Análise: Destroy All Humans! (Multi) é um bom remake de um clássico de outro mundo

Prepare-se para invadir o planeta Terra nesse bem humorado e divertido game.

em 05/08/2020
Seguindo a onda de remakes, mais um título baseado em um clássico dos videogames chega ao mercado. Destroy All Humans! (Multi) coloca o jogador no controle de um alienígena equipado com poderosas armas e habilidades, pronto para invadir e destruir o nosso planeta. Prepare as sondas, carregue a sua arma laser e abasteça o disco voador, pois a análise vai começar!

Os primeiros contatos imediatos

O game original foi lançado há 15 anos, com versões para PS2 e Xbox. Ele recebeu três sequências, sendo a última chamada de Destroy All Humans! Path of the Furon (X360) em 2008. Em 2016, Destroy All Humans! foi adaptado para PS4 e XBO com uma resolução maior e presença de troféus /conquistas.
A aventura original
Dada a sua proposta original e pegada divertida, a série gozou de razoável sucesso e se tornou um clássico do gênero. Logo, seria uma questão de tempo até que um remake caprichado chegasse ao mercado dos games. Entra Destroy All Humans! (Multi), lançado em pela publicadora THQ Nordic em 28 de julho com versões para PS4, XBO e PC.

Produzido pela Black Forest Games, o jogo segue a história do alienígena Cryptosporidium 137, ou simplesmente Crypto. Para cumprir suas missões no planeta Terra, ele tem à disposição seu disco voador, armas poderosas e habilidades especiais. Obviamente, os humanos têm seus próprios planos e irão enfrentar o extraterrestre com todos os recursos disponíveis.
Prepare-se para fazer história!
Destroy All Humans é um remake bastante fiel ao original, incluindo roteiro, personagens, cenários, fases e dublagem. As novidades significativas da nova versão são a adição de uma missão extra (que foi cancelada no original) e pequenas melhorias nos visuais e na jogabilidade. Todas elas foram acertadas, com destaque para o último item, conforme veremos mais adiante.

Um grande passo em cima da humanidade

A campanha segue o seguinte enredo: Cryptosporidium 136, um Furon (raça alienígena protagonista da série) que sobrevoava um lançamento de um foguete na Terra, sofre um acidente e é capturado por agentes militares. Assim, Crypto 137 é enviado para resgatar seu colega, que também é seu clone, e coletar cérebros humanos.
As artes do game são bem legais
Essa coleta se deve ao sistema de clonagem dos extraterrestres, que está com problemas e precisa de DNAs Furons puros. Muito tempo atrás, os alienígenas secretamente esconderam parte de seu material genético nos humanos aqui na Terra, e agora precisam recuperá-lo. Para complicar um pouco as coisas, temos a misteriosa organização Majestic.

O grupo Majestic é semelhante aos famosos Homens de Preto, mas com seus próprios objetivos escusos. Toda essa história é repleta de bom humor e muitas piadas, tanto boas quanto ruins, sendo ambientada nos EUA em plenos anos 50. Logo, o jogador precisa conhecer um pouco desse contexto para aproveitar o game ao máximo.
Embora engraçadas, algumas sacadas das piadas exigem conhecimento prévio do jogador
A campanha tem 23 missões no total, sendo elas de vários tipos, incluindo combates, corridas contra o tempo, destruir ou proteger alvos específicos, etc. Algumas envolvem abordagens mais discretas, outras mais destrutivas ou mesmo o uso de um disco voador. Além delas, é possível explorar os territórios para realizar tarefas secundárias, encontrar segredos ou simplesmente sair espalhando o caos.

Cuidado com os homenzinhos verdes (ou cinzas)

