Jogamos

Análise: Senran Kagura Reflexions (PC/Switch) é um conjunto parco de minigames repetitivos de massagem [+18]

Jogo da série Senran Kagura lançado antes no Switch traz ao PC uma experiência superficial e repetitiva.


A série Senran Kagura é famosa por colocar suas personagens ninjas em situações eróticas. Apesar disso, devido a seu gameplay beat’em up sólido, seus jogos principais têm um apelo que extrapola o público que procura apenas por esse conteúdo. Mas o mesmo não pode ser dito do título que acaba de chegar ao PC.

Senran Kagura Reflexions é basicamente uma expansão do Intimacy Mode presente em outros títulos da série. Ele coloca o jogador para vivenciar uma história que se foca em fantasias eróticas bastante japonesas e massagens. Infelizmente, a falta de conteúdo significativo e seu alto nível de repetição tornam o jogo uma verdadeira ode ao tédio.

Massagens e fantasias eróticas


No jogo, temos que fazer massagens em Asuka para que a garota recobre uma memória que esqueceu. Essa massagem começa pelas mãos. Dependendo da área apertada (palma direita, indicador esquerdo, mindinho direito, etc), somos transportados a uma espécie de mundo ficcional onde a personagem assume algum tipo de fantasia erótica.

Essas fantasias em geral se encaixam em estereótipos bastante japoneses como “irmãzinha” e “idol”. A personagem passa então a se comportar de acordo com o figurino, mudando sua forma de falar e seus trejeitos. Nesse momento o jogador passa a ter acesso ao corpo inteiro da personagem para massagear.

Cada local que pode ser tocado está associado a um humor. Há cinco no total, cada um representado por uma cor diferente. O objetivo nessa etapa é atingir um certo nível de humor que permita progredir para a reflexologia. Para isso, é necessário tocar várias vezes nos mesmos pontos até que o botão para a próxima etapa apareça na tela.

O humor de maior valor é representado visualmente por algum ícone colorido e isso determina o fragmento que o jogador receberá. Ao final de cinco sessões esses fragmentos preenchem um cristal que libera uma parte da memória da personagem dependendo da sua cor.

Antes disso, o jogador precisa completar a etapa de reflexologia. Essa se refere a minigames curtos de massagem em que o jogador precisa alcançar o nível de satisfação da personagem dentro de 1 minuto. Há quatro tipos, cada um envolvendo o uso de ferramentas diferentes, como uma escova ou um rolo. Infelizmente, o funcionamento de todos eles é o mesmo: aperte os botões informados em um certo ritmo para manter a personagem relaxada.

Uma experiência vazia e repetitiva


Para concluir a história do jogo, é necessário conseguir todos os fragmentos, o que significa fazer no mínimo 25 repetições. Fora isso, é possível também interagir livremente com a personagem no modo Mini-Reflexology e mudar totalmente sua aparência com roupas e acessórios.

Mas a falta de variedade nas massagens faz com que o jogo fique cansativo e sem sentido rápido demais e esvazia também o valor de futuros replays já que tudo será mais do mesmo. É honestamente difícil se manter entretido por muito tempo com o jogo. Além disso, senti pessoalmente que, apesar da adaptação para teclado e mouse ser muito boa como usual da XSEED, o jogo não consegue passar muito bem a sensação de estar fazendo a massagem, algo que imagino que em sua versão de Switch com os Joy-Cons seja mais bem sucedido.


Vale destacar que o jogo também conta com DLC para adicionar outras quatro personagens (Yomi, Ryōna, Murasaki e Yumi) e três minigames. Obviamente nenhum desses adiciona algo que seja suficiente para lidar com os problemas levantados, apenas estendendo o conteúdo do jogo. E, mesmo assim, as personagens escolhidas são um grupo muito restrito para a série.

Considerando que outros jogos da série como a versão de PC de Senran Kagura Burst Re:Newal já têm uma versão mais simplificada do que Reflexions oferece (cortando basicamente a etapa de reflexologia), fica difícil ver algo de valor no título. Talvez se a história realmente tivesse algo a oferecer, mas ela também é apenas exaustiva e inútil.

Mas, claro, nem tudo é ruim. Fãs com mais afinco em relação à série certamente irão apreciar as excelentes vozes japonesas da série e os raros casos de diálogos que mencionam detalhes importantes das vidas das personagens. Mas ele não adiciona nada realmente interessante à franquia e sua experiência é apenas um contato superficial demais com as personagens. Mesmo no quesito erótico, há jogos muito mais interessantes no mercado.

Prós

  •  Vozes japonesas bem executadas.

Contras

  • Pouco conteúdo;
  • Extremamente repetitivo;
  • Sem fator replay;
  • Mesmo com os DLCs, o jogo oferece um grupo muito restrito de personagens da série;
  • Seu conteúdo expande pouco em relação ao que já é oferecido no Intimacy Mode dos outros jogos;
  • História nada adiciona à série.
Senran Kagura Reflexions –  PC/Switch – Nota: 2.0
Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Raphael Barbosa
Análise produzida com cópia digital cedida pela XSEED Games

é formado em Comunicação Social pela UFMG e costumava trabalhar numa equipe de desenvolvimento de jogos. Obcecado por jogos japoneses, é raro que ele não tenha em mãos um videogame portátil, sua principal paixão desde a infância.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


Disqus
Facebook
Google