Blast Test

Jump Force (Multi) e a tentativa de retratar animes com realismo

Jogo em comemoração ao aniversário de 50 anos da Shonen Jump impressiona negativamente.

A Weekly Shonen Jump, mais conhecida como Shonen Jump, é a revista japonesa semanal de mangá mais conhecida no mundo. Fundada em julho de 1968, em 2018 a obra editorial da Shueisha comemora 50 anos de existência. Para celebrar a ocasião, a Spike Chunsoft planeja lançar o jogo de luta Jump Force (Multi) em 2019, reunindo os principais heróis da publicação. Contudo, o beta fechado mostrou que o título passa longe da imagem de anime e mangá que os fãs da cultura pop japonesa estão habituados.

O beta fechado foi ao ar entre os dias 12 e 14 de outubro e expôs parte do conteúdo preparado para Jump Force. No primeiro momento, o jogador escolhia entre seis personagens customizados, o que demonstra a presença da mecânica de criação de personagens na versão completa do game.


Após a escolha do avatar, o título nos direciona para um mundo aberto em que o jogador pode interagir com alguns personagens icônicos dos mangás como Goku, de Dragon Ball (Akira Toriyama, 1984); Yusuke, de Yu Yu Hakusho (Yoshihiro Togashi, 1990); entre outros. A interação, devido a fase de testes, é bem diminuta e resumida a uma troca de frases, porém demonstra a presença de um sistema de missões próximo ao visto em Dragon Ball Xenoverse (Multi), da Dimps.

A mecânica de batalhas segue um modo em que dois times, de três personagens cada, se enfrentam nas arenas de Jump Force. Para o beta fechado, os personagens jogáveis na ocasião foram 15: Toguro (Younger Brother) e Yusuke Urameshi, de Yu Yu Hakusho; Gon Freecss e Hisoka Morow, de Hunter × Hunter (Yoshihiro Togashi, 1998); Ichigo Kurosaki e Rukia Kuchiki, de Bleach (Tite Kubo, 2001); Pegasus Seiya, de Cavaleiros do Zodíaco (Masami Kurumada, 1986); Naruto Uzumaki e Sasuke Uchiha, de Naruto (Masashi Kishimoto, 1999); Monkey D. Luffy, Marshall D. Teach e Roronoa Zoro, de One Piece (Eiichiro Oda, 1997); Goku, Vegeta e Frieza, de Dragon Ball.


O gameplay de Jump Force é simples e de fácil acesso para vários estilos de jogadores. Todos os personagens possuem os mesmos comandos para golpes comuns e especiais, diferenciando-se unicamente pelos poderes próprios de cada herói. Desta forma, o título equilibra a dificuldade e o nível de habilidade entre os jogadores.

Apesar dos diversos pontos positivos, o beta fechado de Jump Force se destaca de forma negativa. A arte dos personagens em estilo tridimensional com pintura realista é bem estranha e traz um aspecto muito plástico, quase como bonecos de brinquedo. Aliado a isso, há um excesso de luzes e cores fortes nos poderes dos heróis, algo bem incômodo visualmente.

Os gráficos de Jump Force tentam transmitir a imagem dos heróis quase em um formato live action, porém os personagens são icônicos justamente por suas identidades visuais ligadas aos mangás e animes. Não havia necessidade de uma arte tão esquisita, ainda mais levando em consideração que o jogo é uma homenagem à própria revista Shonen Jump, então, o título deveria seguir a arte original das obras.


Outro ponto questionável são os cenários das batalhas. No beta estavam disponíveis os mapas de Matterhorn, New York, Hong Kong e Namek. Assim como aconteceu com os personagens, os cenários igualmente seguem uma arte realista e pecam também por serem ambientes fora do contexto dos personagens: como a montanha Matterhorn, na Suíça e a Times Square, nos EUA. Não há qualquer sentido ou ligação entre os heróis e os lugares disponíveis.

No plano geral, Jump Force não demonstrou novidades ou mesmo a manutenção da identidade de jogos eletrônicos baseados em animes e mangás construída ao longo dos anos pela Bandai Namco. O título prometeu muito, mas teve um desempenho bem aquém do esperado neste beta, o que deixa as expectativas baixas para a versão final do jogo.

Revisão: Link Beoulve

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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