Acredito que a maior qualidade de Destroy All Humans seja a liberdade dada ao jogador. Crypto é poderoso e cheio de recursos, permitindo movimentos rápidos e ataques devastadores, com destaque para o raio desintegrador e a mochila a jato, que são autoexplicativos, e o P.A.T.I.N.S., que habilita o extraterrestre a sair deslizando em alta velocidade.
Os humanos não pouparam esforços para te derrotar
Crypto também tem habilidades mais flexíveis, como a telecinesia, que permite mover, manipular e explodir objetos, e o analisador de córtex, que revela o pensamento dos humanos. Já o Holozé pode ser usado para transformar o alienígena em um humano.  Assim, é possível andar disfarçado e descobrir informações secretas.
É possível transmogrificar objetos em munições para as armas
Uma das novidades do remake é que o alienígena pode utilizar habilidades, armas e mochila a jato ao mesmo tempo. Embora um pouquinho confusa no começo, essa possibilidade torna cada luta uma divertida e desafiadora experiência. Os inimigos podem ser perigosos em grande número (o que quase sempre acontece), então é importante ficar ligado.
Pronto para detonar com a sua caranga
O que seria de um extraterrestre sem um disco voador? O veículo é, assim como o seu proprietário, versátil e poderoso. Ele tem à sua disposição os destrutivos bum sônico e raio mortífero, além de raios tratores para abduzir seres vivos e objetos. Todo o DNA coletado nas fases pode ser utilizado para melhorar as habilidades e equipamentos de Crypto e sua máquina voadora.

Abduzir pessoas nunca foi tão divertido

Destroy All Humans! é, acima de tudo, uma fonte garantida de diversão. As fases normalmente são curtas e dinâmicas, com pequenas tarefas que devem ser executadas para concluir a missão. Também estão disponíveis objetivos opcionais, que ao serem completados garantem pontos bônus e colecionáveis.
O título tem muito material legal sobre a sua produção
Colecionáveis, aliás, que são muito bons. Fazendo questão de lembrar que é um remake, o título traz artes conceituais e materiais que mostram como ele foi produzido. Também temos várias skins diferentes para Crypto 137, uma mais legal que a outra. O game também tem um compêndio extenso e interessante.

Os gráficos do jogo são bons, mas sem maiores destaques. As músicas, em geral, são divertidas, sempre com aquela pegada alienígena clássica. O meu destaque é para a dublagem, caricata e engraçada. O meu personagem favorito é Orthopox-13, vulgo Pox, uma espécie de chefe intergalático de Crypto, cujas participações são muito boas.
Pox (à direita) e Crypto participam de algumas das melhores cenas do game
A minha maior crítica a Destroy All Humans! é quanto ao seu desempenho. Parece que o game saiu diretamente dos tempos do PS2, pois as telas de carregamento são abundantes e relativamente longas. Com as fases de tamanho médio e o nível de qualidade gráfica usado, esse problema se torna ainda mais relevante.
É uma pena ter que esperar tanto para poder espalhar a destruição no planeta
Infelizmente, essa parece ser uma tendência de vários remakes atuais. SpongeBob SquarePants: Battle for Bikini Bottom – Rehydrated (Multi) é mais um exemplo, pois mesmo não sendo grandioso, tem muitos e tediosos loadings. É realmente uma pena, pois a aventura de Crypto é divertida e merecia ter uma performance mais digna, digamos, dos avançados equipamentos tecnológicos que podemos utilizar nesse divertido game.

Você acredita em extraterrestres?

Seja qual for a sua resposta, Destroy All Humans! (Multi) com certeza irá te oferecer uma envolvente aventura. Embora ele sofra pelas telas de carregamento e exija algum conhecimento do seu contexto histórico, o título acerta em quase todos os demais quesitos. A jogabilidade é boa, temos várias armas e habilidades à nossa disposição e muitas missões e colecionáveis para completar e obter. Um jogo de outro mundo para a sua biblioteca terráquea.
Muita destruição e diversão em Destroy All Humans!

Prós

  • Proposta interessante e engraçada, com destaque para a dublagem;
  • Mecânicas de jogo muito divertidas, incluindo ataques telecinéticos, arma de raios e disco voador;
  • Grande quantidade e variedade de missões para completar;
  • Muitos segredos, colecionáveis e customizações para explorar.

Contras

  • Grande quantidade de telas de carregamento;
  • Boa parte do humor depende diretamente do jogador conhecer a cultura dos EUA nos anos 50.
Destroy All Humans! – PC/PS4/XBO – Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela THQ Nordic
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é produtor de conteúdo sobre games desde 2016 e um grande fã da décima arte, embora não tenha muito tempo disponível para ela. Seus games favoritos (que formam uma longa lista) incluem: KH, Borderlands, Guitar Hero, Zelda, Crash, FIFA, CoD, Pokémon, MvC, Yu-Gi-Oh, Resident Evil, Bayonetta, Persona, Burnout e Ratchet & Clank.
Também encontra-se no Twitter @MatheusSO02 e no OpenCritic.
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