados a uma tela de espera de organização de partida. Como dito, o objetivo é ser o jogador com mais pontos no fim dos cinco minutos para ser o vencedor, e esses pontos são obtidos, basicamente, combatendo os demais jogadores do mapa.

Pontuações bônus são atribuídas quando derrotamos jogadores nas posições mais altas, ao realizar abates em sequência, fazendo uso de uma arma especial coletada no mapa e ao matar o jogador que lhe derrotou por último. Os três jogadores nas primeiras posições ficam marcados com um ícone acima de seus avatares, indicando sua posição, e tornando-os alvos valiosos para os demais jogadores. A identificação dos três também é mostrada de forma constante no canto superior esquerdo da tela.
Vinganças rendem pontos extras
Em questão de jogabilidade, quem jogou os remakes de RE2 e RE3 vai ficar bastante à vontade quanto aos controles, pois boa parte deles foi devidamente reproduzida, salvo algumas adaptações para atender a proposta do jogo. A seleção de armas é feita usando os direcionais e um comando de esquiva ajuda-o a escapar de uma ofensiva inimiga ou dar mais mobilidade para se mover pelo mapa.

As habilidades especiais foram alocadas para os botões de ombro, e como em outros jogos do gênero, contam com um tempo de carregamento para que possam ser usadas. O mesmo vale para as habilidades das armas biológicas. As habilidades passivas são únicas de cada um e podem ser um fator determinante entre a sobrevivência e a derrota em campo. Leon regenera sua vida aos poucos, Jill recarrega sua arma ao realizar uma esquiva, Chris tem dano aumentado com a vida baixa, e assim por diante.
Animações são exibidas ao derrotar os oponentes com habilidades especiais
Experimentar todos os personagens foi importante para encontrar um que fosse adequado ao meu estilo de jogo, que é mais ofensivo/tático. Alternei a maioria das minhas partidas entre Leon, que possui uma escopeta e pode realizar chutes que causam dano e atordoam o inimigo, e Hunk, que possui uma habilidade de camuflagem temporária e que amplifica seu ataque com a faca, tornando algumas abordagens mais furtivas interessantes.

Ada também oferece boas oportunidades com sua besta, que causa dano alto mesmo em longo alcance. Claire é mais focada em colocar armadilhas e tirar vantagem dos erros dos outros, não fez muito o meu estilo. Chris e Jill ficaram no “meio a meio” pra mim. De qualquer forma, foi experimentando todos que achei os que joguei melhor.

A maior dificuldade encontrada foi a latência. Praticamente todas as partidas tiveram momentos bem tensos em que a diferença de tempo entre um tiro e o registro, ou não, do acerto levou até mais de um segundo. Isso causou momentos bem frustrantes quando conseguia realizar jogadas legais, mas a conexão não colaborava em fazer dela eficiente. Por ser um beta, é bem capaz do servidor dedicado aos testes ser estrangeiro. Espero que quando o jogo for lançado por aqui esse tipo de problema não seja frequente.
O lag foi um problema esperado e recorrente

Parece que dessa vez a Capcom acertou

A maioria dos fãs de longa data de Resident Evil sempre tiveram como referência para uma experiência multiplayer o modo Mercenários de RE4. Eu me diverti muito com aquele modo e acho que hoje não seria diferente. A primeira vez que experimentei um modo online em Resident Evil foi com o modo Raid de Resident Evil Revelations, no 3DS. Lembro que jogava bastante com um amigo naquele modo e imaginava algo do tipo no futuro.

Ano passado tivemos Resistance, que não foi tão bem recebido, talvez por não trazer uma identidade que falasse diretamente com os fãs da série ou querer pegar carona em outros jogos do gênero, como Dead by Daylight e Friday the 13th. Sejamos francos, quem se importa com aqueles jovens que ninguém nunca ouviu falar?

Resident Evil Re:Verse tem essa identificação mais direta com os fãs, proporcionando experiências com personagens que já conhecemos por muitos anos. Além disso, a experiência online de cada um por si, algo mais tradicional até para outros jogos e franquias, traz algo que pode finalmente destacar este game como o modo online de Resident Evil que realmente pode dar certo.
Lutando para ser o maior sobrevivente
Claramente não ficará resumido apenas ao “salve-se quem puder” da versão beta, contando com modos de jogo em grupo e até partidas ranqueadas para quem quer ser mais profissional no jogo. Somando isso à provável adição de mais personagens e eventos, acho que desta vez a Capcom conseguiu um ovo de ouro da galinha. Resta ver o quanto a Capcom estará disposta a investir para torná-lo realmente valioso.


Resident Evil Re:Verse é um jogo online que estará incluído sem custo adicional a Resident Evil Village, que será lançado em 7 de maio de 2021 para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X.

Revisão: José Carlos Alves
Texto de impressões feito com chave de acesso no PS4 fornecida pela Capcom

Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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